sexta-feira, 3 de abril de 2015

Quanto Mais Idiota Melhor

Título no Brasil: Quanto Mais Idiota Melhor
Título Original: Wayne's World
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Penelope Spheeris
Roteiro: Mike Myers
Elenco: Mike Myers, Dana Carvey, Rob Lowe

Sinopse:
Dois amigos idiotas e preguiçosos, loucos por rock, tentam promover seu programa de TV a cabo de acesso público. E nesse meio acabam se envolvendo nas maiores confusões. Filme indicado ao MTV Movie Awards e ao ASCAP Film and Television Music Awards.

Comentários:
A primeira vez que ouvi falar em Mike Myers foi quando aluguei esse filme pela primeira vez, lá nos idos dos anos 1990. Não que isso significasse alguma coisa relevante em minha vida de cinéfilo, mas de qualquer maneira foi um primeiro contato. Nos Estados Unidos Myers já era bem conhecido por causa de suas participações no popular programa SNL. Por aqui porém ele seguia sendo um notório desconhecido. Na verdade só aluguei mesmo o filme para completar pacote. Ok, você provavelmente é jovem e não sabe o que é isso, mas nos tempos das locadoras de VHS existiam promoções, então você alugava um determinado número de fitas e levava outra de graça. Eu sinceramente jamais levaria essa comédia por querer ver mesmo o filme. Assim de maneira indireta acabei assistindo. Confesso que não consegui me divertir, achei o humor muito tosco (e sem maior graça). Provavelmente o roteiro só funcione mesmo se: a) você for um adolescente nerd ou b) você gosta de humor mais físico, do tipo "A Praça é Nossa" (que nem sei se ainda passa na TV aberta brasileira). O roteiro? Uma série de piadinhas explorando a figura desses dois nerds, que tentam emplacar um programa amador, mas sem muito sucesso. Bom mesmo apenas a trilha sonora e participações especiais (e metidas a gaiatas) de outros atores mais conhecidos como o ex-ídolo jovem da década de 80, Rob Lowe. No fundo é puro lixo cultural (e o filme não nega isso, se assumindo dessa maneira, sem nenhum pingo de vergonha ou maiores problemas). Só não funcionou muito comigo... Para piorar as várias citações ao mundo da cultura pop não farão mais nenhum sentido aos jovens de hoje.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Atraída Pelo Perigo

Título no Brasil: Atraída Pelo Perigo
Título Original: Catchfire
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar
Direção: Dennis Hopper
Roteiro: Rachel Kronstadt Mann
Elenco: Dennis Hopper, Jodie Foster, Dean Stockwell
  
Sinopse:
Anne Benton (Jodie Foster) é uma artista que sem querer acaba testemunhando o assassinato cometido por membros da máfia. Imediatamente ela chama a polícia, mas acaba descobrindo que o crime organizado tem agentes infiltrados até mesmo dentro da corporação. Lutando por sua vida, uma vez que é a única testemunha daquele crime, ela decide fugir para o México, onde acaba sendo perseguida por um assassino profissional, o estranho e frio Milo (Dennis Hopper). 

Comentários:
Dennis Hopper foi uma das figuras mais interessantes da história de Hollywood. Um sobrevivente da geração paz e amor, que usou todos os tipos de drogas por anos e anos. Tanta festa um dia tinha que chegar ao fim. Assim Hopper chegou aos anos 1990 como um ícone da contracultura, mas também como um profissional virtualmente falido e sem dinheiro. Em determinado momento a única coisa que lhe restava era o prestígio conquistado pelos muitos anos de carreira no cinema. Assim, em grande parte para continuar sobrevivendo, ele acabou aceitando dirigir esse filme de suspense chamado "Catchfire". É praticamente uma produção independente, feita sem maiores recursos, contando com o apoio de seus amigos no meio cinematográfico como a gatinha Jodie Foster que aceitou trabalhar por um cachê irrisório. Na verdade ela topou participar desse pequeno filme apenas pelo prazer de trabalhar ao lado de Dennis Hopper. Curiosamente o próprio resolveu usar um pseudônimo, assinando a fita como Alan Smithee! (um codinome muito usado por cineastas que não querem que seus nomes verdadeiros sejam revelados). Não se sabe se ele estava com vergonha do filme em si ou se tudo não passou de mais uma de suas conhecidas excentricidades malucas, ecos do Flower Power. O resultado de todo esse rocambole? Uma fitinha meio descartável, boa para o mercado de vídeo da época, mas envelhecida precocemente se revista nos dias de hoje.

Pablo Aluísio.

Três Solteirões e um Bebê

Título no Brasil: Três Solteirões e um Bebê
Título Original: 3 Men and a Baby
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Leonard Nimoy
Roteiro: Coline Serreau, James Orr
Elenco: Tom Selleck, Steve Guttenberg, Ted Danson, Nancy Travis
  
Sinopse:
Pete, Michael e Jack (Tom Selleck, Steve Guttenberg e Ted Danson respectivamente) são três solteirões, bem sucedidos no trabalho, que acabam sendo surpreendidos quando um bebê é deixado em seu apartamento. Como eles, sujeitos que nunca lidaram ou quiseram lidar com crianças, poderiam administrar uma situação tão delicada como essa? Remake americano do filme "Trois Hommes et un Couffin". Filme indicado aos prêmios ASCAP Film and Television Music Awards, People's Choice Awards e Young Artist Awards.

Comentários:
Infelizmente tivemos nesse ano a morte do ator e diretor Leonard Nimoy (1931 - 2015), o eterno Spock da série "Star Trek". Pois bem, o que poucos sabem é que essa despretensiosa comédia foi o maior sucesso comercial de sua carreira como cineasta. Isso mesmo, "3 Men and a Baby" em seu estilo infantil, diria até pueril de ser, acabou se tornando o grande hit do Leonard Nimoy na direção. O filme foi produzido pela Touchstone Pictures da Disney e foi lançado em uma época de baixa estação no circuito comercial americano, em um período do ano onde os grandes estúdios acabavam jogando seus filmes mais descartáveis. Para surpresa de muitos a comédia acabou estourando nas bilheterias, muito em razão do chamado efeito boca a boca, quando pessoas comuns acabam recomendando o filme a seus amigos, parentes, etc. O próprio trio principal de atores do elenco (Tom Selleck, Steve Guttenberg e Ted Danson) eram considerados naquele momento como cartas fora do baralho, pois vinham em baixa em suas carreiras cinematográficas. Nada disso atrapalhou. Na verdade o segredo do sucesso dessa fita nem é tão complicado de desvendar, pois o público feminino simplesmente adorou ver um grupo de marmanjos tentando lidar com um bebê, uma criança pequena. Era uma forma de jogar na cara deles as dificuldades de se criar uma criança, algo que nem sempre era muito valorizado pelos homens em geral. Pelo visto o Dr. Spock conhecia muito bem da alma humana, quem diria...

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Cara, Cadê Meu Carro?

Título no Brasil: Cara, Cadê Meu Carro?
Título Original: Dude, Where's My Car?
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Danny Leiner
Roteiro: Philip Stark
Elenco: Ashton Kutcher, Seann William Scott, Jennifer Garner
  
Sinopse:
Jesse e Chester (Ashton Kutcher e Seann William Scott, respectivamente) são dois jovens idiotas que saem de uma festa de arromba e descobrem, abismados, que seu carro simplesmente sumiu! Eles na verdade mal lembram o que aconteceu na noite anterior e por essa razão saem em uma alucinada busca pelo veículo desaparecido, encontrando os tipos mais esquisitos pelo caminho. Comédia adolescente indicada aos prêmios do Las Vegas Film Critics Society Awards, MTV Movie Awards e Teen Choice Awards.

Comentários:
Comédia completamente nonsense que fez sucesso entre os adolescentes da época. É a tal coisa, nunca consegui gostar. Nada contra comediazinhas bobocas focadas em teens, tudo tem seu espaço, porém essa aqui realmente não me agradou em praticamente nada. Com poucos minutos de duração já estava cansado, aborrecido, olhando para o relógio. Curiosamente a crítica, tentando ser indie e antenada, fazendo média com a galera jovem, falou bem quando o filme foi lançado no mercado de VHS / DVD no Brasil (até hoje fico pensando como alguém teve a coragem de ver isso nos cinemas!). De uma forma em geral o filme se apóia bastante na figura de Ashton Kutcher, um comediante que sempre achei muito limitado. Seu personagem pomposamente chamado de Jesse Montgomery III (que coisa!) nada mais é do que uma versão requentada e rebatida do Michael Kelso da série "That '70s Show" (que até era engraçadinha e divertida, mas também nada demais, outro produto pop chiclete direcionado aos adolescentes de corpo e espírito). Então é isso, "Dude, Where's My Car?" nada mais é do que um chicletaço comercial sem sentido para maconheiros chapados de plantão.

Pablo Aluísio.

Será Que Ele É?

Título no Brasil: Será Que Ele É?
Título Original: In & Out
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Oz
Roteiro: Paul Rudnick
Elenco: Kevin Kline, Joan Cusack, Tom Selleck
  
Sinopse:
Howard Brackett (Kevin Kline) é um professor do ensino médio que acaba tendo sua vida pessoal escancarada após um ex-aluno agradecer a ele ao receber o seu Oscar. Acontece que o rapaz não se limita a dedicar o prêmio a ele, mas também revelar sua opção sexual, ao declarar que ele na realidade era gay! A partir daí a vida de Howard vira de ponta cabeça, pois o fato chama a atenção da imprensa mundial que começa a bisbilhotar a vida do discreto professor. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Joan Cusack). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Kevin Kline) e Melhor Atriz Coadjuvante - Comédia ou Musical (Joan Cusack).

Comentários:
Há muitas maneiras de se lidar com o espinhoso tema da homossexualidade no cinema. Muitas vezes o tema ou é tratado como mera galhofa ou com tintas pesadas, escuras, sensacionalistas. Em "In & Out" temos um meio termo muito satisfatório. O enredo lida com esse personagem, um professor respeitado em sua comunidade, muito querido por seus alunos, que acaba entrando numa situação embaraçosa após um ex-aluno falar que ele é gay em um evento de repercussões midiáticas absurdas (nada mais, nada menos, do que a própria festa do Oscar!). De repente o antes e discreto mestre vê sua vida pessoal exposta ao redor do mundo, virando alvo de atenção e olhares indiscretos de curiosos em geral. Achei essa comédia de muito bom gosto, principalmente pela forma como resolveram explorar o tema. Kevin Kline sempre foi um ator bem subestimado por Hollywood e aqui mostra toda a versatilidade de seu talento. Ele, em nenhum momento, se torna caricato ou desrespeitoso em relação aos gays em geral. Pelo contrário, sua sensibilidade e classe se tornam evidentes logo nos primeiros momentos. Outro ponto positivo vem do trabalho da maravilhosa atriz Joan Cusack. Sua atuação foi tão elogiada que ela chegou inclusive a ser indicada para prêmios importantes como o Oscar e o Globo de Ouro. Penso que o caminho é esse, tratar a questão gay com equilíbrio, sensatez e naturalidade. Nada de exageros ou de levantamento de bandeiras multicoloridas. Nesse caso o caminho é de fato procurar por algo mais sensível, sem cair no sensacionalismo barato. Só por ter ido por esse lado essa comédia já vale a pena.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 31 de março de 2015

Interestelar

Piloto de testes no passado, Cooper (Matthew McConaughey) agora precisa cuidar de uma fazenda no meio oeste americano. O programa espacial foi praticamente desativado pois o planeta passa por um sério problema com sua agricultura. Várias culturas agrícolas essenciais para a humanidade estão simplesmente deixando de existir por questões ambientais. Indignada com os gastos do programa espacial a população acabou exigindo que todos os gastos com a exploração do cosmos fossem suspensas. Para Cooper, que é viúvo e vive ao lado de seus dois filhos adolescentes e seu pai na sede da fazenda, a ciência é agora apenas um ponto nostálgico de sua vida passada. Após uma terrível tempestade de areia em sua propriedade rural ele percebe que há um estranho fenômeno acontecendo no quarto de sua filha - uma alteração gravitacional sem explicação aparente. Tentando decifrar o enigma, ele acaba descobrindo que há uma linguagem binária envolvida naquela situação. Usando os números como guia acaba descobrindo tratar-se de uma posição geográfica. Indo até lá, no meio do deserto, acaba descobrindo uma imponente instalação governamental, um projeto espacial secreto, que tem como objetivo enviar astronautas na exploração de um "buraco de minhoca" perto de Saturno. O termo é usado designar fendas cósmicas que conseguem alinhar o tempo-espaço do universo. Esse lugar proporciona um salto interestelar, tornando possível uma viagem até uma estrela longínqua do universo e seu próprio sistema planetário. Imediatamente Cooper é convidado pelo cientista e professor Brand (Michael Caine) para participar de uma nova missão de reconhecimento rumo ao desconhecido. Acontece que três pioneiros foram enviados para exoplanetas há muitos anos e de lá nunca retornaram. Estarão vivos ou foram tragados pelo universo? A única maneira de responder a essa pergunta é enviando uma nova missão para esses planetas desconhecidos. Assim Cooper se une à filha de Brand (interpretada pela atriz Anne Hathaway) para juntos cruzarem o buraco de minhoca. Uma vez lá descobrem que nem tudo é tão dimensional e simples de explicar como tenta entender a vã ciência humana.

Que Christopher Nolan é um dos diretores mais talentosos do cinema americano atual já não restam dúvidas. Qualquer filme assinado por ele já é motivo por si só para ser conferido, até de forma obrigatória, pelos cinéfilos mais antenados. Nessa produção Nolan resolveu ir além. Desde os primeiros momentos sabemos que ele vai explorar um tema que já foi muito caro na história da sétima arte. Não precisa ir muito longe para entender que o grande modelo seguido por Nolan foi o clássico de Stanley Kubrick, "2001 - Uma Odisseia no Espaço". O argumento basicamente segue os passos do clássico filme original. De certa maneira tudo pode até mesmo ser encarado como uma revitalização do tema ou até mesmo uma forma de tornar sua proposta mais acessível ao grande público. Obviamente que essa produção não tem a consistência filosófica e existencial do filme original. isso porém não se torna um problema. Acredito que Nolan quis apenas realizar uma ficção científica inteligente, lidando com temas da Astrofísica que estão bastante em voga atualmente. Se você não entende ou não curte ciência não precisa também se preocupar. Nolan escreveu seu filme de forma que seja acessível ao homem médio. Claro que conceitos relativos como tempo, espaço e gravidade, formam a espinha dorsal do enredo, mas isso pode ser entendido sem maiores problemas desde que você tenha ao menos uma base de física (até mesmo o feijão com arroz ensinado no ensino médio lhe trará algum apoio nesse sentido). Assim o que temos aqui é uma estória até simples, muitas vezes bem fantasiosa, com um background científico mais aprofundado. Algumas situações do roteiro chegam um pouco a incomodar pelas soluções fáceis demais que vão surgindo. Por exemplo, mesmo aposentado há anos o personagem de Matthew McConaughey é logo incorporado na missão espacial, assim quase da noite para o dia, algo que seria inimaginável em uma situação real. Parece que Nolan e seu irmão Jonathan capricharam nas tintas científicas de sua trama e se descuidaram um pouco de certos acontecimentos mais banais do enredo.

Além disso alguns aspectos dos planetas visitados são bem pueris (diria até primários) do ponto de vista astronômico, mas nada disso chega a se tornar um problema de complicada superação. O que vale mesmo em tudo é o conceito de dimensões paralelas explorada por Nolan, principalmente nas sequências finais quando temos uma verdadeira flâmula dos conceitos de multi universos dimensionais. Sim, alguns aspectos do roteiro serão banais, como a enésima exploração do tema de um planeta exaurido em seus recursos naturais, mas se pensarmos bem tudo isso nada mais é do que uma bengala narrativa para que Nolan desenvolva seu tema principal. No geral a família - que mais parece ter saído de um filme de Spielberg por causa da pieguice excessiva - acaba também servindo de uma ferramenta puramente narrativa para que o diretor desenvolva suas ideias mais científicas, as principais no final de tudo. Certamente Interestelar é um belo filme, com uma proposta que vai até mesmo soar intrigante nos dias de hoje. Poderia ser uma obra prima se Nolan fosse mais além mesmo, com coragem, como fez Kubrick no passado em sua obra cinematográfica imortal. Ao dar espaço para pequenas concessões comerciais em seu roteiro, Nolan perdeu talvez a grande chance de realizar a maior obra prima de toda a sua carreira. Nem sempre tentar agradar ao grande público que lota os cinemas comerciais pode compensar, olhando-se tudo sob esse ponto de vista, esse tipo de situação. De bom mesmo o que ficará dessa produção será o desenvolvimento de conceitos científicos e a bela mensagem de Nolan sobre a importância do amor, encarado quase como uma variável puramente astrofísica. Quem diria que um cineasta conseguiria reunir dois temas assim tão dispares em um mesmo pacote? Sensacional.

Interestelar (Interstellar, EUA, 2014) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan / Elenco: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Michael Caine, John Lithgow, Ellen Burstyn, Jessica Chastain, Casey Affleck / Sinopse: Ex piloto do programa espacial é recrutado para uma nova missão da NASA. Ele deverá ir junto com sua tripulação em direção a um enorme "buraco de minhoca" cósmico em busca de respostas sobre três missões anteriores que não retornaram ao planeta Terra. O objetivo é procurar um novo lugar para colonização pela raça humana pois os recursos naturais da Terra estão virtualmente esgotados. O lema da missão passa a ser "A humanidade nasceu na Terra, mas não precisa morrer nela". Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Também indicado nas categorias de Melhor mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Design de Produção e Melhor Música Original.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Hellraiser - Renascido do Inferno

Título no Brasil: Hellraiser - Renascido do Inferno
Título Original: Hellraiser
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: New World Pictures
Direção: Clive Barker
Roteiro: Clive Barker
Elenco: Andrew Robinson, Clare Higgins, Ashley Laurence, Sean Chapman

Sinopse: 
Frank Cotton (Sean Chapman) é um sujeito que procura o máximo em prazer sexual. Em busca de novidades acaba comprando um artefato desconhecido, um cubo bizarro que ele não consegue compreender completamente. Ao mexer no estranho objeto Cotton acaba abrindo um portal entre o céu e o inferno, liberando forças e criaturas que ele sequer sabia existir. A experiência acaba lhe custando a própria vida. Anos depois seu irmão, Larry (Andrew Robinson), ignorando o destino de Frank, resolve ir morar em sua casa, fechada há mais de dez anos. Ao lado da esposa ele acaba descobrindo que ir fixar residência naquele local foi definitivamente uma má ideia.

Comentários:
"Hellraiser" foi um marco do cinema de terror dos anos 80. O estilo e a concepção eram completamente inovadores, calcado em um misto de terror e sexualidade extrema, com ênfase em muito masoquismo e torturas. Um dos destaques do filme foi sua direção de arte fora do comum e uma maquiagem que até hoje é lembrada (e que sinceramente deveria ter levado o Oscar em sua categoria). Há cenas de forte impacto como a chegada dos cenobitas, criaturas provenientes das profundezas infernais que transformarão Frank em seu objeto de sadismo e violência. Tão marcante se tornou o filme que o próprio diretor, Clive Barker, diria anos depois que "Hellraiser" acabou prejudicando sua própria carreira pois se tornou um marco complicado de superar depois. De uma forma ou outra tudo acabou dando origem a um universo próprio, explorado em revistas, jogos, TV e cinema, com várias produções explorando ainda mais esse bizarro mundo. Já são mais de dez sequências, infelizmente nenhuma delas muito digna de nota. Esse aqui por ser o original vale bastante a pena. Era a década de 80 onde (quase) tudo era permitido em termos de terror. Enfim, um pequeno clássico do gênero.

Pablo Aluísio.

Paixão de Ocasião

Título no Brasil: Paixão de Ocasião
Título Original: Picture Perfect
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Glenn Gordon Caron
Roteiro: Arleen Sorkin, Paul Slansky
Elenco: Jennifer Aniston, Jay Mohr, Kevin Bacon

Sinopse:
Kate (Jennifer Aniston) trabalha no ramo publicitário, é focada, determinada e muito empenhada em crescer na empresa mas nunca é devidamente reconhecida. Seu patrão a considera jovem demais, além de pouco resolvida emocionalmente, uma vez que não tem namorado e nem um relacionamento sério. Para resolver esse impasse Kate resolve arrumar um falso noivo de aluguel, Nick (Jay Mohr), com o objetivo de impressionar seu chefe a finalmente lhe dar a tão almejada promoção.

Comentários:
O argumento é meio batido mas até que o filme é simpático. Jennifer Aniston está bem jovem nessa pequena comédia romântica que passou meio batida quando foi lançada. Nem precisa ser Phd em cinema para entender também que a fita foi realizada para aproveitar a popularidade de Aniston na série "Friends" que estava no ar, batendo recordes de audiência. Até essa época ela não tinha feito nada de importante no cinema, a não ser talvez o bem intencionado "Alma de Poeta, Olhos de Sinatra". Para quem já tinha aparecido em um trash como "O Duende" até que era uma mudança e tanto. Assim a produção se tornou uma das primeiras tentativas da atriz em colocar um pezinho na sétima arte, coisa que ela até hoje vem tentando, diga-se de passagem. No geral não há nada demais por aqui, apenas a curiosidade de ver Jennifer tentando encontrar um novo rumo em sua carreira. Para os fãs de "Friends" vale a espiada.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Fenômeno

Título no Brasil: Fenômeno
Título Original: Phenomenon
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Jon Turteltaub
Roteiro: Gerald Di Pego
Elenco: John Travolta, Kyra Sedgwick, Forest Whitaker

Sinopse:
George Malley (John Travolta) é um sujeito simples, comum, que ganha a vida como mecânico. Sua vida pacata acaba quando visualiza uma estranha luz na mesma noite em que celebra sua aniversário. A partir daí começa a desenvolver enormes mudanças em si mesmo. Da noite para o dia ele adquire uma capacidade intelectual fora do comum, muito superior ao das demais pessoas. Isso chama a atenção das autoridades que logo decidem se apossar dele para realizar testes.

Comentários:
Filme meio estranho que aposta em uma visão esotérica e new age da vida espiritual. Travolta deve ter gostado de fazer algo tão diferente em sua carreira. Na época de seu lançamento a produção levou pauladas de todos os lados, pois os críticos americanos de uma maneira em geral não gostaram nada do resultado. A película foi acusada de ser sensacionalista, boboca e com roteiro cheio de clichês do começo ao fim. É a tal coisa, em tempos de tanta (falsa) espiritualidade o argumento certamente agradará aos mais alternativos. Mas o problema de "Phenomenon" nem é bem esse, na verdade o maior defeito é do roteiro mesmo. Perceba que a situação é colocada no começo da trama, vem a surpresa sobre os tais poderes do personagem de Travolta e pronto, o enredo poderia acabar por aí, pois nada de mais interessante acontece até o fim do filme. Não gostei da conclusão e nem da proposta final dos roteiristas. A tal mensagem mais espiritualizada que o clímax tenta passar é uma bobagem sem tamanho, vamos convir. Enfim, nada de muito relevante em um momento que agradou ao Travolta em sua carreira (o problema é que parece ter agradado apenas a ele mesmo!).

Pablo Aluísio.

A Jurada

Título no Brasil: A Jurada
Título Original: The Juror
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Brian Gibson
Roteiro: George Dawes Green, Ted Tally
Elenco: Demi Moore, Alec Baldwin, Joseph Gordon-Levitt

Sinopse:
O infame chefão mafioso Louie Boffano (Tony Lo Bianco) é levado a julgamento por causa de um duplo homicidio envolvendo guerra de grupos criminosos rivais. A jovem Annie Laird (Demi Moore), uma artista plástica acaba sendo sorteada para ser uma das juradas no tribunal do júri. Uma situação perigosa e delicada, algo que ela logo entenderá pois o chefão manda um de seus comparsas, conhecido como "O Professor" (Alec Baldwin) para fazê-la "mudar de ideia" durante o veredito.

Comentários:
Um bom filme de tribunal, contando com bom elenco e roteiro acima de média. Foi uma tentativa da estrelinha Demi Moore em estrelar filmes com mais conteúdo e importância. Infelizmente nem todos viram com bons olhos essa mudança. A imprensa ficou particularmente azeda em presenciar Demi tentando mudar os rumos de sua carreira ao participar de um drama de tribunal. Isso acabou lhe valendo o Framboesa de Ouro de pior atriz naquele ano, o que achei excessivo e fora de propósito. No geral o filme é bom e mostra a fragilidade do tribunal de júri pois infelizmente os jurados sempre se tornam alvos de criminosos ricos e poderosos. Outro destaque do filme é a atuação de Alec Baldwin, ainda em sua fase almofadinha, bem longe da linha de astro de comédias televisivas que ele segue hoje em dia. Emfim, temos aqui um filme que foi injustamente criticado em seu lançamento, uma produção que vale certamente passar por uma revisão. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de março de 2015

A Filha do Presidente

Título no Brasil: A Filha do Presidente
Título Original: First Daughter
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Regency Enterprises
Direção: Forest Whitaker
Roteiro: Jessica Bendinger, Jerry O'Connell
Elenco: Katie Holmes, Marc Blucas, Amerie Rogers, Michael Keaton

Sinopse:
Samantha Mackenzie (Katie Holmes) é a jovem filha do presidente dos Estados Unidos. Tudo o que ela quer porém é levar uma vida normal, sem todo aquele esquema de segurança ao seu redor. Quando chega a hora de ir para a universidade ela pensa que agora terá uma folga nisso. No fundo ela deseja mesmo é se apaixonar e ter uma vida igual a de toda garota de sua idade. E para sua surpresa ela acaba se apaixonando por um de seus próprios agentes de segurança!

Comentários:
Comédia bobinha, bobinha, estrelada pela (até então) estrelinha adolescente Katie Holmes. Ela na época estava no pico de sua popularidade por causa do seriado (esse realmente bom) "Dawson's Creek"! Para quem não lembra (ou ainda nem era nascido) ela interpretava a jovenzinha Joey Potter que era apaixonada pelo Dawson Leery (James Van Der Beek) que infelizmente a via mais como uma amiga do que qualquer outra coisa (pois é, eles cruzaram a terrível friendzone). O interessante é que "Dawson's Creek" tinha pretensões de ser algo mais complexo do ponto de vista dramático, enquanto que esse filme aqui fazia a linha mais boboquinha. Fico até surpreso da Holmes ter entrado nisso. No geral nada de muito interessante mesmo, a não as presenças do decadente Michael Keaton no elenco e a do ótimo ator Forest Whitaker na direção (o que me faz pensar o que diabos ele estava pensando quando aceitou dirigir essa coisa?).

Pablo Aluísio.

Os Irmãos Cara de Pau 2000

Título no Brasil: Os Irmãos Cara de Pau 2000
Título Original: Blues Brothers 2000
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Landis
Roteiro: Dan Aykroyd, John Landis
Elenco: Dan Aykroyd, John Goodman, Walter Levine

Sinopse:
Após os acontecimentos do primeiro filme, Elwood Blues (Dan Aykroyd) fica por quase duas décadas atrás das grades. Seu irmão Jake (Belushi) está morto, mas Elwood entende que a velha chama não pode se apagar. Resolve se unir a um amigo, Mack (John Goodman), para ressuscitar sua velha banda de blues. Será que dará certo? Indicado na categoria Melhor Edição de Som no prêmio da Motion Picture Sound Editors.

Comentários:
Tentativa muito mal sucedida de trazer de volta os ótimos Blues Brothers de volta às telas de cinema. Um projeto como esse jamais daria certo por um motivo muito simples: não havia mais como retomar algo assim sem a presença de John Belushi que havia morrido tragicamente alguns anos antes. Sem Belushi os Blue Brothers simplesmente não existiam mais. Tirando as devidas proporções era algo como recriar os Beatles sem John Lennon! Não dá, é impossível. Infelizmente o cabeça dura do Dan Aykroyd não entendeu isso e quis levar o filme de todo jeito, passando por cima de tudo. Contratou o amigo John Goodman para contrabalançar a ausência de Belushi e tentou, tinha planos de ser um sucesso mas... era de fato a crônica de uma morte anunciada! O filme foi um tremendo fracasso de bilheteria, um desastre comercial que inclusive afundou a carreira do ótimo cineasta John Landis! O próprio Dan Aykroyd também saiu chamuscado! Bom, teimosia muitas vezes resulta nisso! Fica a lição então.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Highland Park

No auge da indústria automobilística americana a cidade de Highland Park desfrutou de uma prosperidade sem igual. Isso porém foi na década de 1950. Quando as grandes montadoras foram embora da região a cidade caiu na mais profunda decadência e ostracismo econômico. Agora as principais avenidas retratam a falta de desenvolvimento urbano generalizado. Antigos centros comerciais estão em ruínas e a pobreza impera em cada esquina. É justamente nesse cenário desolador que vive um grupo de quatro amigos. Eles trabalham numa escola pública, também acertada em cheio pela crise. Para passar o tédio da vida cotidiana eles resolvem apostar na loteria. Ano após ano, eles apostam nos mesmos números, basicamente a mistura dos aniversários de todos eles. Agora, como era de se esperar, estão completamente desanimados, afinal em uma década nunca conseguiram ganhar um tostão furado. Definitivamente não são as pessoas mais sortudas do mundo. Um belo dia eis que a sorte finalmente bate na porta de todos eles e os números são milagrosamente sorteados! A sorte então inesperadamente sorri para aqueles velhos amigos de longa data... mas será mesmo que eles já podem celebrar, comprando tudo o que encontram pela frente? Assim começa esse filme, um misto de drama e comédia, que parece bem despretensioso e talvez por essa razão não consiga realmente decepcionar ninguém. Até porque ninguém deve esperar por algo além de um divertimento passageiro.

Muitos costumam dizer que o desespero chega na vida de um ser humano quando ele aposta todas as suas fichas em jogos de azar, como a própria loteria. Afinal de contas é mais fácil você ser atingido por um meteoro vindo de Marte do que acertar nos números vencedores. Mesmo assim todos os anos esse tipo de jogo cresce cada vez mais, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Por falar naquele país o cenário da cidade usado para esse filme impressiona pela desolação. Highland Park mais parece uma cidade que sofreu um ataque nuclear, tamanho a decadência econômica que se vê em cada lugar. Tudo abandonado, sujo, caindo aos pedaços. Mostra muito bem como a crise da economia americana atingiu certas regiões daquela nação. A tal prosperidade pulsante do sonho americano muitas vezes pode virar um pesadelo bem feio, realista e cruel. O elenco salva a fita de se tornar mais previsível do que ela é. O ator Billy Burke interpreta um diretor escolar muito bem intencionado que é colocado contra a parede por causa dos cortes de orçamento da prefeitura local, que está falida. Diante da falta de verba ele precisa cortar custos e demitir funcionários que há anos trabalham na escola. Pior para Ed (Danny Glover), que escapa de ser demitido por já estar aposentado. Sem ter como ocupar seus entediantes dias ele faz pequenos reparos na escola caindo aos pedaços, pelo simples prazer de ajudar e ter algo para fazer todos os dias. Ao ser designado pelo grupo para jogar mais uma vez nos mesmos números da loteria ele acaba cometendo o maior erro de sua vida... se bem que ir além disso seria estragar mais ainda as surpresas do enredo. Então é isso, "Highland Park" é um pequeno filme, simpático, mas também sem maiores novidades. Provavelmente no futuro será presença certa na "Sessão da Tarde" da Rede Globo.

Highland Park (Highland Park, Estados Unidos, 2013) Direção: Andrew Meieran / Roteiro: Christopher Keyser, Andrew Meieran / Elenco: Billy Burke, Danny Glover, Parker Posey / Sinopse: Quatro amigos jogam, durante 10 anos, nos mesmos números da loteria estadual. Durante todo esse tempo nunca ganharam absolutamente nada até um dia que os números finalmente são sorteados. O problema é que Ed (Glover) ficou com a responsabilidade de realizar a aposta - o que trará uma surpresa nada agradável para todos eles. Filme produzido pela Tribeca Films, do ator Robert De Niro.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de março de 2015

The Following

Após longos anos preso, um serial killer perigoso chamado Joe Carroll (James Purefoy) consegue fugir da prisão onde está encarcerado matando vários guardas. De volta às ruas ele pretende completar aquilo que deixou inacabado, indo atrás de sua última vitima, uma sobrevivente de seu ataque que depôs contra ele no tribunal. Preocupado o FBI entra em contato com Ryan Hardy (Kevin Bacon), o policial que conseguiu prender o psicopata alguns anos antes. Tendo escrito um livro sobre a experiência da captura do criminoso ele é certamente a pessoa mais indicada para prever os próximos passos do foragido. Assim começa a nova série “The Following” que traz o astro de cinema Kevin Bacon estreando no mundo das séries de TV. O criador é o conhecido Kevin Williamson da franquia “Pânico”, do popular filme “Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado” e das séries de sucesso “Dawson's Creek” e “Diários de um Vampiro”. Aqui ele deixa o terror adolescente de lado para enveredar em uma temática mais adulta, revisitando o mundo dos assassinos em série.

Antes de mais nada é interessante perceber que apesar dos anos passados o filme “O Silencio dos Inocentes” continua a gerar frutos. Essa série bebe diretamente de sua fonte, inclusive na figura do psicopata, um sujeito brilhante, intelectual, astuto, que resolve matar em nome da arte – ele é obcecado pelo famoso escritor Edgar Allan Poe que reverenciava a morte como um ato de rara beleza. Até aí tudo bem, o problema é que já no episódio piloto da série temos que aceitar várias situações que soam inverossímeis demais. Só para citar um exemplo, o psicopata consegue sozinho matar três guardas em uma penitenciaria de segurança máxima para onde são enviados os piores criminosos. Depois de cometer os homicídios ele, disfarçado de guarda, sai tranquilamente da prisão pilotando o carro do agente que matou momentos antes. Complicado aceitar algo assim não é mesmo? Kevin Bacon, que interpreta um policial praticamente aposentado que volta à ativa para prender o serial killer está visivelmente abatido, cansado, talvez por seu personagem usar um marca passo. James Purefoy que interpreta o assassino em série tem uma “seita” de seguidores que o veneram e cometem atos de loucura em seu nome, como cometer suicídio dentro da própria sede do FBI (outra coisa impossível de acontecer). Em suma, “The Following” promete e até foi renovada para uma segunda temporada mas tem que colocar certos aspectos nos eixos, com melhor capricho em seus roteiros pois caso contrário vai cair na vala comum de séries americanas sem grande expressão.

The Following (Idem, EUA, 2013) Criado por: Kevin Williamson / Roteiro: Kevin Williamson / Elenco: Kevin Bacon, James Purefoy, Natalie Zea, Shawn Ashmore / Sinopse: Psicopata perigoso,  Joe Carroll (James Purefoy), foge de uma prisão de segurança máxima para ir atrás de sua última vítima que com seu depoimento o colocou atrás das grades por longos anos. Para tentar seguir os passos do psicopata o FBI chama  Ryan Hardy (Kevin Bacon), o policial responsável por sua prisão anos antes.

Episódios comentados:

The Following 1.08 - Welcome Home
Em minha opinião a série "The Following" vai, conforme vão se passando os episódios, ficando cada vez mais forçada e inverossímil. Após Joe Carroll (James Purefoy) fugir da prisão em uma operação espetacular (onde usaram até um helicóptero!), o psicopata fã de Edgar Allan Poe reencontra o filho pequeno (que aliás morre de medo dele). Também tem a oportunidade de reunir todos os seus admiradores numa bela casa de campo. Tudo parece uma maravilha mas ele ainda está insatisfeito, principalmente porque o FBI escondeu sua amada esposa. Sem pensar duas vezes manda um grupo torturar um agente do FBI para saber de seu paradeiro. Há também um novo encarregado das investigações mas ele não parece saber ainda seguir o fio da meada. Kevin Bacon não tem muito o que fazer nesse episódio mas acaba salvando a pele de seu colega no último momento. Em minha opinião Joe Carroll tem seguidores demais, nem Charles Manson conseguiria reunir tanta gente ao seu redor como ele! 

The Following 2.02 - For Joe
Pois bem, ao contrário do que se pensava o líder Joe Carroll (James Purefoy) não morreu no último episódio da temporada anterior, isso mesmo depois de estar dentro de uma cabana em chamas. Nesses primeiros episódios da segunda temporada descobrimos que ele sobreviveu (não se dá muitos detalhes sobre isso) e fugiu para o sul dos Estados Unidos para viver anônimo ao lado de uma de suas admiradoras (uma mulher mais velha que se apaixonou por ela após trocar por longos anos cartas enquanto ele esteve preso, algo mais comum do que se pensa nos Estados Unidos). Levando uma vida pacata (e também medíocre), Carroll deixa a barba crescer e tenta se tornar um perfeito caipira sulista, tomando cerveja e assistindo TV o dia todo. Seu disfarce começa a ruir justamente quando um padre surge em sua casa na hora errada, no local errado. Enquanto senta na sala o rosto de Carroll surge na tela, em um daqueles programas que exploram a vida de psicopatas. O padre logo reconhece e Joe percebe. Fim de jogo para o sacerdote. Ao matar novamente, Joe acaba sentindo todo o prazer que desfrutava em sua vida passada, o que se torna logo a porta de entrada de volta para seu movimento de seguidores, formado por jovens psicopatas. E eles estão muito bem, obrigado. Mais dispersos do que na primeira temporada, mas ainda vivos e empolgados em matar recriando os livros e poemas de Edgar Allan Poe. Nesse novo grupo se destacam dois irmãos gêmeos, ambos psicopatas, que no primeiro episódio da primeira temporada já tinham cometido um massacre do metrô. Enquanto tudo acontece Ryan Hardy (Kevin Bacon) tenta despistar, dizendo que não quer mais se envolver com esses malucos, mas é tudo jogo de cena. Nos bastidores ele faz de tudo para colocar as mãos nos novos seguidores de Joe Carroll. Bom episódio, valorizado por interessantes  momentos como o "jantar familiar com cadáveres" que certamente vai cair no gosto dos fãs da série. "The Following" começou meio vacilante sobre qual rumo iria seguir, mas agora podemos dizer com certeza que o caminho já foi encontrado. Apesar de algumas forçadas de barra é uma das séries mais promissoras hoje da TV americana. / The Following - For Joe (EUA, 2014) Direção: Joshua Butler / Roteiro: Kevin Williamson, Vincent Angell / Elenco: Kevin Bacon, Shawn Ashmore, Valorie Curry, James Purefoy.

The Following 2.04 - Family Affair
E segue a saga do psicopata intelectual Joe Carroll (James Purefoy). Como se viu nos primeiros episódios da segunda temporada ele está vivo e agora reorganizando seu grupo de admiradores insanos. Depois de ver a filha da mulher que o acolheu, matar a própria mãe, ele parte do sul em busca de um novo esconderijo. Acaba encontrando apoio numa antiga seguidora que escapa da morte por um triz. Depois segue rumo a uma nova direção, para encontrar pessoas novas que querem seguir seus passos. Esse novo grupo é na verdade uma família, um jovem senhora herdeira de uma grande fortuna, seus dois filhos adotivos gêmeos e psicopatas e mais um pequeno grupo de seguidores fanáticos. Da velha turma apenas Emma (Valorie Curry, com visual horroroso) está de volta! Enquanto Joe vai reunindo os cacos de seu grupo, Ryan Hardy (Kevin Bacon) tenta seguir passos próprios, longe das autoridades. A coisa que já era bem pessoal se torna pior ainda e ele deixou o conceito de mera justiça para trás, pois o que ele quer mesmo a partir de agora é a mais pura e simples vingança pessoal contra Joe. O sucesso de audiência da série "The Following" tem feito com que seus roteiristas procurem renovar tudo, mas deixando a fórmula da primeira temporada intacta. O resultado tem se mostrado muito bom, até agora, sem sinais de desgaste. Acredito que ainda haja bastante fôlego para The Following, cuja terceira temporada está programada para estrear nos Estados Unidos em janeiro de 2015. / The Following - Family Affair (EUA, 2014) Direção: Marcos Siega / Roteiro: Kevin Williamson, Brett Mahoney / Elenco: Kevin Bacon, James Purefoy, Shawn Ashmore, Valorie Curry.   
      
The Following 2.05 - Reflection
O episódio anterior terminou com Joe Carroll (James Purefoy) chegando em uma bela mansão para conhecer seu novo grupo de admiradores formado por Lily Gray (Connie Nielsen), seus dois filhos gêmeos adotivos e mais dois ou três admiradores de Carroll. Agora é hora de todos se conhecerem melhor. Inicialmente Joe precisa lidar com o temperamento explosivo de Emma Hill (Valorie Curry) que o condena por nunca ter lhe revelado que ainda estava vivo, escondido no Arkansas. Pedidos de desculpas aceitos, é hora de verificar o que ele pode esperar de Lily. Realmente ela é bem perturbada do ponto de vista psiquiátrico, porém com muito dinheiro logo oferece uma verdadeira câmara de torturas para que Joe posssa continuar matando com toda comodidade possível! Inicialmente Carroll se mostra ofendido por aquele "presente" porém logo seu lado psicopata se revela mais uma vez, onde matar se torna um prazer renovado! Na outra linha narrativa Ryan Hardy (Kevin Bacon) tenta descobrir por conta própria o paradeiro de Joe Carroll. Sua melhor aposta é seguir os passos de uma de suas seguidoras. Obviamente que o confronto será inevitável e bem violento para ambas as partes. Nesse episódio inclusive temos uma amostra de como Ryan está perdendo o controle pessoal em  sua busca por Carroll, chegando mesmo às raias da obsessão completa. Ele se fere em um tiroteio e acaba indo parar numa casa distante e isolada no campo. Ferido e sem condições de ter qualquer tipo de apoio acaba fazendo de refém a moradora, agindo mesmo como um fora da lei, algo impensado nos primeiros episódios da série. Kevin Williamson tem realizado um bom trabalho em "The Following" não deixando a série saturar ou estagnar, mesmo após a verdadeira "ressurreição" de Joe Carroll no começo da temporada. Assim o programa tem cada vez mais se tornado divertido e até mesmo viciante. O espectador sempre fica com vontade de saber onde isso tudo vai parar. / The Following 2.05 - Reflection (EUA, 2014) Direção: Nicole Kassell / Roteiro: Kevin Williamson, Lizzie Mickery / Elenco: Kevin Bacon, James Purefoy, Shawn Ashmore, Valorie Curry.

The Following 2.06 - Fly Away
Cada vez mais perto de chegar até Joe Carroll (James Purefoy), Ryan Hardy (Kevin Bacon) finalmente vê chances concretas de colocar as mãos em seu inimigo visceral. Como se viu nos episódios anteriores Carroll está agora sob os cuidados de Lily Gray (Connie Nielsen) que não se contenta em apenas admirar o autor psicopata, mas também colocar todos os seus recursos à sua disposição. Para Lily o ideal seria ir embora do país, para viver em uma rica fazenda na Venezuela. A ideia inicialmente atrai Joe que promete pensar na proposta. Enquanto isso Hardy finalmente localiza o esconderijo de Carroll. Ao ter sob custódia o filho adotivo de Lily, Luke (Sam Underwood), um dos gêmeos, ele lança a proposta: entregue Carroll que ele soltará Luke! Lily entra imediatamente em desespero e resolve drogar Joe, algo que será decisivo para que ele finalmente abandone a ideia de seguir naquele ninho familiar de insanos. Nesse episódio há uma ótima sequência em cima da represa Dover. É justamente lá que ambos os lados marcam para a troca - mas será mesmo que ela acontecerá como manda o figurino? O destaque aqui vai para Luke e sua tremenda capacidade de sobrevivência. O sujeito é esfaqueado, baleado várias vezes e ainda consegue continuar de pé! Seria o filho perdido de Jason da franquia "Sexta-Feira 13"? Só o tempo dirá... / The Following 2.06 - Fly Away (EUA, 2014) Direção: Rob Seidenglanz / Roteiro: Kevin Williamson, Dewayne Darian / Elenco: Kevin Bacon, Shawn Ashmore, Valorie Curry.

The Following 2.07 - Sacrifice
Joe Carroll (James Purefoy) acaba saindo de uma seita de fanáticos para outra, ou quase isso. Nesse episódio Joe dá adeus à família de psicopatas de Lily Gray (Connie Nielsen) e parte junto de Emma (Valorie Curry) para outra. Ele acaba escolhendo mal seu novo destino, um grupo de fanáticos religiosos que seguem uma estranha seita isolada em uma reserva florestal dos Estados Unidos. Como toda seita o ambiente é carregado de loucuras, falsos profetas e rituais satânicos. Joe pensa que irá se dar bem no meio desses malucos, mas acaba descobrindo da pior forma possível que sim, existem pessoas mais perturbadas do que ele no mundo (por mais incrível que isso possa parecer!). Enquanto tentam sair daquela encruzilhada mortal Ryan Hardy (Kevin Bacon) dá prosseguimento para sua obsessão de colocar as mãos definitivamente em Carroll (entenda-se, enfiar um tiro em seu crânio!). Um episódio muito bom, valorizado pelo esquisito ritual em que Emma acaba sendo alvo - me lembrou até mesmo do filme "Indiana Jones e o Templo da Perdição" / The Following 2.07 - Sacrifice (EUA, 2014) Direção: Adam Davidson / Roteiro:  Kevin Williamson, Scott Reynolds / Elenco: Kevin Bacon, Shawn Ashmore, Valorie Curry.

The Following 2.08 - The Messenger
Joe Carroll (James Purefoy) decide ficar no meio daquela seita fanática mesmo após Emma (Valorie Curry) quase ter sido morta em um ritual maluco daquelas pessoas. O líder dos fanáticos, Micah (Jake Weber), quer que Joe lhe ajuda na eliminação de certas pessoas que ficam bem no meio do seu caminho de expansão da nova religião. Ele está preocupado pois os Estados Unidos com mais de cinco mil seitas espalhadas pelo país, se torna um território muito competitivo para se vencer. Reunindo rituais pagãos com lendas malucas sobre ufologia (Micah acredita que todos os membros de sua seita irão para um planeta próximo de Netuno após suas mortes), ele precisa de alguém que faça o serviço sujo. Para ele esse homem é justamente Carroll. Enquanto isso Ryan Hardy (Kevin Bacon) recebe um novo convite para se unir novamente ao FBI. Ele que vinha atuando como um lobo solitário, indo atrás de Carroll sozinho, resolve retornar ao seio do Bureau de investigação, já que assim também terá acesso a informações privilegiadas sobre o real paradeiro de Joe e seus seguidores loucos. / The Following 2.08 - The Messenger (EUA, 2014) Direção: Marcos Siega / Roteiro: Kevin Williamson, Alexi Hawley / Elenco: Kevin Bacon, Shawn Ashmore, Valorie Curry.

The Following 2.09 - Unmasked
Desde que Joe foi para essa seita de fanáticos a série vinha de certa forma mostrando sinais de cansaço. Eu atribuo isso a um fato simples: a tal seita foi apresentada de forma muito caricatural, sem muita profundidade e conteúdo. Muito provavelmente por essa razão os roteiristas resolveram se livrar do líder do grupo, o chatinho Micah. O que sobrou dessa decisão só saberemos nos próximos episódios, mas de antemão já é um alívio saber que a série irá deixar esse núcleo narrativo de lado. Fora isso a gracinha psicopata Emmy (Valorie Curry) e mais dois cúmplices resolvem participar de mais um banho de sangue, dessa vez numa livraria, o que rende uma boa cena, embora nada demais. No geral "The Following" tem que sair dessa fórmula de gato e rato entre Ryan e Joe para procurar por novas soluções, novos ciclos dramáticos, caso contrário vai cair de vez numa velha armadilha que ronda vários seriados, principalmente quando eles dão giros e mais giros em torno do próprio rabo, sem sair do lugar, chegando em lugar nenhum. O curioso é que foi justamente isso que aconteceu com outra série desse mesmo autor, "The Vampire Diaries". Será mesmo uma sina que acompanha todos os seriados criados por Kevin Williamson? Só nos resta aguardar para ver no que isso tudo vai dar. / The Following 2.09 - Unmasked (EUA, 2014) Direção: Nicole Kassell / Roteiro: Kevin Williamson, Vincent Angell/ Elenco:  Kevin Bacon, Shawn Ashmore, Valorie Curry.

The Following 2.11 - Freedom
Essa semana a equipe e o elenco de "The Following" foram surpreendidos pela notícia que a série havia sido cancelada pela Fox. A audiência, que começou muito boa desde a estreia do programa, foi caindo, caindo, até o momento em que não havia mais como continuar. Eu já vinha percebendo que os roteiros não conseguiam mais inovar, virando pura enrolação. Segundo pesquisas internas realizadas pelo estúdio duas coisas também andavam incomodando o público: a violência extrema (com cenas gratuitas como o esfaqueamento de várias pessoas inocentes em um restaurante, por exemplo) e a incômoda sensação de que os roteiristas andavam glamourizando o personagem psicopata Joe Carroll (James Purefoy). Na segunda temporada, como todos sabemos, Joe virou uma espécie de líder religioso carismático, liderando uma seita de jovens fanáticos, que aceitam fazer tudo para engrandecer sua estranha religião. Nesse episódio em particular ele começa a exigir sacrifícios de sangue dos membros, fazendo com que uma garota mate outra no altar, com seu punhal, durante um ritual macabro. Depois os membros de sua seita vão até uma lanchonete e promovem um banho de sangue, cortando as gargantas dos pobres frequentadores do lugar. Se você estiver em busca de respostas para o fim da série certamente encontrará aqui. A violência, que antes era mais estilizada e intelectualmente justificável, parece que perdeu o rumo em "The Following", se tornando puro chamariz de audiência. Quando isso aconteceu realmente a série morreu. / The Following 2.11 - Freedom (EUA, 2014) Direção: Liz Friedlander / Roteiro: Kevin Williamson, Dewayne Darian Jones / Elenco: Kevin Bacon, James Purefoy, Shawn Ashmore, Valorie Curry.

The Following 2.12 - Betrayal
Joe Carroll (James Purefoy) começa a ser questionado dentro da seita que dominou após ter assassinado seu antigo líder. A questão é que Joe pessoalmente abomina religiões em geral e as usa apenas para controlar aquelas pessoas, determinando que elas façam o que ele lhes pede, por mais absurdas que sejam as ordens. Como bem se sabe seitas em geral são baseadas em lavagem cerebral e Joe sabe muito bem disso. Pedindo por sacrifícios de sangue ele envia seus seguidores para diversas partes da cidade, onde matam pessoas inocentes. Esse tipo de ato de barbárie acaba chamando a atenção de um pastor que resolve transformar Joe em seu novo alvo de ódio e fúria. Atacando seus métodos na TV, Joe resolve lhe aplicar um castigo, mandando os membros de sua seita irem atrás do filho do líder religioso numa fraternidade universitária, na faculdade onde estuda. A partir daí a insanidade sanguinária se instala. O roteiro desse episódio se inspirou livremente nos crimes cometidos pelo infame psicopata Ted Bundy que também matou um grupo de jovens dentro de uma fraternidade universitária durante a década de 1970. Outro ponto digno de nota surge quando Joe diz de forma sincera tudo o que acredita em relação aos pastores televisivos americanos e suas picaretagens para arrancar dinheiro de seus fiéis. A semelhança com o que anda ocorrendo no Brasil não é mera coincidência! / The Following 2.12 - Betrayal (EUA, 2013) Direção: Marcos Siega / Roteiro: Kevin Williamson, Lizzie Mickery / Elenco: Kevin Bacon, Shawn Ashmore, Valorie Curry .

The Following 2.13 - The Reaping
No episódio anterior Joe Carroll (James Purefoy) conseguiu finalmente colocar as mãos no filho de um pastor televisivo que estava lhe criticando em seu programa matinal. Ele acusava Carroll de liderar uma seita satânica. Em represália Carroll, que na verdade não acredita nem em Deus e nem muito menos no diabo, resolve levar o pobre rapaz para o altar com o claro objetivo de oferecer seu sangue em sacríficio, até porque desde que assumiu o controle de sua seita ele segue o lema sempre repetido de que "Sem Sangue não há Redenção". Para sorte do jovem, o agente Ryan Hardy (Kevin Bacon) consegue se infiltrar no bando de Joe, parando o sangrento ritual, dando tiros para o alto. Localizado e preso, é então enviado para Joe, o que acaba proporcionando o melhor momento do episódio pois sempre que eles se encontram os roteiristas capricham nos diálogos. Afinal de contas dessa dualidade nasceu praticamente toda a série. Joe então começa seu longo monólogo, explicando para Ryan que ambos precisam um do outro para existir. Sem Ryan a vida de Joe ficaria totalmente sem sentido e vice versa. Ambos se alimentam de suas rivalidades. Para quem acompanha a série outro momento marcante acontece aqui, já no final, praticamente na última cena, quando a personagem psicopata Lily Gray (Connie Nielsen) finalmente parece encontrar seu destino de frente, embora pessoalmente não acredite muito numa conclusão definitiva, afinal de contas "The Following" não costuma fechar portas narrativas dessa forma, de maneira muito conclusiva. / The Following 2.13 - The Reaping (EUA, 2014) Direção: Joshua Butler / Roteiro: Kevin Williamson, Megan Martin / Elenco:  Kevin Bacon, James Purefoy, Connie Nielsen, Shawn Ashmore, Valorie Curry.

The Following 2.15 - Forgive
The Following está chegando ao clímax de sua trama, embora a série tenha mais uma temporada confirmada pela frente. Esse é o episódio final da segunda temporada. O anterior acabou com Joe Carroll (James Purefoy) fazendo um grupo de pessoas reféns em uma igreja católica. Em pouco tempo Ryan (Bacon) chega para encurralar Joe, mas tudo acaba saindo dos planos originais. Quando a tropa de elite invade o lugar ambos fogem, Ryan e Joe, em um estranho momento de colaboração entre eles. Qual é a razão? Bom, os gêmeos psicopatas estão com Claire (Natalie Zea) e a ameaçam de morte caso Ryan e Joe não se dirijam até eles. A partir daí, do momento em que eles chegam na velha mansão isolada no meio do bosque, tudo se torna um caos. Um verdadeiro banho de sangue. O mais interessante nesse episódio é que a relação entre Joe e Ryan dá uma reviravolta, de repente ambos chegam na conclusão de que precisam mesmo um do outro. Joe acaba salvando a vida de Ryan e esse por sua vez desiste de meter uma bala em Joe quando tem a chance! Quem diria que eles chegariam em momentos como esse? Bom episódio, que tenta fechar a temporada, mas que obviamente deixa pontas soltas para a terceira temporada. A dúvida que fica é se haverá ainda história para contar depois de tantas mortes. / The Following 2.15 - Forgive (EUA, 2014) Direção: Marcos Siega / Roteiro: Kevin Williamson / Elenco: Kevin Bacon, James Purefoy, Natalie Zea, Shawn Ashmore, Sam Underwood.

Terceira Temporada:

The Following 3.01 - New Blood
Tudo parece caminhar muito bem para Ryan Hardy (Kevin Bacon). O serial killer Joe Carroll (James Purefoy) está no corredor da morte. Ele está de volta definitivamente ao FBI e para completar a felicidade está novamente apaixonado. Sim, há uma sensação de que tudo está correndo bem e que o futuro promete. Porém nem tudo são flores. Durante o casamento de uma amiga, Ryan é violentamente confrontado por um estranho que se diz pai de uma jovem seguidora de Carroll, que foi morta em um tiroteio com o FBI. Para mostrar sua ira ele joga vinho tinto (simbolizando o sangue derramado de sua filha) no roste de Hardy, bem na frente de todos os demais  convidados. O agente obviamente fica abalado e no dia seguinte vai nos arquivos do Bureau para saber mais sobre a jovem morta (ele se sente culpado internamente por sequer saber o nome das vítimas da caçada insana que promoveu contra Joe Carroll e seus seguidores fanáticos em um passado recente). Para surpresa de Ryan ele descobre que o homem não disse a verdade. Durante uma visita à casa da garota para se solidarizar com os parentes e pedir desculpas, ele descobre que o sujeito que lhe jogou vinho no rosto não era quem afirmava, que ele não era o pai da garota morta. Assim ficam abertas várias possibilidades. Seria um novo grupo de loucos psicopatas tentando vingar a morte de seu amado líder agora condenado à morte ou pelo contrário seria o surgimento de um novo serial killer? Quando um casal é morto em um hotel as coisas começam a ficar mais claras para Ryan. Os cadáveres são colocados em posições que simulam seus antigos casos no FBI. Para piorar ainda mais o quadro, um velho desafeto de Ryan parece estar por trás de tudo, sim o gêmeo sobrevivente Mark (Sam Underwood) que agora começa a ter alucinações e surtos psicóticos, conversando com seu irmão morto (como vimos na temporada anterior). Ele não apenas tem longas conversações com o finado, como também acaba adquirindo sua personalidade. Um prato cheio para psicanalistas de plantão. Bom episódio, porém pouco original. Não sei para onde essa temporada seguirá, porém fica claro já aqui uma certa saturação. De qualquer maneira vou seguir em frente até o fim da série para saber onde tudo isso vai parar. / The Following 3.01 - New Blood (EUA, 2015) Direção: Marcos Siega / Roteiro: Kevin Williamson, Alexi Hawley / Elenco:  Kevin Bacon, Shawn Ashmore, Sam Underwood.

The Following 3.02 - Boxed In 
"The Following" foi finalmente cancelada nos EUA depois de vários meses de boatos. A audiência já não era tão boa e os roteiros se tornaram medíocres com o passar do tempo. O que havia para contar já foi contado nas duas primeiras temporadas. É o que eu gosto de dizer, algumas histórias só possuem potencial para uma ou no máximo duas temporadas. Ir além disso é simplesmente esperar pelo cancelamento certo. Nesse episódio percebemos bem isso. Os roteiristas apelaram para um crime que mais parece ter saído de algum filme de terror gore ao estilo torture porn. Um agente do FBI é sequestrado e após sofrer inúmeras torturas tem seu corpo trucidado ao ser colocado em uma pequena caixa de metal. Algo realmente terrível. Achei um tanto desnecessário e gratuito. Kevin Williamson parece mesmo ter perdido a inspiração ou então está esgotado ao ter que dar conta de tantas séries ao mesmo tempo. "The Following" já vinha sendo criticada por alguns excessos em termos de violência e aqui mais uma vez exageraram na dose. O elenco também parece desgastado. Kevin Bacon, por exemplo, surge cada vez mais envelhecido, apático, sem ânimo. Nem na cena em que ele desaba ao saber que seu colega de FBI foi morto de forma tão bárbara empolga. Ele se limita a dar alguns chorinhos falsos e nada convincentes debaixo do chuveiro. Assim não teria mesmo como ter salvação. / The Following 3.02 - Boxed In (EUA, 2015) Direção: Rob Seidenglanz / Roteiro: Kevin Williamson, Barry O'Brien / Elenco: Kevin Bacon, Shawn Ashmore, Sam Underwood.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de março de 2015

Promessas de Guerra

A cena inicial mostra os momentos finais da sangrenta batalha de Gallipoli. As tropas turcas estão decididas a enfrentar o inimigo em campo aberto. Assim deixam suas trincheiras em direção ao campo onde estão as tropas estacionadas do exército britânico. Uma vez lá descobrem surpresos que os ingleses simplesmente bateram em retirada. Quatro anos depois encontramos o fazendeiro Joshua Connor (Russell Crowe) tentando encontrar água em suas terras no deserto e hostil interior australiano. Não é uma coisa das mais simples. A região é uma das mais secas do planeta. Além da luta diária pela sobrevivência ele ainda precisa lidar a cada dia com uma tragédia familiar. Alguns anos antes ele acabou incentivando seus três filhos a se alistarem no exército de seu país para lutarem na sangrenta Primeira Guerra Mundial.

O resultado foi trágico. Seus três filhos acabaram sendo dados como desaparecidos em combate, muito provavelmente mortos no front por participaram de uma das batalhas mais sangrentas do conflito. A esposa de Joshua não resiste à depressão e começa a enlouquecer lentamente, até o dia em que resolve acabar com tudo, com sua própria vida. Em seu leito de morte, Joshua promete ir atrás dos garotos, para ter uma certeza definitiva se realmente morreram ou se existe alguma possibilidade, mesmo que mínima, de ainda estarem vivos em algum lugar. Após enterrar sua amada, ele resolve cruzar os mares, indo parar na distante Turquia, ainda uma nação dividida por inúmeros conflitos, lutando por sua liberdade. Seguindo rastros dos jovens filhos ele acaba indo parar no próprio campo de batalha onde supostamente tombaram. De fato após vários dias procurando acaba encontrando os restos mortais de dois deles. Será que o terceiro filho ainda estaria vivo? Com a ajuda improvável de um major das linhas inimigas ele começa a juntar as pistas que podem lhe levar finalmente ao encontro de seu querido filho desaparecido. Esse é ponto de partida da trama desse novo filme da carreira do ator Russell Crowe, que aqui resolveu se arriscar pela primeira vez na direção de um longa-metragem convencional (antes havia apenas assinado a direção de dois curtas e um documentário).

O resultado de sua coragem e ousadia se mostra bem interessante. Claro que existem alguns probleminhas, como o uso de um corte final um pouco excessivo (sim, o filme poderia ter uma menor duração, sem prejudicar em nada o enredo), além de algumas falhas de ritmo, pois o filme ora parece avançar, ora estagnar. Mesmo assim, com esses equívocos pontuais, perdoáveis em quem não tem muita experiência como cineasta, o filme conseguiu me agradar. O roteiro é baseado em uma história real, a jornada definitiva da vida de um pai em busca do paradeiro de seus filhos perdidos em uma das guerras mais brutais da história. Ele é um homem resignado, destruído pelas tragédias familiares, primeiro a perda de seus amados garotos, depois a morte chocante de sua esposa, corroída pela loucura e pelo desespero. No final tudo o que ele busca é uma redenção pessoal, uma forma de fechar uma porta dolorida de sua existência passada - e assim enterrar seus filhos de uma forma digna, para não deixá-los em uma cova coletiva, típica daquela época. No caminho acaba conhecendo uma viúva de guerra e seu esperto filho, que vivem de forma sofrida ao administrarem uma pequena pousada. Dessa forma o filme acaba se desdobrando em dois: no drama de Joshua em achar os restos mortais de seus filhos e na inesperada constatação que ainda existe lugar para um improvável romance em sua vida. A produção arrisca algumas cenas de combate, mas esse não é certamente o foco principal desse argumento. Ele é bem mais direcionado para o drama interior do personagem interpretado por Russell Crowe. Novamente a fotografia se revela uma grata surpresa ao explorar as maravilhosas tomadas da milenar cidade de Istambul (a antiga Constantinopla cristã, fundada pelo imperador Constantino). Em uma das melhores cenas Crowe inclusive resolve admirar o rico interior da Basílica de Santa Sofia - que hoje em dia virou uma mesquita, fruto da vitoria do Império Otomano sobre o decadente Império bizantino (ou Império romano do Oriente). Então é isso, nada de muito espetacular ou épico, mas que se revela um bom filme no final das contas. É no fundo uma boa produção, com uma trama interessante, procurando contar uma história que de fato aconteceu em 1919, fazendo tudo isso com uma insuspeita honestidade. Vale de fato a pena conhecer e assistir.

Promessas de Guerra (The Water Diviner, Estados Unidos, Turquia, Austrália, 2014) Direção: Russell Crowe / Roteiro: Andrew Knight, Andrew Anastasios / Elenco: Russell Crowe, Olga Kurylenko, Yilmaz Erdogan, Jai Courtney, Jacqueline McKenzie / Sinopse: Joshua Connor (Russell Crowe) é um fazendeiro australiano que decide ir em busca do paradeiro de seus três filhos, dados como desaparecidos de guerra, durante a batalha de Gallipoli. Uma vez na Turquia acaba conhecendo uma jovem viúva da guerra e seu pequeno filho. Será que haveria ainda possibilidade de reconstruir sua vida sentimental e afetiva após tantas tragédias pessoais em sua vida? Filme vencedor do prêmio da Australian Film Institute nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Yilmaz Erdogan) e Melhor figurino (Tess Schofield). Também indicado aos prêmios de Melhor Ator (Russell Crowe), Atria Coadjuvante (Jacqueline McKenzie), Roteiro Original e Edição.

Pablo Aluísio.