segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Adoradores do Diabo

Título no Brasil: Adoradores do Diabo
Título Original: The Believers
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: John Schlesinger
Roteiro: Mark Frost, Nicholas Conde
Elenco: Martin Sheen, Helen Shaver, Harley Cross

Sinopse:
Após a morte supostamente acidental de uma mulher numa cozinha, um médico de Nova Iorque descobre que ela estaria envolvida em uma rede de membros que se reúnem numa seita satânica nos porões da cidade. São fanáticos que promovem sacrificios humanos com crianças. Para seu desespero também acaba descobrindo que seu filho é um dos alvos. Agora terá que lutar para salvar a criança das mãos dos membros dessa sanguinária seita do diabo.

Comentários:
Um bom filme de terror que causou certa sensação em seu lançamento por tratar de um problema que só tem crescido nos últimos anos: a proliferação de seitas que se envolvem em magia negra, matando crianças em sacrifícios terríveis dirigidos para seus supostos deuses do inferno. O roteiro investe numa situação mais intelectual e procura evitar apelar o tempo todo para absurdos sensacionalistas. Quem acaba se saindo muito bem em cena é o veterano ator Martin Sheen, que empresta todo o seu talento dramático para tornar ainda mais verdadeira a agonia pela qual seu personagem passa. Sempre fui um admirador da obra do cineasta inglês John Schlesinger que no passado dirigiu várias obras primas como por exemplo "Perdidos na Noite" e "Maratona da Morte". Sua sensibilidade cinematográfica apurada acaba trazendo grande força a esse filme que lida com um assunto tão complicado. Vale a indicação para os fãs de filmes de horror que sejam mais intrigantes.

Pablo Aluísio.

O Ataque dos Vermes Malditos

Título no Brasil: O Ataque dos Vermes Malditos
Título Original: Tremors
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ron Underwood
Roteiro: S.S. Wilson, Brent Maddock
Elenco: Kevin Bacon, Fred Ward, Finn Carter

Sinopse:
Fortes abalos sísmicos intrigam um grupo de pesquisadores, que não sabem precisar a origem daquele fenômeno desconhecido. Valentine McKee (Kevin Bacon) procura então ir a fundo naquilo e acaba descobrindo que tudo é causado por um estranho verme gigante, mal cheiroso e voraz, que se dirige perigosamente em direção às grandes cidades. Indicado a cinco prêmios da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção, Melhor Atriz Coadjuvante (Finn Carter e Reba McEntire) e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
A ideia começou quase como uma brincadeira, uma forma de levar a estética dos filmes trash para uma produção mais bem realizada, com tudo do bom e do melhor que a moderna tecnologia poderia proporcionar - afinal de contas a computação gráfica já havia se tornado uma realidade. Esse é aquele tipo de filme chamado nos Estados Unidos de MOW, onde o que importa são as criaturas, os monstros que surgem na tela. Todo o resto, atuação, roteiro e direção, são meros coadjuvantes. O clima desértico, árido e isolado contribuem ainda mais para o bom resultado final. Kevin Bacon, quem diria, acabou fazendo um filme que nada tinha a ver com sua carreira anterior, um verdadeiro alien em sua filmografia. O ator acabou encontrando o tom certo pois em nenhum momento se leva muito à sério. Lançado de forma bastante despretensiosa, a fita fez um belo sucesso o que garantiu a produção de mais filmes, cada vez mais rasteiros e mal realizados nos anos que viriam.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de novembro de 2014

No Vale das Sombras

Título no Brasil: No Vale das Sombras
Título Original: In the Valley of Elah
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Paul Haggis
Roteiro: Paul Haggis, Mark Boal
Elenco: Tommy Lee Jones, Charlize Theron, Susan Sarandon, Jason Patric, Josh Brolin, Jonathan Tucker

Sinopse:
Hank Deerfield (Tommy Lee Jones) tem um sério problema a resolver. Seu filho, um veterano do exército na intervenção americana no Iraque, resolve desertar das forças armadas e muito provavelmente para não ser preso e enfrentar uma severa corte marcial resolve fugir, desaparecer, sem deixar rastros. Seu pai Hank então junta todos os esforços ao lado da detetive Emily Sanders (Charlize Theron) e da mulher de Hank, Joan (Susan Sarandon), para descobrir sobre seu verdadeiro paradeiro.

Comentários:
Filme com um tremendo elenco que conseguiu unir mistério, suspense e até mesmo aventura. A trama é por demais interessante e mostra um lado da guerra que nem sempre é muito explorado por Hollywood, a aflição dos pais de jovens que são enviados ao exterior e uma vez lá sofrem danos psicológicos irreversíveis. O grande mérito do filme vem do trabalho do ator Tommy Lee Jones. É incrível como ele consegue mesmo não usando muitas expressões faciais transmitir inúmeras emoções internas aos espectadores. Aqui seu estilo se sobressai como nunca. Enquanto os demais membros do elenco se esforçam ao máximo para impactar em cena, Jones é de uma calma que incomoda. Mesmo assim o cinéfilo mais atento verá que por trás do mar de tranquilidade há um maremoto terrível de sentimentos que poderá explodir a qualquer momento. No geral o filme consegue agradar bastante, tanto que também se consagrou nos principais festivais de cinema, entre eles o Oscar que deu uma justa indicação a Tommy Lee Jones por sua excelente atuação.

Pablo Aluísio.

Filadélfia

Título no Brasil: Filadélfia
Título Original: Philadelphia
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Ron Nyswaner
Elenco: Tom Hanks, Denzel Washington, Roberta Maxwell

Sinopse:
Andrew Beckett (Tom Hanks) é um advogado demitido de sua firma de advocacia após se tornar portador do vírus da AIDS. Consciente que foi vítima de preconceito, ele resolve entrar na justiça para ter todos os seus direitos preservados e respeitados. Para isso contrata os serviços de um advogado negro, Joe Miller (Denzel Washington). A luta nos tribunais americanos se tornará o último grande desafio de sua vida. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Ator (Tom Hanks) e Melhor Canção Original ("Streets of Philadelphia" de Bruce Springsteen).

Comentários:
A primeira geração de infectados com o vírus da AIDS sofreu um drama terrível. Ao receberem o diagnóstico da doença também recebiam indiretamente uma sentença de morte, isso porque não havia ainda qualquer tipo de droga capaz de deter o vírus no organismo. Esse filme acabou se tornando assim o mais representativo desse momento histórico, mostrando a tragédia que se abatia sobre a vida dessas pessoas, tudo ocorrendo praticamente da noite para o dia. O roteiro também é muito bem escrito por mostrar o outro lado da doença, talvez o mais grave, caracterizado no preconceito e no estigma que os doentes tinham que enfrentar, como no caso do personagem interpretado por Tom Hanks. Por falar nele o ator merece de fato todos os aplausos por sua atuação. A começar pelo fato de ter sido uma mudança e tanto nos rumos de sua carreira. Imagine um astro de comédias descompromissadas de repente ter que enfrentar uma carga dramática nesse nível! Ele não só superou essa barreira como demonstrou que tinha grande talento para dramas e filmes sérios. Enfim, "Philadelphia" é realmente um marco do cinema, valorizado ainda mais pela bela trilha sonora assinada pelo mito do rock Bruce Springsteen. Se você é cinéfilo e curte cinema essa é uma obra imperdível.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de novembro de 2014

Hudson Hawk - O Falcão Está à Solta

Título no Brasil: Hudson Hawk - O Falcão Está à Solta
Título Original: Hudson Hawk
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures, Silver Pictures
Direção: Michael Lehmann
Roteiro: Bruce Willis, Robert Kraft
Elenco: Bruce Willis, Danny Aiello, Andie MacDowell, James Coburn

Sinopse:
Após passar dez anos na prisão, Hudson Hawk (Bruce Willis) está disposto a endireitar sua vida. Quer arranjar um trabalho honesto para viver em paz. Sua fama porém o persegue e ele começa a ser chantageado por um casal de milionários, que deseja que ele roube algumas das obras de arte do gênio da renascença italiana Leonardo da Vinci. Filme "vencedor" de três "prêmios" do Framboesa de Ouro: Pior Roteiro, Pior Direção e Pior Filme.

Comentários:
Astros de cinema muitas vezes se tornam vítimas de seu próprio ego. Que o diga Bruce Willis que no começo de sua carreira teve a péssima ideia de filmar uma história que ele mesmo havia bolado. Claro que na época ele tinha muita moral nos estúdios e por isso não houve problemas para levantar dinheiro para a realização do filme, o problema é que o enredo era confuso, sem foco e muito fraco. Isso passou claramente para a tela e se tornou bem fácil de perceber para o espectador. A produção não é ruim, longe disso, há até efeitos especiais bem bacanas, além disso a direção de arte é realmente de encher os olhos. O problema é que não se tem uma boa estória para contar - culpa do estrelismo de Bruce Willis. Em vista disso o filme logo se tornou um tremendo fracasso de bilheteria, merecidamente aliás. De bom mesmo, além da produção classe A, temos a presença do veterano James Coburn, ator de tantos westerns do passado. Ele sozinho não consegue salvar a fita do desastre, mas funciona como um paliativo interessante.

Pablo Aluísio.

Profissão: Ladrão


Título no Brasil: Profissão: Ladrão
Título Original: Thief
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Michael Mann
Roteiro: Frank Hohimer, Michael Mann
Elenco: James Caan, Tuesday Weld, Willie Nelson, James Belushi 

Sinopse:
Frank (James Caan) é um talentoso arrombador de cofres que deseja parar com a vida criminosa. A máfia de Nova Iorque porém precisa que ele faça um último trabalho, algo que dará origem a uma complexa rede de traições, violência e acerto de contas. Filme indicado à Palma de Ouro em Cannes.

Comentários:
Essa fita foi produzida pelo próprio ator James Caan. O roteiro foi oferecido pelo veterano cineasta Michael Mann e como nenhum grande estúdio de Hollywood queria bancar o projeto, Caan resolveu que ele próprio iria financiar o filme. Foi uma decisão mais do que acertada pois ao lado de Mann ele acabaria realizando uma verdadeira obra prima. Embora tenha sido produzido na década de 1980, "Thief" herdou toda a estética realista e barra pesada da década anterior e isso é um mérito e tanto para o filme, isso porque nos anos 1970 nós tivemos alguns dos melhores filmes policiais já realizados. Além disso o ator que se notabilizou interpretando um membro de uma família mafiosa Corleone em "O Poderoso Chefão" ficou perfeitamente à vontade em seu papel. O roteiro (baseado na novela escrita por Frank Hohimer) consegue mesclar ação e violência com uma excelente trama de fundo psicológico. Obra prima que infelizmente anda bem esquecida.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

101 Dálmatas

Título no Brasil: 101 Dálmatas
Título Original: 101 Dalmatians
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Stephen Herek
Roteiro: Dodie Smith, John Hughes
Elenco: Glenn Close, Jeff Daniels, Joely Richardson

Sinopse:
Cruella De Vil (Glenn Close) é uma grã-fina completamente desalmada e cruel. Ela quer sempre os melhores vestidos, de acordo com a moda. Apaixonada por casacos de pele ela agora deseja fazer uma nova peça, completamente única e fashion, só que feita exclusivamente com peles dos cãezinhos dálmatas. Caberá a um simpático casal salvar os bichinhos do cruel destino que Cruella deseja. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz em comédias - musicais (Glenn Close).

Comentários:
Adaptação para atores em carne e osso do grande sucesso de animação da Disney "101 Dalmatians". Eu gosto de dizer que essa estorinha é completamente à prova de falhas. O livro infantil original foi escrito pela inglesa  Dorothy Gladys Smith (1896 - 1990) que tinha verdadeira paixão por sua criação de cães da raça Dálmata! A obra original foi escrita ainda nos anos 1950 e assim que foi publicada virou um sucesso imediato. Por ser tão britânico considero tudo muito charmoso, tanto o desenho da Disney que foi lançado em 1961, quanto essa nova versão no estilo live action. Obviamente que o grande diferencial vem novamente na presença maravilhosa de Glenn Close como a vilã Cruella De Vil. Close poderia cair na armadilha de fazer um trabalho caricatural, bem de desenho animado, o que não seria completamente inadequado, mas com inteligência foi por outro caminho. Desnecessário dizer que adorei seu tom, nem muito exagerado e nem muito menos minimalista. Ficou no tom certo, tudo bem equilibrado. Como filme em si não há o que reclamar. Já fora das telas o filme teve um efeito inesperado. Com o sucesso, muitos pais tiveram que comprar animais da raça dálmatas para seus filhos. O problema é que esse é um animal que exige cuidados especiais, por causa de seu temperamento e características próprias da raça. Sem saber lidar direito com os cães muitos foram abandonados, virando animais de rua. Uma pena realmente. De qualquer maneira não é culpa do filme em si, que é de fato uma diversão garantida para todas as idades.

Pablo Aluísio.

A Experiência

Título no Brasil: A Experiência
Título Original: Species
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Roger Donaldson
Roteiro: Dennis Feldman
Elenco: Natasha Henstridge, Michael Madsen, Ben Kingsley

Sinopse:
Cientistas manipulam a carga genética de seres extraterrestres e dão origem a um ser híbrido, meio ser humano e meio alien. O experimento dá origem a uma garota que aparentemente seria normal, porém sua presença logo se torna perigosa. Após conseguir fugir ela ganha a liberdade e começa a tentar perpetuar sua espécie em nosso planeta.

Comentários:
Ficou extremamente datado com os anos essa ficção "Species". Também pudera, filmes assim se apoiam bastante em efeitos digitais e quando eles se tornam ultrapassados a tendência é o próprio filme também ficar obsoleto, já que em termos de roteiro não há muito o que apreciar. De certa forma o argumento procurou tirar proveito de um tema que andava muito em voga nos anos 1990, envolvendo as maravilhosas descobertas da tecnologia biológica e sua manipulação. Obviamente que esse tipo de coisa também levava a outra discussão envolvendo bioética e temas semelhantes. Isso porém não é muito explorado pelo roteiro, pelo menos não diretamente. O que sobra é apenas um bom ponto de partida que não consegue alcançar todas as suas promessas e potencialidades. Também é de se chamar atenção para o fato do filme ter sido dirigido pelo cineasta Roger Donaldson. A verdade é que o universo Sci-fi nunca foi sua praia e apesar de ser um diretor de mão cheia, ele não conseguiu transitar nesse gênero de forma muito convincente. Mesmo assim, com o sucesso da fita, tivemos várias sequências, a maioria delas belas porcarias. É a tal coisa, nem sempre sucesso comercial rima com qualidade cinematográfica.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A Recompensa

Título no Brasil: A Recompensa
Título Original: Dom Hemingway
Ano de Produção: 2013
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Richard Shepard
Roteiro: Richard Shepard
Elenco: Jude Law, Richard E. Grant, Demian Bichir, Madalina Diana Ghenea

Sinopse:
Após ficar por doze longos anos preso, o ladrão de cofres Dom Hemingway (Jude Law) finalmente cumpre sua pena e ganha a liberdade. Apesar dos anos passados ele continua o mesmo, falastrão, furioso e incontrolável. Assim que coloca os pés fora da prisão parte em busca de vingança contra o homem que se aproveitou de sua falecida esposa enquanto ele estava atrás das grades. Depois viaja até o sul da França para acertar contas com o antigo líder de sua quadrilha, o agora milionário e bon vivant Ivan Fontaine (Demian Bichir). Ele quer a recompensa por ter ficado tantos anos calado, sem entregar o nome de ninguém para a polícia.

Comentários:
Uma boa amostra do novo cinema britânico podemos encontrar aqui em "Dom Hemingway". Esse filme tem aquele tipo de roteiro bastante focado em um personagem central, no caso o criminoso interpretado por Jude Law. Ele é um sujeito durão, que fala pelos cotovelos e tem uma personalidade bem irascível e fora de controle. Nem bem ganha a liberdade e  já começa a arranjar confusão. Falando um vocabulário completamente vulgar, cheio de palavrões, ele vai tentando se adaptar aos novos tempos, uma vez que ficou encarcerado por doze anos. Nesse tempo sua esposa morreu de câncer e sua filha se casou com um imigrante africano (e para sua enorme surpresa seu neto é um mestiço de nome esquisito, Jawara!). Um reflexo das mudanças ocorridas dentro da própria sociedade inglesa desde então! Para Dom porém não há saída pois ou ele se adapta ou morre. Após procurar por seu antigo chefe, o russo Ivan Fontaine (interpretado pelo ator Demian Bichir da série "The Bridge") ele tenta reorganizar seus passos, algo que não será fácil. Uma das melhores coisas desse filme é a interpretação de Jude Law. Longe de seus tempos de galã sedutor, ele aqui surge de forma bem diferente, com longas e bregas costeletas, calvície avançada e roupas sem nenhuma sofisticação, tudo para dar vida ao seu personagem. Esse é do tipo "ame ou odeie", assim se o espectador não gostar do Dom Hemingway logo no começo vai ser complicado aguentar o filme até o fim, pois ele está o tempo todo em cena, falando sem parar, em pequenas narrativas com títulos próprios, como por exemplo "O Pai do Ano", quando ele vai finalmente se reencontrar com sua filha. No fim das contas é um bom programa valorizado pelo esforço de Jude Law em desenvolver um convincente trabalho de atuação. Vale a pena conhecer.

Pablo Aluísio.

Hércules

Título no Brasil: Hércules
Título Original: Hercules
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Brett Ratner
Roteiro: Ryan Condal, Evan Spiliotopoulos
Elenco: Dwayne Johnson, John Hurt, Ian McShane

Sinopse:
Depois de ser acusado de ter matado a própria família e ser banido de seu lar, Hércules (Dwayne Johnson) forma uma equipe de guerreiros e se torna um mercenário. Contratado por um velho monarca (John Hurt) que se diz cercado por forças poderosas do mal, ele começa a destruir os inimigos do rei. O problema é que ao que tudo indica ele está na verdade lutando pelo lado errado nessa guerra sangrenta. Filme indicado ao Teen Choice Awards nas categorias de Melhor Filme de Verão e Melhor Ator de Filmes de Verão (Dwayne Johnson).

Comentários:
Tentativa de tornar o personagem épico e mitológico Hércules novamente viável no cinema. Por anos e anos ele foi explorado em filmes de baixo orçamento na Itália, sendo que a má qualidade daquelas produções acabaram queimando o prestígio do herói da Grécia Antiga. A verdade é que a marca "Hércules" acabou virando sinônimo de filmes vagabundos e mal feitos. Aqui há uma clara tentativa de tentar unir um tom mais realista (seguindo os passos de certa forma da franquia do Batman no cinema) sem deixar completamente de lado a fantasia e o clima de fábula. The Rock se sai bem em um papel que definitivamente não exige muito de seu intérprete, a não ser ter muitos músculos e um pouco de carisma - que cai bem em qualquer situação. Outro ponto importante é que as cenas de efeitos digitais são bem colocadas e bem realizadas, demonstrando também uma certa influência da franquia do "Senhor dos Anéis", afinal cenas de batalhas entre dois exércitos geralmente estão seguindo os passos dos filmes assinados por Peter Jackson, não tem jeito. No saldo geral é uma aventura divertida e que não aborrece e nem enche a paciência. Basta embarcar na ideia central de seus realizadores. É cinema pipoca, porém eficiente. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Limite Vertical

Título no Brasil: Limite Vertical
Título Original: Vertical Limit
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Martin Campbell
Roteiro: Robert King
Elenco: Chris O'Donnell, Bill Paxton, Scott Glenn, Robin Tunney

Sinopse:
Peter Garrett (Chris O´Donnell) faz parte de uma longa linhagem de famosos alpinistas em sua família. Após a morte de seu pai em uma montanha mortal ele resolve se afastar desse meio. Para piorar seu relacionamento com a irmã se desgasta com o tempo. Três anos depois ele precisará rever seus conceitos ao saber que sua irmã está em apuros na K2. Para salvá-la da morte ele decide então organizar uma expedição de resgate de último momento. A sorte está lançada novamente. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Hollywood geralmente passa por fases de tempos em tempos. Fase de realizar filmes sobre vulcões, fase de realizar filmes sobre terremotos e por aí vai. No ano de 2000 tivemos uma modinha de filmes sobre desastres acontecendo com alpinistas em algumas das montanhas mais mortais do planeta. A maioria desses filmes se enquadravam na categoria junk food, mas alguns até que se salvaram da lata de lixo da lanchonete local do shopping center. Esse "Vertical Limit" não é nenhuma maravilha em termos de roteiro, mas possui uma qualidade técnica digna de elogios, principalmente pela coragem do diretor Martin Campbell e sua equipe em encarar locações perigosas, algumas praticamente mortais, principalmente na infame K-2, a conhecida montanha da morte, onde apenas alpinistas altamente profissionais se arriscam a colocarem os seus pés. Se foi uma ótima experiência para o diretor não se pode dizer o mesmo de seu ator principal. Chris O´Donnell, por essa época, era o queridinho da Columbia, que tinha grandes esperanças em transformar o rapaz em um astro. A carreira dele porém já estava manchada pelo fracasso comercial da bomba "Batman & Robin". Vestir o uniforme do garoto prodígio foi fatal para sua sobrevivência no cinema, o que demonstra que nem sempre interpretar super-heróis pode ser uma boa para a vida profissional de um ator. Se a coisa dançou na telona o jeito foi ir para a telinha. Desde 2009 ele vem estrelando a mediana série "NCIS: Los Angeles". Pelo menos não está desempregado.

Pablo Aluísio.

O Despertar de uma Paixão

Título no Brasil: O Despertar de uma Paixão
Título Original: The Painted Veil
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos, China, Canadá
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Curran 
Roteiro: Ron Nyswaner
Elenco: Edward Norton, Naomi Watts, Liev Schreiber e Toby Jones

Sinopse:
Walter Fane (Edward Norton) é um jovem médico que decide ir junto com a esposa para a distante, isolada e bastante atrasada China. Uma vez no novo país ele começa seus esforços para combater uma epidemia de cólera na região, tentando curar as pessoas enfermas, enquanto explica para aos chineses as melhores formas de prevenir a terrível doença. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Original (Alexandre Desplat). 

Comentários:
Filme romântico ao velho estilo, baseado na novela de W. Somerset Maugham. Entre os destaques que podemos chamar a atenção estão a ótima fotografia, capturando belas paisagens da China, que em certos aspectos ainda continua tão selvagem e intocada como nos tempos remotos em que a história se passa, o bom enredo e a excelente atuação dos atores principais. Grande parte do filme foi rodado na província de Guangxi, uma região bem conhecida por causa das belezas naturais. Essa simbiose entre montanhas e rios tranquilos trouxe muita beleza ao filme. O romance também chama a atenção por causa da complexidade de todos os personagens. O médico interpretado por Edward Norton prefere se refugiar na ciência do que ter que encarar os problemas de um relacionamento conturbado com sua mulher. Essa também é outra surpresa, interpretada com convicção pela bela e talentosa Naomi Watts, ela vive um casamento infeliz e sem amor, pois foi pressionada pelos pais para se casar com o médico - afinal que família não gostaria de ver sua filha casada com alguém com esse status? Com o tempo porém a frustração aumenta, levando-a até mesmo a procurar por casos fora do casamento. Enfim, belo filme com sabor à moda antiga. Agradará quem estiver em busca de um bom romance com teor mais complexo e personagens mais bem desenvolvidos do ponto de vista psicológico.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Livrai-nos do Mal

Título no Brasil: Livrai-nos do Mal
Título Original: Deliver Us from Evil
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Scott Derrickson, Paul Harris Boardman
Elenco: Eric Bana, Édgar Ramírez, Olivia Munn, Sean Harris

Sinopse:
Livrai-nos do Mal foi baseado nas memórias do detetive e investigador Sarchie (Eric Bana) que começa a investigar uma série de crimes que parecem ter alguma ligação sobrenatural entre si. Eventos inexplicáveis ocorridos no Zoológico da cidade e pessoas que apresentam comportamento incomum, como se tivessem sido possuídas por entidades do mal, parecem confirmar uma ligação entre os crimes horrendos que estão acontecendo.

Comentários:
Os filmes de terror mais bem sucedidos dos últimos tempos têm sido aqueles que andam apostando em fórmulas que deram muito certo no passado, sendo o "O Exorcista" o grande modelo a se seguir. Assim sai de cena o sangue jorrando aos bordões dos filmes do gênero na década de 1980 e entra o suspense, com melhor desenvolvimento de todo um clima de sordidez e suspense no ar e mais cuidado com os personagens em si, criando para eles um background psicológico mais complexo. "Deliver Us from Evil" tenta pegar a onda do sucesso e seguir esse mesmo caminho. O padre jesuíta Mendoza (Édgar Ramírez) é um exemplo disso. Ex-viciado, ele decide abandonar uma vida de sofrimento e decadência para se dedicar à igreja católica. Uma vez lá, se torna um sacerdote exorcista. Seu inimigo obviamente sabe todas as suas fraquezas, mas isso também faz parte de sua redenção pessoal. A fusão de elementos de filmes de terror setentistas e fitas policiais bem mais realistas, acaba sendo o grande trunfo dessa produção, muito embora tenhamos que reconhecer que o filme também apresente pontuais falhas em seu desenvolvimento. O final deixa uma porta aberta para sequências, o que não será uma má ideia, uma vez que essa dupla formada por um policial e um padre pode gerar bons frutos em novos filmes. Se depender de boas cenas, como a do exorcismo que vemos aqui, vale a pena apostar em novas películas no futuro, onde todos os pequenos erros que vemos aqui possam ser contornados.

Pablo Aluísio.

Gran Torino

Título no Brasil: Gran Torino
Título Original: Gran Torino
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Nick Schenk, Dave Johannson
Elenco: Clint Eastwood, Bee Vang, Christopher Carley

Sinopse:
Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um americano típico. Veterano da guerra da Coréia, ele é um sujeito durão que mesmo com a idade já avançada não aceita levar desaforos para casa. Para seu desapontamento porém ele logo percebe que a América de seus anos de juventude está ficando cada vez mais para trás. A onda de imigrantes que aumenta a cada ano acabou desfigurando seu bairro, onde ninguém mais parece sequer falar inglês! Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Sonora Original.

Comentários:
Da safra mais recente de Clint Eastwood esse é certamente um de seus melhores filmes, apesar de não ter tido o reconhecimento devido. No filme o personagem de Eastwood é um americano da velha escola, um sujeito com valores e princípios pessoais que parecem estar desaparecendo a cada dia. A juventude ao seu redor agora parece formada principalmente por filhos de famílias imigrantes, e eles pouco se importam com coisas como respeito aos mais velhos ou honestidade e ética. A maioria vive de pequenos roubos pelas ruas próximas e há muitas gangues em cada esquina. Como Kowalski já está um pouco envelhecido ele logo se torna alvo desses bandidos das redondezas. O que eles não sabem é que embora esteja com idade avançada ele ainda é durão o suficiente para colocar todos para correrem. Outro ponto muito importante desse roteiro é que ele mostra como a sociedade americana em geral está mudando nesses últimos anos. O personagem de Clint não reconhece mais sua própria vizinhança e nem consegue se comunicar com ela, afinal de contas todos os americanos parecem terem ido embora, sobrando uma vasta comunidade de orientais, latinos e demais grupos étnicos que imigraram em massa para os Estados Unidos nas últimas décadas. No começo isso é obviamente um problema para Kowalski, mas depois ele compreende que deve não lutar contra todas as mudanças, mas sim se adaptar o melhor possível a elas. Um boa mensagem de tolerância e respeito dentro de uma nação que muda em ritmo avançado, mesmo que isso também acabe custando a perda de sua própria identidade cultural e nacional.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de novembro de 2014

Quando Um Homem Ama Uma Mulher

Título no Brasil: Quando Um Homem Ama Uma Mulher
Título Original: When a Man Loves a Woman
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Luis Mandoki
Roteiro: Ronald Bass, Al Franken
Elenco: Andy Garcia, Meg Ryan, Ellen Burstyn, Tina Majorino

Sinopse:
Tudo corria bem com a família Green, até que Alice (Meg Ryan), a esposa, comece a apresentar problemas relacionados ao abuso de bebidas alcoólicas. O que parecia algo comum no começo, com pilequinhos aqui e acolá, começa a tomar dimensões bem maiores após Alice demonstrar que não conseguiria mais viver sem se embriagar todos os dias. Filme indicado ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Meg Ryan).

Comentários:
A premissa do roteiro é até muito boa, um enfoque mais centrado no problema do alcoolismo como fator de destruição do núcleo familiar, algo até bem comum de acontecer, principalmente em países como o Brasil. O curioso é que ao invés de mostrar esse problema sendo enfrentado pelo marido - como era de se esperar - no filme o alcoolismo atinge a esposa, no caso a personagem Alice Green interpretada por uma jovem e ainda bonitinha Meg Ryan! O filme aliás foi feito para que ela conquistasse o Oscar, mas não deu, nem uma indicação conseguiu arrancar da academia. Assim Andy Garcia cumpre o papel de escada para que sua parceira de cena brilhe no quesito atuação. Talvez por Ryan ser jovem demais ainda ou pelo fato do filme ter sido produzido pela Disney através de seu estúdio Touchstone Pictures, o fato é que "When a Man Loves a Woman" apesar de ser bom, não consegue ir até as últimas consequências envolvendo o tema. Como todos sabemos o alcoolismo é tudo, menos glamouroso. Não seria a Disney que iria a fundo nessa doença, mostrando o seu pior lado. Assim tudo fica no meio termo mesmo, em uma visão um tanto quanto plastificada sobre esse mal que atinge milhões ao redor do mundo. Quem conhece sabe a barra pesada que é, mas a Disney não quis mostrar as entranhas feias desse tipo de coisa, afinal é um estúdio familiar que até topa explorar o alcoolismo, mas claro sem ir fundo demais na ferida.

Pablo Aluísio.