terça-feira, 24 de junho de 2014

Os Aventureiros do Bairro Proibido

Título no Brasil: Os Aventureiros do Bairro Proibido
Título Original: Big Trouble in Little China
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John Carpenter
Roteiro: Gary Goldman, David Z. Weinstein
Elenco: Kurt Russell, Kim Cattrall, Dennis Dun

Sinopse:
Quando o caminhoneiro Jack Burton (Russell) concordou em levar seu amigo Wang Chi para pegar sua noiva no aeroporto, ele nunca esperava se envolver em uma batalha sobrenatural entre o bem e o mal. A noiva de Wang tem olhos verde-esmeralda, que fazem dela um alvo perfeito para um feiticeiro imortal chamado Lo Pan e seus três companheiros invencíveis. Lo Pan deve se casar com uma menina de olhos verdes para que ele possa recuperar a sua forma física. Agora, Jack deve salvar a noiva de Wang de Lo Pan e seus capangas, e ganhar de volta seu caminhão roubado. Mas como ele pode derrotar um inimigo como aquele?

Comentários:
Olhando para o passado chegaremos na conclusão que os filmes de ação já foram bem mais divertidos, ainda mais na década de 80 quando não havia nenhum pudor em mesclar ação com muita fantasia, tudo convivendo em uma situação de realismo fantástico. Um exemplo disso podemos encontrar aqui em "Os Aventureiros do Bairro Proibido", uma pequena jóia adolescente dirigida pelo ótimo John Carpenter. Claro que para quem viveu aquela década tudo soará nos dias de hoje basicamente como algo bem nostálgico e saudosista, mas olhando sob um lado puramente cinematográfico não podemos deixar de elogiar a coragem de Carpenter em realizar um filme assim tão despojado, que nunca se leva completamente à sério, adotando a pura diversão como objetivo principal. E pense bem, Carpenter era um diretor respeitado, um mestre de filmes de terror. Ninguém esperaria que ele se envolvesse em algo assim. Em tempos onde havia tanta pretensão, Carpenter não teve receios de assinar um filme tão despretensioso como esse. Talvez por adotar esse tipo de atitude a fita tenha se tornado tão querida pelos fãs por todos esses anos. Sem dúvida uma diversão garantida para todas as idades.

Pablo Aluísio.

Oblivion

Título no Brasil: Oblivion
Título Original: Oblivion
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Karl Gajdusek, Michael Arndt
Elenco: Tom Cruise, Morgan Freeman, Andrea Riseborough

Sinopse:
O planeta Terra é invadida por extraterrestres chamados de saqueadores. Eles pretendem roubar todos os recursos naturais da ecosfera. A humanidade reage e para isso utiliza armas nucleares que devastam cidades e países inteiros. A guerra é vencida mas o mundo se torna inabitável. Os humanos que sobreviveram são enviados a Titã, o maior satélite natural de Saturno. Jack (Tom Cruise) fica na Terra em um posto avançado fazendo manutenção em drones utilizados para combater focos de resistência inimiga. Sua missão porém irá revelar muito mais sobre a real situação em que vive!

Comentários:
No meio de tantos filmes de ficção que não mais empolgam esse "Oblivion" consegue surpreender. Temos aqui um design de produção de primeira, efeitos digitais de muito bom gosto e um roteiro inteligente, baseado numa graphic novel, com elementos que vão de "Matrix" a "Star Wars", passando até por filmes menores como "Tropas Estelares". Tem furos de lógica? Sim, infelizmente tem. Há certas coisas que não fazem o menor sentido. No enredo a Lua é destruída pelos invasores. Se isso realmente acontecesse a atmosfera e o clima na Terra seriam bem diferentes dos que vimos no filme. Não seria em absoluto aquele mar de tranquilidade! Bom, basta ler algum livro de astronomia para ver que aquela realidade não tem lógica nenhuma dentro da ciência. Mas noves fora isso, vamos combinar que é tudo muito bom mesmo, divertido, bem feito, até inovador (a nave do Cruise é um show à parte, um design que fará a alegria dos fãs de maquetes). Além disso como era de se esperar tudo é realizado com o melhor que Hollywood pode dar em termos de efeitos digitais. Cada detalhe é muito bem reproduzido. Adorei aquela torre onde o Cruise passa suas horas de descanso, com aquele piscina elevada, ao lado de uma bela mulher! Tudo é tão asséptico e clean que nos deixam desconfiados (e é para desconfiar mesmo pois o roteiro traz algumas reviravoltas que mantém o interesse até o fim). O final vai deixar alguns decepcionados, por ser meloso e otimista demais, mas em tempos onde todos os filmes de ficção são tão pessimistas sobre o futuro aquele tipo de conclusão vai soar até mesmo como original.

Pablo Aluísio.

Drácula

Dracula 1.05 - The Devil's Waltz
Dracula vai ficando cada vez mais interessante. A direção de arte está cada vez mais caprichada e os roteiros vão melhorando a cada episódio. É o que sempre digo, algumas vezes as séries começam meio sem rumo certo mas aos poucos vão acertando os ponteiros. O melhor nesse episódio é que ficamos sabendo com mais detalhes o começo da amizade entre Alexander Grayson (Jonathan Rhys Meyers) e seu fiel escudeiro, o sr. R.M. Renfield (Nonso Anozie). Enquanto a ordem tortura Renfield de forma violenta, Grayson sai pelas ruas de Londres literalmente farejando o paradeiro de seu amigo e braço direito. Também nesse episódio temos finalmente a festa de noivado de Mina Murray e Jonathan Harker, onde o conde vampiro quase perde as estribeiras ao dançar com sua amada Mina. Ela disfarça bem mas também está apaixonada por ele. E para fechar o enredo, para infelicidade do nobre vampiro, as experiências que lhe permitiriam andar a luz do dia continuam a não dar o resultado esperado. Pelo jeito o velho ser noturno continuará a caminhar por Londres apenas após o sol desaparecer no horizonte. Gostei bastante desse episódio, como disse no começo do texto, Drácula vai melhorando a cada novo programa. Torço para que siga em frente, apesar dos inúmeros problemas do ator Jonathan Rhys Meyers em sua vida pessoal.

Dracula 1.09 - Four Roses
Drácula volta ao século XIX para se vingar de todos os que lhe aprisionaram por centenas de anos. Seu alvo é a Ordem do Dragão, uma sociedade secreta formada por ricos empresários e industriais que combatem as forças do mal, caçando vampiros e seres noturnos por toda a Europa. Usando o disfarce de um milionário americano chamado Alexander Grayson, Drácula pretende destruir cada um deles, de forma implacável. Que pena que o canal NBC não irá renovar mais Drácula para a segunda temporada. Canais abertos possuem esse tipo de problema pois ficam muito à mercê da audiência que não pode sequer ser mediana. Se "Drácula" tivesse sido produzido por um canal como AMC ou Showtime certamente continuaria em frente. Bom, as sombras do cancelamento já ficam bem expostas nesse penúltimo episódio. O que vinha se desenvolvendo em um nível mais intelectual parte para a violência cada vez mais presente - procurando com isso, é claro, ganhar mais audiência. Nesse episódio em particular Drácula perde a paciência com os planos conspiratórios de Van Helsing e adota seu velho estilo de trucidar inimigos. Ao mesmo tempo resolve abrir o jogo com o amor de sua vida, a bela Lucy enquanto transforma Nina em um ser da noite como ele. Repito, apesar de ter começado meio cambaleante essa série tinha tudo para tomar ótimos rumos com o tempo. Infelizmente os crescentes problemas com drogas do ator Jonathan Rhys Meyers e a audiência apenas morna foram cruciais para o seu cancelamento definitivo. É de se lamentar mesmo pois tinha muito potencial pela frente. A última esperança talvez seja algum canal mais alternativo bancar uma segunda temporada (algo que aconteceu com, por exemplo, "Damages") embora reconheça que não vai ser nada fácil isso acontecer novamente. / Dracula 1.09 - Four Roses (EUA, 2014) Direção: Tim Fywell / Roteiro: Cole Haddon, Daniel Knauf / Elenco: Jonathan Rhys Meyers, Jessica De Gouw, Thomas Kretschmann.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

A Árvore dos Sonhos

Título no Brasil: A Árvore dos Sonhos
Título Original: The War
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jon Avnet
Roteiro: Kathy McWorter
Elenco: Elijah Wood, Kevin Costner, Mare Winningham

Sinopse:
Stephen Simmons (Kevin Costner) é um veterano da Guerra do Vietnã que ainda não conseguiu superar os traumas adquiridos no front. De volta ao lar nos Estados Unidos ele precisa enfrentar seus próprios fantasmas do passado ao mesmo tempo em que tenta criar um vínculo genuíno com seu pequeno e jovem filho. Filme vencedor do prêmio da Political Film Society na categoria Melhor Drama Social.

Comentários:
Anda meio esquecido esse pequeno drama familiar sobre amizade e superação. Na época também não teve maior repercussão ganhando apenas um lançamento discreto nas locadoras de vídeo. Apesar de sua origem modesta é bom chamar a atenção para o filme pois o roteiro é muito bem escrito, sempre optando pelo lado mais delicado e sutil da alma de seus personagens. A produção também é uma espécie de membro indireto do ciclo de filmes sobre a Guerra do Vietnã, pois mostra os problemas psicológicos que foram trazidos para casa por muitos veteranos das forças armadas. Para os fãs de Kevin Costner é interessante salientar que seu personagem apenas passeia por toda a trama, sendo que em muitos aspectos o filme gira em torno mesmo do pequeno garoto Stu Simmons (interpretado por Elijah Wood, muitos anos antes de se consagrar na saga "O Senhor dos Anéis") e seu mundo de amigos, desafetos e escola. A direção ficou a cargo do excelente Jon Avnet que já havia se destacado bastante entre a crítica por causa do extremamente bem dirigido "Tomates Verdes Fritos".

Pablo Aluísio.

O Verão de Sam

Título no Brasil: O Verão de Sam
Título Original: Summer of Sam
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Spike Lee
Roteiro: Spike Lee, Victor Colicchio
Elenco: John Leguizamo, Adrien Brody, Mira Sorvino

Sinopse:
Nova Iorque, verão de 1977. Uma série de mortes começam a acontecer na cidade. Jovens casais são mortos sem motivo aparente. A polícia desconfia que há um serial killer envolvido nos crimes. E realmente tem razão. Chamado de "O Filho de Sam", ele está à solta nas ruas e qualquer um pode se tornar sua próxima vítima.

Comentários:
Considero esse filme um dos mais interessantes da filmografia de Spike Lee. Geralmente o cineasta vira um chato quando transforma suas obras cinematográficas em meros panfletos ativistas da causa negra, mas aqui ele se limita, felizmente, a apenas contar uma boa história. O roteiro é muito inteligente pois ao invés de se concentrar na história (bem bizarra) do psicopata conhecido como "O Filho de Sam", resolve mostrar o impacto que sua presença e seus crimes causaram na população de Nova Iorque durante aquele distante ano de 1977. Spike Lee teve a idéia de realizar esse filme após assistir a um documentário exibido no canal Discovery cujo tema era bem parecido com a desse filme. Esse programa aliás ainda é exibido esporadicamente na TV a cabo brasileira e faz uma bela dobradinha com o filme de Spike, sendo que um acaba complementando o outro. Por fim cabe lembrar que Spike ficou furioso na época pelo fato do filme não ter sido indicado a nenhum prêmio da academia e nem do Globo de Ouro e pela centésima vez atribuiu isso ao racismo no meio artístico americano. Não disse que ele era um chato?

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de junho de 2014

O Show de Truman

Título no Brasil: O Show de Truman
Título Original: The Truman Show
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Peter Weir
Roteiro: Andrew Niccol
Elenco: Jim Carrey, Ed Harris, Laura Linney

Sinopse:
Truman Burbank (Jim Carrey) aparenta ser um sujeito dos mais comuns. Vendedor de seguros, ele vai levando uma vida típica de um americano como qualquer outro de sua idade. O que ele não sabe é que sua vida na realidade é um reality show, assistido por milhões de telespectadores ao redor do mundo. Sua família e seus amigos na verdade são atores contratados para contracenar com Truman sem que ele nem ao menos saiba disso. Filme indicado a três Oscars nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Ed Harris), Melhor Direção (Peter Weir) e Melhor Roteiro Original (Andrew Niccol). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Jim Carrey), Melhor Ator Coadjuvante (Ed Harris) e Melhor Trilha Sonora Original (Burkhard von Dallwitz e Philip Glass).

Comentários:
Mais uma grande aposta de Jim Carrey em ser levado a sério como ator. Na época ele acreditava que iria vencer o Oscar de Melhor ator por essa performance. O interessante é que se olharmos para trás vamos perceber que em seus anos de maior popularidade, Carrey tentou mudar os rumos de sua carreira, abraçando filmes mais ousados, deixando um pouco de lado as comédias escrachadas de lado, para ser reconhecido como um ator de verdade, de talento. Apesar de todas as suas boas intenções seus planos acabaram não dando em nada. Hoje em dia ele tem se voltado para as mesmas comédias bobas do começo de seu sucesso, dessa vez não para ganhar os críticos, mas sim para salvar mesmo sua carreira do desastre. Até contracenar com pinguins digitais ele já andou topando. Apesar de tudo isso temos que dar o braço a torcer pois "O Show de Truman" é de fato um bom filme, uma crítica muito precisa sobre a proliferação dos chamados reality shows e do poder de manipulação da mídia levada às últimas consequências. A crítica até gostou e resenhas elogiosas pipocaram nos principais meios de comunicação mas o público cativo de Carrey, o mesmo que lhe proporcionou polpudas bilheterias ao longo dos anos, não curtiu muito, achando que tudo soava cerebral demais e pouco engraçado. Realmente, "The Truman Show" não é uma comédia, está mais para um drama melancólico, algo que efetivamente espantou seus fãs mais antigos e fiéis.

Pablo Aluísio.

007 Contra Octopussy

Título no Brasil: 007 Contra Octopussy
Título Original: Octopussy
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: United Artists, MGM
Direção: John Glen
Roteiro: George MacDonald Fraser, Richard Maibaum
Elenco: Roger Moore, Maud Adams, Louis Jourdan

Sinopse:
Após a morte de um importante agente, um plano criminoso que envolve falsificação de obras de arte é descoberto. James Bond (Roger Moore) é designado para o caso mas acaba descobrindo algo maior, envolvendo até mesmo o uso de armas nucleares para dominar toda a Europa. No centro de tudo o agente inglês acaba se deparando com a perigosa contrabandista Octopussy (Maud Adams), que está disposta a tirar 007 de seu caminho. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Filme e Melhor Atriz Codjuvante (Maud Adams).

Comentários:
Mais um filme de James Bond na era Roger Moore que será exibido essa semana pela TV a cabo brasileira. "Octopussy" é um dos mais conhecidos filmes com Moore e também um dos mais bem sucedidos de bilheteria - o que deu uma sobrevida ao ator na pele do agente secreto inglês. Mesmo com a boa recepção do público, a crítica achou que as palhaçadas (literalmente falando) em cima do personagem já tinham passado do limite. Existem cenas tão absurdas que acabam transformando o filme numa auto paródia de humor involuntário. Como se não bastasse ainda temos que encarar Bond dando uma de Jim das Selvas em momento tão sem graça como constrangedor. De bom mesmo apenas as boas locações na Índia - com destaque para o famoso Taj Mahal, além da produção bem mais caprichada e bem realizada do que a do filme anterior. Também merecem destaque algumas boas cenas de ação, entre elas aquela em que Bond pilota o que é chamado de menor jato do mundo (uma geringonça que mais parece um ultraleve turbinado) e outra, quando fica pendurado no teto de um avião em pleno vôo (um maravilhoso trabalho do dublê do filme). Esse seria o penúltimo filme de Moore no papel, algo que para muitos deveria ser o último. De qualquer maneira, como é um Bond da franquia oficial (pois o filme de Sean Connery estava saindo nesse mesmo ano nos cinemas para disputar nas bilheterias), vale a pena ser assistido por pelo menos uma vez na vida, afinal os fãs de 007 não deixariam passar mais essa aventura em branco.

Pablo Aluísio.

A Rainha dos Condenados

Título no Brasil: A Rainha dos Condenados
Título Original: Queen of the Damned
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Rymer
Roteiro: Scott Abbott, baseado na obra de Anne Rice 
Elenco: Aaliyah, Stuart Townsend, Marguerite Moreau

Sinopse:
O secular vampiro Lestat (Stuart Townsend) resolve mudar mais uma vez os rumos de sua existência, procurando agora levar uma vida de superstar da música mundial. Seu sucesso porém acaba atraindo a atenção de outros poderosos seres das trevas, entre eles a Rainha Akasha (Aaliyah), despertada de seu sono milenar sob uma fria cripta no Ártico. Indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Terror.

Comentários:
Considero "Entrevista com o Vampiro" uma pequena obra prima do cinema de terror moderno. Muito bem realizado, contando com elenco inspirado e tendo como material o ótimo livro de Anne Rice! Esse "A Rainha dos Condenados" é outra adaptação de um livro da autora, com o mesmo personagem, o vampiro charmoso Lestat (aqui interpretado pelo fraco ator Stuart Townsend). Se o primeiro filme era um show de produção, bons atores e direção caprichada esse aqui é bem mais modesto. Eu não culpo o fato do filme ser fraco apenas pelos poucos recursos que foram disponibilizados para sua realização. Na verdade vou mais longe, culpando a própria autora Anne Rice que escreveu uma estória muito fraca, boba e sem maiores atrativos. Essa coisa toda de transformar o vampiro Lestat em um roqueiro é uma tolice sem tamanho. Ora, se não agradou na literatura porque iria dar certo no cinema? Assim esse é um daqueles casos em que a culpa não é do filme em si, mas sim da obra que lhe deu origem. E como nota triste é importante lembrar que foi o último filme da cantora Aaliyah que acabou morrendo tragicamente logo após a conclusão das filmagens. Enfim, um projeto que começou errado e terminou em tragédia, infelizmente.

Pablo Aluísio.

Skinwalkers

Título no Brasil: Skinwalkers
Título Original: Skinwalkers
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Lionsgate
Direção: James Isaac
Roteiro: James DeMonaco, Todd Harthan
Elenco: Jason Behr, Elias Koteas, Rhona Mitra

Sinopse:
Um garoto de apenas 12 anos de idade parece ter a chave para a cura da maldição dos Skinwalkers, um grupo de homens que se transformam em lobisomens em noites de lua cheia. Uma antiga lenda da tribo Navajo consolida o entendimento de que ele poderia ser a saída para todos os amaldiçoados, o que dá surgimento a uma verdadeira caçada em busca do jovem e de sua família, que fará de tudo para protegê-lo!

Comentários:
Os fãs de filmes com Lobisomens não precisam ficar muito animados com esse "Skinwalkers" porque se trata de mais uma produção bem fraquinha que tenta ganhar alguns trocados em cima da fama desses monstros lendários do cinema. O filme só não é pior porque os realizadores tiveram o mínimo de bom senso e como sabiam que não tinham em mãos um bom orçamento para mostrar lobisomens convincentes, resolveram apostar mais na tensão e no clima psicológico do que nas cenas de ataque propriamente ditas. O interessante é que agindo assim acabaram dando o mínimo de qualidade para o filme, já que convenhamos, filmes que partem logo para as cenas sangrentas geralmente perdem a chance de jogar melhor com o medo e a ansiedade do público. No geral não há nada de muito interessante a se conferir nesse "SkinWalkers" que no final das contas se resume a ser mais um filme de baixo orçamento que usa lobisomens para atrair seu público. Nossos queridos licantropos mereciam coisa melhor certamente.

Pablo Aluísio.

Sahara

Título no Brasil: Sahara
Título Original: Sahara
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Breck Eisner
Roteiro: Clive Cussler, Thomas Dean Donnelly
Elenco: Matthew McConaughey, Penélope Cruz, Steve Zahn

Sinopse:
Dirk Pitt (Matthew McConaughey) é um aventureiro americano na África que deseja encontrar um tesouro milenar há muito enterrado nas areias do tempo. Seus planos porém não serão simples de realizar. No meio do caminho ele encontrará assassinos profissionais e criminosos de toda ordem. Conseguirá colocar as mãos na fortuna que tanto procura? Filme baseado no romance de aventuras de mesmo nome escrito pelo autor Clive Cussler.

Comentários:
Antes de qualquer coisa não vá confundir esse filme com o clássico "Sahara" estrelado por Humphrey Bogart e dirigido por Zoltan Korda (filme esse que já comentamos inclusive no blog Cinema Clássico). Esse aqui tem outra proposta, enquanto o filme original era um filme tradicional de guerra, esse pende muito mais para as modernas aventuras ao estilo Indiana Jones. Olhando sob um ponto de vista ameno, diria que o resultado é até divertido. O curioso é que apesar do marketing agressivo não conseguiu se tornar um sucesso de bilheteria. Foi uma tentativa mal sucedida de transformar Matthew McConaughey em um herói de ação, interpretando uma espécie de genérico de Indiana Jones. Uma má ideia, vamos convir. Quem acompanhou o ator em "True Detective" e viu sua premiação na última noite do Oscar por seu belo trabalho em "Clube de Compras Dallas" sabe que é um grande desperdício de talento escalar ele para esse tipo de filme sem maiores pretensões. Agora, temos que reconhecer que a fita tem lá seus atrativos, principalmente pelas boas tomadas de ação e pela fotografia bonita - fruto da beleza natural do local onde tudo foi filmado. Não pegou, mas pelo menos não aborrece a quem se aventurar a assistir. Vale pela diversão.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O Quarto do Pânico

Título no Brasil: O Quarto do Pânico
Título Original: Panic Room
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: David Fincher
Roteiro: David Koepp
Elenco: Jodie Foster, Kristen Stewart, Forest Whitaker

Sinopse:
Meg Altman (Jodie Foster) vive confortavelmente e tranquilamente ao lado de sua filha Sarah (Kristen Stewart) numa bela casa na Califórnia. Sua rotina muda completamente quando a residência é subitamente invadida por três criminosos. Apavorada, ela e a filha logo correm para o chamado "quarto do pânico", um aposento fortemente protegido adaptado especialmente para esse tipo de situação de emergência. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Atriz (Jodie Foster).

Comentários:
O fato do filme ser dirigido por David Fincher leva muita gente a se decepcionar com esse "Panic Room", afinal de contas estamos falando de um cineasta que assinou verdadeiras obras primas como "Clube da Luta", por exemplo. Assim quando o filme chega ao fim o gosto de decepção fica no ar. Na realidade considero esse um dos mais despretensiosos trabalhos do diretor. Aqui ele quis apenas realizar um thriller de suspense e tensão da maneira mais eficiente possível. Não há exercícios de metalinguagem, inovações estéticas ou manipulação da linguagem cinematográfica. É apenas uma produção mais comercial, feita para ajudar no estrelismo de Jodie Foster e nada muito além disso. O segredo para gostar do filme é baixar as expectativas, esperar por um filme na média, com sustos e enredo envolvente, embora nada revolucionário ou algo parecido. E como brinde, para as fãs da saga "Crepúsculo", o filme ainda traz em seu elenco uma ainda muito jovem Kristen Stewart! Forest Whitaker também está lá, esse um ator que sempre achei muito subestimado pois o considero extremamente talentoso. Então é isso, não vá esperando mais uma obra prima de David Fincher que você certamente pelo menos se divertirá.

Pablo Aluísio.

O Fantasma da Ópera

Título no Brasil: O Fantasma da Ópera
Título Original: The Phantom of the Opera
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Joel Schumacher, Andrew Lloyd Webber
Elenco: Gerard Butler, Emmy Rossum, Patrick Wilson

Sinopse:
Uma jovem e talentosa cantora soprano se torna a obsessão de um gênio musical que vive escondido nos bastidores da Ópera de Paris após ter tido seu rosto desfigurado. Filme indicado ao Oscar nas categorias Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Música Original ("Learn To Be Lonely" de Andrew Lloyd Webber e Charles Hart). Indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Atriz - comédia ou musical - para Emmy Rossum e Melhor Canção Original.

Comentários:
Muitos críticos não gostaram dessa nova versão do famoso romance "Le Fantôme de L'Opéra" de Gaston Leroux. Artificial, meloso, plástico e pop demais foram alguns dos adjetivos usados para definir o filme. Eu penso um pouco diferente. Em minha visão "O Fantasma da Ópera" é aquele tipo de texto que fica mais adequado mesmo ao mundo do teatro. Quando se transporta esse tipo de obra ao cinema sempre se estará perdendo parte de sua força original. A experiência teatral exige um nível de sofisticação e cumplicidade que nem sempre se encontra numa sala de cinema, principalmente se essa for do circuito comercial, com todas aquelas hordas de adolescentes comendo pipoca, tomando refrigerante e falando ao celular. Assim nesse caso o fato desse musical parecer pop demais nem vem tanto da direção de Joel Schumacher, mas sim do próprio meio em que foi lançado. Some-se a isso o fato de vermos Gerard Butler, o brucutu, se saindo muito bem em uma obra tão sensível como essa (quem diria?) e tudo vai parecer mesmo pop além do limite. Mas essa, repito, é uma visão equivocada. No geral se não é o melhor dos mundos pelo menos é digno. Serve como porta de entrada para outras versões, inclusive no teatro.

Pablo Aluísio.

A Firma

Título no Brasil: A Firma
Título Original: The Firm
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: David Rabe, baseado na obra de John Grisham 
Elenco: Tom Cruise, Jeanne Tripplehorn, Gene Hackman

Sinopse:
Mitch McDeere (Tom Cruise) é um jovem advogado que parece encontrar a grande chance de sua carreira, ao ser admitido em uma das melhores e mais conhecidas firmas de advocacia dos Estados Unidos. O que ele não desconfia é que tudo se trata de uma mera fachada para lavagem de dinheiro de criminosos internacionais. Após a morte de dois sócios da firma, McDeere precisa decidir o que irá fazer, cair fora do negócio, correndo o risco de ser morto também ou se tornar informante do FBI, algo que também não será muito fácil de realizar.

Comentários:
Cruise se une ao escritor de best sellers John Grisham e ao consagrado cineasta Sydney Pollack para levar o livro de sucesso aos cinemas. Interpretando um jovem advogado que se vê envolto numa teia de mentiras e conspirações, Tom Cruise conseguiu mais um êxito comercial em sua carreira. Embora tenha feito sucesso nas bilheterias, o filme também tem seus problemas - é frio e distante demais, não conseguindo criar um bom vínculo com o público. Por essa época Cruise ainda estava em busca de seu Oscar, mas não conseguiu arrancar uma indicação por seu trabalho que passou em brancas nuvens pela Academia. As duas únicas indicações do filme - Holly Hunter como melhor atriz coadjuvante e Dave Grusin na categoria Melhor Trilha Sonora Original - não foram consideradas favoritas aos prêmios e não trouxeram nenhuma estatueta ao filme. Situações como essa talvez explique o fato de Cruise ter desistido de concorrer ao prêmio de Melhor Ator no Oscar. Hoje em dia o astro está mais preocupado mesmo em garantir polpudas bilheterias e não mais reconhecimento da crítica. Seus trabalhos mais recentes são blockbusters realizados para gerar muito dinheiro, mas poucos elogios dos especialistas em cinema. Pelo visto o que realmente importa para Cruise hoje em dia é se manter como um nome quente e popular em Hollywood, deixando o reconhecimento por seu trabalho como algo de menor importância, em segundo plano. Curiosamente "A Firma" acabaria virando série de TV muitos anos depois, em 2012. Infelizmente o seriado não faria sucesso, sendo cancelado após a exibição de poucos episódios.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Invasores

Título no Brasil: Invasores
Título Original: The Invasion
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Oliver Hirschbiegel
Roteiro: David Kajganich
Elenco: Nicole Kidman, Daniel Craig, Jeremy Northam

Sinopse:
Uma misteriosa epidemia começa a se espalhar sobre a Terra. A psiquiatra Carol (Nicole Kidman) começa então a trabalhar para descobrir a cura ao lado do colega Ben (Daniel Craig) após seu próprio filho ser infectado. O que afinal estará por trás desses misteriosos incidentes?

Comentários:
Apesar do bom elenco, do tema interessante (baseado na novela de Jack Finney), esse filme não consegue decolar em nenhum momento. De certa forma há uma indecisão sobre qual gênero ele pretende escolher. Em certos momentos há tensão, drama e o lado Sci-fi de todo o enredo fica envolto em uma neblina, nunca se mostrando completamente ao espectador. No meio de jogo de esconde esconde só o que sobra ao público é um ritmo arrastado, beirando o tédio completo. Para quem conhece a fundo os filmes de ficção dos anos 50 haverá ainda algo a gostar, já que o texto procura de certa maneira imitar aquelas antigas produções, mas isso é pouco. Nicole Kidman inclusive surge com um figurino que ficaria bem naquele tipo de ficção. Pena que embora esteja linda em cena também se mostra apagada (o seu personagem também não ajuda muito). Pior se sai Daniel Craig, o James Bond que praticamente entra mudo e sai calado. Em conclusão temos aqui um filme que poderia ser muito melhor caso cumprisse todo o seu potencial. Do jeito que ficou não convence e nem muito menos diverte.

Pablo Aluísio.

007 - Somente Para Seus Olhos

Título no Brasil: 007 - Somente Para Seus Olhos
Título Original: For Your Eyes Only
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Glen
Roteiro: Richard Maibaum, Michael G. Wilson
Elenco: Roger Moore, Carole Bouquet, Topol

Sinopse:
Um embarcação da frota britânica afunda e com isso uma importante arma secreta desaparece de forma misteriosa. Para investigar o paradeiro dela o serviço de inteligência real envia o agente 007, James Bond (Roger Moore), para dar solução a todo o mistério, pois caso a arma caia em mãos inimigas o mundo correrá um grande risco. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original (Bill Conti e Michael Leeson pela música "For Your Eyes Only").

Comentários:
Sexto filme de Roger Moore na pele de James Bond. O ator segurou as pontas por duas décadas, de 1973 (quando realizou o primeiro filme com o personagem em "Com 007 Viva e Deixe Morrer") até 1985 (quando se despediu de Bond em "007 - Na Mira dos Assassinos"). Esse "007 - Somente Para Seus Olhos" seria seu antepenúltimo filme como o mais famoso agente inglês do cinema. Por essa época os produtores já se movimentavam para dar um novo fôlego para as aventuras de 007. Roger Moore já estava ficando velho para o papel e seu estilo, mais escrachado, quase indo para a galhorfa completa, estava minando a credibilidade do personagem como herói de ação. Revisto hoje em dia muito dos filmes de Moore se tornam anacrônicos, datados, pouco atrativos, justamente por trilhar muitas vezes o caminho da auto-paródia. Claro que Roger Moore foi importante dentro da franquia, principalmente após Sean Connery decidir abandonar os filmes de Bond, mas também trouxe um certo desgaste para a série de uma forma em geral. Não gosto muito desse filme em particular pois acho que teve uma das mais fracas produções, embora algumas cenas - como a perseguição na neve e o ataque de tubarões - tenham algum valor. A música tema também é bonita, embora ande esquecida. Em suma, um Bond de rotina na era de Roger Moore.

Pablo Aluísio.