Assim que tomei conhecimento da existência desse filme e vi o nome do ator Vin Diesel no elenco já percebi que não havia muito o que esperar. Ele se especializou nesse tipo de filme sem conteúdo nenhum, vazio e baseado muitas vezes apenas em efeitos especiais e cenas de ação e nada mais. Então ver o Vin Diesel em um filme que supostamente seria de terror já causava desconfiança. Eu estava certo em todas as previsões. Realmente pouca coisa se salva nesse "O Último Caçador de Bruxas". No começo pensei se tratar de mais uma daquelas adaptações de quadrinhos, mas não era nada disso. É realmente um roteiro original. Pena que não muito interessante ou criativo. A referência mais óbvia é aquele filme "Van Helsing: O Caçador de Monstros" de 2004. Uma maneira de tentar modernizar monstros clássicos com toneladas de efeitos digitais. Bom, todo mundo sabe que aquele filme passou longe de ser bom, então... Basicamente é uma tentativa de fazer um terror baseado nas lendas envolvendo bruxas. Eu particularmente sempre fico incomodado com esse tema porque historicamente as "bruxas" não passavam de mulheres pobres, solteiras, que viviam em casebres miseráveis no meio das florestas. Como elas também tinham o hábito de criarem gatos pretos e preservar velhos costumes de antigas religiões pagãs, logo foram acusadas de serem feiticeiras! De forma triste acabaram caindo na rede de fanatismo religioso que dizimou milhares de mulheres inocentes na idade média e durante a colonização americana. Um período obscuro e triste, onde muitas foram mortas na fogueira, em uma brutalidade indescritível para os dias de hoje. Basta estudar as históricas "caças as bruxas" da inquisição protestante, principalmente na América do Norte na época da colonização, para entender que foi algo deplorável, o mais sombrio aspecto do fanatismo religioso que se teve notícia na história da humanidade. De uma maneira ou outra acabaram entrando no inconsciente coletivo. Obviamente que um filme tão vazio como esse não estaria preocupado em tratar historicamente o que aconteceu com as mulheres acusadas de bruxas no passado, mas sim partir do pressuposto de que eram bruxas mesmo, monstros a serviço do mal. Em suma, tudo uma grande bobagem.
Apesar de ser curto, o enredo desse filme é meio enrolado. Tentarei resumir da melhor maneira possível. Vin Diesel interpreta um caçador de bruxas chamado Kaulder. Ele nasceu no século XIII e após perder toda a sua família resolve se empenhar ainda mais na destruição dessas feiticeiras malignas. Durante um desses ataques ele se depara com a mais poderosa delas, tratada como a rainha por todas as demais. Essa lhe roga uma maldição: ele terá vida eterna, jamais morrerá e sofrerá muito por isso, passando os séculos remoendo as dores de seu trágico passado. O tempo passa e finalmente encontramos Kaulder nos tempos atuais. Ele continua caçando bruxas, mas agora faz parte de uma ordem religiosa secreta denominada "Machado e Cruz". Na sua luta para erradicar de vez com a magia negra no mundo ele conta sempre com a ajuda de um padre que recebe o título de Dolan. São membros da igreja designados justamente para essa função. O mais velho deles, interpretado por Michael Caine, está prestes a se aposentar. Antes que isso aconteça porém ele sofre um atentado à sua vida. Caberá a Kaulder descobrir quem matou seu antigo amigo. E isso tudo, acreditem, é apenas o começo da trama. Para não dizer que o filme só apresenta problemas e defeitos eu vou destacar dois aspectos positivos que encontrei. O primeiro vem do elenco. Além do veterano Michael Caine, que sempre vale ao menos uma espiada seja qual for o filme, temos também em cena a atriz Rose Leslie, a ruivinha guerreira Ygritte da série "Game of Thrones". Eu sempre considerei ela muito talentosa, pena que o seu personagem aqui, uma bruxinha do bem, não ajude muito. Mesmo assim ela garante os poucos e raros bons momentos do filme. Outro aspecto que merece uma certa dose de elogios é a direção de arte da produção. Tom Reta, o diretor de arte do filme, se baseou nas antigas crenças pagãs de culto à natureza para criar todo o visual estético da produção. Ficou diferente e bem interessante. Esse aspecto também passou para os efeitos especiais, todos baseados nessa premissa. Infelizmente nada disso serviu no final para salvar o filme como um todo já que inegavelmente é bem fraco realmente.
O Último Caçador de Bruxas (The Last Witch Hunter, Estados Unidos, 2015) Direção: Breck Eisner / Roteiro: Cory Goodman, Matt Sazama / Elenco: Vin Diesel, Michael Caine, Rose Leslie, Elijah Wood, Ólafur Darri Ólafsson, Julie Engelbrecht / Sinopse: Durante a idade das trevas o caçador de bruxas Kaulder (Vin Diesel) é amaldiçoado por uma feiticeira. Ele jamais morrerá, para sofrer pelos séculos seguintes a dor psicológica pela morte de toda a sua família. 800 anos depois Kaulder está em Nova Iorque, fazendo parte de uma ordem religiosa chamada "Machado e Cruz" para caçar as bruxas que ainda vivem. O que ele não esperava era reencontrar nessa altura de sua vida os velhos inimigos do passado agindo novamente nas ruas da grande cidade.
Pablo Aluísio.
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sexta-feira, 6 de novembro de 2015
sábado, 21 de junho de 2014
Sahara
Título no Brasil: Sahara
Título Original: Sahara
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Breck Eisner
Roteiro: Clive Cussler, Thomas Dean Donnelly
Elenco: Matthew McConaughey, Penélope Cruz, Steve Zahn
Sinopse:
Dirk Pitt (Matthew McConaughey) é um aventureiro americano na África que deseja encontrar um tesouro milenar há muito enterrado nas areias do tempo. Seus planos porém não serão simples de realizar. No meio do caminho ele encontrará assassinos profissionais e criminosos de toda ordem. Conseguirá colocar as mãos na fortuna que tanto procura? Filme baseado no romance de aventuras de mesmo nome escrito pelo autor Clive Cussler.
Comentários:
Antes de qualquer coisa não vá confundir esse filme com o clássico "Sahara" estrelado por Humphrey Bogart e dirigido por Zoltan Korda (filme esse que já comentamos inclusive no blog Cinema Clássico). Esse aqui tem outra proposta, enquanto o filme original era um filme tradicional de guerra, esse pende muito mais para as modernas aventuras ao estilo Indiana Jones. Olhando sob um ponto de vista ameno, diria que o resultado é até divertido. O curioso é que apesar do marketing agressivo não conseguiu se tornar um sucesso de bilheteria. Foi uma tentativa mal sucedida de transformar Matthew McConaughey em um herói de ação, interpretando uma espécie de genérico de Indiana Jones. Uma má ideia, vamos convir. Quem acompanhou o ator em "True Detective" e viu sua premiação na última noite do Oscar por seu belo trabalho em "Clube de Compras Dallas" sabe que é um grande desperdício de talento escalar ele para esse tipo de filme sem maiores pretensões. Agora, temos que reconhecer que a fita tem lá seus atrativos, principalmente pelas boas tomadas de ação e pela fotografia bonita - fruto da beleza natural do local onde tudo foi filmado. Não pegou, mas pelo menos não aborrece a quem se aventurar a assistir. Vale pela diversão.
Pablo Aluísio.
Título Original: Sahara
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Breck Eisner
Roteiro: Clive Cussler, Thomas Dean Donnelly
Elenco: Matthew McConaughey, Penélope Cruz, Steve Zahn
Sinopse:
Dirk Pitt (Matthew McConaughey) é um aventureiro americano na África que deseja encontrar um tesouro milenar há muito enterrado nas areias do tempo. Seus planos porém não serão simples de realizar. No meio do caminho ele encontrará assassinos profissionais e criminosos de toda ordem. Conseguirá colocar as mãos na fortuna que tanto procura? Filme baseado no romance de aventuras de mesmo nome escrito pelo autor Clive Cussler.
Comentários:
Antes de qualquer coisa não vá confundir esse filme com o clássico "Sahara" estrelado por Humphrey Bogart e dirigido por Zoltan Korda (filme esse que já comentamos inclusive no blog Cinema Clássico). Esse aqui tem outra proposta, enquanto o filme original era um filme tradicional de guerra, esse pende muito mais para as modernas aventuras ao estilo Indiana Jones. Olhando sob um ponto de vista ameno, diria que o resultado é até divertido. O curioso é que apesar do marketing agressivo não conseguiu se tornar um sucesso de bilheteria. Foi uma tentativa mal sucedida de transformar Matthew McConaughey em um herói de ação, interpretando uma espécie de genérico de Indiana Jones. Uma má ideia, vamos convir. Quem acompanhou o ator em "True Detective" e viu sua premiação na última noite do Oscar por seu belo trabalho em "Clube de Compras Dallas" sabe que é um grande desperdício de talento escalar ele para esse tipo de filme sem maiores pretensões. Agora, temos que reconhecer que a fita tem lá seus atrativos, principalmente pelas boas tomadas de ação e pela fotografia bonita - fruto da beleza natural do local onde tudo foi filmado. Não pegou, mas pelo menos não aborrece a quem se aventurar a assistir. Vale pela diversão.
Pablo Aluísio.
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