segunda-feira, 14 de junho de 2021
Aqueles Que Me Desejam a Morte
Até gostei desse filme. O roteiro procura fugir do lugar comum, ambientando toda a ação dentro de uma reserva florestal no estado de Montana (bonito lugar!). Claro que há clichês no roteiro. Quando se vê uma personagem principal com traumas de incêndio, fica meio óbvio antever que toda aquela floresta vai acabar pegando fogo na terça parte final do filme. E é interessante porque praticamente todo o fogo que se vê no filme é fruto de computação gráfica. Até alguns atrás o fogo era uma das coisas mais complicadas de se fazer em efeitos digitais, mas esse filme mostra que a tecnologia avançou bem nesse campo. Tudo soa bem feito. E a Angelina Jolie? Convence em seu papel? Fica na média de suas atuações anteriores. Nada muito além disso. Assim escrevo que esse é até um bom filme para pura diversão. Roteiro redondinho e sem surpresas garante ao menos um bom passatempo. A pipoca fica garantida.
Aqueles Que Me Desejam a Morte (Those Who Wish Me Dead, Estados Unidos, 2021) Direção: Taylor Sheridan / Roteiro: Michael Koryta, Charles Leavitt / Elenco: Angelina Jolie, Nicholas Hoult, Finn Little / Sinopse: Uma bombeira e guarda florestal tenta salvar um garotinho das mãos de dois assassinos profissionais, enquanto a floresta onde trabalha é consumida em chamas.
Pablo Aluísio.
domingo, 13 de junho de 2021
Santos ou Soldados
Título Original: Saints and Soldiers
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Go Films, Medal of Honor Productions
Direção: Ryan Little
Roteiro: Geoffrey Panos, Geoffrey Panos
Elenco: Corbin Allred, Alexander Polinsky, Kirby Heyborne. Larry Bagby, Peter Holden, Ethan Vincent
Sinopse:
Quatro soldados americanos e um britânico lutando na Europa durante a Segunda Guerra Mundial tentam retornar ao território aliado depois de serem separados das forças dos EUA durante o histórico Massacre de Malmedy.
Comentários:
Esse foi o primeiro filme dessa franquia de filmes "Santos ou Soldados". É uma produção B, sem dúvida, sem maiores recursos em seu orçamento. Mesmo assim os realizadores conseguiram contornar isso com elegância, fazendo com que o espectador menos atento nem perceba esse tipo de coisa. Quando assisti não achei grande coisa, mas também não é um filme ruim. E para minha surpresa esse modesto filme acabou dando origem a uma linha própria, que a cada dois anos em média coloca um novo filme no mercado, geralmente no setor de venda direta ao consumidor. Como os grandes estúdios parecem não ter interesse mais em filmes da Segunda Guerra Mundial, produtores independentes ocupam esse nicho com esse tipo de produção. E pelo retorno que conseguem parece haver sempre um interesse por parte de público nesse tipo de filme de guerra. Então deixo a dica desse primeiro filme. Se gostar, há vários outros para se assistir. Não deixe de conferir.
Pablo Aluísio.
Miami Vice
Título Original: Miami Vice
Ano de Produção: 1984 - 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Television
Direção: John Nicolella, Richard Compton
Roteiro: Anthony Yerkovich, Daniel Pyne
Elenco: Don Johnson, Philip Michael Thomas, Saundra Santiago, Olivia Brown, Michael Talbott. John Diehl
Sinopse:
A série "Miami Vice" contava a história de dois policiais de Miami, James Crockett (Don Johnson) e Ricardo Tubbs (Philip Michael Thomas), que trabalhavam no departamento de narcóticos. Eles se disfarçavam para se infiltrar no submundo colorido e frenético de Miami, para desbaratar todas as quadrilhas de traficantes da região.
Comentários:
"Miami Vice" foi uma das séries mais populares e bem sucedidas dos anos 80. No total foram produzidas 5 temporadas, resultando em 111 episódios. Sucesso de público e crítica foi exibida por anos no Brasil pelo canal SBT. O ator Don Johnson que nunca havia emplacado direito no cinema aqui encontrou finalmente seu veículo de sucesso. Com roupas de grife, pinta de galã, ele conquistou uma legião de fãs na época, se tornando um dos atores mais populares da época. A série também se notabilizou pela estética visual, tudo muito colorido, cheio de neon, com a finalidade de capturar o clima da ensolarada Miami, na Flórida. Os figurinos também eram todos de estilistas famosos. Os bons roteiros, aliados a uma dupla de atores carismáticos e todo o seu visual mais caprichado, acabaram tornando "Miami Vice" um campeão de audiência daquela década. A marca acabou gerando também um filme para o cinema. Com outros atores e sem o mesmo charme nostálgico, acabou não indo bem nas bilheterias. Melhor conhecer a série original. Nos Estados Unidos foi lançado um box de luxo com todas as temporadas.
Pablo Aluísio.
sábado, 12 de junho de 2021
Totalmente Selvagem
Título Original: Something Wild
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: E. Max Frye
Elenco: Jeff Daniels, Melanie Griffith, Ray Liotta, Margaret Colin, Tracey Walter, Robert Ridgely
Sinopse:
Uma mulher de espírito livre "sequestra" um yuppie para um fim de semana de aventura. Mas a diversão rapidamente toma um rumo perigoso quando seu marido ex-presidiário aparece. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor atriz (Melanie Griffith) e melhor ator (Jeff Daniels).
Comentários:
Poucos filmes trazem tantas marcas dos anos 80 como esse "Totalmente Selvagem". E não estou me referindo apenas aos figurinos, à trilha sonora, ao estilo daquela década, mas também em relação ao roteiro e à direção do cineasta Jonathan Demme. Ele merecia mesmo um prêmio por ter capturado tão bem a essência de uma época como vemos aqui, nessa película. E como todos sabemos um bom filme também passa necessariamente por um bom elenco. O casal protagonista está realmente ótimo. Jeff Daniels interpreta o engomadinho de Wall Street, todo certinho. Melanie Griffith, jovem e muito bonita, com peruca Chanel, é a garota que em termos de personalidade é o extremo oposto dele. E como se sabe, os opostos se atraem. No quadro geral é um filme simpático, divertido, com a cara dos anos 80. Nesse quesito provavelmente é o maior exemplo do cinema produzido naqueles anos.
Pablo Aluísio.
Os Espiões que Entraram numa Fria
Título Original: Spies Like Us
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Landis
Roteiro: Dan Aykroyd, Dave Thomas
Elenco: Chevy Chase, Dan Aykroyd, Mark Stewart, Bruce Davison, William Prince, Steve Forrest
Sinopse:
Dois trapalhões funcionários do governo dos Estados Unidos pensam que são espiões, apenas para descobrir que são, na verdade, iscas para a Guerra Nuclear, durante a pior fase da guerra fria.
Comentários:
Uma comédia dos anos 80 satirizando, ou melhor dizendo, ironizando os filmes de espiões. Não vamos esquecer que naquela década a guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética estava no auge, então era prato cheio para situações de humor. E se você quer conhecer a comédia que era produzida nos anos 80 é bom procurar pelos nomes certos. E esse filme tem vários deles, em especial a dupla de protagonistas e John Landis, talentoso cineasta daquele período. Entretanto, devo dizer, que esse filme não é grande coisa. Não é especialmente divertido ou engraçado. É só uma boa ideia que ficou no meio do caminho. Uma pena. O que estraga mesmo é que o filme em alguns momentos pontuais tenta se levar a sério demais, tentando imitar James Bond. Aí já é demais, vamos convir. Com isso o filme se torna até mesmo chato. Para uma comédia isso é literalmente o fim da picada.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 11 de junho de 2021
Uma Gatinha Boa de Bola
Título Original: Wildcats
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Ritchie
Roteiro: Ezra Sacks
Elenco: Goldie Hawn, Woody Harrelson, Swoosie Kurtz, Robyn Lively, Brandy Gold, James Keach
Sinopse:
Desde quando era apenas uma garotinha, Molly (Goldie Hawn) sempre amou o futebol americano. O tempo passa, ela se torna adulta e tenta começar sua carreira como treinadora. Só que isso não será fácil dentro de um esporte tão machista!
Comentários:
A atriz Goldie Hawn fez uma série de comédias de sucesso nos anos 80, algumas delas ao lado do maridão Kurt Russell. Essa foi uma delas, aqui em voo solo. O curioso é que o filme fez bastante sucesso nos Estados Unidos, mas no mercado internacional passou quase despercebido. A razão é bem fácil de entender. Filmes sobre futebol americano geralmente só fazem sucesso na terra do Tio Sam. Não importa, esse "Uma Gatinha Boa de Bola" (um título nacional bem Sessão da Tarde!) tem bom roteiro e um elenco de jovens atores interpretando jogadores, entre eles o Woody Harrelson, ainda bem jovem, mas já com aquele jeitão de caipira casca grossa que ele iria interpretar pelo resto de sua carreira. Enfim, deixo a dica dessa boa comédia que se passa no mundo esportivo. Se você curte essa mistura, não deixe de ver (ou rever).
Pablo Aluísio.
Os Últimos Durões
Título Original: Tough Guys
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Jeff Kanew
Roteiro: James Orr, Jim Cruickshank
Elenco: Burt Lancaster, Kirk Douglas, Charles Durning, Alexis Smith, Dana Carvey, Darlanne Fluegel
Sinopse:
Harry Doyle (Burt Lancaster) e Archie Long (Kirk Douglas) são dois velhos criminosos que passaram décadas atrás das grades. Uma vez cumpridas as penas eles voltam para a liberdade, mas o mundo moderno lhes parece completamente diferente do passado. E agora, como vão sobreviver nessa nova realidade?
Comentários:
Como dois velhos gângsteres, da velha escola do crime, iriam sobreviver de volta às ruas depois de anos e anos dentro da prisão? Essa é a premissa básica desse filme. Calma, não se trata de um drama discutindo essa questão, que inclusive poderia render um ótimo argumento para um filme mais sério. Entretanto aqui o tom é de comédia. Esses dois criminosos, agora idosos, tentam cometer os mesmos crimes usando das velhas táticas, há muito obsoletas pelo passar do tempo. O filme na verdade é praticamente uma despedida e uma homenagem desses dois veteranos do cinema. Burt Lancaster, o antigo astro dos filmes de piratas, sempre sorridente e atlético e Kirk Douglas, um ícone do cinema americano em sua fase de ouro, mostram como ainda eram durões de verdade. É um filme divertido e até mesmo engraçado, porém uma dupla dessas, de tanta importância, poderia ter se envolvido em algo maior, à altura de suas carreiras.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 10 de junho de 2021
Caixa de Pássaros
Esse é um daqueles filmes que exigem uma grande cumplicidade do espectador. Você vai ter que assumir a proposta do roteiro (que foi baseada em um livro de sucesso escrito por Josh Malerman). E qual seria essa premissa complicada? O mundo começa a entrar em caos social após um estranho fenômeno acontecer. As pessoas que olham para esse evento perdem o juízo, cometem atos de loucura e até mesmo se suicidam. A única maneira de escapar é ficar de olhos vendados. A protagonista, Malorie (Sandra Bullock), é uma jovem mãe que tenta sobreviver e ao mesmo tempo manter seus filhos salvos dessa loucura completa que assola a humanidade.
O filme apresenta duas linhas narrativas, uma no passado e outra no presente. No passado os acontecimentos são contados desde o começo, quando esse estranho fenômeno começou a acontecer, a morte de sua irmã e a fuga para uma casa onde um pequeno grupo tenta sobreviver. No presente é mostrada a luta dela em navegar por um rio, de olhos vendados, enquanto tenta encontrar uma comunidade de sobreviventes. Funciona a trama? Em termos. No geral essa coisa toda de ficar de olhos vendados se torna cansativa depois de um tempo. Também faltam maiores explicações. Seria tudo fruto de alucinações? Seriam entidades sobrenaturais atacando o mundo? Bom, esse tipo de resposta não será dada ao espectador. Só sobra assim torcer para que eles sobrevivam. Poderia ser um filme melhor se fosse melhor explicado.
Caixa de Pássaros (Bird Box, Estados Unidos, 2018) Estúdio: Netflix / Direção: Susanne Bier / Roteiro: Eric Heisserer, baseado no livro Caixa de Pássaros escrito por Josh Malerman / Elenco: Sandra Bullock, John Malkovich, Trevante Rhodes, Sarah Paulson, Danielle Macdonald, Lil Rel Howery / Sinopse: Após um estranho fenômeno inexplicável que assola o mundo, uma jovem mãe tenta sobreviver ao lado de seus filhos. Filme premiado pelo Fangoria Chainsaw Awards.
Pablo Aluísio.
De Quem é a Vida Afinal?
Título Original: Whose Life Is It Anyway?
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Badham
Roteiro: Brian Clark
Elenco: Richard Dreyfuss, John Cassavetes, Christine Lahti, Bob Balaban, Kenneth McMillan, Kaki Hunter
Sinopse:
Ken Harrison (Richard Dreyfuss) é um artista, um escultor, que fica paralítico após um sério acidente de carro. Inconformado com sua nova situação de saúde que é irreversível, ele passa a lutar pelo direito de tirar a própria vida. Uma questão jurídica que se torna alvo de polêmicas.
Comentários:
O filme "De Quem é a Vida Afinal?" discute a questão do suicídio assistido e até mesmo da eutanásia. O roteiro pergunta se o direito de tirar a própria vida pertence ao próprio indivíduo que não quer mais viver ou se isso pode ser impedido legalmente pelo Estado. Tema polêmico, com defensores ardorosos de ambos os lados. Outro aspecto interessante desse filme é que apesar do tema pesado, há uma certa leveza na forma como se comporta o personagem principal. Alguns críticos chegaram até mesmo a considerar o filme uma espécie de comédia de humor negro, algo que eu pessoalmente não concordo pois se trata mesmo de um drama, mesmo que o protagonista interpretado pelo ator Richard Dreyfuss seja em alguns momentos morbidamente engraçado. Então é isso, deixo a dica do filme para quem se interessa pelo tema proposto pelo seu roteiro. Dentro dessa seara é um dos melhores filmes já feitos sobre o assunto.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 9 de junho de 2021
Fievel - Um Conto Americano
Título Original: An American Tail
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Don Bluth
Roteiro: Judy Freudberg, Tony Geiss
Elenco: Dom DeLuise, Christopher Plummer, Erica Yohn, John Finnegan, Will Ryan, Hal Smith
Sinopse:
Ao emigrar para os Estados Unidos, um jovem ratinho russo chamado Fievel se separa de sua família, enquanto tenta sobreviver em um novo país e a uma nova realidade de vida. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor música original ("Somewhere Out There" de James Horner, Barry Mann e Cynthia Weil).
Comentários:
Até a década de 1980 a Disney reinava soberana no mercado de animações em longa-metragem para o cinema. Simplesmente não havia concorrência. A partir de filmes como "Fievel" essa realidade começou a mudar. Essa animação foi produzida pela Universal, quase como um teste de mercado, para sondar se havia espaço mesmo para outras animações que não fossem dos estúdios do ratinho Mickey Mouse. E o resultado foi melhor do que o esperado. O filme foi elogiado pela crítica e rendeu uma boa bilheteria, chamando a atenção para todos os demais estúdios de Hollywood, o que fez mudar definitivamente esse mercado de animações. E não podemos deixar de elogiar também o trabalho do diretor Don Bluth. Cineasta e animador talentoso, ele vinha justamente dos estúdios Disney onde havia trabalhado por muitos anos. Não havia nome melhor para enfrentar o império Disney do que alguém formado em seus próprios estúdios de animação. Então é isso, "Fievel" não foi apenas uma ótima animação, foi também uma mudança de paradigma em todo esse universo das animações cinematográficas.
Pablo Aluísio.