sábado, 11 de julho de 2020

Batman vs. Duas-Caras

O setor de animação da Warner associado com a DC Comics tem produzido diversas animações do Batman nos últimos anos. Só que essa aqui é bem diferenciada. A intenção fica clara desde a primeira cena, desde o momento em que a trilha sonora começa a tocar. Essa animação nada mais é do que uma homenagem à série clássica dos anos 1960. Aquela mesma ultra-camp, kitsch e super colorida (para aproveitar a moda das televisores em cores que chegavam nas casas dos americanos naquela época). Os produtores até mesmo conseguiram trazer os atores Adam West (Batman), Burt Ward (Robin) e Julie Newmar (Mulher Gato) para dublarem os personagem que tinham interpretados na série original. E de quebra, para alegria da geração geek, ainda contrataram o próprio capitão Kirk, ou melhor dizendo, William Shatner, para dublar o vilão Duas-Caras. É um pacote completo para quem adorava séries nerds antigas.

Perceba que o desenho dos animadores seguiu também à risca a direção de arte da série dos anos 60. Os mesmos uniformes e as mesmas bugigangas que o Batman tirava de seu cinto com mil e uma utilidades. Só faltou o "Bat-Repelente de tubarões"! Com tudo isso na tela, o tom acaba sendo de galhofa e chanchada, mas era essa mesma a intenção dos realizadores. Dizem inclusive que isso também está ocorrendo no mundo dos quadrinhos, com uma linha de gibis inspirada no Batman gorducho e gaiato dos anos 60. Agora, uma coisa é certa. O espectador tem que entrar no cilma e entender que tudo nessa animação foi feito na base da referência de um passado do herói que nem todo mundo gosta ou aprecia. Quem curte o Batman sombrio, dark, sério, esqueça. Esse Batman aqui é nostalgia pura, infantil, algo feito para quem gostava do seriado antigo. Nada a ver com o Batman pós Cavaleiro das Trevas.

Batman vs. Duas-Caras (Batman vs. Two-Face, Estados Unidos, 2017) Direção: Rick Morales / Roteiro: Michael Jelenic, James Tucker / Elenco: Adam West, Burt Ward, William Shatner, Julie Newmar / Sinopse: Nessa homenagem ao antigo seriado de TV da década de 1960, Batman e Robin enfrentam um novo desafio. O promotor público  Harvey Dent (Shatner) é exposto a um produto químico que divide sua personalidade em duas. Uma boa e outra má. Surgindo daí o vilão Duas-Caras.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Colheita Maldita: Gênesis

Título no Brasil: Colheita Maldita - Gênesis
Título Original: Children of the Corn - Genesis
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Joel Soisson
Roteiro: Joel Soisson
Elenco: J.J. Banicki, Diane Peterson, Kai Caster, Tim Rock. Billy Drago, Barbara Nedeljakova

Sinopse:
Um casal viajando numa estrada secundária acaba ficando na mão, quando o motor do carro pifa. Eles então saem em busca de ajuda na região, mas tudo parece bem deserto. Acabam parando, depois de muitas horas, numa velha casa, uma fazenda praticamente abandonada onde vive um senhor bem esquisito. E seus problemas logo começam quando precisam passar a noite por lá.

Comentários:
Stephen King escreveu "Colheita Maldita" em 1978. Seis anos depois saiu o primeiro filme baseado nesse conto. Até que é um bom filme, ainda hoje elogiado e cultivado por fãs de terror. O uso de vastos milharais como instrumento de suspense e terror pegou bem no imaginário popular dos americanos que vivem nessas regiões do centro oeste. Pois bem, o tempo passou e vários outros filmes foram produzidos. A maioria deles bem fracos. Esse novo da linha segue o padrão ruim dos anteriores que tinham sido produzidos nesses últimos anos. É muito derivativo, sem ideias novas, tentando apenas requentar velhas ideias. E aí eu deixo uma pergunta no ar: será que essas crianças de pura maldade, verdadeiras aparições sobrenaturais no meio do milharal, ainda despertam medo em alguém? O garotinho desse filme que, ao que tudo indica, é uma reencarnação de um demônio milenar que tem poderes sobrenaturais dignos de super-heróis de quadrinhos, ainda vai assustar alguém? Não ficou muito exagerado? Na minha opinião sim, totalmente fora da casinha. De qualquer modo se o livro e o filme originais ainda despertam algum interesse em você, assista. Só não vá esperando por algo excepcional ou muito bom. Esse filme é bem fraco para dizer a pura verdade.

Pablo Aluísio.

Louca Obsessão

Título no Brasil: Louca Obsessão
Título Original: Misery
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Rob Reiner
Roteiro: William Goldman
Elenco: Kathy Bates, James Caan, Lauren Bacall, Richard Farnsworth, Frances Sternhagen, Graham Jarvis

Sinopse:
Baseado em um livro escrito por Stephen King, o filme "Louca Obsessão' conta a história de Annie Wilkes (Kathy Bates). Ela é uma fã obcecada por seu escritor preferido, Paul Sheldon (James Caan). Annie acaba aprisionando o autor em uma cabana remota, fazendo um jogo psicológico mortal com ele nas montanhas.

Comentários:
Grande filme que tive a oportunidade de assistir no cinema, em seu lançamento original. Em minha opinião é uma das melhores adaptações de Stephen King para o cinema. Uma história que caiu como uma luva para esse thriller de suspense e tensão. A Kathy Bates nunca esteve tão bem como aqui. Ela é a dona de casa solitária e com problemas psicológicos que fica obcecada qpelo autor de livros de suspense interpretado por James Caan. Quando surge uma oportunidade ela o rapta, o algema nunca cama e cria um jogo obsessivo com ele, uma mescla de amor e ódio turbinada por uma obsessão doentia. Durante todo o filme temos praticamente apenas os dois em cena. Um verdadeiro tour de force entre esses dois grandes talentos. Quem vence o duelo? O espectador, claro! Kathy Bates acabou sendo premiada pelo Oscar e pelo Globo de Ouro por sua atuação. Algo merecido, digno de aplausos. O filme também deveria ter sido indicado para o prêmio de melhor roteiro adaptado, mas não aconteceu. Para muitos críticos na época o roteiro conseguia ser ainda melhor do que o livro de King. Não duvido nada dessa opinião. E entre as cenas que você nunca mais vai esquecer desse filme lembro do momento em que a personagem de Bates quebra as pernas do escritor interpretado por Caan. Esse momento vai ficar na sua memória por longos anos, pode ter certeza. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

O Grande Impostor

Após o grande sucesso de público e crítica de “Spartacus”, Tony Curtis voltou para a Universal, o estúdio onde aprendeu a ser um ator e um astro, para estrelar esse “O Grande Impostor”, filme baseado na história real de Ferdinand Demara, um sujeito que a despeito de nem ter concluído o ensino médio se fazia passar por psicólogo, professor, médico, monge, criminalista e qualquer outra profissão que lhe surgisse pela frente. Dono de uma memória fotográfica ele conseguia aprender os rudimentos de cada profissão e assim enganava a todos por onde passava. Embora não tivesse educação formal completa era dono de uma inteligência acima do normal. Com alto Q.I. conseguia se passar até por médico cirurgião. Em todos os seus disfarces conseguia angariar simpatias e agradecimentos pelas pessoas que ia ajudando. Desmascarado pelo FBI acabou sendo preso mas depois de algum tempo seu paradeiro se tornou novamente incerto e indeterminado. A última vez que houve notícias dele foi em 1962. Não se sabe onde foi parar, provavelmente em algum lugar remoto utilizando-se de mais algum personagem criado para si próprio com a finalidade de enganar os que viviam ao seu redor.

Tony Curtis encontrou um bom veículo para seu tipo mais característico, a do bom malandro que embora enganasse a todos não o fazia por mal e no final das contas realmente não prejudicava ninguém, só a si mesmo. O mais curioso é que embora Demara fosse, em essência, apenas um criminoso, o roteiro lhe é bastante simpático. O tom é de comédia leve, com alguns poucos momentos de tensão. Em um deles Demara fingindo-se um psicólogo especialista em sistema penitenciário adentra uma ala do presídio com os mais violentos criminosos.

Conversando com eles tenta amenizar o comportamento hostil de alguns presos mas sem grande sucesso, pois um deles logo resolve puxar um canivete para um acerto de contas. Em outro momento, Demara se passando por um médico cirurgião dentro de um navio da marinha, se vê de repente na incumbência de cuidar de vários doentes – algo que não sabia fazer pois afinal não era um médico de verdade. Outro bom destaque do elenco é o ator Karl Malden, interpretando um padre que funciona dentro da trama como uma consciência do próprio impostor. No saldo final “O Grande Impostor” diverte e entretém. O personagem picaresco do filme consegue manter sempre o interesse do espectador. Filme leve e divertido que vale a pena ser assistido.

O Grande Impostor (The Great Impostor, Estados Unidos, 1961) Direção: Robert Mulligan / Roteiro: Robert Crichton, Liam O'Brien / Elenco: Tony Curtis, Karl Malden, Edmond O'Brien, Arthur O´Connell, Joan Blackman / Sinopse: Freddy Demara (Tony Curtis) é um sujeito que se faz passar por diversos profissionais mesmo nunca tendo estudado ou se formado nessas profissões. Assim, de acordo com as circunstâncias, ele se disfarça de médico, psicólogo, professor, monge e mais o que lhe parecer conveniente. Procurado pelo FBI ele tenta escapar através de seus inúmeros disfarces.

Pablo Aluísio.

Armadilha do Destino

Dois criminosos em fuga por um lugar remoto e distante se vêem em péssima situação após o carro em que estão ficar sem gasolina. Um dos bandidos está ferido com um tiro no estômago. O outro também foi atingido por uma bala mas o ferimento é menos grave pois o atingiu no braço. Perdidos e sem saber onde estão um dos bandidos resolve procurar por socorro. Interpretado pelo ator Lionel Stander o personagem finalmente encontra uma antiga construção, medieval, à beira de uma paradisíaca praia. Lá vive o casal George (Donald Pleasence) e Theresa  (Françoise Dorléac). Ele é um antigo industrial aposentado, ela, uma moça bem mais jovem que adora ouvir música e andar à beira mar com seu jovem amante. Após invadir a casa o criminoso os força a ajudá-lo no resgate do parceiro que infelizmente não consegue sobreviver aos ferimentos. Tentando entrar em contato com seu chefe, mas sem sucesso, o assaltante Richard (Stander) começa então a fazer um jogo de dominação com o casal de reféns. Tudo o que deseja é ir embora mas acaba surpreendido quando o casal recebe a visita de um grupo de turistas que deseja conhecer melhor a histórica casa (que no passado havia pertencido a um famoso escritor). Fica então armada a situação limite, um verdadeiro beco sem saída (expressão que em francês dá nome ao filme, Cul-de-sac).

Vencedor do Urso de Prata de Berlim, “Armadilha do Destino” é um dos filmes mais pessoais de Roman Polanski. Aqui ele arma todo um tabuleiro de xadrez com os personagens da trama. O enredo se passa todo dentro desse castelo medieval à beira mar onde basicamente convivem apenas três personagens, o casal e o criminoso que os mantém reféns. A chegada de mais pessoas ao local apenas aumenta o clima de tensão sobre o desfecho de todo aquele acontecimento. O trio central que domina o elenco é muito bom. Donald Pleasance interpreta um homem fraco, dominado por uma jovem esposa inconseqüente, interpretada pela bela Françoise Dorléac. Infiel trai o marido de forma ostensiva. Richard, o bandido ferido, encontra sua caracterização perfeita na atuação do eterno coadjuvante Lionel Stander. Tudo o que ele deseja é ir embora dali mas sem ter como seguir adiante tem que conviver, mesmo que por pouco tempo, com aquele casal incomum e estranho.

O curioso é que Polanski não abraça apenas a tensão e o suspense da situação como era de se prever. Pelo contrário, o cineasta surpreende o espectador ao criar um verdadeiro vínculo entre o criminoso e o casal. Conhecida como “Síndrome de Estocolmo” a situação se caracteriza sempre que as vítimas criam simpatia pelos criminosos que os mantém em cativeiro. É basicamente o que acontece aqui. De repente todos estão se embebedando, rindo e trocando confidências. A chegada de estranhos acaba quebrando essa ligação, trazendo tensão e medo de volta à casa. O resultado é acima da média, mostrando toda a genialidade do diretor. Ele na realidade brinca com o espectador, ora criando tensão, ora aliviando com a cumplicidade que surge entre os personagens principais. O clímax final só vem confirmar a verdadeira roleta russa emocional que é “Armadilha do Destino”. Tudo resultando em mais um maravilhoso trabalho desse genial cineasta.

Armadilha do Destino (Cul-de-sac, Inglaterra, 1966) Direção: Roman Polanski / Roteiro: Gérard Brach, Roman Polanski / Elenco: Donald Pleasence, Françoise Dorléac, Lionel Stander, Jacqueline Bisset / Sinopse: Após invadir uma antiga construção clássica um criminoso faz de refém um casal que mora no local. Esperando que os comparsas venham lhe resgatar ele obriga os moradores a ajudá-lo em sua fuga.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

As Trapaceiras

Título no Brasil: As Trapaceiras
Título Original: The Hustle
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Chris Addison
Roteiro: Stanley Shapiro, Paul Henning
Elenco: Anne Hathaway, Rebel Wilson, Alex Sharp, Ashley McGuire, Casper Christensen, Eloise Lovell Anderson

Sinopse:
Josephine Chesterfield (Anne Hathaway) e Penny Rust (Rebel Wilson) são duas vigaristas que vivem de enganar ricaços na Costa Azul, balneário frequentado por gente rica e famosa no sul da França. Inicialmente rivais, elas decidem se unir para aplicar um golpe em um jovem milionário do ramo da tecnologia.

Comentários:
Esse tipo de roteiro é uma coisa já bem antiga. Basta lembrar de David Niven e Marlon Brando interpretando o mesmo tipo de personagens há mais de 60 anos! Não há novidade nenhuma. A única diferença básica é que ao invés de trapaceiros, temos agora trapeceiras. O filme é até bem bobinho, mas consegue divertir. Ele começa meio fora do tom certo, que uma comédia como essa costuma exigir, mas a coisa toda vai melhorando com o passar do tempo. Se minha memória não falha, essa é a primeira comédia mais escrachada estrelada pela atriz Anne Hathaway. A sua personagem é uma vigarista de classe, que se veste com o melhor figurino para geralmente enganar velhacos ricos e babões. O tipo de presa ideal para ela. Já Rebel Wilson é o tipo totalmente contrário a isso. Ela é o touro na loja de porcelana da Anne. Enquanto uma procura ser todo glamour, a outra é grosseria pura. Em comum porém as duas tem a vigarice. O resultado disso é uma comédia de altos e baixos. Momentos bem sem graça e cenas mais engraçadas vão se sucedendo ao longo do filme. A melhor parte vem quando Wilson finge ser cega para enganar um deses jovens bobocas que ficam ricos criando aplicativos para internet. Esses momentos rendem boas piadas para o filme, o salvando de afundar totalmente.

Pablo Aluísio.

As Aventuras do Barão Munchausen

Título no Brasil: As Aventuras do Barão Munchausen
Título Original: The Adventures of Baron Munchausen
Ano de Produção: 1988
País: Inglaterra, Alemanha
Estúdio: Prominent Features
Direção: Terry Gilliam
Roteiro: Charles McKeown, Terry Gilliam
Elenco: John Neville, Eric Idle, Sarah Polley, Oliver Reed, Charles McKeown, Winston Dennis

Sinopse:
Karl Friedrich Hieronymus von Münchhausen, o Barão de Munchausen, decide contar toda as suas aventuras quando serviu como militar na guerra Russo-Austríaca, exagerando e muito nas suas próprias façanhas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor direção de arte, figurino, efeitos especiais e maquiagem.

Comentários:
O  Barão Munchausen viveu no século XVIII. Ele foi um homem de muita imaginação. Gostava de contar histórias e transformava a mania de contar mentiras, lorotas, em arte. Claro, não fazia isso por maldade ou para prejudicar ninguém. Era apenas uma forma de passar o tempo, divertindo seus amigos mais próximos. Suas conversas ficaram tão populares na época que o escritor Rudolf Erich Raspe resolveu reunir tudo em um único livro, de literatura juvenil. E foi justamente esse livro que preservou esses contos. Também se tornou a base do roteiro desse filme de Terry Gilliam, ex-membro do grupo de humor inglês Monty Python. Ele caprichou no visual do filme que mais parece um espetáculo circense da era medieval. Ficou bonito de se assistir, uma direção de arte que merecia mesmo ter vencido o Oscar. É um filme com visual único, singular. Porém é necessário ao espectador conhecer primeiro a história do verdadeiro Barão, para que tudo funcione bem. Eu me recordo que assisti ao filme em VHS. Achei tudo muito requintado. O filme é um retrato de uma época cultural, uma imagem do folclore europeu de então. Uma maneira de preservar os feitos imaginários daquele que acabou sendo conhecido como "o maior mentiroso da história". Isso claro, não no sentido pejorativo do termo, mas sim sob o ponto de vista da arte de se contar histórias.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Entre Mundos

Título no Brasil: Entre Mundos
Título Original: Between Worlds
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos, Espanha
Estúdio: Saban Films
Direção: Maria Pulera
Roteiro: Maria Pulera
Elenco: Nicolas Cage, Franka Potente, Penelope Mitchell, Garrett Clayton, Hopper Penn, Lydia Hearst

Sinopse:
Joe (Nicolas Cage) é um viúvo que trabalha como caminhoneiro. Em um posto acaba conhecendo Julie (Franka Potente). Em pouco tempo eles começam a ter um caso, porém a filha de Julie logo se torna um problema para o casal. A garota começa a dar em cima do namorado da própria mãe, criando um triângulo amoroso com tintas de paranormalidade (por mais estranho que isso possa parecer!). 

Comentários:
Que filme fraco! Mais um na longa lista de abacaxis que o Nicolas Cage vem aparecendo nos últimos anos. O roteiro começa de forma convencional. Um homem, uma mulher, já na idade madura, começam a namorar. Ela tem uma filha que quase morreu. E essa jovem não demora muito a dar em cima do Joe (Cage), o namorado da mãe. Pior do que isso. Ela alega ser na verdade a esposa do Joe, que havia morrido há alguns anos. Possessão? Loucura? O roteiro nunca explica direito. E assim se forma esse estranho triângulo amoroso envolvendo a mãe, a filha e o amante. O Nicolas Cage está particularmente péssimo no filme. Sempre com uma garrafa de bebida na boca, ele exagera demais nas expressões. Ficou bem caricato mesmo. Insana é sua cena final que nem vou contar aqui. Puro nonsense involuntário com péssimos efeitos especiais. A vergonha alheia bateu forte, mas não conteve a risada. É um daqueles filmes que nunca se decidem se é uma novelona americana ou um filme de terror disfarçado. Na dúvida acabou só sendo mesmo um filme ruim, que deixa muito a desejar. Tampouco espere por algum aprofundamento espiritual em tudo o que acontece. O roteiro é raso e vazio em todos os momentos. Um belo tiro no pé, fraco demais em todos os sentidos. Para não dizer que nada presta, devo dizer que dei umas boas risadas da tosquice geral. Foi inevitável.

Pablo Aluísio.

Darkman: Vingança sem Rosto

Título no Brasil: Darkman - Vingança sem Rosto
Título Original: Darkman
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Sam Raimi
Roteiro: Sam Raimi, Chuck Pfarrer
Elenco: Liam Neeson, Frances McDormand, Colin Friels, Larry Drake, Nelson Mashita, Ted Raimi

Sinopse:
Após uma enorme explosão no laboratório onde trabalha, o pesquisador Peyton Westlake (Liam Neeson) fica com seu rosto destruído. Após se recuperar de todos os ferimentos, ele passa a assumir a identidade de um vingador chamado Darkman e parte para cima de todos os responsáveis por sua situação.

Comentários:
Assisti ainda nos tempos do VHS. Penso que não é um grande filme, para falar a verdade mal funcionava como mera diversão nos anos 90. O problema básico é desse personagem em si, o tal de Darkman, que é muito cheio de clichês por todos os lados. Com ecos de Fantasma da Ópera, ele é fruto de uma grande explosão em seu laboratório. A partir daí, com o rosto desfigurado, sua vida praticamente acaba, mas ele consegue encontrar uma nova razão de viver... na caça de criminosos pela cidade! Pois é, tem coisas retiradas da origem do Batman também. Usando disfarces, ele se infiltra no meio do submundo para saciar sua sede de vingança (olha uma frase bem clchê por aqui...) Um dos slogans da época dizia que o Darkman poderia se parecer com qualquer homem (por causa de seus disfarces), mas ao mesmo tempo não se parecia com ninguém! Vai entender essa frase sem sentido... Enfim, o que me parece é que o Sam Raimi tinha sofrido uma espécie de overdose de quadrinhos e resolveu criar o seu próprio personagem. Não deu muito certo, vamos ser sinceros. Ainda mais por expor demais o Darkman, de dia, em qualquer lugar. O certo teria sido usá-lo apenas nas sombras, na noite. Afinal o nome do tal sujeito era Darkman...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

O Homem Invisível

Título no Brasil: O Homem Invisível
Título Original: The Invisible Man
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Leigh Whannell
Roteiro: Leigh Whannell
Elenco: Elisabeth Moss, Oliver Jackson-Cohen, Harriet Dyer, Aldis Hodge, Storm Reid, Michael Dorman

Sinopse:
Após fugir de casa e de um casamento abusivo e violento, Cecilia Kass (Elisabeth Moss) é informada de que seu ex-marido se matou. Só que após alguns dias, coisas estranham começam a acontecer. Ela fica convencida que o marido, um expert em Óptica, conseguiu chegar na invisibilidade. As demais pessoas porém pensam que ela está ficando louca.

Comentários:
Quando se fala nesse personagem as primeiras lembranças que tenho são as do filme original e também as do filme "O Homem Sem Sombra". Esse último aliás trouxe uma bateria de efeitos visuais revolucionários e inovadores. Nessa nova versão aqui não espere por nada parecido. O diretor Leigh Whannell apostou mais no suspense, nos detalhes, em criar um certo clima para os acontecimentos. E por falar em clima, o filme tem jeitão até mesmo de filme de arte, com todas aquelas sutilezas que estamos acostumados a encontrar nesse tipo de produção. Porém, aqui estamos tratando de um dos monstros clássicos da Universal. Então a sofisticação só vai até certo ponto. De maneira geral gostei dessa nova versão, principalmente pela forma como o roteiro lida com a invisibilidade, aqui causada por uma roupa especial de alta tecnologia. O roteiro não entra em muitos detalhes, mas convence, mesmo sendo sutil. A atriz Elisabeth Moss é velha conhecida de quem curte séries. Basta lembrar de sua personagem marcante em "Mad Men". O filme custou relativamente muito pouco, mas fez bonito nas bilheterias, mesmo sendo prejudicado pela chegada da pandemia do coronavírus nos Estados Unidos e no mundo. Se as salas de cinema não fossem fechadas às pressas o filme certamente teria rendido muito mais. Uma pena.

Pablo Aluísio.