Esse é um clássico do cinema, muito querido inclusive no Brasil. Na história temos como protagonista Mark Thackeray (Sidney Poitier), um professor americano negro que chega para ensinar numa escola pública na região mais pobre de Londres. Os alunos são todos indisciplinados, rebeldes e desmotivados. Um deles chega a se referir a uma pilha de livros como porcaria! Inicialmente hostilizado, intimidado e ridicularizado o professor aos poucos vai conquistando a simpatia de sua classe, tudo a custa de muita dignidade, exemplo e postura. Depois de algum tempo o mestre consegue compreender que as atitudes de seus alunos são reflexos de suas vidas familiares desajustadas e disfuncionais. A violência verbal e física que sofrem de seus próprios pais se reflete depois em seu comportamento escolar. A escola também funciona como ponto de parada final para alunos que nenhuma outra escola de Londres mais aceita – e para onde só vão os desajustados, incorrigíveis e violentos. Com calma, paciência e disciplina, o mestre espera conquistar a consideração e a atenção de seus jovens alunos, que parecem completamente perdidos em suas vidas.
“Ao Mestre Com Carinho” é seguramente um dos maiores clássicos do cinema em seu tema. O assunto já havia sido explorado muito bem antes em “Sementes da Violência” (curiosamente com Poitier interpretando um aluno rebelde), mas ganha uma roupagem mais de acordo com a década de 1960. Em seu argumento são mostrados aspectos sociais, culturais e raciais da sociedade. O professor é negro, vindo de origem pobre e sofre inicialmente por causa disso. Apenas sua firmeza de caráter lhe garante o respeito devido a que merece. Na época de seu lançamento, o filme foi muito elogiado por sua coragem e sensibilidade pois temas considerados complicados eram retratados com bastante cautela. A classe mostrada no filme nada mais é do que um microcosmo da parte mais pobre da capital inglesa e disseca uma série de jovens sem um grande futuro pela frente. Além do texto socialmente consciente “Ao Mestre Com Carinho” também mostrou-se relevante do ponto de vista musical. Sua trilha sonora foi premiada com o Grammy e a canção "To Sir, with Love", cantada por Lulu, se tornou um grande sucesso popular. Assim fica a dica desse belo momento do cinema da década de 1960 que consegue com maestria discutir os problemas educacionais de seu tempo de forma impecável.
Ao Mestre Com Carinho (To Sir, with Love, Estados Unidos, Inglaterra, 1967) Direção: James Clavell / Roteiro: James Clavell baseado no livro “To Sir, With Love” de E. R. Braithwaite / Elenco: Sidney Poitier, Christian Roberts, Judy Geeson, Suzy Kendall, Lulu / Sinopse: O filme mostra a chegada de um professor americano negro (Sidney Poitier) para ensinar em uma escola pública Londrina. Com uma classe formada por alunos rebeldes e violentos, ele tentará lhes ensinar lições de cidadania, cortesia e boa educação. Filme indicado ao Grammy Awards. Vencedor do Laurel Awards.
Pablo Aluísio
segunda-feira, 23 de março de 2020
domingo, 22 de março de 2020
Os Cavaleiros da Távola Redonda
Ótima produção da Metro-Goldwyn-Mayer que não poupou esforços em realizar um belo filme para contar a também bela lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. O roteiro, muito bem escrito por sinal, mostra desde o surgimento de Arthur como aspirante ao trono até sua subida ao poder, suas lutas, guerras, glórias e queda do lendário monarca. O enredo começa logo após a saída do Império Romano da Bretanha. Seu vácuo de poder leva a ilha a uma encruzilhada de guerras sem fim. Vários senhores feudais brigando juntos pela posse do maior território possível. Para parar a anarquia reinante era necessária a centralização do poder na figura de um único soberano inglês.
É justamente aí que entra a figura de Arthur (Mel Ferrer). O mago Merlin (Felix Aylmer) avisa aos nobres que a lenda afirma que apenas o futuro rei da Inglaterra poderia retirar a espada Excalibur do metal de uma bigorna. Após vários candidatos tentarem - e falharem - resta ao desacreditado Arthur (considerado um filho bastardo, sem nobreza) retirar a mágica espada para se tornar o soberano absoluto de todos os senhores feudais britânicos. Isso daria origem ao seu famoso reinado, ao lado de seus cavaleiros como Lancelot (Robert Taylor) e Percival (Gabriel Woolf), o cavaleiro em busca do cálice sagrado. Além deles temos ainda todos os demais personagens cativantes que tanto conhecemos dessa mitologia.
"Os Cavaleiros da Távola Redonda" realmente é uma produção de encher os olhos. Figurino, cenários (a produção foi rodada na Inglaterra) e os diálogos são todos muito bem trabalhados, diria até refinados, dando aquele ar de produção classe A que só os antigos épicos possuíam. Claro que o argumento não tira maiores liberdades com a estória de Arthur, procurando de forma às vezes quase didática, seguir a versão oficial que chegou até nós através da música, dos poemas e das cantigas dos antigos menestréis e trovadores. No auge da popularidade do cinema em cores e da tecnologia do Technicolor, o que vemos é uma infinidade de figurinos coloridos, vibrantes, como convém ao vestuário típico da Idade Média daquele período. É um filme bonito de se ver.
Em termos de elenco o destaque é a atriz Ava Gardner como a rainha adúltera Guinevere. Ela está belíssima em cena. Nem um pouco deslocada com o material medieval, ela surge maravilhosa, mostrando aquela estampa de fina postura que só as antigas estrelas do cinema tinham. Aliás o texto fica bastante focado na complicada relação da rainha com o cavaleiro Lancelot (na pele de um afetado Robert Taylor). Arthur, o mago Merlin e os demais membros da Távola Redonda, ficam assim até mesmo parecendo meros coadjuvantes diante da tensão sexual entre Gardner e Taylor. Afinal de contas a lenda do Rei Arthur não se resume apenas a um retrato de um rei mitológico, mas também ao complicado caso de um amor impossível entre Lancelot e Guinevere. Pelo visto nem mesmo Camelot escapou da infidelidade conjugal. Assim deixo a dica desse ótimo épico medieval com ares de romance e duelos entre nobres cavaleiros. Sem dúvida um belo filme.
Os Cavaleiros da Távola Redonda (Knights of the Round Table, Estados Unidos, 1953) Direção: Richard Thorpe / Roteiro: Talbot Jennings, Jan Lustig / Elenco: Robert Taylor, Ava Gardner, Mel Ferrer, Stanley Baker, Anne Crawford, Felix Aylmer, Gabriel Woolf / Sinopse: O filme narra as mitológicas aventuras do Rei Arthur e seus Cavaleiros da Távola Redonda. Ao levantar a espada Excalibur ele se torna um dos mais celebrados Reis da história da Inglaterra.
Pablo Aluísio.
É justamente aí que entra a figura de Arthur (Mel Ferrer). O mago Merlin (Felix Aylmer) avisa aos nobres que a lenda afirma que apenas o futuro rei da Inglaterra poderia retirar a espada Excalibur do metal de uma bigorna. Após vários candidatos tentarem - e falharem - resta ao desacreditado Arthur (considerado um filho bastardo, sem nobreza) retirar a mágica espada para se tornar o soberano absoluto de todos os senhores feudais britânicos. Isso daria origem ao seu famoso reinado, ao lado de seus cavaleiros como Lancelot (Robert Taylor) e Percival (Gabriel Woolf), o cavaleiro em busca do cálice sagrado. Além deles temos ainda todos os demais personagens cativantes que tanto conhecemos dessa mitologia.
"Os Cavaleiros da Távola Redonda" realmente é uma produção de encher os olhos. Figurino, cenários (a produção foi rodada na Inglaterra) e os diálogos são todos muito bem trabalhados, diria até refinados, dando aquele ar de produção classe A que só os antigos épicos possuíam. Claro que o argumento não tira maiores liberdades com a estória de Arthur, procurando de forma às vezes quase didática, seguir a versão oficial que chegou até nós através da música, dos poemas e das cantigas dos antigos menestréis e trovadores. No auge da popularidade do cinema em cores e da tecnologia do Technicolor, o que vemos é uma infinidade de figurinos coloridos, vibrantes, como convém ao vestuário típico da Idade Média daquele período. É um filme bonito de se ver.
Em termos de elenco o destaque é a atriz Ava Gardner como a rainha adúltera Guinevere. Ela está belíssima em cena. Nem um pouco deslocada com o material medieval, ela surge maravilhosa, mostrando aquela estampa de fina postura que só as antigas estrelas do cinema tinham. Aliás o texto fica bastante focado na complicada relação da rainha com o cavaleiro Lancelot (na pele de um afetado Robert Taylor). Arthur, o mago Merlin e os demais membros da Távola Redonda, ficam assim até mesmo parecendo meros coadjuvantes diante da tensão sexual entre Gardner e Taylor. Afinal de contas a lenda do Rei Arthur não se resume apenas a um retrato de um rei mitológico, mas também ao complicado caso de um amor impossível entre Lancelot e Guinevere. Pelo visto nem mesmo Camelot escapou da infidelidade conjugal. Assim deixo a dica desse ótimo épico medieval com ares de romance e duelos entre nobres cavaleiros. Sem dúvida um belo filme.
Os Cavaleiros da Távola Redonda (Knights of the Round Table, Estados Unidos, 1953) Direção: Richard Thorpe / Roteiro: Talbot Jennings, Jan Lustig / Elenco: Robert Taylor, Ava Gardner, Mel Ferrer, Stanley Baker, Anne Crawford, Felix Aylmer, Gabriel Woolf / Sinopse: O filme narra as mitológicas aventuras do Rei Arthur e seus Cavaleiros da Távola Redonda. Ao levantar a espada Excalibur ele se torna um dos mais celebrados Reis da história da Inglaterra.
Pablo Aluísio.
El Cid
El Cid segue sendo um grande filme épico medieval. Mais um ponto alto na carreira do ator Charlton Heston. Logo ele, um dos mais bem sucedidos atores de todos os tempos nesse estilo cinematográfico. Basta lembrar de clássicos absolutos como "Ben-Hur" e "Os Dez Mandamentos". De fato bastaria apenas esses dois filmes para colocar Heston entre os grandes nomes da era de ouro de Hollywood. Porém ele foi além, estrelando também outros grandes filmes. El Cid é certamente um dos melhores deles. É uma grande produção. O filme não economizou nos custos. Há uma infinidade de figurantes, batalhas épicas e exércitos. Na época nada disso poderia ser feito de forma digital como se faz hoje em dia, assim tudo o que se vê na tela é real e até hoje impressiona, principalmente na batalha final travada nas praias do castelo de Valença. O Produtor Samuel Bronston tinha fama de não economizar nos custos de seus filmes. Assistindo El Cid entendemos bem a razão dessa sua fama.
O filme conta a história desse personagem histórico ainda hoje muito conhecido, o guerreiro e cavaleiro El Cid, venerado em alguns países europeus como um dos grandes heróis da história. Essa visão é meio distorcida. O roteiro de El Cid segue esse erro pois é pouco correto do ponto de vista histórico. No filme o cavaleiro é visto como um homem de atitudes grandiosas, nobres. O fato porém é que El Cid era algo que hoje em dia poderia ser definido facilmente como mercenário, ou seja, após ser exilado ele colocava seu exército particular à disposição de quem lhe pagasse mais, sejam cristãos ou mouros. Outro fato que foge da realidade histórica se refere à própria morte de El Cid. No filme seu final vai de encontro ao famoso poema medieval que o enobrecia como símbolo de virtude. Na história real sua morte foi bem mais banal e comum pois faleceu em seu castelo e não em luta de forma heroica como mostrada no filme.
A direção do filme ficou em boas mãos. Anthony Mann dirigiu grandes filmes ao longo de sua carreira, inclusive "Winchester 73" (western com excelente elenco, contando com Rock Hudson e James Stewart), "A Queda do Império Romano". "Cimarron" entre outros. Definitivamente "El Cid" foi o filme mais caro que se envolveu. As filmagens ocorreram na Espanha e Itália com equipe estrangeira e não deve ter sido nada fácil organizar e dirigir uma produção desse nível. Mesmo assim o resultado grandioso ficou muito bom, embora se perceba vários "vácuos" no filme, isso apesar dele ter mais de três horas de duração. A impressão que tive foi que o diretor se perdeu um pouco no corte ideal para o filme, pois há sequências enormes e desnecessárias, como o longo romance entre os personagens do casal Heston e Loren. Já outros personagens importantes na história não mereceram a mesma atenção. Como diretor ele deveria ter feito um filme mais enxuto e focado na minha opinião.
Outros problemas podem ser encontrados ao longo do filme. O romance entre Charlton Heston e Sophia Loren, por exemplo, não decola no filme. Na minha opinião o problema é a falta de talento da bela atriz. Sophia Loren tinha exageros de caracterização, cacoetes que ela trazia do cinema italiano e isso nem sempre funcionava bem. Heston, por sua vez, repete suas atuações de personagens épicos, que são virtuosos e acima do bem e do mal. Os atores que interpretam os dois reis em conflito (na realidade eram quatro) são fracos, em especial John Fraser que interpreta o Rei Alfonso. Muito afetado, ficou mais parecendo uma versão medieval de Calígula. Mesmo assim, com esse pequenos problemas em detalhes, não há como negar as qualidades cinematográficas dessa obra.
El Cid (El Cid, Estados Unidos, Itália, 1962) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Fredric M. Frank, Philip Yordan / Elenco: Charlton Heston, Sophia Loren, Raf Vallone / Sinopse: Épico que narra a história do guerreiro medieval El Cid que lutou contra as invasões mouras na Península Ibérica durante a alta idade média. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Música (Miklós Rózsa). Indicado no Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção e Melhor Trilha Sonora Original (Miklós Rózsa).
Pablo Aluísio.
O filme conta a história desse personagem histórico ainda hoje muito conhecido, o guerreiro e cavaleiro El Cid, venerado em alguns países europeus como um dos grandes heróis da história. Essa visão é meio distorcida. O roteiro de El Cid segue esse erro pois é pouco correto do ponto de vista histórico. No filme o cavaleiro é visto como um homem de atitudes grandiosas, nobres. O fato porém é que El Cid era algo que hoje em dia poderia ser definido facilmente como mercenário, ou seja, após ser exilado ele colocava seu exército particular à disposição de quem lhe pagasse mais, sejam cristãos ou mouros. Outro fato que foge da realidade histórica se refere à própria morte de El Cid. No filme seu final vai de encontro ao famoso poema medieval que o enobrecia como símbolo de virtude. Na história real sua morte foi bem mais banal e comum pois faleceu em seu castelo e não em luta de forma heroica como mostrada no filme.
A direção do filme ficou em boas mãos. Anthony Mann dirigiu grandes filmes ao longo de sua carreira, inclusive "Winchester 73" (western com excelente elenco, contando com Rock Hudson e James Stewart), "A Queda do Império Romano". "Cimarron" entre outros. Definitivamente "El Cid" foi o filme mais caro que se envolveu. As filmagens ocorreram na Espanha e Itália com equipe estrangeira e não deve ter sido nada fácil organizar e dirigir uma produção desse nível. Mesmo assim o resultado grandioso ficou muito bom, embora se perceba vários "vácuos" no filme, isso apesar dele ter mais de três horas de duração. A impressão que tive foi que o diretor se perdeu um pouco no corte ideal para o filme, pois há sequências enormes e desnecessárias, como o longo romance entre os personagens do casal Heston e Loren. Já outros personagens importantes na história não mereceram a mesma atenção. Como diretor ele deveria ter feito um filme mais enxuto e focado na minha opinião.
Outros problemas podem ser encontrados ao longo do filme. O romance entre Charlton Heston e Sophia Loren, por exemplo, não decola no filme. Na minha opinião o problema é a falta de talento da bela atriz. Sophia Loren tinha exageros de caracterização, cacoetes que ela trazia do cinema italiano e isso nem sempre funcionava bem. Heston, por sua vez, repete suas atuações de personagens épicos, que são virtuosos e acima do bem e do mal. Os atores que interpretam os dois reis em conflito (na realidade eram quatro) são fracos, em especial John Fraser que interpreta o Rei Alfonso. Muito afetado, ficou mais parecendo uma versão medieval de Calígula. Mesmo assim, com esse pequenos problemas em detalhes, não há como negar as qualidades cinematográficas dessa obra.
El Cid (El Cid, Estados Unidos, Itália, 1962) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Fredric M. Frank, Philip Yordan / Elenco: Charlton Heston, Sophia Loren, Raf Vallone / Sinopse: Épico que narra a história do guerreiro medieval El Cid que lutou contra as invasões mouras na Península Ibérica durante a alta idade média. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Música (Miklós Rózsa). Indicado no Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção e Melhor Trilha Sonora Original (Miklós Rózsa).
Pablo Aluísio.
sábado, 21 de março de 2020
Fugindo do Inferno
Esse é um dos clássicos sobre a II Guerra Mundial mais lembrados pelos cinéfilos. E também é um dos filmes mais famosos do astro Steve McQueen, aqui em plena forma, prestes a se tornar um dos mais bem sucedidos atores de sua geração. Seus filmes começavam a se destacar no topo dos grandes sucessos de bilheteria e ele por sua vez entrava na lista dos mais bem pagos de Hollywood. O sucesso finalmente batia em sua porta, dessa vez para ficar. A história do filme foi baseada em fatos históricos reais, porém com toques mais dramáticos para trazer agilidade e ação ao filme como um todo. O enredo era pura emoção e adrenalina.
Tudo se passa dentro de um campo de prisioneiros de guerra do III Reich, da Alemanha nazista. Um grupo de prisioneiros ingleses e americanos tenta de todas as formas fugir desse campo. O interessante é que pelo menos nessa época os alemães separavam militares inimigos presos no campo de batalha das pobres vítimas do holocausto. Depois com a deterioração completa da Alemanha as coisas ficaram mais complicadas, misturando priscioneiros de guerra com judeus. Todos acabavam nos campos de extermínio. Era uma violação direta de tratados internacionais sobre guerras mundiais como essa.
Essa prisão retratada no filme, por outro lado, foi especialmente construída pelo Terceiro Reich para abrigar os maiores mestres em fugas sob custódia no conflito. Esse é certamente um dos filmes mais lembrados quando se trata de fitas sobre fugas espetaculares. Além disso é considerado uma das produções mais populares estreladas pelo carismático Steve McQueen, na época no auge de sua popularidade como astro de filmes de ação. Embora pouca gente perceba isso, o fato é que "The Great Escape" tem grande "parentesco" com outro clássico estrelado por McQueen, o clássico e aclamado faroeste "Sete Homens e Um Destino". Ambos foram dirigidos pelo mesmo cineasta e conta com praticamente a mesma equipe no mesmo estúdio de cinema. São produções irmãs, vamos colocar nesses termos.
E se comparar bem os dois filmes veremos que "Fugindo do Inferno" conta com uma produção bem acima da média. Melhor do que o faroeste anterior. Tudo fruto, é óbvio, do grande sucesso do primeiro filme. Nesse filme de guerra a direção do cineasta John Sturges se destaca. Sempre o considerei um diretor subestimado na história de Hollywood. Provavelmente não lhe davam o devido valor porque seus filmes eram bem populares e tinham grande apelo junto ao público. O velho preconceito contra filmes que eram considerados comerciais demais. Bobagem. Pessoalmente considerado esse filme aqui uma verdadeiro obra-prima do cinema.
O roteiro foi baseado no livro de memórias de um participante da fuga, que realmente aconteceu em 1944, já na fase final da II Guerra Mundial. Claro que o filme toma enormes liberdades com o material original, o livro de Paul Brickhill. O túnel que vemos em cena certamente é irreal, tal o seu grau de sofisticação. Obviamente que a escavação real mais parecia com um mero buraco do que qualquer outra coisa, muito longe do que vemos na tela. A cena em que Steve McQueen pula a cerca do campo com uma moto também é puramente ficcional. Acabou se tornando a cena mais famosa do filme. De qualquer forma isso não desmerece as qualidades do filme. Afinal cinema tem sua própria linguagem e em determinados momentos exige uma certa mudança do que efetivamente aconteceu no mundo real. "Fugindo do Inferno" é certamente um dos melhores filmes de guerra já feitos. Movimentado, bem escrito e com muito suspense e emoção. Um marco nesse gênero cinematográfico.
Fugindo do Inferno (The Great Escape, Estados Unidos, 1963) Direção: John Sturges / Roteiro: James Clavell, W.R. Burnett baseados no livro de Paul Brickhill / Elenco: Steve McQueen, James Garner, Richard Attenborough, James Donald, Charles Bronson, Donald Pleasence, James Coburn, Hannes Messemer, David McCallum / Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial um grupo de prisioneiros é enviado para um campo de prisioneiros do exército alemão. Os que estão ali são especializados em fugas, por isso o lugar passa a ter forte esquema de segurança, o que não impede dos militares aliados de procurarem por novos meios de fugir daquele inferno. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição (Ferris Webster). Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama.
Pablo Aluísio.
Tudo se passa dentro de um campo de prisioneiros de guerra do III Reich, da Alemanha nazista. Um grupo de prisioneiros ingleses e americanos tenta de todas as formas fugir desse campo. O interessante é que pelo menos nessa época os alemães separavam militares inimigos presos no campo de batalha das pobres vítimas do holocausto. Depois com a deterioração completa da Alemanha as coisas ficaram mais complicadas, misturando priscioneiros de guerra com judeus. Todos acabavam nos campos de extermínio. Era uma violação direta de tratados internacionais sobre guerras mundiais como essa.
Essa prisão retratada no filme, por outro lado, foi especialmente construída pelo Terceiro Reich para abrigar os maiores mestres em fugas sob custódia no conflito. Esse é certamente um dos filmes mais lembrados quando se trata de fitas sobre fugas espetaculares. Além disso é considerado uma das produções mais populares estreladas pelo carismático Steve McQueen, na época no auge de sua popularidade como astro de filmes de ação. Embora pouca gente perceba isso, o fato é que "The Great Escape" tem grande "parentesco" com outro clássico estrelado por McQueen, o clássico e aclamado faroeste "Sete Homens e Um Destino". Ambos foram dirigidos pelo mesmo cineasta e conta com praticamente a mesma equipe no mesmo estúdio de cinema. São produções irmãs, vamos colocar nesses termos.
E se comparar bem os dois filmes veremos que "Fugindo do Inferno" conta com uma produção bem acima da média. Melhor do que o faroeste anterior. Tudo fruto, é óbvio, do grande sucesso do primeiro filme. Nesse filme de guerra a direção do cineasta John Sturges se destaca. Sempre o considerei um diretor subestimado na história de Hollywood. Provavelmente não lhe davam o devido valor porque seus filmes eram bem populares e tinham grande apelo junto ao público. O velho preconceito contra filmes que eram considerados comerciais demais. Bobagem. Pessoalmente considerado esse filme aqui uma verdadeiro obra-prima do cinema.
O roteiro foi baseado no livro de memórias de um participante da fuga, que realmente aconteceu em 1944, já na fase final da II Guerra Mundial. Claro que o filme toma enormes liberdades com o material original, o livro de Paul Brickhill. O túnel que vemos em cena certamente é irreal, tal o seu grau de sofisticação. Obviamente que a escavação real mais parecia com um mero buraco do que qualquer outra coisa, muito longe do que vemos na tela. A cena em que Steve McQueen pula a cerca do campo com uma moto também é puramente ficcional. Acabou se tornando a cena mais famosa do filme. De qualquer forma isso não desmerece as qualidades do filme. Afinal cinema tem sua própria linguagem e em determinados momentos exige uma certa mudança do que efetivamente aconteceu no mundo real. "Fugindo do Inferno" é certamente um dos melhores filmes de guerra já feitos. Movimentado, bem escrito e com muito suspense e emoção. Um marco nesse gênero cinematográfico.
Fugindo do Inferno (The Great Escape, Estados Unidos, 1963) Direção: John Sturges / Roteiro: James Clavell, W.R. Burnett baseados no livro de Paul Brickhill / Elenco: Steve McQueen, James Garner, Richard Attenborough, James Donald, Charles Bronson, Donald Pleasence, James Coburn, Hannes Messemer, David McCallum / Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial um grupo de prisioneiros é enviado para um campo de prisioneiros do exército alemão. Os que estão ali são especializados em fugas, por isso o lugar passa a ter forte esquema de segurança, o que não impede dos militares aliados de procurarem por novos meios de fugir daquele inferno. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição (Ferris Webster). Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama.
Pablo Aluísio.
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Os Heróis de Telemark
Título no Brasil: Os Heróis de Telemark
Título Original: The Heroes of Talemark
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Benton Film Productions
Direção: Anthony Mann
Roteiro: Ivan Moffat, Ben Barzman
Elenco: Kirk Douglas, Richard Harris, Ulla Jacobsson, Michael Redgrave, David Weston, Alan Howard
Sinopse:
A história do filme é baseada em fatos históricos reais. Tudo se passa na fria e distante Noruega. Membros locais da resistência à ocupação nazista e agentes da inteligência britânica se unem na missão de impedir que o III Reich venha a fabricar sua bomba atômica. Um comando especial é enviado em missão secreta para sabotar todos os planos do exército alemão. A intenção é colocar tudo abaixo, para que os nazistas não consigam ter em mãos essa arma de destruição em massa.
Comentários:
A década de 1960 foi a última dos filmes de guerra ao velho estilo. Esses roteiros bem patrióticos, ufanistas até, seriam substituídos por temas mais tensos, mais críticos. Na década de 1970 filmes como "Apocalypse Now" colocariam um fim a essa antigo forma de retratar os soldados e combatentes nos fronts de batalha. A própria guerra do Vietnã e seus problemas sociais iriam se tornar um muro para a produção de filmes como esses. Dito isso, sobre essa ar meio antigo, um tanto ultrapassado em termos de filmes de guerra, esse "The Heroes of Telemark" tem seus bons momentos. O grande atrativo vem do elenco e da direção. A presença de Kirk Douglas em qualquer filme já vale a sessão, mas quem brilha mesmo é Richard Harris! Que grande ator ele foi. Domina da primeira à última cena em que aparece. Grande talento. Por fim temos também a direção de Anthony Mann. Seus grandes filmes foram os de faroeste que rodou ao lado de James Stewart. Aqui também não perdeu a mão, concluindo um filme de guerra eficiente e bem conduzido. Acima de tudo o filme mantém o interesse porque o roteiro é bom. E é bom justamente porque conta uma história por demais interessante. Havia na guerra uma disputa para saber qual lado iria construir a primeira arma nuclear da história. Claro que esse tipo de bomba jamais poderia ser produzida por Hitler pois o custo humano de milhões de vidas iria ser alto. Por essa razão os militares do filme acabaram se tornando grandes heróis na II Guerra Mundial. O que eles evitaram sem dúvida não pode ser nem ao menos calculado. Nessa missão eles certamente salvaram milhões de vidas de inocentes.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Heroes of Talemark
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Benton Film Productions
Direção: Anthony Mann
Roteiro: Ivan Moffat, Ben Barzman
Elenco: Kirk Douglas, Richard Harris, Ulla Jacobsson, Michael Redgrave, David Weston, Alan Howard
Sinopse:
A história do filme é baseada em fatos históricos reais. Tudo se passa na fria e distante Noruega. Membros locais da resistência à ocupação nazista e agentes da inteligência britânica se unem na missão de impedir que o III Reich venha a fabricar sua bomba atômica. Um comando especial é enviado em missão secreta para sabotar todos os planos do exército alemão. A intenção é colocar tudo abaixo, para que os nazistas não consigam ter em mãos essa arma de destruição em massa.
Comentários:
A década de 1960 foi a última dos filmes de guerra ao velho estilo. Esses roteiros bem patrióticos, ufanistas até, seriam substituídos por temas mais tensos, mais críticos. Na década de 1970 filmes como "Apocalypse Now" colocariam um fim a essa antigo forma de retratar os soldados e combatentes nos fronts de batalha. A própria guerra do Vietnã e seus problemas sociais iriam se tornar um muro para a produção de filmes como esses. Dito isso, sobre essa ar meio antigo, um tanto ultrapassado em termos de filmes de guerra, esse "The Heroes of Telemark" tem seus bons momentos. O grande atrativo vem do elenco e da direção. A presença de Kirk Douglas em qualquer filme já vale a sessão, mas quem brilha mesmo é Richard Harris! Que grande ator ele foi. Domina da primeira à última cena em que aparece. Grande talento. Por fim temos também a direção de Anthony Mann. Seus grandes filmes foram os de faroeste que rodou ao lado de James Stewart. Aqui também não perdeu a mão, concluindo um filme de guerra eficiente e bem conduzido. Acima de tudo o filme mantém o interesse porque o roteiro é bom. E é bom justamente porque conta uma história por demais interessante. Havia na guerra uma disputa para saber qual lado iria construir a primeira arma nuclear da história. Claro que esse tipo de bomba jamais poderia ser produzida por Hitler pois o custo humano de milhões de vidas iria ser alto. Por essa razão os militares do filme acabaram se tornando grandes heróis na II Guerra Mundial. O que eles evitaram sem dúvida não pode ser nem ao menos calculado. Nessa missão eles certamente salvaram milhões de vidas de inocentes.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 20 de março de 2020
Bravura Indômita
Não existe nada mais perigoso no mundo do cinema do que refilmar antigos clássicos absolutos do passado. Quando o remake de "Bravura Indômita", western clássico com John Wayne, foi anunciado eu temi pelo pior. Não havia esquecido ainda de vários remakes desastrosos que foram feitos como "Psicose", por exemplo. Se é um marco da história do cinema, qual é a finalidade de refazer tal filme? Além da falta de originalidade os remakes sofrem de outro problema, sempre caindo em uma verdadeira armadilha: ou seguem literalmente o filme original e aí se tornam inúteis ou então tentam inovar correndo o risco de despertar a fúria dos fãs da obra original. As duas opções, convenhamos, não são nada boas.
Eu fiz questão de rever o original poucos dias antes de assistir a esse remake justamente para ter uma base melhor de comparação com o filme dos irmãos Coen. A minha impressão é a de que essa nova versão preferiu seguir o caminho da refilmagem mais fiel ao original, sem inovações impertinentes ou banais. Os diretores tiveram um certo respeito pelo filme original. Embora seguindo lado a lado com o filme de John Wayne, o remake também apresenta pequenas e pontuais novidades. Afinal os irmãos Coen, tão autorais em sua filmografia, não iriam dirigir um filme totalmente desprovido de originalidade.
Não resta dúvida, por exemplo, que essa nova versão tem um roteiro bem mais explicativo do que o filme de 1969, mostrando mais aspectos do livro que deu origem aos dois filmes. A reconstituição histórica também segue mais condizente com a época em que se passa a história. Esses são certamente pontos positivos aqui. É um filme, como disse antes, muito bem feito, com tudo colocado no lugar certo, mas curiosamente sem grandes surpresas, chegando a ser até mesmo um pouco convencional, isso claro se compararmos com o primeiro filme. Burocrático? Não chega a incomodar nesse aspecto. Respeitoso em excesso com o filme original? Certamente.
Um dos grandes méritos dessa nova versão vem de seu elenco. E aqui temos que destacar o trabalho do ator Jeff Bridges. É fato que Rooster Cogburn é um personagem à prova de falhas, pois foi ótimo para John Wayne e novamente caiu muito bem na caracterização de Bridges. O que mais me chamou a atenção é que a interpretação no novo remake é quase uma homenagem velada ao desempenho anterior de Wayne. Até a entonação vocal é extremamente semelhante. Bridges, em certos momentos, é quase uma paródia de Wayne, tudo muito igual e parecido. É uma homenagem ao grande ator do passado, que inclusive foi premiado com o Oscar, após longos anos de carreira, justamente pela interpretação desse personagem. Palmas para Jeff Bridges! No final de tudo, gostei desse novo filme. Penso que o caminho certo a seguir por remakes é justamente esse. Ser bem fiel ao livro original, preservando aspectos do filme clássico.
Bravura Indômita (True Grit, Estados Unidos, 2010) Direção: Ethan Coen, Joel Coen / Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen baseado na novela escrita por Charles Portis / Elenco: Jeff Bridges, Matt Damon, Hailee Steinfeld / Sinopse: Jovem garota (Hailee Steinfeld) resolve contratar velho agente federal gordo e bêbado chamado Rooster Cogburn (Jeff Bridges) para encontrar um grupo de criminosos que mataram seu pai. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Jeff Bridges), Melhor Atriz Coadjuvante (Hailee Steinfeld), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia (Roger Deakins), Melhor Figurino, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhor Direção de Arte.
Pablo Aluísio.
Eu fiz questão de rever o original poucos dias antes de assistir a esse remake justamente para ter uma base melhor de comparação com o filme dos irmãos Coen. A minha impressão é a de que essa nova versão preferiu seguir o caminho da refilmagem mais fiel ao original, sem inovações impertinentes ou banais. Os diretores tiveram um certo respeito pelo filme original. Embora seguindo lado a lado com o filme de John Wayne, o remake também apresenta pequenas e pontuais novidades. Afinal os irmãos Coen, tão autorais em sua filmografia, não iriam dirigir um filme totalmente desprovido de originalidade.
Não resta dúvida, por exemplo, que essa nova versão tem um roteiro bem mais explicativo do que o filme de 1969, mostrando mais aspectos do livro que deu origem aos dois filmes. A reconstituição histórica também segue mais condizente com a época em que se passa a história. Esses são certamente pontos positivos aqui. É um filme, como disse antes, muito bem feito, com tudo colocado no lugar certo, mas curiosamente sem grandes surpresas, chegando a ser até mesmo um pouco convencional, isso claro se compararmos com o primeiro filme. Burocrático? Não chega a incomodar nesse aspecto. Respeitoso em excesso com o filme original? Certamente.
Um dos grandes méritos dessa nova versão vem de seu elenco. E aqui temos que destacar o trabalho do ator Jeff Bridges. É fato que Rooster Cogburn é um personagem à prova de falhas, pois foi ótimo para John Wayne e novamente caiu muito bem na caracterização de Bridges. O que mais me chamou a atenção é que a interpretação no novo remake é quase uma homenagem velada ao desempenho anterior de Wayne. Até a entonação vocal é extremamente semelhante. Bridges, em certos momentos, é quase uma paródia de Wayne, tudo muito igual e parecido. É uma homenagem ao grande ator do passado, que inclusive foi premiado com o Oscar, após longos anos de carreira, justamente pela interpretação desse personagem. Palmas para Jeff Bridges! No final de tudo, gostei desse novo filme. Penso que o caminho certo a seguir por remakes é justamente esse. Ser bem fiel ao livro original, preservando aspectos do filme clássico.
Bravura Indômita (True Grit, Estados Unidos, 2010) Direção: Ethan Coen, Joel Coen / Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen baseado na novela escrita por Charles Portis / Elenco: Jeff Bridges, Matt Damon, Hailee Steinfeld / Sinopse: Jovem garota (Hailee Steinfeld) resolve contratar velho agente federal gordo e bêbado chamado Rooster Cogburn (Jeff Bridges) para encontrar um grupo de criminosos que mataram seu pai. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Jeff Bridges), Melhor Atriz Coadjuvante (Hailee Steinfeld), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia (Roger Deakins), Melhor Figurino, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhor Direção de Arte.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 19 de março de 2020
Os Jovens Pistoleiros
A década de 1980 produziu bons filmes de western. Claro, a era de ouro desse gênero cinematográfico ocorreu nos tempos de John Wayne e Randolph Scott, mas inegavelmente bons filmes de faroteste chegaram aos cinemas durante os anos 80. Um deles foi esse "Os Jovens Pistoleiros". A intenção era muito interessante, contar a história de Billy The Kid, sem o aspecto mais romanceado das versões anteriores. Era uma tentativa de se chegar o mais próximo possível da história real do famoso pistoleiro. É fato que o filme não chegou a ser cem por cento realista, mas temos que admitir que o resultado ficou muito bom.
O curioso é que esse filme acabou ganhando uma continuação que foi mais popular e mais bem sucedida comercialmente do que esse primeiro filme. A sequência intitulada "Jovens Demais Para Morrer" fez um grande sucesso de bilheteria. Também teve uma trilha sonora que vendeu muito na época. Era um filme muito mais pop do que esse primeiro, que tem uma tônica mais séria, mais centrada em contar os primeiros anos de Billy The Kid.
E por falar em Billy, o ator Emilio Estevez está muito bem em seu papel. Irmão de Charlie Sheen e filho do grande Martin Sheen, ele teve aqui seu melhor papel na carreira. E era ainda bem jovem, muito concentrado em capturar pelo menos em tese a figura do pistoleiro Kid. E o roteiro colaborava bem para isso. Pena que as informações históricas sobre Billy The Kid sejam escassas. Conhecemos bem suas "façanhas" criminosas, suas fugas espetaculares dos homens da lei de sua época, mas não se sabe, por exemplo, como era a personalidade dele. Estevez fez um bom trabalho nesse sentido. Ele trouxe uma jovialidade ao personagem que é um dos grandes méritos do filme como um todo.
Os Jovens Pistoleiros (Young Guns, Estados Unidos 1988) Direção: Christopher Cain / Roteiro: John Fusco / Elenco: Emilio Estevez, Kiefer Sutherland, Lou Diamond Phillips, Charlie Sheen, Jack Palance, Terence Stamp / Sinopse: O filme procura resgatar a história do pistoleiro e criminoso Billy The Kid, que ficou famoso no velho oeste por causa de suas fugas e pela caçada dos homens da lei para aprisioná-lo. Nesse primeiro filme é contado os primeiros anos da vida de bandoleiro e pistoleiro do velho oeste.
Pablo Aluísio.
O curioso é que esse filme acabou ganhando uma continuação que foi mais popular e mais bem sucedida comercialmente do que esse primeiro filme. A sequência intitulada "Jovens Demais Para Morrer" fez um grande sucesso de bilheteria. Também teve uma trilha sonora que vendeu muito na época. Era um filme muito mais pop do que esse primeiro, que tem uma tônica mais séria, mais centrada em contar os primeiros anos de Billy The Kid.
E por falar em Billy, o ator Emilio Estevez está muito bem em seu papel. Irmão de Charlie Sheen e filho do grande Martin Sheen, ele teve aqui seu melhor papel na carreira. E era ainda bem jovem, muito concentrado em capturar pelo menos em tese a figura do pistoleiro Kid. E o roteiro colaborava bem para isso. Pena que as informações históricas sobre Billy The Kid sejam escassas. Conhecemos bem suas "façanhas" criminosas, suas fugas espetaculares dos homens da lei de sua época, mas não se sabe, por exemplo, como era a personalidade dele. Estevez fez um bom trabalho nesse sentido. Ele trouxe uma jovialidade ao personagem que é um dos grandes méritos do filme como um todo.
Os Jovens Pistoleiros (Young Guns, Estados Unidos 1988) Direção: Christopher Cain / Roteiro: John Fusco / Elenco: Emilio Estevez, Kiefer Sutherland, Lou Diamond Phillips, Charlie Sheen, Jack Palance, Terence Stamp / Sinopse: O filme procura resgatar a história do pistoleiro e criminoso Billy The Kid, que ficou famoso no velho oeste por causa de suas fugas e pela caçada dos homens da lei para aprisioná-lo. Nesse primeiro filme é contado os primeiros anos da vida de bandoleiro e pistoleiro do velho oeste.
Pablo Aluísio.
Caçada Sádica
Num belo dia de sol, enquanto o machista, mulherengo e violento Brandt Ruger (Gene Hackman) se diverte dentro de um trem particular com amigos e prostitutas, sua belíssima mulher Melissa (Candice Bergen) é sequestrada na porta de casa pelo bando de Frank Calder (Oliver Reed). O mais incrível disso tudo é que apesar da situação angustiante e tenebrosa, o sequestrador não está querendo dinheiro; ele só quer que Melissa o ensine a ler e escrever. Quando fica sabendo do sequestro, Ruger, juntamente com alguns amigos caçadores e exímios atiradores, lança-se à caça do sequestrador de forma impiedosa e letal, utilizando poderosos rifles com mira telescópica (uma novidade para a época).
Para piorar as coisas e deixar o caçador Brandt Ruger ainda mais furioso, o coração de sua bela Melissa pode estar apaixonado pelo belo par de olhos azuis do bandidão que, ao contrário do marido estúpido e grosseiro, cuida de Melissa com amor e carinho. Caçada Sádica (The Hunting Party - 1971) dirigido por Don Medford (A Organização) foi alinhavado em torno de um cenário árido, quente, cruel e sem espaços para a poesia. As cenas de caça ao sequestrador e seu bando são impressionantes e extremamente bem feitas; não só pela reverberação do som dos tiros, como também pela inacreditável distância em que são executados, levando Calder e seu bando à beira da loucura. Uma ótima produção inglesa encabeçada por um elenco de primeira linha e com Gene Hackman como sempre atuando em alto nível. Nota 8.
Caçada Sádica (The Hunting Party, Inglaterra, 1971) Direção: Don Medford / Roteiro: Gilbert Ralston, Lou Morheim / Elenco: Gene Hackman, Oliver Reed, Candice Bergen / Sinopse: O violento Brandt Ruger (Gene Hackman) sai no encalço de Frank Calder (Oliver Reed) e seu bando por terem sequestrado sua esposa Melissa (Candice Bergen). Violento western da década de 70 com Gene Hackman em ótima forma.
Telmo Vilela Jr.
Para piorar as coisas e deixar o caçador Brandt Ruger ainda mais furioso, o coração de sua bela Melissa pode estar apaixonado pelo belo par de olhos azuis do bandidão que, ao contrário do marido estúpido e grosseiro, cuida de Melissa com amor e carinho. Caçada Sádica (The Hunting Party - 1971) dirigido por Don Medford (A Organização) foi alinhavado em torno de um cenário árido, quente, cruel e sem espaços para a poesia. As cenas de caça ao sequestrador e seu bando são impressionantes e extremamente bem feitas; não só pela reverberação do som dos tiros, como também pela inacreditável distância em que são executados, levando Calder e seu bando à beira da loucura. Uma ótima produção inglesa encabeçada por um elenco de primeira linha e com Gene Hackman como sempre atuando em alto nível. Nota 8.
Caçada Sádica (The Hunting Party, Inglaterra, 1971) Direção: Don Medford / Roteiro: Gilbert Ralston, Lou Morheim / Elenco: Gene Hackman, Oliver Reed, Candice Bergen / Sinopse: O violento Brandt Ruger (Gene Hackman) sai no encalço de Frank Calder (Oliver Reed) e seu bando por terem sequestrado sua esposa Melissa (Candice Bergen). Violento western da década de 70 com Gene Hackman em ótima forma.
Telmo Vilela Jr.
quarta-feira, 18 de março de 2020
Silverado
Excelente faroeste produzido em meados da década de 1980. "Silverado" surgiu em uma época em que os grandes estúdios tentavam revitalizar o gênero western. É bem sintomático chamar a atenção para o fato do filme ter sido produzido nos anos 80, quando não havia mais regularidade no lançamento de faroestes no cinema. John Wayne havia partido seis anos antes e deixado uma lacuna, um mercado de fãs de western sem novos lançamentos, sem novos filmes. O faroeste italiano ainda produzia filmes com regularidade, mas esses iam ficando cada vez mais baratos ao longo dos anos. A indústria americana de cinema parecia não investir mais em filmes de western, o que era algo a se lamentar.
Como os antigos astros já estavam velhos e aposentados, o jeito foi adaptar todo um elenco de novatos para encarar o desafio. O elenco é liderado por Kevin Kline cuja carreira foi construída em cima de comédias como “Um Peixe Chamado Wanda” e “Será Que Ele é?”, não tendo muito a ver com o estilo. Curiosamente ele acabou se saindo bem no filme. Danny Glover da série “Máquina Mortífera” também foi escalado. Sua escolha foi mais uma jogada comercial, para chamar mais atenção ao filme. Melhor se saem Brian Dennehy, que aqui repete um personagem bem parecido com o que fez em "Rambo", o xerife corrupto que abusa de sua autoridade e Scott Glenn, que lembrava fisicamente muito Clint Eastwood. Outro aspecto curioso de "Silverado" foi a presença de um jovem Kevin Costner, interpretando um garotão inconsequente que sempre se metia em problemas por onde passava. E pensar que alguns anos depois o próprio Costner iria dirigir e atuar em um clássico do western, "Dança com Lobos". Esse "Silverado" foi, de certa forma, seu ensaio no gênero.
O enredo de Silverado era uma miscelânea de vários e vários faroestes do passado. Uma espécie de homenagem aos aspectos mais valorizados da mitologia do velho oeste. Na estória acompanhamos um grupo de amigos que chega na cidade de Silverado, no Colorado (com locações reais no Novo México), agora dominada completamente por um xerife corrupto e seu grupo de capangas. Aterrorizando os moradores, o xerife, na realidade um antigo bandoleiro e pistoleiro se fazendo passar por bom cidadão, acabava literalmente tomando conta do lugar, se tornando proprietário do saloon local e das propriedades circunvizinhas à cidade. Para aumentar ainda mais seu domínio, ele não hesitava em matar, ameaçar e massacrar todos os que ousavam se opor ao seu poder.
A trilha sonora de "Silverado" foi assinada por Bruce Broughton e chamava atenção pela sua beleza. De fato a música incidental não deixava espaços em branco durante o filme, preenchendo tudo de forma bem suntuosa. Seu trabalho acabou sendo indicado ao Oscar. O diretor Lawrence Kasdan poderia ter dado mais agilidade ao filme, com um corte em sua duração – que muitas vezes soa excessiva – mas o saldo final foi inegavelmente positivo. "Silverado" fez sucesso de bilheteria e agradou ao público na época. Pena que mesmo sendo bem sucedido o filme não conseguiu redimir o gênero que ficaria ainda mais alguns anos na geladeira com poucas e esparsas novas produções em Hollywood.
Silverado (Silverado, Estados Unidos, 1985) Direção: Lawrence Kasdan / Roteiro: Lawrence Kasdan, Mark Kasdan / Elenco: Kevin Kline, Scott Glenn, Danny Glover, Kevin Costner, John Cleese, Rosanna Arquette, Brian Dennehy, Linda Hunt, Jeff Goldblum / Sinopse: Um xerife inescrupuloso e corrupto (Brian Dennehy) domina a pequena cidade de Silverado. Contra ele se opõem um grupo de cowboys e bandoleiros que vão enfrentar seu poder. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som (Donald O. Mitchell, Rick Kline e Kevin O'Connell) e Melhor Música - Trilha Sonora Original (Bruce Broughton)
Pablo Aluísio.
Como os antigos astros já estavam velhos e aposentados, o jeito foi adaptar todo um elenco de novatos para encarar o desafio. O elenco é liderado por Kevin Kline cuja carreira foi construída em cima de comédias como “Um Peixe Chamado Wanda” e “Será Que Ele é?”, não tendo muito a ver com o estilo. Curiosamente ele acabou se saindo bem no filme. Danny Glover da série “Máquina Mortífera” também foi escalado. Sua escolha foi mais uma jogada comercial, para chamar mais atenção ao filme. Melhor se saem Brian Dennehy, que aqui repete um personagem bem parecido com o que fez em "Rambo", o xerife corrupto que abusa de sua autoridade e Scott Glenn, que lembrava fisicamente muito Clint Eastwood. Outro aspecto curioso de "Silverado" foi a presença de um jovem Kevin Costner, interpretando um garotão inconsequente que sempre se metia em problemas por onde passava. E pensar que alguns anos depois o próprio Costner iria dirigir e atuar em um clássico do western, "Dança com Lobos". Esse "Silverado" foi, de certa forma, seu ensaio no gênero.
O enredo de Silverado era uma miscelânea de vários e vários faroestes do passado. Uma espécie de homenagem aos aspectos mais valorizados da mitologia do velho oeste. Na estória acompanhamos um grupo de amigos que chega na cidade de Silverado, no Colorado (com locações reais no Novo México), agora dominada completamente por um xerife corrupto e seu grupo de capangas. Aterrorizando os moradores, o xerife, na realidade um antigo bandoleiro e pistoleiro se fazendo passar por bom cidadão, acabava literalmente tomando conta do lugar, se tornando proprietário do saloon local e das propriedades circunvizinhas à cidade. Para aumentar ainda mais seu domínio, ele não hesitava em matar, ameaçar e massacrar todos os que ousavam se opor ao seu poder.
A trilha sonora de "Silverado" foi assinada por Bruce Broughton e chamava atenção pela sua beleza. De fato a música incidental não deixava espaços em branco durante o filme, preenchendo tudo de forma bem suntuosa. Seu trabalho acabou sendo indicado ao Oscar. O diretor Lawrence Kasdan poderia ter dado mais agilidade ao filme, com um corte em sua duração – que muitas vezes soa excessiva – mas o saldo final foi inegavelmente positivo. "Silverado" fez sucesso de bilheteria e agradou ao público na época. Pena que mesmo sendo bem sucedido o filme não conseguiu redimir o gênero que ficaria ainda mais alguns anos na geladeira com poucas e esparsas novas produções em Hollywood.
Silverado (Silverado, Estados Unidos, 1985) Direção: Lawrence Kasdan / Roteiro: Lawrence Kasdan, Mark Kasdan / Elenco: Kevin Kline, Scott Glenn, Danny Glover, Kevin Costner, John Cleese, Rosanna Arquette, Brian Dennehy, Linda Hunt, Jeff Goldblum / Sinopse: Um xerife inescrupuloso e corrupto (Brian Dennehy) domina a pequena cidade de Silverado. Contra ele se opõem um grupo de cowboys e bandoleiros que vão enfrentar seu poder. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som (Donald O. Mitchell, Rick Kline e Kevin O'Connell) e Melhor Música - Trilha Sonora Original (Bruce Broughton)
Pablo Aluísio.
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Hatfields & McCoys
É curioso como o mundo dá voltas. Durante anos foi recusado pelas principais emissoras americanas o projeto de se levar para a TV a história real de duas famílias que entraram em conflito no sul dos EUA no século XIX. Intitulado "Hatfields & McCoys" a minissérie foi sendo rejeitada por CBS, ABC, NBC e até pelos canais a cabo como HBO. Um executivo desse último canal chegou a afirmar que "Ninguém mais quer ver um faroeste!". Pois bem. Mesmo com tantas rejeições o roteiro seguiu em frente e acabou indo parar no The History Channel que finalmente deu o sinal verde para a produção de seis capítulos. Levado ao ar pelo canal History há pouco tempo nos EUA o primeiro episódio de "Hatfields & McCoys" bateu um recorde histórico de audiência se tornando a série mais assistida da TV a cabo da história. Um sucesso avassalador de audiência!
Nos capítulos seguintes o número de espectadores triplicou e assim "Hatfields & McCoys" se tornou o maior sucesso televisivo de 2012. Para quem gosta de westerns como eu não poderia haver melhor notícia do que essa. Certamente esse êxito todo vai calar a boca de muita gente que diz que o público não tem mais interesse em ver faroestes (como afirmou o executivo da HBO que inclusive já foi demitido por falar demais!). E o sucesso é justificado? A minissérie é realmente tão boa a ponto de alcançar um sucesso tão grande em tão pouco tempo? Certamente sim!
Reconstituição de época perfeita, fidelidade histórica com os acontecimentos e uma brilhante direção de arte fazem de "Hatfields & McCoys" um programa obrigatório para os fãs de western. Não há ainda previsão de exibição no Brasil mas fica logo a dica de antemão - não percam esse excelente momento de Kevin Costner em seu primeiro projeto na TV. Ele está ótimo na pele de Anse Hatfield (em um papel que havia sido escrito para Burt Lancaster). Ideal para quem sentia saudades em ver o ator de volta ao gênero. O melhor de tudo é saber que "Hatfields & McCoys" trouxe o bom e velho western de volta ao sucesso de público e crítica. Não deixe de assistir.
Hatfields & McCoys (Idem, EUA, 2012) Direção: Kevin Reynolds / Roteiro: Bill Kerby, Teri Mann, Ronald Parker / Elenco: Kevin Costner, Bill Paxton, Tom Berenger, Powers Boothe / Sinopse: Após o fim da guerra civil americana duas famílias tradicionais do sul dos Estados Unidos, os Hatfields e os McCoys começam a entrar em conflito por terras, poder e honra. A rixa entre as famílias iria durar anos resultando em inúmeras mortes para ambos os lados. Baseado em fatos reais.
Pablo Aluísio.
Nos capítulos seguintes o número de espectadores triplicou e assim "Hatfields & McCoys" se tornou o maior sucesso televisivo de 2012. Para quem gosta de westerns como eu não poderia haver melhor notícia do que essa. Certamente esse êxito todo vai calar a boca de muita gente que diz que o público não tem mais interesse em ver faroestes (como afirmou o executivo da HBO que inclusive já foi demitido por falar demais!). E o sucesso é justificado? A minissérie é realmente tão boa a ponto de alcançar um sucesso tão grande em tão pouco tempo? Certamente sim!
Reconstituição de época perfeita, fidelidade histórica com os acontecimentos e uma brilhante direção de arte fazem de "Hatfields & McCoys" um programa obrigatório para os fãs de western. Não há ainda previsão de exibição no Brasil mas fica logo a dica de antemão - não percam esse excelente momento de Kevin Costner em seu primeiro projeto na TV. Ele está ótimo na pele de Anse Hatfield (em um papel que havia sido escrito para Burt Lancaster). Ideal para quem sentia saudades em ver o ator de volta ao gênero. O melhor de tudo é saber que "Hatfields & McCoys" trouxe o bom e velho western de volta ao sucesso de público e crítica. Não deixe de assistir.
Hatfields & McCoys (Idem, EUA, 2012) Direção: Kevin Reynolds / Roteiro: Bill Kerby, Teri Mann, Ronald Parker / Elenco: Kevin Costner, Bill Paxton, Tom Berenger, Powers Boothe / Sinopse: Após o fim da guerra civil americana duas famílias tradicionais do sul dos Estados Unidos, os Hatfields e os McCoys começam a entrar em conflito por terras, poder e honra. A rixa entre as famílias iria durar anos resultando em inúmeras mortes para ambos os lados. Baseado em fatos reais.
Pablo Aluísio.
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