sábado, 14 de dezembro de 2019

Mayerling

Um filme extremamente interessante, cujo roteiro foi baseado em fatos históricos reais. O protagonista é um príncipe da Casa de Habsburgo chamado Rudolf (Omar Sharif). Filho do imperador Francisco José I da Áustria (James Mason) ele está na linha de sucessão para subir ao trono. Só que a jovem alteza foge dos padrões que se esperaria dele, de sua posição dentro da monarquia. Muito ligado em ideais liberais, ele chega ao ponto de se encontrar com membros da resistência húngara, que deseja a independência de sua nação, algo que vai contra os interesses diretos de seu pai. Assim o relacionamento entre pai e filho é marcado por conflitos políticos e também pessoais.

O príncipe acaba se apaixonando por uma jovem, filha de um diplomata. Rudolf conhece Maria Vetsera (Catherine Deneuve) durante a apresentação de um balé e fica louco por ela. E qual seria o problema político envolvido nessa paixão? Muito simples, o príncipe já era casado, pai de uma filha. Um relacionamento extraconjugal seria um escândalo dentro da corte austríaca, muito católica e conservadora. Diante de mais esse deslize do filho, o imperador fica furioso e começa a fazer de tudo para que o romance chegue ao seu fim. O desfecho de toda essa novela acabaria resultando numa grande tragédia.

A morte precoce de Rudolf iria desencadear uma série de problemas históricos. Ele era o único na linha de sucessão ao trono. Sua morte até hoje é cercada de mistérios (que o filme não desenvolve, pois abraça a versão oficial) e iria ser o começo de uma série de problemas políticos que iriam eclodir na explosão da I |Guerra Mundial. O roteiro do filme porém não vai tão longe, preferindo contar a história de amor entre o príncipe e sua amante. Um detalhe curioso é que ele era o filho da imperatriz Sissi, tão conhecida dos cinéfilos por uma série de filmes clássicos. Quem a interpreta nesse filme é a diva Ava Gardner. Assim se você gosta dos filmes sobre Sissi não deixe de assistir também a essa excelente produção histórica. Afinal é um complemento aos outros filmes, mostrando Sissi numa fase mais madura de sua vida. Envelhecida e desiludida, ela é apenas um sombra da imperatriz que um dia foi. Em suma, esse é um ótimo filme histórico que explora muito bem o momento em que as velhas monarquias chegavam ao seu fim.

Mayerling (Inglaterra, França, 1968) Direção: Terence Young / Roteiro: Terence Young, baseado no romance escrito por Claude Anet e Michel Arnold / Elenco: Omar Sharif, Catherine Deneuve, Ava Gardner, James Mason / Sinopse: O imperador Francisco José I (James Mason) precisa lidar com um filho nada convencional, o príncipe Rudolf (Omar Sharif). Agora as coisas pioram pois ele se declara apaixonado pela jovem Maria Vetsera (Catherine Deneuve), mesmo sendo um homem casado e sucessor ao trono real. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro em língua inglesa.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Waterloo - A Batalha de Napoleão

Depois de praticamente conquistar toda a Europa com seu formidável exército o imperador Napoleão Bonaparte (Rod Steiger) se vê encurralado em sua própria capital, Paris. Com os ingleses e prussianos chegando ele acaba renunciando ao seu poder imperial. Preso, é enviado para a distante ilha de Elba. Após conspirar para fugir de sua prisão consegue finalmente chegar no continente com apenas mil homens. Em pouco tempo cai novamente nas graças do povo de seu país e consegue reassumir o trono. Agora Napoleão deseja vingança contra todos os seus inimigos, algo que se dará de forma definitiva na batalha de Waterloo onde enfrentará mais uma vez o hábil general britânico Duque de Wellington (Christopher Plummer) que se encontra pronto para destruir de uma vez por todas com as ambições militares do imperador francês.

Em minha opinião essa produção segue sendo, ainda nos dias de hoje, o melhor filme já realizado sobre os últimos dias do Imperador Napoleão Bonaparte (1769 - 1821). Produzido por Dino de Laurentiis é um daqueles filmes grandiosos, com milhares de extras, figurinos deslumbrantes e cenas do campo de batalha praticamente impecáveis. O roteiro é muito bem escrito e tenta mostrar em detalhes os dois lados desse conflito que decidiu os rumos da Europa de forma definitiva. O Imperador Napoleão é interpretado por Rod Steiger. Que grande ator! Ele tem aqui um dos grandes trabalhos de atuação de sua carreira. Seu Napoleão é um sujeito envelhecido, doente e completamente alucinado em se agarrar nos últimos fiapos de suas glórias passadas. Após retornar da ilha prisão de Elba ele consegue voltar ao poder, mas agora está cercado de inimigos por todos os lados, em especial os ingleses e os prussianos. Egomaníaco e convencido de sua própria lenda, o velho Napoleão decide ousar, indo diretamente para o ataque contra os exércitos inimigos, para surpresa de todos os seus generais. Nada de ficar na defensiva.

Embora tenha há muito tempo perdido no front a possibilidade de conquistar toda a Europa (ainda mais depois da desastrosa campanha na Rússia), o envelhecido general resolve dar a cartada final de sua vida ao encontrar no campo lamacento de Waterloo o poderoso exército comandado pelo comandante inglês Wellington (Christopher Plummer). O que se segue é uma das batalhas mais sangrentas da história, algo que só se repetiria em solo europeu com a eclosão da II Guerra Mundial mais de um século depois. O filme se apoia basicamente em dois atos. No primeiro conta o contexto histórico que antecedeu a grande batalha (a prisão e fuga de Elba e o retorno triunfante de Napoleão pelas mãos do povo ao poder).

No segundo ato (que dura mais do que 60 minutos de filme) a própria batalha é desvendada em detalhes, mostrando as estratégias usadas pelas duas forças inimigas. Para quem gosta de história militar é certamente um prato cheio, tudo muito bem realizado, com centenas de milhares de figurantes em cena (todos pertencentes ao exército russo que colaborou na época com as filmagens). Um dos momentos mais significativos do filme acontece justamente após a carnificina. Montado em seu cavalo, Wellington fita o campo cheio de soldados mortos, alguns bem jovens, ainda na flor da idade. O cenário é de completa desolação. Então ele diz uma de suas frases mais famosas, que entrou inclusive para a história: "Não existe nada mais desolador em um campo de batalha do que a vitória, exceto, é claro, a própria derrota".

Waterloo - A Batalha de Napoleão (Waterloo, Inglaterra, Rússia, Itália, 1970) Estúdio: Dino de Laurentiis Cinematografica / Direção: Sergey Bondarchuk / Roteiro: Sergey Bondarchuk, H.A.L. Craig / Elenco: Rod Steiger, Christopher Plummer, Orson Welles / Sinopse: O filme recria a famosa batalha de Waterloo onde finalmente o Imperador Napoleão Bonaparte foi vencido pelos exércitos da Inglaterra. Filme vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte. Também indicado na categoria de Melhor Fotografia.

Pablo Aluísio.

A Primeira Vitória

Esse filme é um clássico da Segunda Grande Guerra Mundial, com roteiro baseado em fatos históricos. Tudo se passa com a frota americana no Havaí. O comandante de cruzadores Rockwell 'Rock' Torrey (John Wayne) acaba cometendo um pequeno erro de operação durante o ataque japonês ao porto de Pearl Harbor. Depois dessa falha ele é retirado do comando e enviado para trabalhar apenas em operações em terra, meramente burocráticas. Seu imediato e homem de confiança, o tenente Paul Eddington (Kirk Douglas), também é retirado de serviço em alto mar, enviado para trabalhar nas docas e armazéns da Marinha americana. Enquanto está em terra Rock resolve reencontrar seu filho que não vê há anos e acaba se apaixonando por uma enfermeira. Tudo muda novamente quando o Almirante da frota no Pacífico (interpretado por Henry Fonda) resolve reintegrar Torrey no comando de uma importante missão contra as forças japonesas imperiais.

Mais um ótimo filme de guerra lançado nas comemorações dos vinte anos do fim da II Grande Guerra Mundial. O cenário é composto pelos mares do Pacífico Sul onde a frota americana estava estacionada, antes da entrada do país no maior conflito armado da história. Uma vez atacados no porto militar de Pearl Harbor não houve outra alternativa a não ser entrar na guerra de forma definitiva. O personagem principal é um velho lobo do mar, um comandante de cruzadores interpretado por John Wayne. Vivendo desde os 20 anos de idade na Marinha americana ele não teve muito tempo para se dedicar a sua vida pessoal. Quando cai em desgraça com o comando naval por causa de uma manobra equivocada que o fez ser atacado por um submarino do Japão, tudo o que sobra para ele é ficar em terra fazendo serviços burocráticos, algo mortalmente entediante e maçante para um homem como ele.

Tudo muda quando os almirantes da Marinha americana descobrem que uma operação de invasão de algumas ilhas ocupadas pelos japoneses não está dando certo. O comandante que está lá não tem iniciativa e nem a experiência necessária. Para contornar a situação a única maneira de dar alguma mobilidade para aquela operação seria trazer homens com muitos anos de combate, como o próprio Rock Torrey (Wayne). Assim ele é reincorporado pela frota, tendo a missão de varrer a região, expulsando os japoneses daquelas ilhas pois elas seriam necessárias para servir de ponte de partida para os pesados aviões bombardeiros B17. O foco do roteiro de "In Harm's Way" é justamente esse, o de mostrar as primeiras operações de guerra dos americanos logo após a pesada derrota sofrida em Pearl Harbor. Por essa razão também recebeu o título no Brasil, muito apropriado por sinal, de "A Primeira Vitória".

O cineasta Otto Preminger priorizou duas coisas básicas nesse filme. A primeira foi valorizar todos os personagens. Eles são bem desenvolvidos, com histórias e dramas pessoais. Não são apenas militares anônimos. O personagem de Kirk Douglas, por exemplo, é um homem devastado pela morte de sua jovem esposa, morta justamente durante o ataque do Japão a Pearl Harbor. John Wayne é um comandante que se sente mais à vontade no mar, enfrentando seus inimigos, do que em terra, tendo que lidar com os seus problemas pessoais. O segundo aspecto é que Otto Preminger também parece bastante preocupado em satisfazer o público que deseja assistir apenas a um grande filme de guerra, algo que consegue cumprir sem problemas. Por fim, nesse rico roteiro, ainda há espaço para críticas sobre influências políticas dentro da própria hierarquia da Marinha, onde homens ineptos, acabavam ganhando posições de comando sem ter preparo militar para isso. Enfim, temos aqui um drama de guerra completo, onde não falta nenhum elemento importante. Uma obra prima entre os filmes de guerra do cinema clássico americano. Excelente!
  
A Primeira Vitória (In Harm's Way, Estados Unidos, 1965) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Otto Preminger / Roteiro: Wendell Mayes, baseado no livro de James Bassett / Elenco: John Wayne, Kirk Douglas, Burgess Meredith, Henry Fonda, Patricia Neal, Brandon De Wilde, Carroll O'Connor, Patrick O'Neal, Dana Andrews / Sinopse: Dois oficiais da Marinha dos Estados Unidos no Havaí, precisam lidar com os desafios da II Guerra Mundial enquanto tentam acertar aspectos de sua vida pessoal. Roteiro baseado em fatos reais. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Fotografia (Loyal Griggs). Vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Atriz Estrangeira (Patricia Neal).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

A Montanha dos Sete Abutres

Há momentos em que os deuses do cinema parecem estar em estado de graça. Unir um diretor genial como Billy Wilder com um ator excepcional como Kirk Douglas não poderia dar em outra coisa. Esse clássico "A Montanha dos Sete Abutres" é uma verdadeira obra-prima da sétima arte. O enredo é um retrato puro e até mesmo cruel da alma do ser humano. Aqui visto sob o lado mais sórdido de cada personagem em cena. O brilhante roteiro serve para mostrar as reais intenções de certas pessoas que não estão preocupadas em ajudar os outros, mesmo que esses passem por momentos cruciais na vida, mas sim em como podem explorar uma situação limite em proveito próprio, passando por cima de todos os valores e de todos os sentimentos nobres. A trama explora muito bem esse aspecto. Chuck Tatum (Kirk Douglas) é um jornalista decadente que após ter trabalhado em grandes jornais de Nova Iorque vai parar em um jornalzinho de Albuquerque, bem no interior dos Estados Unidos. É uma queda e tanto na carreira. Tudo o que Tatum deseja é encontrar uma boa história para levantar novamente sua vida profissional. E ela surge, quase por acaso, após um homem ficar preso soterrado numa velha mina, construída em cima de um antigo cemitério indígena. Não demora muito e Tatum transforma o acontecimento em um verdadeiro circo, causando uma comoção na mídia nacional. Para ele o que importa não é o destino do pobre sujeito soterrado, mas sim o proveito pessoal que poderá tirar daquela tragédia.

O filme é bem isso. Um maravilhoso e ao mesmo tempo cruel tratado sobre a sordidez humana. Assim de forma bem simples poderíamos resumir esse grande clássico de Billy Wilder, "Ace in the Hole", sem dúvida um de seus mais brilhantes e inspirados trabalhos. Os personagens que o cineasta explora em seu roteiro formam o retrato da ambição humana sem limites, um conjunto de pessoas desprezíveis que só pensam em si mesmas e não hesitam em explorar a desgraça alheia em prol de seu proveito próprio. O jornalista interpretado por Kirk Douglas certamente é o mais perfeito retrato disso, um sujeito que só deseja o sucesso pessoal a qualquer custo, mesmo que isso custe a vida de um inocente.

A esposa do pobre sujeito soterrado, a falsa loira Lorraine Minosa (em ótima atuação da atriz Jan Sterling), é uma figura desalmada, mesquinha, má e interesseira que causa asco e nojo no espectador. Nessa tríade de gente ordinária não escapa nem mesmo o xerife da cidade, incorporando todas as corrupções que você possa imaginar. Billy Wilder assim procura mostrar ao público o lado mais desprezível de todos eles. O valor da vida humana é mera peça no tabuleiro de interesses vis e sórdidos. No final o que temos aqui é um retrato nada lisonjeiro da alma humana e uma prova maravilhosa do talento desse grande cineasta. É, em suma, um filme indispensável para se guardar em sua coleção.

A Montanha dos Sete Abutres (Ace in the Hole, Estados Unidos, 1951) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Billy Wilder / Roteiro: Billy Wilder, Lesser Samuels, W. Newman / Elenco: Kirk Douglas, Jan Sterling, Robert Arthur / Sinopse: Jornalista inescrupuloso e mau-caráter começa a explorar de forma vil uma tragédia para levantar sua carreira decadente. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Billy Wilder, Lesser Samuels e Walter Newman).

Pablo Aluísio.

Sua Majestade o Aventureiro

Um filme clássico explorando a beleza natural dos sete mares, assim podemos definir essa produção, um belo exemplo de aventura da década de 1950. O enredo não poderia ser mais adequado. Depois de sofrer um motim em seu navio, o Capitão David Dion O'Keefe (Burt Lancaster) vai parar em uma ilha remota no Pacífico Sul. Lá ele descobre um grande potencial para comercializar o óleo dos coqueiros da região, algo de muito valor para ser vendido na rota comercial em direção à Europa. Após fazer amizade com os nativos locais O'Keefe retorna para Hong Kong onde pretende comprar um navio para colocar em prática seus planos. O problema é que várias companhias concorrentes farão de tudo para destruir o objetivo comercial do veterano capitão dos mares. Aventura filmada nas ilhas Fiji, um dos lugares mais bonitos do mundo. Claro que uma produção americana realizada em um lugar tão distante, do outro lado do planeta, acabaria se tornando um desafio e tanto. O diretor Byron Haskin ficou doente durante as filmagens e o próprio astro Burt Lancaster assumiu parte da direção (embora jamais tenha sido creditado por isso pela Warner). Algo até muito injusto porque como podemos perceber bem ao assistir a esse filme o astro Lancaster tinha uma boa mão como cineasta. Ele sabia muito bem o que queria e conseguia extrair o melhor das cenas com mais ação e lutas. Além disso captou como poucos a beleza natural dos lugares onde o filme foi feito.

Como era comum em filmes como esse na época, o protagonista era um aventureiro, um homem que enfrentava todos os desafios para atingir seus objetivos. Um papel perfeito para Burt Lancaster que vindo do circo se sentia muito bem nesse tipo de aventura onde o aspecto físico do ator era bem mais explorado do que sua capacidade dramática. Aliás em inúmeras cenas Lancaster dispensou o uso de dublês, fazendo ele mesmo várias das sequências mais perigosas. Numa delas ele desce a montanha de uma pedreira antes de haver uma grande explosão. Para isso usa apenas cordas, tal como se estivesse em um número de malabarismo sobre o picadeiro. Já sob o ponto de vista atual o roteiro de "His Majesty O'Keefe" poderia até mesmo ser considerado um pouco complicado de digerir. Isso porque o personagem de Burt Lancaster, apesar de seu estilo jovial e dinâmico, sempre com uma atitude de bom mocismo, pretende no final das contas apenas explorar o povo daquela ilha distante; pois o que ele tinha em mente mesmo era comercializar os recursos naturais que supostamente seriam deles de direito.

Um dos problemas que o Capitão precisa resolver é como colocar toda aquela gente para trabalhar atendendo ao seu próprio interesse de ficar rico. Os nativos não pareciam muito propensos ao trabalho, mas sim a cultuar pedras que eles consideravam sagradas. A ótica do colonizador assim acabou prevalecendo, com o Capitão O'Keefe sempre disposto a bolar alguma jogada para se dar bem com a mão de obra daquele povo primitivo. Por fim o filme também traz doses de romantismo, principalmente no romance entre o Capitão e uma garota muito bonita da ilha, interpretada pela bela atriz Joan Rice. Então é isso. "Sua Majestade o Aventureiro" é certamente um bom filme de aventuras ao velho estilo de Hollywood, com muita ação, desafios e a sempre exuberante natureza de Fiji, com suas águas cristalinas e paisagens de tirar o fôlego. Deixe de lado um pouco seu teor politicamente incorreto e tente se divertir, levando em conta a mentalidade da época em que o filme foi lançado. Assim você terá uma ótima diversão passada nos mares do Sul.

Sua Majestade o Aventureiro (His Majesty O'Keefe, Estados Unidos, 1954) Estúdio: Warner Bros / Direção: Byron Haskin / Roteiro: Borden Chase, James Hill / Elenco: Burt Lancaster, Joan Rice, André Morell, Abraham Sofaer / Sinopse: Explorador, marinheiro e aventureiro um capitão descobre uma maneira de ficar rico com as belezas naturais de uma ilha perdida e quase inexplorada localizada no Pacífico Sul.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

As Sandálias do Pescador

O filme “As Sandálias do Pescador” foi baseado no best-seller de Morris L. West, um dos romancistas mais prestigiados do mundo. Em plena guerra fria, o enredo mesclava política e religião com muita maestria. A trama do filme era pura ficção, mas com nuances baseados em fatos históricos reais. No enredo o protagonista se chama Kiril Lakota (Anthony Quinn), Ele é um cardeal russo que acaba sendo libertado após muita pressão internacional contra o governo comunista da União Soviética. Exilado, ele volta ao Vaticano onde por uma ironia do destino acaba fazendo parte do conclave para a escolha do novo Papa. Como se não bastasse a surpresa de retornar a Roma nesse momento particularmente delicado, acaba ainda por cima sendo eleito o novo Papa pelos cardeais, que cansados das lutas internas dentro da cúria romana decidem eleger alguém de fora para assumir o poder máximo da Igreja Católica no mundo!

A história parece familiar para você? Pois é, incrivelmente parecida mesmo com a história do Papa João Paulo II, que também foi eleito após escapar do regime comunista na Polônia. Nesse ponto o autor Morris West foi incrivelmente perspicaz pois os eventos narrados em seu livro acabaram de certa forma se tornando reais dez anos depois com a escolha de Karol Wojtyla para o trono do pescador. É incrível pensar que ele havia previsto uma década antes que um novo Papa viria de um país dominado pelo comunismo. Era algo impensado na época, justamente por causa da guerra fria que parecia não ter fim. A eleição de um Papa proveniente de um país socialista seria algo não apenas inédito, mas também explosivo do ponto de vista da política internacional. Em meio a tensão, ter um Papa com essas origens iria deixar o cenário ainda mais turbulento e tenso entre Estados Unidos e União Soviética.

“As Sandálias do Pescador” é nitidamente dividido em dois atos. O primeiro que antecede a subida ao trono de São Pedro e o segundo que já mostra o protagonista como o novo Papa eleito. A produção é das mais ricas, com tudo sendo recriado a perfeição em seus menores detalhes. Todos os rituais, liturgias e cerimônias são refeitas com extremo rigor e fidelidade histórica. O elenco é fabuloso. Além de Anthony Quinn como o russo que vira Papa o filme ainda conta com as preciosas atuações de Laurence Olivier (como o premie soviético) e Vittorio de Sica como o Cardeal Rinaldi. Outro ponto positivo é a recriação das intrigas e conspirações palacianas, tão comuns em escolhas de Papas ao longo da história. Embora o filme decaia um pouco em seus momentos finais, o fato é que “As Sandálias do Pescador” é um marco do cinema da década de 60. Uma produção de encher os olhos com um elenco realmente maravilhoso. Em tempos de conclaves, eleições de Papas e tudo mais “As Sandálias do Pescador” se torna ainda mais interessante. Assistindo ao filme você irá perceber que pouco coisa mudou em todos esses anos. Os corredores do Vaticano e seus segredos milenares continuam os mesmos, seja na ficção ou na vida real. São dois mil anos de uma fonte inesgotável de história. 

As Sandálias do Pescador (The Shoes of the Fisherman, Estados Unidos, Itália, 1968) Direção: Michael Anderson / Roteiro: John Patrick, James Kennaway baseados no livro de Morris West / Elenco: Anthony Quinn, Laurence Olivier, Oskar Werner, Vittorio de Sica / Sinopse: Após escapar do regime brutal soviético um cardeal russo (Anthony Quinn) acaba sendo eleito o novo Papa com o nome de Kiril I. Filme indicado ao Oscar nas categorias de de melhor Trilha Sonora original e melhor Direção de Arte.

Pablo Aluísio. 

Hino de uma Consciência

Nesse fim de semana assisti a esse "Hino de Uma Consciência", um filme de guerra bem diferente. Embora o filme se passe em um centro de treinamento de pilotos americanos na guerra da Coreia, o foco do roteiro e argumento não se baseiam essencialmente nisso, mas sim na crise existencial que se abate sobre o protagonista. Rock Hudson aqui interpreta esse jovem Coronel da força aérea dos Estados Unidos que durante a II Guerra Mundial atacou por engano um orfanato de crianças no Japão. Muitas delas morrem por causa desse terrível erro. Corroído pela culpa, psicologicamente destruído, ele resolve se tornar ministro religioso, mas sem muito poder de oratória, acaba fracassando. Após alguns anos acaba voltando mais uma vez ao front de batalha, só que dessa vez como instrutor de jovens aviadores na Guerra da Coreia.

O curioso é que sua redenção vem na forma de ajuda humanitária à população local - seja distribuindo alimentos, seja ajudando crianças sem lar da região. O tom do filme é melodramático, arriscando muitas vezes cair na pieguice, mas que se salva ao final principalmente pelas cenas de batalha entre os caças americanos e inimigos. As boas intenções do roteiro também ajudam o filme em seu resultado final. No meio de tantas mensagens negativas que muitas vezes vemos em algumas produções, assistir a algo assim que incentive as boas ações sempre é muito bem-vindo. Aliás o filme foi premiado pelo Globo de Ouro em uma categoria especial criado pelos jornalistas da época que procuravam premiar roteiros que iam justamente por essa direção, com mensagens positivas, intenções de promover o bem dentro da comunidade, etc. Essa categoria acabou sendo extinta com os anos, infelizmente.

Rock Hudson entrega uma interpretação contida. Ele havia acabado de perder o Oscar de Melhor ator por "Assim Caminha a Humanidade" e talvez por isso estivesse menos empenhado em impressionar. De fato o ator nem gostou muito do roteiro, mas como o convite partiu de Douglas Sirk, o primeiro cineasta a lhe dar uma grande chance em Hollywood, Rock se viu na obrigação de aceitar. Ele sempre se mostrava muito agradecido e leal a quem lhe havia dado a mão e por isso não recusaria a chance de trabalhar novamente com seu mentor em Hollywood. Ao seu lado em cena temos a atriz indiana Anna Kashfi que ganhou notoriedade no cinema americano não tanto por suas interpretações, mas sim por ter sido uma das mais famosas mulheres "exóticas" de Marlon Brando. Para quem não se recorda essa atriz foi a primeira esposa de Brando, mãe de seu filho Christian, que anos depois seria preso por assassinar o namorado de sua irmã. Apesar do esforço em parecer empenhada e envolvida, Kashfi deixa a desejar. Não era particularmente talentosa e nem tinha uma presença marcante em cena. Sem uma grande estrela para contracenar com Rock Hudson o filme perde muitos pontos. Além disso a química do casal é zero, o que piora ainda mais a situação. Talvez ela só esteja no filme por nepotismo de Brando. De qualquer forma "Hino de Uma Consciência" merece ser redescoberto. Sua boa mensagem aliada ao fato de termos Rock Hudson no auge de sua carreira e popularidade mantém o interesse.

Hino de Uma Consciência (Battle Hymn, Estados Unidos, 1957) Direção: Douglas Sirk / Roteiro: Charles Grayson, Vincent B. Evans / Elenco: Rock Hudson, Anna Kashfi,  Dan Duryea, Don DeFore, Martha Hyer, Jock Mahoney / Sinopse: Após bombardear um orfanato japonês durante a II Guerra Mundial, um jovem piloto da força aérea dos EUA decide se redimir de seu erro se tornando ministro religioso. Após sentir que não tem vocação para isso, ele decide então voltar para o front onde se trava a sangrenta Guerra da Coreia. Lá acabará encontrando uma forma de superar o seu terrível erro cometido anos atrás, em um passado que tenta se libertar. Filme premiado no Globo de Ouro.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O Céu é Testemunha

Segunda Guerra Mundial. Após ter seu navio afundado por japoneses o cabo americano dos fuzileiros navais Allison (Mitchum) consegue sobreviver, ficando dias à deriva em alto-mar. Para sua sorte sua pequena embarcação é levada até uma ilha no meio do Pacífico Sul. Ao desembarcar ele acaba descobrindo que só há uma pessoa naquele lugar distante e esquecido por Deus, a freira Angela (Deborah Kerr). Ela é a única sobrevivente da comunidade. Seu superior, o padre Phillips, está morto. Agora juntos terão que sobreviver. Não será uma tarefa fácil, por causa da escassez de alimentos e pela provável ocupação das tropas japonesas que estão chegando para transformar a ilha em um posto avançado das forças imperiais de seu país. Caberá ao militar e à freira a complicada tarefa de não serem descobertos e presos pelos violentos soldados japoneses. Para isso Allison usará de todo o seu treinamento de fuzileiro naval enquanto protege a irmã Angela de mais uma tragédia em sua vida.

John Huston aqui realiza mais uma de suas obras primas. Baseado em um roteiro que foi parcialmente inspirado em fatos reais, Huston explora duas figuras completamente diferentes entre si (um militar e uma religiosa) que se encontram em uma situação limite pela sobrevivência. O mais curioso é que Huston ousou até mesmo ultrapassar certos limites, criando uma atração entre o personagem de Robert Mitchum e a jovem e bonita irmã, interpretada por Deborah Kerr. A tensão sexual que se cria entre eles é uma das melhores coisas desse argumento. Outro fato digno de aplausos é a técnica que Huston explora para desenvolver sua história. Com basicamente dois personagens centrais ele desenvolve diversos temas interessantes, como a força da fé, os limites éticos que caem na luta pela sobrevivência e o que não poderia faltar em uma produção como essa, o senso de aventura.

O militar de Robert Mitchum é um tipo que, apesar de crer em Deus, nunca foi muito preocupado com essa questão religiosa. Órfão, criado em abrigos a vida inteira, chegou a se tornar um delinquente juvenil antes de decidir entrar nos fuzileiros navais e finalmente se encontrar na vida, trilhando um caminho seguro. Já a freira de Kerr é jovem, bela e ainda não fez os seus votos definitivos de castidade, o que abre uma pequena margem de esperanças para o militar, que claramente fica apaixonado por ela. Assim temos um ótimo filme, baseado em uma história que prende a atenção do começo ao fim. Nada mais normal para um gênio do cinema como John Huston.

O Céu é Testemunha (Heaven Knows, Mr. Allison, Estados Unidos, 1957) Direção: John Huston / Roteiro: John Huston, John Lee Mahin / Elenco: Robert Mitchum, Deborah Kerr / Sinopse: Um fuzlileiro naval dos Estados Unidos (Mitchum) consegue sobreviver a um ataque japonês ao seu navio durante a batalha do Pacífico, no auge da II Guerra Mundial. Ele acaba indo parar numa ilha onde conhece a bela e jovem freira irmã Angela (Kerr). Juntos vão tentar sobreviver ao mundo em chamas e à fúria da natureza do lugar. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Deborah Kerr) e Melhor Roteiro Adaptado (John Huston e John Lee Mahin). Indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Deborah Kerr). Também indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Filme - Estados Unidos e Melhor Ator (Robert Mitchum),

Pablo Aluísio. 

A Taberna das Ilusões Perdidas

Tentando tornar em realidade seus sonhos de se tornar um músico de sucesso, o jovem saxofonista Pete Hammond Jr (Tony Curtis) resolve ir embora da pequenina cidadezinha do meio oeste onde nasceu rumo a Nova Iorque. Na cidade grande ele acaba conhecendo o lado duro da vida. Para sobreviver nos primeiros dias, sem emprego e sem trabalho à vista, ele divide um pequeno quartinho com a jovem Peggy Brown (Debbie Reynolds). Ela também veio do interior alguns meses atrás com o sonho de se tornar modelo, mas tudo o que conseguiu foi ganhar alguns trocados trabalhando como companhia de dança em um estabelecimento barato nas redondezas. Prestes a ser despejada por falta de pagamento do aluguel ela acaba se tornando amiga de Pete. Afinal ambos estão passando pelos mesmos problemas (e eles são muitos a cada dia). Quando eu vi as informações sobre esse filme pela primeira vez pensei se tratar de uma comédia romântica. Essa primeira impressão veio do fato do elenco ser encabeçado pela dupla Tony Curtis e Debbie Reynolds, uma espécie de casal doçura dos anos dourados. Para minha surpresa não era nada disso. O filme tem uma trama realista, melancólica e até mesmo triste. Embora o romance venha a aparecer em seu clímax (em um dos poucos momentos de doce esperança nesse roteiro amargo), o fato é que o filme investe mesmo na dura realidade de dois jovens perdidos em uma grande cidade que no fundo pode engolir a ambos sem piedade.

O título original do filme inclusive vem de uma fala ácida de Reynolds ao dizer que pelo luta da sobrevivência na selva de pedra vale tudo, com as pessoas se comportando como se estivessem em uma corrida de ratos! É triste, mas soa bem real de fato. A própria personagem de Debbie Reynolds é um jovem garota que não sonha mais. Ela havia ido para New York pensando se tornar modelo, mas tudo cai por terra e ela se vê sendo explorada por um crápula que a chantageia para que ela se torne prostituta. Arruinada financeiramente, ela não consegue sequer pagar o aluguel do quartinho minúsculo em que mora! Sua falta de esperança acaba contrastando  com a chegada do músico de interior interpretado por Tony Curtis. Esse ainda sonha em vencer na cidade grande, se tornando um músico de renome. Os primeiros dias porém logo acabam com suas esperanças. Uma quadrilha de picaretas rouba seus instrumentos e ele fica sem seu meio de trabalho.

O drama desse filme realmente me deixou bem surpreso. Não é algo tão dramático e trágico como nas peças de Tennessee Williams, mas que acaba no final das contas tendo a mesma dose de realismo cortante. A única coisa que pode salvar personagens tão amargos, vivendo em uma realidade tão cruel, é o amor. E eles estão tão massacrados pela vida dura que levam que até isso - expressar um sentimento verdadeiro pelo outro - acaba virando um tremendo esforço pessoal por parte de cada um deles. Em suma, um filme realmente acima da média que vai agradar bastante aos cinéfilos que estejam em busca de um tipo de cinema clássico mais socialmente consciente, retratando pessoas bem reais, com suas dificuldades para viver a cada dia, tentando sobreviver ao seu próprio fracasso pessoal.

A Taberna das Ilusões Perdidas (The Rat Race, Estados Unidos, 1960) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Robert Mulligan / Roteiro: Garson Kanin / Elenco: Tony Curtis, Debbie Reynolds, Jack Oakie, Kay Medford, Don Rickles, Marjorie Bennett, Joe Bushkin / Sinopse: jovem músico, vindo do interior, tenta vencer na cidade grande. Ele logo percebe que as coisas não serão muito fáceis, principalmente após sofrer um golpe dado por outros músicos que roubam seu instrumento, seu único meio de sobreviver em sua nova vida.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

The Mandalorian

Star Wars - The Mandalorian
Há um certo consenso entre os fãs de "Star Wars" que a franquia anda derrapando feio nos cinemas. Esse último filme, que está entrando em cartaz, recebeu uma tonelada de críticas ruins - e não foi apenas dos especialistas, dos jornalistas, mas também dos fãs, o que é bem grave. Curioso é que se "Star Wars" não anda agradando nos cinemas, no ramo das séries há uma boa novidade chegando. Se trata de "The Mandalorian", nova série da Disney passada no mesmo universo de "Star Wars".

Essa nova série está sob controle do diretor Jon Favreau. Ele criou o conceito, os personagens e os roteiros. Ele tem muita experiência. Já lidou com sucesso nas adaptações do Homem de Ferro nos cinemas. Também dirigiu bons filmes como "Mogli, o Menino Lobo" e a nova versão de "O Rei Leão". Sabe o que faz e tem talento para isso. Aqui nessa postagem vou publicar, de forma gradual, todas as resenhas dos episódios que vou assistindo. Certamente será uma boa opção de entretenimento conferir tudo o que se passa nesse novo programa - que vem recebendo boas críticas de uma maneira em geral. Ao custo de 100 milhões de dólares já é uma das melhores novidades do ano. E para quem andava reclamando do novo filme - que para alguns é bem ruim - não deixa de ser um alívio mais do que bem-vindo.

The Mandalorian 1.01 - Chapter 1: The Bounty
Por mais estranho que isso possa parecer o clima desse primeiro episódio é de puro velho oeste. Sim, daqueles faroestes clássicos que estamos tão bem acostumados a assistir. O protagonista é um caçador de recompensas. Um mandaloriano que cruza o universo em busca de criminosos e procurados em geral. Ele vive das recompensas que ganha quando os captura. O problema é que os tais sujeitos formam a escória do universo e esse trabalho passa longe de ser fácil! Nesse primeiro episódio ele consegue sua captura e terminado o serviço, com mais cinco presos em sua nave, ele retorna para receber o prêmio por suas cabeças. E acaba aceitando um novo serviço. Ir atrás de alguém (sem saber exatamente quem) em um lugar inóspito e cheio de bandoleiros. O episódio termina com ele frente a frente de sua presa. Quer uma pista? Baby Yoda! (ainda iremos falar muito nele por aqui, já que virou uma espécie de febre dos memes na internet!). E o mais divertido de tudo é saber que a tal criaturinha não é o Yoda e nem tampouco é um baby, pois tem 50 anos de idade! Só "Star Wars" mesmo para criar algo assim.../ The Mandalorian 1.01 - Chapter 1: The Bounty (Estados Unidos, 2019) Direção: Dave Filoni / Roteiro: Jon Favreau / Elenco: Pedro Pascal, Carl Weathers, Werner Herzog, Nick Nolte.

The Mandalorian 1.02 - Chapter 2: The Child  
A criança (que ganhou o apelido de "Baby Yoda") está recuperada. Com isso o caçador de recompensas mandaloriano já pode sair daquele planeta deserto. Só que ao chegar em sua nave ele tem uma surpresa bem desagradável. O povo do deserto depenou as peças dela. Com a ajuda de Kuiil (Nick Nolte) ele vai até o povo do deserto negociar com aquilo que havia sido roubado dele! Tempos complicados. Eles pedem sua arma. Ele nega. Pedem o Baby Yoda. Ele nega. Então o povo do deserto lhe faz uma oferta mais aceitável. Ele teve trazer o ovo de um animal da região. Em troca eles lhe devolverão as peças roubadas. Só que o tal bichano é uma fera monstruosa! Excelente episódio, mesclando diversão, aventura e ótimas cenas de ação. Os produtores dos filmes para o cinema deveriam dar uma olhada aqui para ver como se faz para renovar a franquia Star Wars com qualidade. / Star Wars - The Mandalorian 1.02 - Chapter 2: The Child  (Estados Unidos, 2019) Direção: Rick Famuyiwa / Roteiro: Jon Favreau / Elenco: Pedro Pascal, Nick Nolte, Misty Rosas.

The Mandalorian 1.03 - Chapter 3: The Sin 
O caçador de recompensas fez sua parte. Ele localizou e colocou as mãos no pequeno Baby Yoda. Após realizar seu serviço entrega a criança para seu cliente, mas a consciência fica pesada. Ele recebe o pagamento em tabletes de aço forjados pelo império. Vai usar o material para reforçar sua armadura. Quando todos pensam que ele vai entrar em sua nave para ir embora do planeta, ele muda de ideia. Pega suas armas e vai atrás do pequeno Yoda. E aí se origina uma carnificina. Ele acaba sendo salvo na última hora por outros caçadores de recompensa, mesmo todos sabendo que ele quebrou o "código de ética" de sua profissão, da guilda. Com a criança dentro de sua cabine ele então vai embora. Bom episódio, sempre mantendo o bom padrão dessa boa série com o selo "Star Wars". / The Mandalorian 1.03 - Chapter 3: The Sin (Estados Unidos, 2019) Direção: Deborah Chow / Roteiro: Jon Favreau / Elenco: Pedro Pascal, Werner Herzog, Omid Abtahi.

The Mandalorian 1.04 - Chapter 4: Sanctuary
O mercenário mandaloriano e seu "pequeno Yoda" chegam em um pequeno planeta perdido no universo. Claro, eles estão em fuga, então aquele lugar parece ser o ideal pois é perdido no meio do nada absoluto. Lá eles conhecem um pequeno vilarejo onde o povo local, todos fazendeiros e inexperientes na arte da guerra, pedem por sua proteção. Eles juntam tudo o que possuem e contratam o mercenário. Seu "serviço" é proteger a vila do ataque de um bando de bandoleiros, só que armados também com um tanque imperial (só não se sabe como ele foi parar ali). Nesse episódio o mercenário também conhece uma guerreira e pinta até um certo clima entre eles. O curioso é que esse roteiro é óbviamente uma homenagem ao clássico do western americano "Sete Homens e um Destino", com as devidas adaptações, claro. No final é um episódio bem interessante da série e com duração um pouco maior do que os anteriores. / Star Wars - The Mandalorian 1.04 - Chapter 4: Sanctuary (Estados Unidos, 2019) Direção: Bryce Dallas Howard / Roteiro: Jon Favreau / Elenco:  Pedro Pascal, Gina Carano, Julia Jones.

The Mandalorian 1.05 - Chapter 5: The Gunslinger
O caçador de recompensas mandaloriano e o Baby Yoda chegam em um planete deserto, depois que são atacados no espaço. A nave fica avariada, necessitando de conserto urgente. Ele acaba encontrando uma senhora que conserta naves e que acabará se revelando uma boa amiga leal. Só que para pagar seus serviços o caçador acaba aceitando uma oferta para caçar outra caçadora de recompensas que está no lugar. Ela é boa, uma das melhores da guilda e não será nada fácil cumprir mais esse serviço. Bom episódio que conta com duas atrações a mais para os fãs de "Star Wars". Primeiro o uso de motocicletas voadoras e o outro o surgimento do povo da areia. Figurinhas conhecidas dos filmes do cinema. / The Mandalorian 1.05 - Chapter 5: The Gunslinger (Estados Unidos, 2019) Direção: Dave Filoni / Roteiro: Dave Filoni / Elenco:  Pedro Pascal, Amy Sedaris, Jake Cannavale.

The Mandalorian 1.06 - Chapter 6: The Prisoner
O mercenário mandaloriano é contratado para ir até uma nave prisão da Nova República para resgatar um dos prisioneiros. Serviço perigoso, mas bem pago. Ao seu lado se une um estranho grupo. Uma especialista em matar com facas, um assassino profissional, um "diablo" de pura força bruta e um droid, com design de inseto cibernético. O serviço se torna mais complicado do que eles poderiam pensar, só que o Mandaloriano cumpre seu papel, com uma pequena ajuda do Baby Yoda, aqui mais uma vez treinando seus poderes da força, dominando as mentes dos fracos de espírito. / The Mandalorian 1.06 - Chapter 6: The Prisoner (Estados Unidos, 2019) Direção: Rick Famuyiwa / Roteiro: Christopher L. Yost, Rick Famuyiwa / Elenco: Pedro Pascal, Mark Boone Junior, Bill Burr.

The Mandalorian 1.07 - Chapter 7: The Reckoning
Nesse episódio, infelizmente, Baby Yoda finalmente cai nas mãos do império. Antes disso o mercenário mandaloriano é convidado para retornar, acertar as contas com a guilda. Greef Karga (Carl Weathers) lhe oferece a seguinte proposta: ele trará a criança de volta. A intenção é usá-la como uma isca, para eliminar um ex-combatente no império que insiste em colocar as mãos nele. Só que a proposta na realidade esconde uma emboscada. Esse episódio também traz alguns aspectos que vão agradar aos fãs de Star Wars. Uma delas é a presença de um grande pelotão de tropas imperiais. Dois deles usam motos, iguais as que se viu em "O Império Contra-ataca". A nostalgia vai bater. Outra é mostrar de uma vez por todas o poder de cura do pequeno Yoda. Episódio bacana, mas que não se encerra, deixando a porta aberta para o último episódio da temporada. / The Mandalorian 1.07 - Chapter 7: The Reckoning (Estados Unidos, 2019) Direção: Deborah Chow / Roteiro: Jon Favreau / Elenco:  Pedro Pascal, Carl Weathers, Gina Carano, Nick Nolte.

The Mandalorian 1.08 - Chapter 8: Redemption
Esse é o último episódio da primeira temporada da série. E o que acontece nesse episódio final? Baby Yoda é salvo das mãos de dois soldados do império pelo Droid babá. E pensar que o Mandaloriano não confiava nesses seres robóticos. E esse Droid, uma antiga peça de guerra do império, agora reprogramado, é sem dúvida um dos destaques do episódio. Ele salva não apenas o Baby Yoda, mas a todos que estavam cercados pelo império. Sua redenção ou seu sacríficio na lava bate forte entre os fãs de Star Wars. Alias é bom frisar que nesse episódio pela primeira vez é falada a palavra Jedi. E uma cena se destaca entre todas as demais, quando o Mandaloriano literalmente monta em um caça do império para destrui-lo. Grande cena. No final Baby Yoda e o mercenário terminam juntos, entrando em sua nave, rumo a novas aventuras no universo. A série já tem confirmada mais duas temporadas. Pelo visto vai longe. E merece todo o sucesso porque é realmente muito boa. Deixo aqui minhas palmas para Jon Favreau e toda a sua equipe. Fizeram um excelente trabalho! / The Mandalorian - Chapter 8: Redemption (Estados Unidos, 201 ) Direção: Taika Waititi / Roteiro: Jon Favreau / Elenco:  Pedro Pascal, Taika Waititi, Giancarlo Esposito, Carl Weathers.

Pablo Aluísio.