Mostrando postagens com marcador Byron Haskin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Byron Haskin. Mostrar todas as postagens

domingo, 17 de janeiro de 2021

Comboio Para o Leste

Em 1943, ainda na época da II Guerra Mundial, o astro de Hollywood Humphrey Bogart atuou nesse clássico do cinema. Na época o grande receio dos navios mercantes que cruzavam os mares era a presença ameaçadora de submarinos da marinha da Alemanha nazista. Diversas embarcações foram afundadas nesse período histórico. O filme conta uma dessas histórias. Um petroleiro americano é afundado por um submarino alemão e os sobreviventes passam 11 dias no mar em uma balsa. Sua única possibilidade de salvação é o navio "Sea Witch" que está se dirigindo até o porto de Murmansk no Atlântico Norte. Esse foi o primeiro filme de Humphrey Bogart após ele realizar o maior filme de sua carreira, o clássico "Casablanca". Como se pode ver pelo enredo, Bogart ainda estava empenhado no esforço de guerra dos aliados, o que era de esperar pois o filme foi realizado em 1943 e a Segunda Guerra Mundial ainda assolava o mundo. O filme explora a chamada batalha do Atlântico Norte, quando vários navios mercantes foram afundados por submarinos alemães. Os nazistas não tinham o menor receio de atirar em navios civis, levando pessoas e cargas. Obviamente mais um crime de guerra dos seguidores de Hitler.

Nesse filme o ator Humphrey Bogart interpretou um personagem heroico que a Warner quis vender como uma espécie de "Sargento York", uma produção clássica de enorme sucesso na época. Na realidade, se formos analisar bem, pouca coisa pode ser comparada. Esse filme com Bogart tem produção bem mais modesta, fotografia em preto e branco e mostra sinais da dificuldade técnica da época em recriar as batalhas entre submarinos e a Marinha americana, que na época usava cargas de profundidade para destruir as frotas alemãs de U-Boats. Movimentado, não tenta ser o que não é, pois no fundo é uma produção de ação e aventura, com muita mensagem de patriotismo para quem estava no front de guerra. Um clássico para se divertir, acima de tudo.

Comboio Para o Leste (Action in the North Atlantic, Estados Unidos,  1943) Estúdio: Warner Bros / Direção: Lloyd Bacon, Byron Haskin / Roteiro: John Howard Lawson, Guy Gilpatric / Elenco: Humphrey Bogart, Raymond Massey, Alan Hale / Sinopse: O roteiro desse clássico dos filmes de guerra explora o afundamento de navios mercantes por parte da marinha da Alemanha nazista durante a II Guerra Mundial. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro original (Guy Gilpatric).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Sua Majestade o Aventureiro

Um filme clássico explorando a beleza natural dos sete mares, assim podemos definir essa produção, um belo exemplo de aventura da década de 1950. O enredo não poderia ser mais adequado. Depois de sofrer um motim em seu navio, o Capitão David Dion O'Keefe (Burt Lancaster) vai parar em uma ilha remota no Pacífico Sul. Lá ele descobre um grande potencial para comercializar o óleo dos coqueiros da região, algo de muito valor para ser vendido na rota comercial em direção à Europa. Após fazer amizade com os nativos locais O'Keefe retorna para Hong Kong onde pretende comprar um navio para colocar em prática seus planos. O problema é que várias companhias concorrentes farão de tudo para destruir o objetivo comercial do veterano capitão dos mares. Aventura filmada nas ilhas Fiji, um dos lugares mais bonitos do mundo. Claro que uma produção americana realizada em um lugar tão distante, do outro lado do planeta, acabaria se tornando um desafio e tanto. O diretor Byron Haskin ficou doente durante as filmagens e o próprio astro Burt Lancaster assumiu parte da direção (embora jamais tenha sido creditado por isso pela Warner). Algo até muito injusto porque como podemos perceber bem ao assistir a esse filme o astro Lancaster tinha uma boa mão como cineasta. Ele sabia muito bem o que queria e conseguia extrair o melhor das cenas com mais ação e lutas. Além disso captou como poucos a beleza natural dos lugares onde o filme foi feito.

Como era comum em filmes como esse na época, o protagonista era um aventureiro, um homem que enfrentava todos os desafios para atingir seus objetivos. Um papel perfeito para Burt Lancaster que vindo do circo se sentia muito bem nesse tipo de aventura onde o aspecto físico do ator era bem mais explorado do que sua capacidade dramática. Aliás em inúmeras cenas Lancaster dispensou o uso de dublês, fazendo ele mesmo várias das sequências mais perigosas. Numa delas ele desce a montanha de uma pedreira antes de haver uma grande explosão. Para isso usa apenas cordas, tal como se estivesse em um número de malabarismo sobre o picadeiro. Já sob o ponto de vista atual o roteiro de "His Majesty O'Keefe" poderia até mesmo ser considerado um pouco complicado de digerir. Isso porque o personagem de Burt Lancaster, apesar de seu estilo jovial e dinâmico, sempre com uma atitude de bom mocismo, pretende no final das contas apenas explorar o povo daquela ilha distante; pois o que ele tinha em mente mesmo era comercializar os recursos naturais que supostamente seriam deles de direito.

Um dos problemas que o Capitão precisa resolver é como colocar toda aquela gente para trabalhar atendendo ao seu próprio interesse de ficar rico. Os nativos não pareciam muito propensos ao trabalho, mas sim a cultuar pedras que eles consideravam sagradas. A ótica do colonizador assim acabou prevalecendo, com o Capitão O'Keefe sempre disposto a bolar alguma jogada para se dar bem com a mão de obra daquele povo primitivo. Por fim o filme também traz doses de romantismo, principalmente no romance entre o Capitão e uma garota muito bonita da ilha, interpretada pela bela atriz Joan Rice. Então é isso. "Sua Majestade o Aventureiro" é certamente um bom filme de aventuras ao velho estilo de Hollywood, com muita ação, desafios e a sempre exuberante natureza de Fiji, com suas águas cristalinas e paisagens de tirar o fôlego. Deixe de lado um pouco seu teor politicamente incorreto e tente se divertir, levando em conta a mentalidade da época em que o filme foi lançado. Assim você terá uma ótima diversão passada nos mares do Sul.

Sua Majestade o Aventureiro (His Majesty O'Keefe, Estados Unidos, 1954) Estúdio: Warner Bros / Direção: Byron Haskin / Roteiro: Borden Chase, James Hill / Elenco: Burt Lancaster, Joan Rice, André Morell, Abraham Sofaer / Sinopse: Explorador, marinheiro e aventureiro um capitão descobre uma maneira de ficar rico com as belezas naturais de uma ilha perdida e quase inexplorada localizada no Pacífico Sul.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Sanha Selvagem

Título no Brasil: Sanha Selvagem
Título Original: Warpath
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Byron Haskin
Roteiro: Frank Gruber
Elenco: Edmond O'Brien, Dean Jagger, Forrest Tucker
  
Sinopse:
John Vickers (Edmond O'Brien) é um veterano que decide ir atrás dos três assassinos de seu verdadeiro amor. Após encontrar um dos criminosos e entrar em confronto com ele, descobre que os outros dois entraram no exército americano e foram para o oeste. Vickers então nem pensa duas vezes e se alista novamente. Seu plano é seguir a pista dos assassinos para na primeira oportunidade que surgir os liquidar. Isso certamente o coloca em um dilema já que para isso terá que enfrentar uma corte marcial. E agora como ele poderá conciliar seu desejo de vingança com sua lealdade ao exército?

Comentários:
Filmes americanos sobre cavalaria costumam ser muito bons. Esse aliás é um tema muito cativante para fãs de western e ainda mais para aqueles que tiveram a oportunidade de, quando crianças, brincarem de Forte Apache. Aqui temos um filme elegante, muito bem desenvolvido e que lida com a questão da dualidade existente entre cumprir o regimento militar ou dar vazão a um desejo implacável de vingança. O filme é estrelado pelo grandalhão Edmond O'Brien (1915 - 1985) um ator que conseguiu fazer a complicada transição entre sua fase de galã (quando era jovem) para na velhice se tornar um grande ator de teatro e cinema. Foi inclusive vencedor do Oscar por seu trabalho no clássico "A Condessa Descalça". Entre os personagens explorados no filme temos a presença do lendário general da sétima cavalaria George Armstrong Custer, interpretado pelo ator James Millican. Em suma um belo trabalho de roteiro aliado a uma direção firme e segura, mostrando o momento em que dois valores importantes se chocam dentro da personalidade de um homem íntegro e honesto com suas emoções.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de junho de 2017

A Selva Nua

Título no Brasil: A Selva Nua
Título Original: The Naked Jungle
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Byron Haskin
Roteiro: Philip Yordan, Ranald MacDougall
Elenco: Charlton Heston, Eleanor Parker, Abraham Sofaer, William Conrad, Leonard Strong, John Dierkes
  
Sinopse:
Christopher Leiningen (Charlton Heston) é um fazendeiro americano que ergue uma plantação de cacau no meio da floresta amazônica. Ele luta para vencer a natureza da região e precisa enfrentar muitos desafios, inclusive a infestação de uma formiga voraz conhecida na região como Marabunta! Solitário naquele mundo perdido, ele decide se casar por procuração com uma mulher de New Orleans chamada Joanna (Eleanor Parker). Quando ela finalmente chega na região Christopher acaba se decepcionando, criando inúmeros problemas para seu novo relacionamento.

Comentários:
Um filme de selva, gênero que era muito popular nos anos 1950, só que ao invés de se passar na África esse aqui se passa na floresta Amazônica. Charlton Heston interpreta esse fazendeiro bem rude e violento que precisa lidar com uma infestação de formigas devoradoras, que podiam acabar com sua plantação de cacau em poucas horas. Além disso ele tem que receber a mulher que acabou de chegar dos Estados Unidos para ser sua esposa. É complicado simpatizar com esse protagonista porque ele é em essência um homem sem qualquer simpatia pessoal, violento com seus empregados e irascível com a esposa recém chegada. A primeira parte do filme mostra os problemas envolvendo justamente seu péssimo temperamento com a mulher que deveria ser sua nova esposa. Ele não se socializa direito, tem poucas palavras agradáveis para dizer a ela e o pior de tudo, a rejeita simplesmente pelo fato dela ter sido casada como outro homem no passado. Eleanor Parker está muito bonita no filme, vestindo roupas elegantes que contrastam completamente com o clima selvagem da região. É um bom filme, que consegue mesclar romance com aventura. Bem no estilo desse tipo de produção da época. Por fim um fato curioso: durante o lançamento do filme no Brasil o ator Charlton Heston visitou a cidade de São Paulo. Em entrevista com a jornalista Dulce Damasceno de Brito na cidade, o ator quis saber como os paulistas lidavam com a terrível formiga Marabunta! Heston pensava que o inseto infestava a grande cidade brasileira, demonstrando toda a sua ignorância sobre o Brasil. Essa situação inusitada foi relatada por Dulce em uma de suas colunas na revista Set. Pelo visto Charlton Heston pensava que os paulistas tinham que enfrentar as formigas em suas casas, todos os dias! No mínimo surreal sua visão sobre a maior cidade da América do Sul.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Tarzan na Terra Selvagem

Título no Brasil: Tarzan na Terra Selvagem
Título Original: Tarzan's Peril
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Byron Haskin
Roteiro: Samuel Newman
Elenco: Lex Barker, Virginia Huston, George Macready, Douglas Fowley, Glenn Anders, Dorothy Dandridge

Sinopse:
O famoso personagem Tarzan, criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs, surge em uma nova aventura onde precisa enfrentar um grupo de traficantes de armas na África selvagem, enquanto busca pacificar tribos rivais da região, pois estão em uma guerra brutal e violenta. 

Comentários:
O ator Lex Barker (1919 -1973) foi um dos muitos que tentaram seguir em frente com o personagem Tarzan após a aposentadoria de Johnny Weissmuller no papel, numa grande série de filmes de sucesso. Não foi uma tarefa fácil. Barker não era tão carismático e nem tinha tanto apoio assim dos fãs de Tarzan na época. Ele vinha de uma série de aventuras de pequeno orçamento, filmes B. Ele tinha atuado em coisas como "Dick Tracy Contra o Monstro". Seu primeiro filme como Tarzan foi "Tarzan e a Montanha Secreta", seguido de "Tarzan e a Escrava", "Tarzan e a Fúria Selvagem", terminando com "Tarzan e a Mulher Diabo" em 1953. Nenhum desses filmes chegou a ser um grande sucesso de bilheteria. Apenas mantinham o personagem Tarzan em cartaz nos cinemas. Como se pode perceber Lex Barker não ficou muitos anos interpretando o herói das selvas, mas até que fez bastante filmes nesse período. De uma forma ou outra esse filme aqui ficou bem na média das produções na época. O estúdio RKO já não tinha mais tanto dinheiro para financiar filmes de Tarzan, por isso as produções eram bem mais modestas. Porém no quesito diversão e aventura os filmes ainda mantinham um certo padrão de qualidade, para a felicidade da garotada dos anos 50.

Pablo Aluísio.