Depois de praticamente conquistar toda a Europa com seu formidável exército o imperador Napoleão Bonaparte (Rod Steiger) se vê encurralado em sua própria capital, Paris. Com os ingleses e prussianos chegando ele acaba renunciando ao seu poder imperial. Preso, é enviado para a distante ilha de Elba. Após conspirar para fugir de sua prisão consegue finalmente chegar no continente com apenas mil homens. Em pouco tempo cai novamente nas graças do povo de seu país e consegue reassumir o trono. Agora Napoleão deseja vingança contra todos os seus inimigos, algo que se dará de forma definitiva na batalha de Waterloo onde enfrentará mais uma vez o hábil general britânico Duque de Wellington (Christopher Plummer) que se encontra pronto para destruir de uma vez por todas com as ambições militares do imperador francês.
Em minha opinião essa produção segue sendo, ainda nos dias de hoje, o melhor filme já realizado sobre os últimos dias do Imperador Napoleão Bonaparte (1769 - 1821). Produzido por Dino de Laurentiis é um daqueles filmes grandiosos, com milhares de extras, figurinos deslumbrantes e cenas do campo de batalha praticamente impecáveis. O roteiro é muito bem escrito e tenta mostrar em detalhes os dois lados desse conflito que decidiu os rumos da Europa de forma definitiva. O Imperador Napoleão é interpretado por Rod Steiger. Que grande ator! Ele tem aqui um dos grandes trabalhos de atuação de sua carreira. Seu Napoleão é um sujeito envelhecido, doente e completamente alucinado em se agarrar nos últimos fiapos de suas glórias passadas. Após retornar da ilha prisão de Elba ele consegue voltar ao poder, mas agora está cercado de inimigos por todos os lados, em especial os ingleses e os prussianos. Egomaníaco e convencido de sua própria lenda, o velho Napoleão decide ousar, indo diretamente para o ataque contra os exércitos inimigos, para surpresa de todos os seus generais. Nada de ficar na defensiva.
Embora tenha há muito tempo perdido no front a possibilidade de conquistar toda a Europa (ainda mais depois da desastrosa campanha na Rússia), o envelhecido general resolve dar a cartada final de sua vida ao encontrar no campo lamacento de Waterloo o poderoso exército comandado pelo comandante inglês Wellington (Christopher Plummer). O que se segue é uma das batalhas mais sangrentas da história, algo que só se repetiria em solo europeu com a eclosão da II Guerra Mundial mais de um século depois. O filme se apoia basicamente em dois atos. No primeiro conta o contexto histórico que antecedeu a grande batalha (a prisão e fuga de Elba e o retorno triunfante de Napoleão pelas mãos do povo ao poder).
No segundo ato (que dura mais do que 60 minutos de filme) a própria batalha é desvendada em detalhes, mostrando as estratégias usadas pelas duas forças inimigas. Para quem gosta de história militar é certamente um prato cheio, tudo muito bem realizado, com centenas de milhares de figurantes em cena (todos pertencentes ao exército russo que colaborou na época com as filmagens). Um dos momentos mais significativos do filme acontece justamente após a carnificina. Montado em seu cavalo, Wellington fita o campo cheio de soldados mortos, alguns bem jovens, ainda na flor da idade. O cenário é de completa desolação. Então ele diz uma de suas frases mais famosas, que entrou inclusive para a história: "Não existe nada mais desolador em um campo de batalha do que a vitória, exceto, é claro, a própria derrota".
Waterloo - A Batalha de Napoleão (Waterloo, Inglaterra, Rússia, Itália, 1970) Estúdio: Dino de Laurentiis Cinematografica / Direção: Sergey Bondarchuk / Roteiro: Sergey Bondarchuk, H.A.L. Craig / Elenco: Rod Steiger, Christopher Plummer, Orson Welles / Sinopse: O filme recria a famosa batalha de Waterloo onde finalmente o Imperador Napoleão Bonaparte foi vencido pelos exércitos da Inglaterra. Filme vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Figurino e
Melhor Direção de Arte. Também indicado na categoria de Melhor
Fotografia.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirWaterloo - A Batalha de Napoleão
Pablo Aluísio.
Se você ler sobre cada Cesar do mundo, começando pelo Alexandre, passando pelo próprio Julio Cesar e indo até o Kaiser Hitler, todos tem uma coisa em comum. A despeito da dimensão absurda das suas conquistas, o seu tempo como imperador durou no máximo 10 anos. Conquistam, mas não conseguem desfrutar durante muito tempo. O único que viveu mais, foi justamente o mais frágil e menos violento deles, o Augustus.
ResponderExcluirNão se pode dominar povos, nações, etnias diferentes por muito tempo. É sempre uma guerra permanente quando se domina um povo alheio, com suas próprias línguas, culturas, etc. No caso do Napoleão foi pior ainda porque os países europeus invadidos jamais iriam aceitar suas conquistas.
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