quarta-feira, 12 de novembro de 2014

À Procura do Amor

Título no Brasil: À Procura do Amor
Título Original: Enough Said
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Nicole Holofcener
Roteiro: Nicole Holofcener
Elenco: Julia Louis-Dreyfus, James Gandolfini, Catherine Keener, Toni Collette

Sinopse:
Eva (Julia Louis-Dreyfus) está divorciada há mais de dez anos. Ela tem uma filha adolescente e ganha a vida fazendo massagens terapêuticas. Sua vida passa longe de ser fácil, já que ela passa o dia todo atendendo clientes, levando sua pesada mesa de massagem para cima e para baixo. Um certo dia conhece casualmente Albert (James Gandolfini), um sujeito também divorciado como ela, já cinquentão, que deseja reconstruir sua vida amorosa. Mesmo sendo aparentemente tão diferentes começam a ter um relacionamento que não será isento de problemas. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Julia Louis-Dreyfus). Também indicado ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Ator (James Gandolfini).

Comentários:
Esse foi um dos últimos trabalhos da carreira do ator James Gandolfini, falecido em 2013. É um filme romântico que explora um tipo diferente de relacionamento envolvendo duas pessoas já cinquentonas, divorciadas, com filhos adolescentes prestes a irem embora fazer faculdade. Com a síndrome do ninho vazio batendo às portas elas resolvem então se dar uma segunda chance, para quem sabe superar os traumas do passado revivendo um novo amor em suas vidas. Julia Louis-Dreyfus (a Elaine Benes da série "Seinfeld") interpreta essa mãe divorciada, mas bastante trabalhadora, que vai vivendo um dia de cada vez na criação de sua filha. As coisas não são fáceis, mas ela vai superando os desafios. Curiosamente acaba tendo como cliente justamente a ex-esposa de seu atual namorado, Albert. Em conversas amigáveis vai descobrindo os podres dele com a antiga esposa, criando uma situação constrangedora, mas também divertida e reveladora da alma humana. O roteiro apresenta ótimos diálogos, em um enredo que nunca chega a cansar o espectador, pelo contrário, apesar de ser despretensioso em si, o filme acaba prendendo a atenção do começo ao fim. Depois dessa produção James Gandolfini realizou apenas mais um filme, "The Drop", que permanece inédito no Brasil. Uma pena que tenha partido tão cedo sendo dono de um grande talento. Aqui mostra mais uma vez que conseguia se sair tão bem em filmes românticos como em séries mais viscerais como "Os Sopranos". Um bela amostra de seu excelente timing dramático.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sabotagem

Título no Brasil: Sabotagem
Título Original: Sabotage
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: David Ayer
Roteiro: Skip Woods, David Ayer
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Olivia Williams, Mireille Enos, Sam Worthington, Terrence Howard, Josh Holloway, Joe Manganiello, Max Martini, Kevin Vance

Sinopse:
John 'Breacher' Wharton (Arnold Schwarzenegger) é o líder de um esquadrão de elite do DEA (Departamento de combate ao narcotráfico nos Estados Unidos). Durante uma operação envolvendo a invasão de uma casa de um poderoso e rico cartel mexicano ele e seus homens resolvem roubar parte do dinheiro encontrado no local, algo em torno de dez milhões de dólares. Eles então escondem a quantia nos esgotos, mas depois que retornam lá para pegar todo o dinheiro de volta descobrem que ele simplesmente sumiu! Para piorar o DEA descobre o plano e todos os envolvidos acabam caindo na malha fina de uma pesada investigação a cargo da corregedoria. A questão porém permanece sobre quem realmente teria ficado com toda aquela fortuna...

Comentários:
Depois do retorno de Arnold Schwarzenegger ao cinema esse é sem dúvida o seu melhor filme. Um policial bem barra pesada que consegue mesclar elementos de seus antigos filmes (com muita ação e conflitos armados com armamento pesado) aliada a uma boa trama. Inicialmente o espectador fica um pouco surpreso com o personagem de Schwarzenegger, afinal ele sempre optou por interpretar papéis de homens íntegros e honestos (com algumas pequenas exceções, é claro). Aqui logo de cara ficamos sabemos que ele se envolveu em um plano para meter a mão no dinheiro sujo do narcotráfico mexicano. Quando a grana some e vários membros de sua equipe começam a surgirem mortos, ele começa a se mexer para descobrir tudo o que se esconde por baixo de todo esse jogo sujo. O filme tem excelentes sequências de invasão - afinal o enredo gira em torno de uma equipe de elite especializada justamente nesse tipo de operação. Pelo menos há três ótimas cenas envolvendo esse tipo de situação. De falso mesmo temos apenas a vã tentativa de incorporar um romance fajuto entre Arnoldão e a personagem investigadora da atriz  Olivia Williams! Tudo bem gratuito. Melhores mesmo são os cenários onde seus homens vão sendo encontrados, com mortes bem violentas e sombrias para quem curte esse tipo de coisa. O ator ainda não conseguiu um grande sucesso desde que deixou o partido republicano para retomar sua carreira, essa certamente pode ser uma boa chance. No geral é isso, boa diversão que não ofende a inteligência dos espectadores, provando que há sim vida inteligente nos filmes de ação.

Pablo Aluísio.

Jumanji

Título no Brasil: Jumanji
Título Original: Jumanji
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Joe Johnston
Roteiro: Jonathan Hensleigh, Greg Taylor
Elenco: Robin Williams, Kirsten Dunst, Bonnie Hunt, Bradley Pierce
 
Sinopse:
Dois garotinhos encontram um jogo mágico, capaz de alterar as leis do universo em que conhecemos, os jogando no meio de uma grande e inesquecível aventura! Filme vencedor da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Bonnie Hunt) e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado nas categorias de Melhor Filme de Fantasia, Melhor Ator (Robin Williams) e Melhor Direção (Joe Johnston).

Comentários:
Segue sendo um dos mais queridos filmes da carreira de Robin Williams. Na época de seu lançamento foi acusado de ser uma produção meramente usada como desculpa para um desfile de avançados efeitos especiais de última geração. Na verdade grande parte do impacto do filme realmente é proveniente de seu visual, mas não é só isso que podemos elogiar. A fita pode ser encarada como uma bela tentativa de resgatar o espírito das antigas matinês, onde filmes de aventuras e muita imaginação faziam a festa da garotada que lotava os cinemas nas décadas de 1940 e 1950. Além disso vamos convir que Robin Williams era de fato muito carismático, conseguindo muitas vezes levar um filme apenas mediano nas costas até o fim. Nesse "Jumanji" o roteiro realmente deixa a desejar em certos aspectos, mas nem isso tira seu charme de puro entretenimento. Para o estúdio também foi uma bela aposta pois a produção acabou enveredando para outros produtos, virando livro, álbum de figurinhas, quadrinhos e até um bem sucedido jogo de videogame (ironicamente a indústria de games iria superar a do cinema em faturamento poucos anos depois). De uma forma ou outra o cineasta Joe Johnston procuraria manter o velho espírito em filmes posteriores dele, em especial os bons "Jurassic Park III" (também com farto uso de animais digitais), "Mar de Fogo" (uma aventura ao velho estilo) e "Capitão América: O Primeiro Vingador" (novamente flertando com o mundo dos quadrinhos). Em suma, "Jumanji" é isso mesmo, pura diversão para todas as idades.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Sex Tape - Perdido na Nuvem

Título no Brasil: Sex Tape - Perdido na Nuvem
Título Original: Sex Tape
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Jake Kasdan
Roteiro: Kate Angelo, Jason Segel
Elenco: Jason Segel, Cameron Diaz, Rob Lowe, Rob Corddry

Sinopse:
Jay (Jason Segel) e Annie (Cameron Diaz) se conhecem na universidade. No começo o relacionamento realmente pega fogo, eles se dão muito bem do ponto de vista sexual, não perdendo nenhuma oportunidade para transarem, em todos os lugares possíveis e imagináveis. Depois de um tempo resolvem finalmente se casar. Cinco anos e dois filhos depois, as coisas já não são da mesma forma. O casamento caiu na rotina e no tédio e eles não possuem mais o mesmo amor ardente de antes. Tentando reacender a paixão acabam cometendo a besteira de se filmarem fazendo sexo. Após vazar a cena eles tentam de tudo para barrar sua divulgação na net. 

Comentários:
"Sex Tape" é mais uma daquelas comédias industriais que não conseguem lidar com o tema sexo de forma adulta. Tudo soa muito vulgar e beirando a cafonice completa. O roteiro é bem cafajeste e procura tirar humor da chatice do casamento. Obviamente que o alvo é dirigido para um público que esteja na mesma situação do casal central do filme, ou seja, casais que já descobriram que o casamento é um tremenda chatice, cheia de obrigações e poucos bons momentos verdadeiros. Os filhos acabam sendo apontados como um dos fatores que rebaixam o calor da paixão entre marido e mulher, veja só a cretinice do argumento. Após o sujeito falhar na cama, eles tentam gravar uma cena de sexo usando um livro de posições sexuais bizarras como modelo. Claro que o maridão, que não é muito familiarizado com informática, cometerá um tremendo erro, pois ao invés de apagar o vídeo o acaba compartilhando com todos os Ipads que deu de presente recentemente. A partir daí começa a correria deles para recuperar os aparelhos antes que tudo vaze pela internet (o que obviamente tornará impossível a retirada da cena de sexo da rede). Cameron Diaz já passou da idade de fazer filmes como esse, ela deveria procurar por rumos mais criativos de se explorar. Pior são suas cenas de nudez gratuita, que no final das contas só servirá mesmo para as mulheres criticarem sua falta de, digamos assim, dotes físicos abundantes! A direção é do jovem Jake Kasdan, que já havia dirigido um filme igualmente ruim com a Cameron Diaz antes, a porcaria "Professora Sem Classe". No geral é tudo mesmo uma grande bobagem, com sérios problemas de enfrentar o tema com um mínimo de maturidade, onde o que sobra mesmo é muita baixaria e vulgaridade. No final agradará apenas aos apreciadores desse tipo de humor ralé, de baixo nível.

Pablo Aluísio.

Maré Vermelha

Título no Brasil: Maré Vermelha
Título Original: Crimson Tide
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Hollywood Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: Michael Schiffer, Richard P. Henrick
Elenco: Gene Hackman, Denzel Washington, Viggo Mortensen, James Gandolfini, Matt Craven

Sinopse:
Em um submarino nuclear da marinha americana, dois oficiais entram em conflito após o recebimento de uma ordem de ataque. O tenente Ron Hunter (Denzel Washington) acaba liderando um verdadeiro motim contra o capitão Frank Ramsey (Gene Hackman) com o objetivo de evitar que a ordem de lançar os misseis nucleares seja executada. Filme indicado aos Oscars de Melhor Edição, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Som. Filme vencedor do Grammy Awards na categoria de Melhor Trilha Sonora instrumental original.

Comentários:
O tempo passa muito rápido realmente. Já vai fazer dez anos que o excelente ator Gene Hackman resolveu se aposentar do cinema. Ele parece ter simplesmente se cansado de tudo e resolveu ir embora para aproveitar o resto de sua vida em paz, desfrutando do dinheiro que ganhou em tantos filmes. Uma pena pois era aquele tipo de profissional cuja presença no elenco já fazia valer o preço do ingresso. Esse "Crimson Tide" foi um dos grandes sucessos de bilheteria de sua carreira, onde teve a oportunidade de contracenar com outro grande ator, o sempre empenhado Denzel Washington. O cenário é um submarino nuclear americano prestes a dar início a um ataque de larga escala. O problema é que surge uma dúvida entre a tripulação: seria a ordem de atacar um erro técnico (já que não havia nenhuma justificativa para tal) ou era de fato um procedimento realmente ordenado por Washington? Dos dois lados da balança ficam o tenente comandante Ron Hunter (Denzel Washington), um sujeito mais equilibrado e o capitão do submarino, o "falcão" oficial Frank Ramsey (Gene Hackman). Do choque de personalidades nasce o conflito central de todo o enredo. Desnecessário dizer que estamos na presença de um roteiro cuja força se concentra justamente na tensão e nos diálogos de embate entre os dois personagens centrais. Nesse quesito o filme realmente é uma delícia. Curiosamente o elenco de apoio traz a presença de dois atores que ainda não eram muito conhecidos, mas que em pouco tempo se tornaria extremamente populares, Viggo Mortensen e James Gandolfini. Mortensen iria se consagrar na franquia "O Senhor dos Anéis" como Aragorn e Gandolfini na série televisiva "Família Soprano" no papel inesquecível de Tony Soprano. Em suma, "Maré Vermelha" segue sendo considerado um dos melhores filmes ambientados em submarinos do cinema americano. Um programa realmente imperdível.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de novembro de 2014

Scarface

Título no Brasil: Scarface
Título Original: Scarface
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Oliver Stone
Elenco: Al Pacino, Michelle Pfeiffer, Steven Bauer, Mary Elizabeth Mastrantonio, F. Murray Abraham, Robert Loggia

Sinopse:
Remake do clássico filme de gangsters da década de 1930. Agora o espectador é convidado a conhecer Tony Montana (Al Pacino), um refugiado cubano que deseja viver intensamente o chamado American Dream. Ele quer vencer e subir na vida na América dos anos 80. Para isso não mede esforços em roubar, matar e traficar o maior número possível de toneladas de cocaína para dentro do mercado americano. Quem cruzar seu caminho será recebido com chumbo quente. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Al Pacino), Melhor Ator Coadjuvante (Steven Bauer) e Melhor Trilha Sonora.

Comentários:
Até hoje é uma obra controvertida, havendo defensores e detratores apaixonados de ambos os lados da balança. Alguns consideram um filme violento, vulgar e ofensivo ao extremo. Outros dizem que "Scarface" é uma obra prima da safra mais inspirada de Brian de Palma. Afinal quem tem a razão? Na verdade essa nova versão do famoso personagem Tony Montana (praticamente uma caricatura de Al Capone) tem seus pontos positivos e negativos. A diferença é que tudo parece ser levado ao extremo, então quando o filme acerta, ele realmente passeia pela perfeição e quando erra, cai facilmente na vulgaridade gratuita. No meio da montanha russa o que podemos afirmar com certeza é que Brian De Palma realizou sua obra mais visceral. O personagem de Al Pacino tem fome de vencer na vida, uma vontade tão ferrenha que ele não pensa duas vezes em passar por cima de todos os valores morais e éticos mais caros para a sociedade. Para Tony Montana não importa perder sua alma, mas sim conquistar o mundo, acima de tudo! E não há caminho mais fácil para isso do que o submundo milionário das drogas! Até hoje certos momentos são lembrados, como a verdadeira montanha de cocaína que voa pelos ares, ou do acesso de fúria de Al atirando com sua metralhadora para todos os lados. De fato você não vai encontrar sutileza por aqui, mas certamente encontrará um filme mais do que instigante. Não há limites para Tony Montana, essa é a mensagem principal.

Pablo Aluísio.

Carrie, a Estranha

Título no Brasil: Carrie, a Estranha
Título Original: Carrie
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Screen Gems
Direção: Kimberly Peirce
Roteiro: Lawrence D. Cohen, Roberto Aguirre-Sacasa
Elenco: Chloë Grace Moretz, Julianne Moore, Gabriella Wilde, Portia Doubleday

Sinopse:
Carrie (Chloë Grace Moretz) é uma jovem estudante que vive oprimida tanto em casa como na escola. Em casa pela mãe dominadora, cruel e fanática religiosa que enxerga pecado e devassidão em tudo ao redor. Na escola, por ser tímida e fechada, ela logo passa a ser o principal alvo de bullying das garotas de sua idade. O que ninguém sabe é que Carrie na verdade possui estranhos poderes, que logo logo se virarão contra todos aqueles que ousam zombar dela.

Comentários:
Remake desnecessário do clássico filme inspirado na obra de Stephen King. É a tal coisa, a originalidade anda distante de Hollywood atualmente. Sem novas ideias o jeito é tentar olhar para o passado, revitalizando antigos filmes. O original já é um clássico absoluto, muito bem realizado pelo mestre Brian De Palma! Já esse aqui soa como um caça-níquel desesperado da combalida MGM - que vira e mexe surge nos jornais com as portas prestes a fechar. No geral é uma refilmagem burocrática, sem maiores vôos em termos de inovação ou originalidade. Talvez o maior erro tenha sido a escalação da atriz jovem Chloë Grace Moretz. Ela não é má atriz, bem longe disso, mas deixa a desejar talvez por ser bonitinha demais para o papel. Não podemos nos esquecer que a Carrie das páginas de King é uma garota complexada, estranha (como o próprio título do livro sugere) e que sofre intenso bullying por parte dos colegas de escola. Já a gatinha Chloë Grace Moretz passa longe desse tipo. Mesmo com as costas caídas, jeito meio sinistro de agir, não há como encarar ela como uma vítima de preconceito e escárnio dos amigos de classe. Quem se sai um pouco melhor é a sempre eficiente Julianne Moore como a mãe que caiu nas garras do fanatismo religioso. Em suma, uma produção que não tinha a menor necessidade de existir.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de novembro de 2014

November Man - Um Espião Nunca Morre

Título no Brasil: November Man - Um Espião Nunca Morre
Título Original: The November Man
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Relativity Media
Direção: Roger Donaldson
Roteiro: Michael Finch, Karl Gajdusek
Elenco: Pierce Brosnan, Luke Bracey, Olga Kurylenko, Bill Smitrovich

Sinopse:
Peter Devereaux (Brosnan) é um ex-agente da CIA que se envolve em um jogo de espionagem perigoso, envolvendo informações vitais do passado de um influente político russo apontado para ser o novo presidente daquele país. Ao tomar posse de provas vitais ele tenta levar o material de volta ao ocidente ao mesmo tempo em que tenta juntar e decifrar todo o mosaico de peças soltas do mistério que ronda o passado desse homem.

Comentários:
Isso já havia acontecido antes com Roger Moore. O fato é que depois que se interpreta um personagem tão marcante como James Bond o ator fica marcado para sempre. Assim não é de se estranhar que Pierce Brosnan venha a protagonizar um filme como esse. Na realidade o que temos aqui é quase um genérico de Bond (bem reforçado no Brasil por causa do título nacional oportunista). Brosnan dá vida a um ex-agente da CIA chamado Devereaux, tão semelhante ao famoso espião inglês de Ian Fleming que fiquei até esperando ele se apresentar em alguma cena como "Bond, James Bond". A trama até que não é tão ruim, explorando o passado negro de um bem sucedido político russo que provavelmente será o próximo presidente (semelhanças com Putin, atual líder russo, não são meras coincidências). Após a assistente dele ser morta, surgem provas colhidas em um celular comum que Devereaux tentará levar em segurança para o ocidente. O problema é que ele terá que enfrentar não apenas os agentes russos como também a própria CIA que deseja colocar as mãos no "pacote". Ora, nem preciso dizer que algo assim só seria possível se o famoso 007 estivesse em campo. De qualquer forma o filme não é de todo mal, serve bem para matar as saudades de Pierce Brosnan que vinha numa linha em sua carreira que não era bem a sua praia, uma série de comédias de humor negro que não lhe caíam muito bem. Agora, com esse filme temos um paliativo de um dos melhores atores que já passaram pela franquia Bond. Não é nenhuma maravilha, mas quebra o galho.

Pablo Aluísio.

Anna Nicole

Título no Brasil: Anna Nicole
Título Original: Anna Nicole
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Mary Harron
Roteiro: Joe Batteer, John Rice
Elenco: Agnes Bruckner, Martin Landau, Adam Goldberg

Sinopse:
O filme se propõe a contar a história real da atriz e modelo Anna Nicole Smith. Ela nasce em uma cidadezinha do Texas e depois quando atinge a adolescência fica grávida do cozinheiro do restaurante onde trabalha como garçonete. Expulsa de casa pela própria mãe ela decide rumar em direção a Houston e na grande cidade, como mãe solteira e desempregada, acaba virando dançarina de boates de strip tease. Filme vencedor do Prism Awards na categoria de melhor Atriz em telefilme ou minissérie (Agnes Bruckner).

Comentários:
Anna Nicole Smith foi uma das mais famosas playmates da revista Playboy na década de 1990. Uma loira deslumbrante ao estilo Bombshell que ficou muito conhecida não apenas por seus ensaios na popular publicação masculina, mas também por causa dos problemas que causou em sua vida pessoal. Uma típica garota bonita desmiolada, ela logo caiu na armadilha da gravidez na adolescência (que já destruiu a vida de muitas mulheres jovens por aí). Depois, desesperada para criar o próprio filho como mãe solteira, teve que se virar como podia para sustentar sua família. E em função disso valia qualquer coisa, até mesmo se envolver com um bilionário octogenário que se engraçou por ela. Claro que um romance assim tão explosivo lhe traria muitos problemas, inclusive legais e judiciais após a morte do velhote apaixonado. Ela também desfrutou de uma passageira fama ao estrelar um reality show no canal E! (programa esse que a mostrava como uma caricatura, uma mulher bonita, mas completamente destrambelhada, que passava o dia todo chapada). O grande atrativo para os cinéfilos em geral vem da presença do ótimo veterano Martin Landau que interpreta o ricaço J. Howard Marshall. Um ator muito digno que mesmo com a idade bem avançada ainda realiza um trabalho primoroso. A atriz Agnes Bruckner interpreta Anna Nicole Smith. mas não consegue captar muito bem sua personalidade vulgar e mal educada. A Agnes na verdade está muito mais estilosa e elegante, duas coisas que definitivamente nunca combinaram com a Anna do mundo real. Meio burocrático, esse telefilme não é de todo descartável, vale principalmente como curiosidade para tentar entender esse tipo de celebridade, tão vazia e falsa quanto seus próprios seios de silicone.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O Homem Mais Procurado

Título no Brasil: O Homem Mais Procurado
Título Original: A Most Wanted Man
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha
Estúdio: Ink Factory, Potboiler Productions
Direção: Anton Corbijn
Roteiro: Andrew Bovell, baseado na obra de John le Carré
Elenco: Philip Seymour Hoffman, Rachel McAdams, Willem Dafoe, Robin Wright, Daniel Brühl, Grigoriy Dobrygin 

Sinopse:
Günther Bachmann (Philip Seymour Hoffman) é um agente da inteligência alemã especializado em rastrear potenciais terroristas em seu país. Quando um checheno com ligações a grupos terroristas chega em Hamburgo ele começa a seguir todos os seus passos. Günther, ao contrário de seus superiores, deseja descobrir todas as células envolvidas com o sujeito antes de o prender e para isso arma toda uma armadilha para descobrir todos os elos que ligam esse grupo internacional islâmico.

Comentários:
Mais um brilhante trabalho de composição e interpretação do ator Philip Seymour Hoffman. Esse aliás foi seu penúltimo filme. Seu personagem é um agente que promove ações anti-terroristas em solo alemão. Ao contrário de um sofisticado e elegante James Bond, ele é praticamente um burocrata da espionagem, um sujeito estressado, acima do peso, que acende um cigarro atrás do outro, sempre nervoso e tenso. Em compensação é inteligente e muito eficaz. Nada imediatista, ele procura descobrir todas as ligações terroristas antes de promover prisões, isso o leva a estar sempre em constante tensão e atrito com seus superiores e com a CIA americana. Já Rachel McAdams interpreta uma advogada liberal que trabalha para um grupo de apoio a refugiados. Não tarda e ela acaba se envolvendo na situação, prestando assistência a Issa Karpov (Grigoriy Dobrygin), justamente o checheno que Günther Bachmann quer colocar as suas mãos. Um filme muito bom, que tem pedigree em termos de conteúdo pois a trama foi toda baseada em um livro escrito pelo genial John le Carré. Como sempre acontece nos textos desse autor o espectador já pode esperar de antemão ligações sombrias, reviravoltas e traições no submundo da espionagem, algo mais do que comum em seus famosos livros. O único porém a se relatar talvez seja a duração que ficou um pouquinha excessiva. Um corte mais enxuto cairia muito bem. Mesmo assim não se engane, pois esse é de fato um filme muito bom, bem acima de média.

Pablo Aluísio.