O personagem King Kong é um dos mais famosos da história do cinema. Surgiu pela primeira vez nas telas na década de 1930 em um filme dos estúdios RKO. Na sociedade americana imperava a grande depressão e o filme investia em um mundo de realismo fantástico, com muita aventura e ação, pautada por efeitos especiais de encher os olhos. Era a forma de trazer um alívio para aqueles anos de muito desemprego e falta de esperanças. A fórmula se tornou certeira e o gorilão caiu imediatamente no gosto do grande público que encheu as salas de cinemas. Muitas décadas depois King Kong voltaria às telas, com nova roupagem e efeitos especiais. Era a década de 70, quando os filmes de ficção e fantasia estavam em alta. Era um bom filme mas não escapou das criticas por causa da tentativa de modernizar demais a estória. Peter Jackson era apenas um jovem quando assistiu a esse segundo King Kong nas telas e por muitos anos cultivou o sonho de um dia dirigir algo realmente definitivo sobre o monstro. A chance finalmente lhe caiu nas mãos após o imenso sucesso de bilheteria da trilogia “O Senhor dos Anéis”. Com carta branca e orçamento literalmente monstruoso (mais de 200 milhões de dólares), Jackson finalmente começou a tornar realidade seu velho sonho de trazer o rei Kong de volta à sua merecida grandiosidade.
O resultado final mostra um filme muito bom mas que não consegue ser excelente por causa de alguns equívocos do roteiro. É certo que há muitas coisas boas no texto como, por exemplo, trazer a estória do filme de volta à década de 30 (na mesma época em que o King Kong original foi lançado). Outro ponto positivo foi resguardar a aparição de Kong o máximo possível criando assim uma expectativa no público. O problema porém surge logo após King Kong surgir em cena. A overdose de efeitos digitais (principalmente nas cenas em que o gorila entra em uma briga épica contra dinossauros) acaba desviando o foco principal do que é o mais importante nesse filme, a relação de amizade entre o enorme monstro e a delicada e bela heroína que acaba ganhando a afeição do gigante. Peter Jackson parece vacilar na direção, se garantindo numa série de cenas com muitos efeitos digitais que podem impressionar o público mais jovem mas que acabam soando desnecessários e gratuitos para os cinéfilos com mais bagagem. O saldo final é bom, não há como negar, mas perdeu-se a chance de realmente produzir a obra definitiva com King Kong. Claro que nada poderá superar o charme e o carisma do primeiro filme, o original. Poderiam ter realizado algo mais equilibrado e focado nas principais características da estória original mas isso infelizmente não ocorreu aqui nesse remake.
King Kong (King Kong, Estados Unidos, 2005) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens / Elenco: Naomi Watts, Jack Black, Adrien Brody, Thomas Kretschmann, Colin Hanks, Andy Serkis, Evan Parke, Jamie Bell, Lobo Chan, John Sumner, Craig Hall, Kyle Chandler, William Johnson / Sinopse: O diretor Carl Dehnam (Jack Black) lidera uma expedição até uma ilha remota perdida no meio do oceano para verificar se uma antiga lenda sobre um gorila gigante realmente tem algum fundo de verdade. Chegando lá ele finalmente consegue ver o monstro mitológico. Não satisfeito resolve capturar King Kong para levá-lo até os EUA onde pretende explorar comercialmente o animal, uma decisão de que ele se arrependerá amargamente depois.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Saga Crepúsculo – Amanhecer Parte 2
Esse é o filme que encerra a Saga Crepúsculo. Bella (Kristen Stewart) e Edward (Robert Pattinson) estão casados, felizes e tem uma filha, fruto desse relacionamento entre uma humana e um vampiro. Tudo caminha maravilhosamente bem até que a notícia da existência de uma criança imortal chega aos ouvidos do líder do clã Volturi. Uma das leis do universo dos vampiros proíbe a existência de crianças imortais (isso já havia aparecido no argumento de outro filme famoso, “Entrevista com o Vampiro”). Assim apenas adultos podem se tornar vampiros. Isso coloca ambos os clãs em um conflito que poderá se revelar bastante sangrento e mortífero. Bella e Edward lutarão até a morte, se preciso for, para proteger o fruto de seu amor. Como sempre acontece nessa franquia, a chegada do último filme da saga Crepúsculo aos cinemas despertou a ira dos críticos, caindo sobre o filme mais um avalanche de criticas negativas onde nada parecia prestar nessa produção. E como sempre também o público ignorou completamente essas opiniões e lotou as salas transformando esse último filme em mais um enorme sucesso de bilheteria. Juntando todos os filmes a saga já rendeu folgadamente mais de um bilhão de dólares! É dinheiro que não acaba mais, vamos convir. Eu sempre vi Crepúsculo como um produto essencialmente romântico, escrito e produzido para um segmento especifico do público, o mercado adolescente. Assim não há muito sentido em criticar o filme ou o livro que lhe deu origem afirmando que é sem conteúdo. Crepúsculo não é Shakespeare.
Também acho fora de propósito as criticas que afirmam que a autora Stephenie Meyer seria uma reacionária conservadora por colocar seus personagens em situações, digamos, “fora de moda” (como a passagem em que Bella e Edward deixam claro que só farão sexo após o casamento). Eu definitivamente não vejo algo assim como um aspecto negativo de Crepúsculo, penso justamente o contrário. Que bom que a autora tenha passado esse tipo de mensagem para as adolescentes que formam seu público. O mundo já está cheio de adolescentes grávidas por aí. Tomara que as fãs de Crepúsculo sigam o exemplo de Bella e só façam sexo mesmo após o casamento. A gravidez na adolescência é uma tragédia social, tanto para a sociedade quanto para a adolescente que se prejudica na sua própria vida (isso quando não é abandonada pelo companheiro). Sou da opinião de que essa ideologia liberal de comportamento fracassou. O que vemos por aí hoje em dia é a cultura da droga e do sexo livre, levando os jovens para o bueiro bem cedo em suas vidas. Então um livro de teor conservador nesse aspecto é até bem-vindo hoje em dia. Se o pensamento liberal (tão em voga pela geração hippie) jogou a sociedade nesse mundo de drogas e problemas que vivemos hoje em dia, então que se abrace mesmo uma visão mais conservadora, tradicional. Em termos cinematográficos o filme não traz nada de novo. O elenco é fraco, não há como negar, e a produção (dessa vez bem mais caprichada e rica) não chega a impressionar (os lobisomens, por exemplo, são digitais demais). De bom mesmo fica o carinho das fãs em relação a esses filmes (não há nada de errado nisso) e sua mensagem equilibrada (para alguns conservadora) que passa uma forma mais correta de levar a vida, principalmente para as jovens que estão começando agora na vida sentimental e sexual. É por aí mesmo, sejam românticas sim, conservadoras e tenham bastante respeito próprio por seus sentimentos e sua vida sexual. A sociedade como um todo agradece.
A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 (The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 2, Estados Unidos, 2012) Direção: Bill Condon / Roteiro: Melissa Rosenberg baseada na obra de Stephenie Meyer / Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner / Sinopse: Bella e Edward lutam para proteger sua pequena filha cuja existência viola as leis que são impostas no universo dos vampiros.
Pablo Aluísio.
Também acho fora de propósito as criticas que afirmam que a autora Stephenie Meyer seria uma reacionária conservadora por colocar seus personagens em situações, digamos, “fora de moda” (como a passagem em que Bella e Edward deixam claro que só farão sexo após o casamento). Eu definitivamente não vejo algo assim como um aspecto negativo de Crepúsculo, penso justamente o contrário. Que bom que a autora tenha passado esse tipo de mensagem para as adolescentes que formam seu público. O mundo já está cheio de adolescentes grávidas por aí. Tomara que as fãs de Crepúsculo sigam o exemplo de Bella e só façam sexo mesmo após o casamento. A gravidez na adolescência é uma tragédia social, tanto para a sociedade quanto para a adolescente que se prejudica na sua própria vida (isso quando não é abandonada pelo companheiro). Sou da opinião de que essa ideologia liberal de comportamento fracassou. O que vemos por aí hoje em dia é a cultura da droga e do sexo livre, levando os jovens para o bueiro bem cedo em suas vidas. Então um livro de teor conservador nesse aspecto é até bem-vindo hoje em dia. Se o pensamento liberal (tão em voga pela geração hippie) jogou a sociedade nesse mundo de drogas e problemas que vivemos hoje em dia, então que se abrace mesmo uma visão mais conservadora, tradicional. Em termos cinematográficos o filme não traz nada de novo. O elenco é fraco, não há como negar, e a produção (dessa vez bem mais caprichada e rica) não chega a impressionar (os lobisomens, por exemplo, são digitais demais). De bom mesmo fica o carinho das fãs em relação a esses filmes (não há nada de errado nisso) e sua mensagem equilibrada (para alguns conservadora) que passa uma forma mais correta de levar a vida, principalmente para as jovens que estão começando agora na vida sentimental e sexual. É por aí mesmo, sejam românticas sim, conservadoras e tenham bastante respeito próprio por seus sentimentos e sua vida sexual. A sociedade como um todo agradece.
A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 (The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 2, Estados Unidos, 2012) Direção: Bill Condon / Roteiro: Melissa Rosenberg baseada na obra de Stephenie Meyer / Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner / Sinopse: Bella e Edward lutam para proteger sua pequena filha cuja existência viola as leis que são impostas no universo dos vampiros.
Pablo Aluísio.
Bugsy
Benjamin "Bugsy" Siegel (1906 - 1947) foi um gangster norte-americano diferente. Apesar de seu apelido asqueroso (“inseto”) que aliás odiava, Bugsy adorava roupas finas, de grife, passava muito gel no cabelo e acima de tudo amava cultivar aquela típica pose de ricaço (embora não fosse). Circulando no meio da indústria cinematográfica se tornou amigo de diretores, atores e produtores. Seu sonho era se tornar um astro em Hollywood mas seu passado sujo o impedia de seguir adiante. Bugsy era membro importante da família mafiosa controlada por Meyer Lansky, um chefão especializado em roubos de veículos e jogos ilegais. Ao lado de outro famoso gangster da época, Lucky Luciano, Bugsy foi o responsável pela morte de um poderoso chefão, “Big Boss” Masseria, durante uma guerra entre quadrilhas rivais de Nova Iorque. Pressionado por outras famílias mafiosas resolveu dar um tempo e decidiu ir para o outro lado do país onde, bem no meio do deserto, teve uma idéia brilhante. Aproveitando-se das leis do estado de Nevada que permitiam a prática de jogos de azar, Bugsy imaginou a construção de um grande cassino na pequenina cidade de Las Vegas, um lugar perdido no meio do deserto sem atrativo nenhum. Convencendo Lansky e outros chefões que o investimento naquele lugar seria extremamente lucrativo ele começou a construção do primeiro cassino da cidade, o Flamingo! De fato, tudo o que se vê hoje em Las Vegas, um dos maiores centros de diversão do mundo, nasceu da idéia desse gangster muito imaginativo e empreendedor que sonhou realmente muito alto.
Infelizmente ser o primeiro hotel cassino naquele deserto hostil não era uma tarefa das mais fáceis. Como era algo novo, que ainda precisava ser divulgado adequadamente, o Flamingo em seus primeiros meses não se tornou tão lucrativo quanto seus parceiros mafiosos da costa leste pensavam. E como não atender as expectativas desses criminosos não era definitivamente uma boa idéia, Bugsy acabou pagando caro por sua ousadia. Foi justamente essa história incrível que o diretor Barry Levinson e o ator Warren Beatty conseguiram levar para as telas em 1991. “Bugsy” era um velho sonho de Beatty que achava ter ali um excelente material para a realização de um filme ao velho estilo, como aqueles da década de 1940, cheio de gangsters em roupas finas e mulheres fatais. Produção elegante, com ótima reconstituição histórica, “Bugsy” se destacou por ter o velho charme dos antigos filmes da década de ouro do cinema (cuja época era justamente a retratada no filme). Solteirão convicto há décadas o filme também foi bastante marcante na vida pessoal de Beatty pois foi justamente durante suas filmagens que acabou se apaixonando pela atriz Annette Bening que finalmente levaria ao altar o ator, considerado um dos maiores conquistadores de Hollywood (sua lista de namoradas famosas era mais do que extensa). A crítica gostou bastante do filme, levando “Bugsy” a ser nomeado a oito indicações ao Oscar e a sete do Globo de Ouro. Acabou vencendo apenas duas (todas técnicas, Oscars direção de arte e figurino) perdendo o grande prêmio de melhor filme para “O Silêncio dos Inocentes”. De qualquer modo “Bugsy” é, ainda hoje, um excelente exemplo de cinema refinado e de bom gosto. Se ainda não viu, não deixe de assistir.
Bugsy (Bugsy, Estados Unidos, 1991) Direção: Barry Levinson / Roteiro: James Toback baseado no livro de Dean Jennings / Elenco: Warren Beatty, Annette Bening, Harvey Keitel, Ben Kingsley, Elliott Gould, Joe Mantegna / Sinopse: O filme conta a história real de "Bugsy" Siegel, gangster norte-americano que construiu com o dinheiro da máfia da costa leste o primeiro cassino hotel da história de Las Vegas.
Pablo Aluísio.
Infelizmente ser o primeiro hotel cassino naquele deserto hostil não era uma tarefa das mais fáceis. Como era algo novo, que ainda precisava ser divulgado adequadamente, o Flamingo em seus primeiros meses não se tornou tão lucrativo quanto seus parceiros mafiosos da costa leste pensavam. E como não atender as expectativas desses criminosos não era definitivamente uma boa idéia, Bugsy acabou pagando caro por sua ousadia. Foi justamente essa história incrível que o diretor Barry Levinson e o ator Warren Beatty conseguiram levar para as telas em 1991. “Bugsy” era um velho sonho de Beatty que achava ter ali um excelente material para a realização de um filme ao velho estilo, como aqueles da década de 1940, cheio de gangsters em roupas finas e mulheres fatais. Produção elegante, com ótima reconstituição histórica, “Bugsy” se destacou por ter o velho charme dos antigos filmes da década de ouro do cinema (cuja época era justamente a retratada no filme). Solteirão convicto há décadas o filme também foi bastante marcante na vida pessoal de Beatty pois foi justamente durante suas filmagens que acabou se apaixonando pela atriz Annette Bening que finalmente levaria ao altar o ator, considerado um dos maiores conquistadores de Hollywood (sua lista de namoradas famosas era mais do que extensa). A crítica gostou bastante do filme, levando “Bugsy” a ser nomeado a oito indicações ao Oscar e a sete do Globo de Ouro. Acabou vencendo apenas duas (todas técnicas, Oscars direção de arte e figurino) perdendo o grande prêmio de melhor filme para “O Silêncio dos Inocentes”. De qualquer modo “Bugsy” é, ainda hoje, um excelente exemplo de cinema refinado e de bom gosto. Se ainda não viu, não deixe de assistir.
Bugsy (Bugsy, Estados Unidos, 1991) Direção: Barry Levinson / Roteiro: James Toback baseado no livro de Dean Jennings / Elenco: Warren Beatty, Annette Bening, Harvey Keitel, Ben Kingsley, Elliott Gould, Joe Mantegna / Sinopse: O filme conta a história real de "Bugsy" Siegel, gangster norte-americano que construiu com o dinheiro da máfia da costa leste o primeiro cassino hotel da história de Las Vegas.
Pablo Aluísio.
Alien, O Oitavo Passageiro
Esse foi o primeiro filme de uma longa linhagem de continuações – algumas interessantes, outras medianas e as últimas geralmente péssimas, principalmente às que foram realizadas sob a bandeira “Aliens Vs Predador”. Meros caça-níqueis. Mas não vamos perder muito tempo com isso. O importante aqui é relembrar desse primeiro filme, o original, que é sempre lembrado como uma das melhores ficções cientificas da história do cinema. “Alien O Oitavo Passageiro” conseguia unir em um mesmo filme, ficção e terror com raro brilhantismo. Não é, como alguns pensam, apenas mais uma produção de monstros, muito longe disso. O roteiro lidava muito bem com a possibilidade de um dia o homem explorar comercialmente o universo e nesse processo encontrar outras formas de vida (inclusive hostis). A nave espacial do filme não é uma nave de batalha intergaláctica que dispara raios pelo espaço! Longe disso, era um rebocador comercial, uma espaçonave pertencente a uma empresa privada de exploração de minas em outros planetas. Os sete tripulantes, em última instância, são trabalhadores, verdadeiros astronautas operários, que acabam lidando com uma situação extrema ao perceberem que não são as únicas entidades biológicas presentes naquele ambiente. Após atender um chamado de socorro em uma planeta distante um dos tripulantes acaba sendo infectado, trazendo uma entidade desconhecida para dentro de sua nave. Há um intruso, aquele que é chamado ironicamente de “o oitavo passageiro”.
O filme causou sensação em seu lançamento justamente por causa desse estilo mais realista, fora da fantasia que reinava nas produções de ficção da época (vide “Guerra nas Estrelas”). Ridley Scott literalmente transforma a nave espacial numa camisa de força, ou em um verdadeiro caixão de metal pois dentro dos limites da espaçonave se travará uma batalha pela vida e morte pela sobrevivência da entidade biológica mais forte, confirmando de certa forma as teorias Darwinistas da sobrevivência da espécie mais apta, mais resistente. Seleção natural em estado bruto. Homem vs Alien. O tom do filme é de puro pessimismo, gerando uma sensação de claustrofobia e desconforto que incomoda o espectador. Curiosamente a atriz Veronica Cartwright iria inicialmente interpretar a personagem principal, a tenente Ripley, mas Ridley Scott após algumas semanas pediu aos produtores que fosse contratada Sigourney Weaver, uma atriz de porte alto e elegante que cairia melhor no papel. A decisão como se sabe foi das mais acertadas pois esse acabou se tornando o personagem mais marcante da carreira de Weaver em toda a sua filmografia. Como a Academia sempre foi cautelosa em premiar filmes de ficção cientifica nas principais categorias restou a “Alien, o Oitavo Passageiro” o prêmio de Melhores Efeitos Visuais, ganhando ainda a indicação na categoria de Melhor Direção de Arte. Não faz mal, o filme ainda é um marco no gênero, com ou sem o reconhecimento do Oscar.
Alien, O Oitavo Passageiro (Alien, Estados Unidos, 1979) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Dan O'Bannon / Elenco: Sigourney Weaver, Tom Skerritt, Veronica Cartwright, Harry Dean Stanton, John Hurt, Ian Holm, Yaphet Kotto, Bolaji Badejo, Helen Horton / Sinopse: Tripulantes de uma nave espacial são atacados por uma estranha criatura parasita que toma posse do corpo de um dos membros da equipe. Agora, presos dentro da espaçonave, terão que enfrentar o estranho Alien. E que o mais forte sobreviva.
Pablo Aluísio.
O filme causou sensação em seu lançamento justamente por causa desse estilo mais realista, fora da fantasia que reinava nas produções de ficção da época (vide “Guerra nas Estrelas”). Ridley Scott literalmente transforma a nave espacial numa camisa de força, ou em um verdadeiro caixão de metal pois dentro dos limites da espaçonave se travará uma batalha pela vida e morte pela sobrevivência da entidade biológica mais forte, confirmando de certa forma as teorias Darwinistas da sobrevivência da espécie mais apta, mais resistente. Seleção natural em estado bruto. Homem vs Alien. O tom do filme é de puro pessimismo, gerando uma sensação de claustrofobia e desconforto que incomoda o espectador. Curiosamente a atriz Veronica Cartwright iria inicialmente interpretar a personagem principal, a tenente Ripley, mas Ridley Scott após algumas semanas pediu aos produtores que fosse contratada Sigourney Weaver, uma atriz de porte alto e elegante que cairia melhor no papel. A decisão como se sabe foi das mais acertadas pois esse acabou se tornando o personagem mais marcante da carreira de Weaver em toda a sua filmografia. Como a Academia sempre foi cautelosa em premiar filmes de ficção cientifica nas principais categorias restou a “Alien, o Oitavo Passageiro” o prêmio de Melhores Efeitos Visuais, ganhando ainda a indicação na categoria de Melhor Direção de Arte. Não faz mal, o filme ainda é um marco no gênero, com ou sem o reconhecimento do Oscar.
Alien, O Oitavo Passageiro (Alien, Estados Unidos, 1979) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Dan O'Bannon / Elenco: Sigourney Weaver, Tom Skerritt, Veronica Cartwright, Harry Dean Stanton, John Hurt, Ian Holm, Yaphet Kotto, Bolaji Badejo, Helen Horton / Sinopse: Tripulantes de uma nave espacial são atacados por uma estranha criatura parasita que toma posse do corpo de um dos membros da equipe. Agora, presos dentro da espaçonave, terão que enfrentar o estranho Alien. E que o mais forte sobreviva.
Pablo Aluísio.
O Procurado
Wesley Gibson (James McAvoy) é um rapaz comum, ainda procurando por um caminho na vida, que após a morte de seu pai descobre a verdadeira natureza de seus “negócios”. O assassinato de seu pai o coloca automaticamente na posição de herdeiro de seus interesses. Mas antes de assumir essa posição ele terá que passar por um exaustivo treinamento. Se for bem sucedido irá embolsar 50 milhões de dólares. Para isso contará com a ajuda da misteriosa Fox (Angelina Jolie) que é uma assassina fria e eficiente e de Sloan (Morgan Freeman), um mentor mais velho. “Procurado” tenta seguir os passos de “Mandando Bala”, um filme de ação que se tornou conhecido justamente por causa de suas sequências impossíveis (mais do que o habitual que estamos acostumados nesse gênero no cinema americano). E o que isso significa em poucas palavras? Significa que é um filme de ação sem freios, com muitos tiros, correrias e efeitos digitais (que se utilizam exaustivamente de longas cenas mostrando nos mínimos detalhes os tiros e as piruetas dadas pelos personagens centrais).
Em um produto assim não há muito o que achar em termos de roteiro e argumento. Surpresa mesmo foi encontrar o ator dramático Morgan Freeman nesse tipo de filme. Nunca foi sua especialidade participar de produtos como esse, focados em pura ação e só. Assim Freeman vira apenas um item coadjuvante de luxo, para mostrar que não se trata de uma produção B mas sim de um blockbuster com a marca registrada dos estúdios Universal. Outra surpresa foi a presença de Angelina Jolie aqui. Não que esse tipo de filme seja estranho na carreira dela mas sim porque por essa época Angelina estava procurando estrelar dramas em essência, tudo para ser mais reconhecida como atriz séria. De repente ela anunciou essa diversão escapista que em nada lembrava os demais projetos que ela andava desenvolvendo, deixando muita gente boa surpreendida. Embora na tela tenhamos esse dois famosos interpretes o filme é estrelado mesmo por James McAvoy. E justamente aí que está um dos grandes problemas de “Wanted”. Ele é muito fraco e definitivamente não funciona como herói de ação. Para falar a verdade ele sai bem melhor em filmes como “Conspiração Americana” onde há um roteiro melhor e mais desenvolvido que não fique apenas focando nele o tempo todo. Enfim é isso. “Procurado” é mais um filme de ação de rotina, daqueles que apostam em ação incessante e cenas inverossímeis ao extremo. Não consegue ser melhor do que “Mandando Bala”, por exemplo, mas pode vir a agradar, mesmo que de forma superficial, aos admiradores do gênero.
O Procurado (Wanted, Estados Unidos, 2008) Direção: Timur Bekmambetov / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas, Chris Morgan / Elenco: James McAvoy, Morgan Freeman, Angelina Jolie, Terence Stamp, Thomas Kretschmann, Common, Kristen Hager, Marc Warren / Sinopse: Wesley Gibson (James McAvoy) é um rapaz comum, ainda procurando por um caminho na vida, que após a morte de seu pai descobre a verdadeira natureza de seus “negócios”. O assassinato de seu pai o coloca automaticamente na posição de herdeiro de seus interesses.
Pablo Aluísio.
Em um produto assim não há muito o que achar em termos de roteiro e argumento. Surpresa mesmo foi encontrar o ator dramático Morgan Freeman nesse tipo de filme. Nunca foi sua especialidade participar de produtos como esse, focados em pura ação e só. Assim Freeman vira apenas um item coadjuvante de luxo, para mostrar que não se trata de uma produção B mas sim de um blockbuster com a marca registrada dos estúdios Universal. Outra surpresa foi a presença de Angelina Jolie aqui. Não que esse tipo de filme seja estranho na carreira dela mas sim porque por essa época Angelina estava procurando estrelar dramas em essência, tudo para ser mais reconhecida como atriz séria. De repente ela anunciou essa diversão escapista que em nada lembrava os demais projetos que ela andava desenvolvendo, deixando muita gente boa surpreendida. Embora na tela tenhamos esse dois famosos interpretes o filme é estrelado mesmo por James McAvoy. E justamente aí que está um dos grandes problemas de “Wanted”. Ele é muito fraco e definitivamente não funciona como herói de ação. Para falar a verdade ele sai bem melhor em filmes como “Conspiração Americana” onde há um roteiro melhor e mais desenvolvido que não fique apenas focando nele o tempo todo. Enfim é isso. “Procurado” é mais um filme de ação de rotina, daqueles que apostam em ação incessante e cenas inverossímeis ao extremo. Não consegue ser melhor do que “Mandando Bala”, por exemplo, mas pode vir a agradar, mesmo que de forma superficial, aos admiradores do gênero.
O Procurado (Wanted, Estados Unidos, 2008) Direção: Timur Bekmambetov / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas, Chris Morgan / Elenco: James McAvoy, Morgan Freeman, Angelina Jolie, Terence Stamp, Thomas Kretschmann, Common, Kristen Hager, Marc Warren / Sinopse: Wesley Gibson (James McAvoy) é um rapaz comum, ainda procurando por um caminho na vida, que após a morte de seu pai descobre a verdadeira natureza de seus “negócios”. O assassinato de seu pai o coloca automaticamente na posição de herdeiro de seus interesses.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Dália Negra
Sou da opinião que esse filme tinha tudo para dar certo. Até porque mexe com a história real de um dos casos de morte mais infames da história de Hollywood. Para quem não conhece o caso da Dália Negra ficou muito conhecido na época. Esse era o nome usado por Elizabeth Short, uma aspirante à atriz em Hollywood que foi encontrada assassinada de forma brutal numa manhã de 1947, numa rua de Los Angeles. Ela tinha sido esquartejada e seus membros estavam separados. O tronco ao lado de suas pernas No rosto o toque maquiavélico do assassino: ele rasgou a boca da vítima dando-lhe uma expressão parecida com a do Coringa do famoso personagem dos quadrinhos. A opinião pública, como não era de se espantar, ficou completamente chocada e exigiu a prisão do assassino mas os anos se passaram e até hoje o homicídio se encontra em aberto no Departamento de Polícia, sem que se tenha chegado à solução do caso. Assim como aconteceu com Jack o Estripador, o caso ficou sem desfecho e o assassino jamais foi encontrado. A morte horrenda porém entrou na cultura pop e deu origem a vários livros, teorias da conspiração e documentários.
Um dos livros mais interessante sobre a morte de Elizabeth Short foi escrito pelo autor James Elroy. Foi justamente essa a base desse filme dirigido pelo mestre Brian De Palma. O simples fato dessa história terrível ser enfocada com as lentes desse diretor já era motivo para comemoração, uma vez que De Palma legou ao cinema contemporâneo alguns dos melhores filmes de suspense dos últimos anos. Infelizmente o tão talentoso cineasta de outrora parece passar por uma crise criativa. Assim as boas expectativas logo se tornaram mais uma decepção. “Dália Negra” por Brian De Palma ficou pelo meio do caminho. O filme é estilizado demais e logo se torna muito falso, apostando em um realismo fantástico que simplesmente não funciona. O roteiro também é muito confuso, misturando fatos reais com imaginação, causando no final cansaço no espectador. Analisando bem esse “Dália Negra” cheguei na conclusão que De Palma errou em tentar responder a pergunta sobre quem teria sido o assassino da atriz. Se tivesse optado por contar apenas os fatos históricos como aconteceram na realidade o resultado teria sido fantástico. Ao invés disso escolheu adotar uma das teorias que rondam essa morte, mas tudo realizado sob uma ótica sensacionalista e infeliz que joga os poucos méritos do filme no chão. O desfecho então nem se fala, completamente sem noção e obtuso. Tive a oportunidade de assistir no cinema, só para se ter uma idéia de como minhas expectativas estavam altas, mas no final tudo se transformou em um enorme desapontamento. O filme, como não poderia deixar de ser, fracassou nas bilheterias. É uma pena pois provavelmente não veremos mais, pelo menos por algum tempo, alguma produção melhor enfocando essa história, uma das mais sinistras e sombrias da história de Hollywood.
Dália Negra (The Black Dahlia, Estados Unidos, 2006) Direção: Brian De Palma / Roteiro: Josh Friedman / Elenco: Josh Hartnett, Scarlett Johansson, Hilary Swank, Aaron Eckhart, Mia Kirshner, William Finley, John Kavanagh / Sinopse: Elizabeth Short, uma aspirante à atriz em Hollywood é brutalmente assassinada em Los Angeles. Seu corpo é encontrado com sinais de tortura e sadismo incomparáveis. Agora o departamento de polícia da cidade terá que se empenhar para solucionar essa morte horrenda.
Pablo Aluísio.
Um dos livros mais interessante sobre a morte de Elizabeth Short foi escrito pelo autor James Elroy. Foi justamente essa a base desse filme dirigido pelo mestre Brian De Palma. O simples fato dessa história terrível ser enfocada com as lentes desse diretor já era motivo para comemoração, uma vez que De Palma legou ao cinema contemporâneo alguns dos melhores filmes de suspense dos últimos anos. Infelizmente o tão talentoso cineasta de outrora parece passar por uma crise criativa. Assim as boas expectativas logo se tornaram mais uma decepção. “Dália Negra” por Brian De Palma ficou pelo meio do caminho. O filme é estilizado demais e logo se torna muito falso, apostando em um realismo fantástico que simplesmente não funciona. O roteiro também é muito confuso, misturando fatos reais com imaginação, causando no final cansaço no espectador. Analisando bem esse “Dália Negra” cheguei na conclusão que De Palma errou em tentar responder a pergunta sobre quem teria sido o assassino da atriz. Se tivesse optado por contar apenas os fatos históricos como aconteceram na realidade o resultado teria sido fantástico. Ao invés disso escolheu adotar uma das teorias que rondam essa morte, mas tudo realizado sob uma ótica sensacionalista e infeliz que joga os poucos méritos do filme no chão. O desfecho então nem se fala, completamente sem noção e obtuso. Tive a oportunidade de assistir no cinema, só para se ter uma idéia de como minhas expectativas estavam altas, mas no final tudo se transformou em um enorme desapontamento. O filme, como não poderia deixar de ser, fracassou nas bilheterias. É uma pena pois provavelmente não veremos mais, pelo menos por algum tempo, alguma produção melhor enfocando essa história, uma das mais sinistras e sombrias da história de Hollywood.
Dália Negra (The Black Dahlia, Estados Unidos, 2006) Direção: Brian De Palma / Roteiro: Josh Friedman / Elenco: Josh Hartnett, Scarlett Johansson, Hilary Swank, Aaron Eckhart, Mia Kirshner, William Finley, John Kavanagh / Sinopse: Elizabeth Short, uma aspirante à atriz em Hollywood é brutalmente assassinada em Los Angeles. Seu corpo é encontrado com sinais de tortura e sadismo incomparáveis. Agora o departamento de polícia da cidade terá que se empenhar para solucionar essa morte horrenda.
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Impacto Profundo
No mesmo ano em que Armageddon chegava nas telas os estúdios Dreamworks se apressaram para lançar esse “Impacto Profundo” que tinha o mesmo argumento do filme de Michael Bay. A idéia era realizar um filme mais pé no chão, menos fantasioso e bobo. O enredo mostrava um jovem chamado Leo (interpretado por Elijah Wood, antes de seu grande sucesso “O Senhor dos Anéis”) que descobre meio por acaso a chegada de um grande meteoro vindo em direção ao planeta Terra. Ao lado de sua namorada Sarah (feita pela sumida Leelee Sobieski) ele tenta convencer o mundo acadêmico da astronomia da destruição que está por chegar. Há algumas curiosidades sobre “Impacto Profundo” que merecem ser relembradas. A primeira é trazer o ator Morgan Freeman como o presidente dos Estados Unidos. Eu me lembro que só pelo fato dele ser negro já despertou bastante controvérsia na época de lançamento do filme. Houve crítico americano dizendo que a maior ficção do filme era justamente essa, a de um negro na Casa Branca. Mal sabia ele que em poucos anos isso se tornaria uma realidade com a chegada de Obama no poder. Outra coisa que chama a atenção é que o filme, que usa poucos efeitos especiais se comparado com “Armaggedon”, se concentra muito mais nos efeitos aqui na Terra que isso causará do que propriamente na tragédia em si. É um ponto positivo.
De negativo podemos perceber que “Impacto Profundo” foi prejudicado por seu estúdio, a Dreamworks de Spielberg. Isso aconteceu porque a produção foi acelerada ao máximo para chegar nas telas antes de “Armaggedon”. A pressa nas filmagens e no processo de edição e pós produção prejudicou muito o resultado final que acabou ficando truncado, sem fluência. A diretora Leder não tinha cacife suficiente para impor sua opinião e assim o filme foi literalmente editado pelos executivos da Dreamworks que estavam mais preocupados com a bilheteria do que propriamente por méritos artísticos. Para o cinéfilo o filme vale muito a pena por caso de seu elenco, que conseguiu reunir um belo time de veteranos das telas. Um exemplo é Robert Duvall, sempre digno, interpretando um astronauta veterano que participa da missão de salvamento do nosso planeta. Outras presenças importantes são as de Maximilian Schell e Vanessa Redgrave, em papéis pequenos, é verdade, mas que ao menos servem para matar a saudade desses ícones. Some-se a isso a boa interpretação de Morgan Freeman e você terá um filme no mínimo interessante sobre o tema – o que já é uma grande coisa se compararmos com o fraco “Armaggedon”. Enfim fica a dica: “Impacto Profundo”, para entendermos bem como é frágil nossa posição dentro do universo.
Impacto Profundo (Deep Impact, Estados Unidos, 1998) Direção: Mimi Leder / Roteiro: Bruce Joel Rubin, Michael Tolkin / Elenco: Elijah Wood, Robert Duvall, Téa Leoni, Vanessa Redgrave, Morgan Freeman, Leelee Sobieski, Maximilian Schell, James Cromwell / Sinopse: A Terra se prepara da melhor forma possível para um impacto de proporções cósmicas.
Pablo Aluísio.
De negativo podemos perceber que “Impacto Profundo” foi prejudicado por seu estúdio, a Dreamworks de Spielberg. Isso aconteceu porque a produção foi acelerada ao máximo para chegar nas telas antes de “Armaggedon”. A pressa nas filmagens e no processo de edição e pós produção prejudicou muito o resultado final que acabou ficando truncado, sem fluência. A diretora Leder não tinha cacife suficiente para impor sua opinião e assim o filme foi literalmente editado pelos executivos da Dreamworks que estavam mais preocupados com a bilheteria do que propriamente por méritos artísticos. Para o cinéfilo o filme vale muito a pena por caso de seu elenco, que conseguiu reunir um belo time de veteranos das telas. Um exemplo é Robert Duvall, sempre digno, interpretando um astronauta veterano que participa da missão de salvamento do nosso planeta. Outras presenças importantes são as de Maximilian Schell e Vanessa Redgrave, em papéis pequenos, é verdade, mas que ao menos servem para matar a saudade desses ícones. Some-se a isso a boa interpretação de Morgan Freeman e você terá um filme no mínimo interessante sobre o tema – o que já é uma grande coisa se compararmos com o fraco “Armaggedon”. Enfim fica a dica: “Impacto Profundo”, para entendermos bem como é frágil nossa posição dentro do universo.
Impacto Profundo (Deep Impact, Estados Unidos, 1998) Direção: Mimi Leder / Roteiro: Bruce Joel Rubin, Michael Tolkin / Elenco: Elijah Wood, Robert Duvall, Téa Leoni, Vanessa Redgrave, Morgan Freeman, Leelee Sobieski, Maximilian Schell, James Cromwell / Sinopse: A Terra se prepara da melhor forma possível para um impacto de proporções cósmicas.
Pablo Aluísio.
Armageddon
Ontem um meteoro passou raspando pela Terra e outro (sem ligação com o anterior) cruzou os céus da Rússia causando vários transtornos para a população local (com vários feridos mas, graças a Deus, sem vítimas fatais). Isso me lembrou de “Armageddon”, uma bobagem dirigida por Michael Bay. Bom, esse é aquele tipo de diretor que ninguém leva à sério, rei dos filmes chicletes ao lado de James Cameron (o mentor desse tipo de cineasta) e o terrível Roland Emmerich. Eu gosto de me referir a esse trio como a turma do algodão doce porque todos os seus filmes (sem exceções) são obras vazias, sem conteúdo nenhum, criadas para arrecadarem muita bilheteria em cinemas de shopping center e mais nada. Como um algodão doce que compramos em eventos festivos, os filmes desses diretores são bonitos de se ver, coloridos, mas não alimentam em nada. Um exemplo é justamente esse “Armageddon” de Michael Bay, que só não consegue ser pior do que Emmerich com suas bobagens em série. Claro que cientificamente “Armageddon” é uma grande besteira mas se você estiver procurando apenas por uma diversão escapista, descartável, pode até ser que lhe sirva para alguma coisa.
Na trama acompanhamos a chegada de um asteróide ao nosso planeta. Diante da certeza da colisão um diretor da NASA (Billy Bob Thornton, simplesmente ridículo como cientista) resolve elaborar um grande plano para deter a destruição que o impacto causará ao chegar na Terra. Assim ele agrupa uma série de profissionais que considera os ideais para a missão, entre eles um perfurador de poços de petróleo (Bruce Willis, pagando mico). Como todo bom blockbuster chiclete esse também tem um romance de araque para o caso de haver mulheres na platéia. O casinho aqui é entre o canastrão Ben Affleck e a gatinha Liv Tyler (na época sensação da juventude mas hoje em dia praticamente sumida do cinema). O plano é simples, interceptar o asteróide, implantar uma arma nuclear nele e explodir tudo, cessando assim o perigo para a existência da humanidade tal como a conhecemos. E como reza a cartilha da turma do algodão doce temos muitos e muitos efeitos especiais, toneladas deles, de todos os tipos, para distrair o espectador da falta de roteiro da produção. É o tipo de filme que faz sucesso mesmo em cinemas de shopping center, tudo muito sem consistência ou importância. Descartável ao extremo, assista e jogue fora. Para Michael Bay o filme deve ter sido uma catarse pois ele pode desenvolver todos os seus cacoetes que fazem em conjunto seu cinema chiclete. Já para o cinéfilo que procura por bons filmes “Armageddon” vai soar mesmo como um meteoro caindo em sua cabeça.
Armageddon (Armageddon, Estados Unidos, 1998) Direção: Michael Bay / Roteiro: J. J. Abrams, Jonathan Hensleigh, Tony Gilroy, Shane Salermo, Robert Roy Pool / Elenco: Bruce Willis, Billy Bob Thornton, Ben Affleck, Liv Tyler, Will Patton, Steve Buscemi, William Fichtner, Owen Wilson, Michael Clarke Duncan / Sinopse: Para deter um impacto de um asteróide no Planeta Terra a NASA convoca um grupo de homens para destruir a rocha no espaço antes que ela se espatife em nosso Planeta. Indicado aos Oscars de Edição de Efeitos Sonoros, Efeitos Visuais, Canção Original (I Don't Want to Miss A Thing) e Som. Vencedor do Framboesa de Ouro nas categorias de Pior Ator (Bruce Willis), Pior Direção, Pior Canção Original (I Don't Want to Miss A Thing), Pior Filme, Pior Casal em Cena, Pior Roteiro e Pior Atriz Coadjuvante (Liv Tyler).
Pablo Aluísio.
Na trama acompanhamos a chegada de um asteróide ao nosso planeta. Diante da certeza da colisão um diretor da NASA (Billy Bob Thornton, simplesmente ridículo como cientista) resolve elaborar um grande plano para deter a destruição que o impacto causará ao chegar na Terra. Assim ele agrupa uma série de profissionais que considera os ideais para a missão, entre eles um perfurador de poços de petróleo (Bruce Willis, pagando mico). Como todo bom blockbuster chiclete esse também tem um romance de araque para o caso de haver mulheres na platéia. O casinho aqui é entre o canastrão Ben Affleck e a gatinha Liv Tyler (na época sensação da juventude mas hoje em dia praticamente sumida do cinema). O plano é simples, interceptar o asteróide, implantar uma arma nuclear nele e explodir tudo, cessando assim o perigo para a existência da humanidade tal como a conhecemos. E como reza a cartilha da turma do algodão doce temos muitos e muitos efeitos especiais, toneladas deles, de todos os tipos, para distrair o espectador da falta de roteiro da produção. É o tipo de filme que faz sucesso mesmo em cinemas de shopping center, tudo muito sem consistência ou importância. Descartável ao extremo, assista e jogue fora. Para Michael Bay o filme deve ter sido uma catarse pois ele pode desenvolver todos os seus cacoetes que fazem em conjunto seu cinema chiclete. Já para o cinéfilo que procura por bons filmes “Armageddon” vai soar mesmo como um meteoro caindo em sua cabeça.
Armageddon (Armageddon, Estados Unidos, 1998) Direção: Michael Bay / Roteiro: J. J. Abrams, Jonathan Hensleigh, Tony Gilroy, Shane Salermo, Robert Roy Pool / Elenco: Bruce Willis, Billy Bob Thornton, Ben Affleck, Liv Tyler, Will Patton, Steve Buscemi, William Fichtner, Owen Wilson, Michael Clarke Duncan / Sinopse: Para deter um impacto de um asteróide no Planeta Terra a NASA convoca um grupo de homens para destruir a rocha no espaço antes que ela se espatife em nosso Planeta. Indicado aos Oscars de Edição de Efeitos Sonoros, Efeitos Visuais, Canção Original (I Don't Want to Miss A Thing) e Som. Vencedor do Framboesa de Ouro nas categorias de Pior Ator (Bruce Willis), Pior Direção, Pior Canção Original (I Don't Want to Miss A Thing), Pior Filme, Pior Casal em Cena, Pior Roteiro e Pior Atriz Coadjuvante (Liv Tyler).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Um Jantar Para Idiotas
É aquele tipo de comédia que você vai assistir sem expectativa nenhuma. O filme é aquela coisa toda de comédia americana mas tem algumas peculiaridades interessantes. De certa forma o personagem do Steve Carell me lembrou muito os papéis que Jerry Lewis fazia nas décadas de 1950 e 1960. São ambos idiotas (no sentido mais ameno do termo) que possuem uma certa ternura, uma inocência em relação ao mundo que os tornam cativantes e carismáticos. Entre eles o que mais se destaca é o interpretado pelo ator e comediante Zach Galifianakis (de "Se Beber Não Case"). Seu modo completamente estúpido de ser logo se torna destaque no meio daquela coleção de personagens bizarros. Ele não faz força para ser engraçado, na realidade me lembrou muito uma frase do Chaplin que dizia que o sucesso para fazer rir era parecer o mais sério e natural possível. O Zach tem muito disso, ele não faz graça de forma alarmante como um Jim Carrey, por exemplo, mas sim o extremo oposto disso, geralmente apenas surgindo em cena, o que basta para ficar engraçado.
O enredo é dos mais simplórios. Tim (Paul Rudd) é um profissional tentando vencer na vida que acaba sendo designado para organizar o chamado “Jantar Para Idiotas”, um evento onde ele deverá convidar as mais estranhas e bizarras personalidades para servirem de entretenimento e diversão para ricaços entediados. Até aí nada demais, há cenas realmente engraçadas e outras que simplesmente não funcionam. O enredo se passa quase que inteiramente no tal jantar e os humoristas vão se sucedendo na tentativa de fazer rir o espectador. A trilha sonora é excepcionalmente boa - tem até The Beatles, imagine você! - mas tirando isso (e algumas coisas que realmente me fizeram rir) o filme é apenas ok. O ator Paul Rudd, por exemplo, segue com sua sina de "ator escada" para os comediantes. Sorte dele já que sozinho provavelmente não funcionaria. O filme é isso, uma comédia bem despretensiosa, se você não esperar muito pode até quem sabe dar algumas risadas com ela. PS: Antes que me esqueça, os ratinhos são um charme!
Um Jantar Para Idiotas (Dinner for Schmucks, Estados Unidos, 2010) Direção: Jay Roach / Roteiro: Andy Borowitz, David Guion, Michael Handelman / Elenco: Steve Carell, Paul Rudd, Zach Galifianakis, Jemaine Clement, Jeff Dunham, Bruce Greenwood, Ron Livingston, Stephanie Szostak / Sinopse: Tim (Paul Rudd) é um bem sucedido empresário que acaba sendo designado para organizar o chamado “Jantar Para Idiotas”, um evento onde ele deverá convidar as mais estranhas e bizarras personalidades para servirem de entretenimento e diversão para ricaços entediados.
Pablo Aluísio.
O enredo é dos mais simplórios. Tim (Paul Rudd) é um profissional tentando vencer na vida que acaba sendo designado para organizar o chamado “Jantar Para Idiotas”, um evento onde ele deverá convidar as mais estranhas e bizarras personalidades para servirem de entretenimento e diversão para ricaços entediados. Até aí nada demais, há cenas realmente engraçadas e outras que simplesmente não funcionam. O enredo se passa quase que inteiramente no tal jantar e os humoristas vão se sucedendo na tentativa de fazer rir o espectador. A trilha sonora é excepcionalmente boa - tem até The Beatles, imagine você! - mas tirando isso (e algumas coisas que realmente me fizeram rir) o filme é apenas ok. O ator Paul Rudd, por exemplo, segue com sua sina de "ator escada" para os comediantes. Sorte dele já que sozinho provavelmente não funcionaria. O filme é isso, uma comédia bem despretensiosa, se você não esperar muito pode até quem sabe dar algumas risadas com ela. PS: Antes que me esqueça, os ratinhos são um charme!
Um Jantar Para Idiotas (Dinner for Schmucks, Estados Unidos, 2010) Direção: Jay Roach / Roteiro: Andy Borowitz, David Guion, Michael Handelman / Elenco: Steve Carell, Paul Rudd, Zach Galifianakis, Jemaine Clement, Jeff Dunham, Bruce Greenwood, Ron Livingston, Stephanie Szostak / Sinopse: Tim (Paul Rudd) é um bem sucedido empresário que acaba sendo designado para organizar o chamado “Jantar Para Idiotas”, um evento onde ele deverá convidar as mais estranhas e bizarras personalidades para servirem de entretenimento e diversão para ricaços entediados.
Pablo Aluísio.
Doce de Mãe
Título no Brasil: Doce de Mãe
Título Original: Doce de Mãe
Ano de Produção: 2012
País: Brasil
Estúdio: Globo Filmes
Direção: Ana Luiza Azevedo, Jorge Furtado
Roteiro: Ana Luiza Azevedo, Miguel da Costa Franco
Elenco: Fernanda Montenegro, Marco Ricca, Mariana Lima, Louise Cardoso, Matheus Nachtergaele, Daniel de Oliveira
Sinopse: Fernanda Montenegro faz o papel de dona Picucha, uma senhorinha de 85 anos que vai levando sua vida muito bem. Viúva há décadas e morando ao lado de sua empregada fiel, amiga de todas as horas, ela decide ajudar um jovem rapaz que está passando por muitos problemas em sua vida. Sua vida bucólica e pacata começa a mudar quando sua empregada decide se casar. Seus filhos acham que ela não poderá mais morar sozinha depois que a empregada se for, então começam a discutir com quem Dona Picucha deve morar a partir de então.
Comentários:
A Globo vai exibir esse simpático "Doce de Mãe" hoje na Sessão da Tarde como uma homenagem singela ao talento da grande atriz Fernanda Montenegro. Eu costumo dizer que o Brasil possui grandes atores e atrizes, o que falta muitas vezes mesmo é material de qualidade para tantas pessoas talentosas. Afinal fazer novela pode ser financeiramente interessante mas não podemos dizer o mesmo sob o aspecto puramente cultural. Esse "Doce de Mãe" é um bom filme, leve, diria até despretensioso mas funciona muito bem graças à presença muito especial de Fernanda Montenegro. Aliás esse papel lhe valeu pela primeira vez o Emmy, o Oscar da TV americana, o que não é pouca coisa. Modesta, Fernanda não quis fazer grande alarde sobre a premiação, o que vai bem de encontro à sua personalidade. Amenizou tudo afirmando: "Eu, às vezes, acho que sou uma velhinha maluca. Todo velho tem uma zona de 'maluqueira', eu acho". Modéstia pura, claro, já que Fernanda Montenegro é uma das grandes damas da dramaturgia brasileira, um mito em sua profissão. Assim não deixe de prestigiar a atriz hoje, conferindo esse simpático filme que mostra o cotidiano das famílias brasileiras, algo que conhecemos tão bem!
Pablo Aluísio.
Título Original: Doce de Mãe
Ano de Produção: 2012
País: Brasil
Estúdio: Globo Filmes
Direção: Ana Luiza Azevedo, Jorge Furtado
Roteiro: Ana Luiza Azevedo, Miguel da Costa Franco
Elenco: Fernanda Montenegro, Marco Ricca, Mariana Lima, Louise Cardoso, Matheus Nachtergaele, Daniel de Oliveira
Sinopse: Fernanda Montenegro faz o papel de dona Picucha, uma senhorinha de 85 anos que vai levando sua vida muito bem. Viúva há décadas e morando ao lado de sua empregada fiel, amiga de todas as horas, ela decide ajudar um jovem rapaz que está passando por muitos problemas em sua vida. Sua vida bucólica e pacata começa a mudar quando sua empregada decide se casar. Seus filhos acham que ela não poderá mais morar sozinha depois que a empregada se for, então começam a discutir com quem Dona Picucha deve morar a partir de então.
Comentários:
A Globo vai exibir esse simpático "Doce de Mãe" hoje na Sessão da Tarde como uma homenagem singela ao talento da grande atriz Fernanda Montenegro. Eu costumo dizer que o Brasil possui grandes atores e atrizes, o que falta muitas vezes mesmo é material de qualidade para tantas pessoas talentosas. Afinal fazer novela pode ser financeiramente interessante mas não podemos dizer o mesmo sob o aspecto puramente cultural. Esse "Doce de Mãe" é um bom filme, leve, diria até despretensioso mas funciona muito bem graças à presença muito especial de Fernanda Montenegro. Aliás esse papel lhe valeu pela primeira vez o Emmy, o Oscar da TV americana, o que não é pouca coisa. Modesta, Fernanda não quis fazer grande alarde sobre a premiação, o que vai bem de encontro à sua personalidade. Amenizou tudo afirmando: "Eu, às vezes, acho que sou uma velhinha maluca. Todo velho tem uma zona de 'maluqueira', eu acho". Modéstia pura, claro, já que Fernanda Montenegro é uma das grandes damas da dramaturgia brasileira, um mito em sua profissão. Assim não deixe de prestigiar a atriz hoje, conferindo esse simpático filme que mostra o cotidiano das famílias brasileiras, algo que conhecemos tão bem!
Pablo Aluísio.
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