No mesmo ano em que Armageddon chegava nas telas os estúdios Dreamworks se apressaram para lançar esse “Impacto Profundo” que tinha o mesmo argumento do filme de Michael Bay. A idéia era realizar um filme mais pé no chão, menos fantasioso e bobo. O enredo mostrava um jovem chamado Leo (interpretado por Elijah Wood, antes de seu grande sucesso “O Senhor dos Anéis”) que descobre meio por acaso a chegada de um grande meteoro vindo em direção ao planeta Terra. Ao lado de sua namorada Sarah (feita pela sumida Leelee Sobieski) ele tenta convencer o mundo acadêmico da astronomia da destruição que está por chegar. Há algumas curiosidades sobre “Impacto Profundo” que merecem ser relembradas. A primeira é trazer o ator Morgan Freeman como o presidente dos Estados Unidos. Eu me lembro que só pelo fato dele ser negro já despertou bastante controvérsia na época de lançamento do filme. Houve crítico americano dizendo que a maior ficção do filme era justamente essa, a de um negro na Casa Branca. Mal sabia ele que em poucos anos isso se tornaria uma realidade com a chegada de Obama no poder. Outra coisa que chama a atenção é que o filme, que usa poucos efeitos especiais se comparado com “Armaggedon”, se concentra muito mais nos efeitos aqui na Terra que isso causará do que propriamente na tragédia em si. É um ponto positivo.
De negativo podemos perceber que “Impacto Profundo” foi prejudicado por seu estúdio, a Dreamworks de Spielberg. Isso aconteceu porque a produção foi acelerada ao máximo para chegar nas telas antes de “Armaggedon”. A pressa nas filmagens e no processo de edição e pós produção prejudicou muito o resultado final que acabou ficando truncado, sem fluência. A diretora Leder não tinha cacife suficiente para impor sua opinião e assim o filme foi literalmente editado pelos executivos da Dreamworks que estavam mais preocupados com a bilheteria do que propriamente por méritos artísticos. Para o cinéfilo o filme vale muito a pena por caso de seu elenco, que conseguiu reunir um belo time de veteranos das telas. Um exemplo é Robert Duvall, sempre digno, interpretando um astronauta veterano que participa da missão de salvamento do nosso planeta. Outras presenças importantes são as de Maximilian Schell e Vanessa Redgrave, em papéis pequenos, é verdade, mas que ao menos servem para matar a saudade desses ícones. Some-se a isso a boa interpretação de Morgan Freeman e você terá um filme no mínimo interessante sobre o tema – o que já é uma grande coisa se compararmos com o fraco “Armaggedon”. Enfim fica a dica: “Impacto Profundo”, para entendermos bem como é frágil nossa posição dentro do universo.
Impacto Profundo (Deep Impact, Estados Unidos, 1998) Direção: Mimi Leder / Roteiro: Bruce Joel Rubin, Michael Tolkin / Elenco: Elijah Wood, Robert Duvall, Téa Leoni, Vanessa Redgrave, Morgan Freeman, Leelee Sobieski, Maximilian Schell, James Cromwell / Sinopse: A Terra se prepara da melhor forma possível para um impacto de proporções cósmicas.
Pablo Aluísio.
Impacto Profundo
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