Esse
filme se passa no moderno oeste americano, sendo mais específico na
fronteira entre México e Estados Unidos. É um lugar perigoso, onde os
cartéis mexicanos da droga começam a dominar. É no meio desse deserto
que trabalha o veterano xerife Leland (Ian McShane). Homem da lei
experiente, ele começa a desconfiar do vai e vem sem fim de caminhonetes
dirigidas por jovens da região. A maioria desses rapazes são
desempregados que topariam qualquer trabalho, mas Leland começa a ficar
bem desconfiado pois eles parecem transportar velhas peças de
ferro-velho, algo que não faria muito sentido. Ao parar
um desses jovens ele acaba perdendo o controle da situação e em um
gesto impensado termina matando o garoto com um tiro certeiro na cabeça.
John Wallace (Patrick Wilson), também um xerife da fronteira, é então
designado para investigar a morte. Logo de cara ele vai até a casa de
Leland para pegar sua estrela e sua arma, demonstrando que a partir
daquele momento o velho policial estaria fora de suas funções
oficialmente. O que Wallace nem desconfia é que ele está prestes a
enfrentar uma situação de extrema violência, da qual nem ele mesmo
poderia escapar sem danos irreparáveis.
Esse filme tem
uma lição muito interessante ao passar para o espectador. Os dois
xerifes possuem modos de agir e pensar bem diferentes. O veterano
acredita que muitas vezes é vital fazer justiça pelas próprias mãos. Já o
mais jovem pensa diferente. Ele quer seguir todas as regras do manual,
sem se desviar do que ele acredita ser o certo. Com o tempo, exposto a
uma violência descomunal, o próprio Wallace acaba agindo como o veterano
da lei, mostrando que em certas situações realmente não há salvação. A
cena final é bem representativa disso. O filme é
protagonizado por Patrick Wilson, um bom ator de que sempre gostei,
embora ele nunca tenha alcançado o status de grande astro. Seu
personagem passa por uma situação limite, de dar nos nervos, ao ter sua
mão decepada em uma situação sangrenta e bem violenta. Ao se ver
mutilado ele começa a rever seus velhos conceitos. Outra boa surpresa do
elenco vem da presença do ator John Leguizamo. Não me lembro de ter
visto ele interpretar um criminoso tão violento e insano como o desse
filme. Por ter origem latina Leguizamo sempre foi estigmatizado no
cinema americano, interpretando tipos marginais (ou insanamente
lunáticos), mas aqui ele conseguiu imprimir uma sordidez digna de
aplausos ao presidiário que interpreta. Em suma, mais um bom filme que
nos remete aos bons filmes de faroeste do passado, com seu roteiro
versando sobre vingança, violência e morte no meio de um deserto
imprestável.
The Hollow Point (Estados Unidos,
2016) Direção: Gonzalo López-Gallego / Roteiro: Nils Lyew / Elenco:
Patrick Wilson, Ian McShane, John Leguizamo, Jim Belushi, Lynn Collins /
Sinopse: Xerifes da fronteira entre México e Estados Unidos precisam
lidar com um matador profissional, presidiário, que executa pessoas que
fazem parte de uma lista negra de assassinatos.
Pablo Aluísio.
Avaliação:
ResponderExcluirDireção: ★★★
Elenco: ★★★
Produção: ★★★
Roteiro: ★★★
Cotação Geral: ★★★
Nota Geral: 7.2
Cotações:
★★★★★ Excelente
★★★★ Muito Bom
★★★ Bom
★★ Regular
★ Ruim
Pablo, apesar de, realmente, não ser muito conhecido, o Patrick Wilson é muito competente em atuar. Basta vê-lo em Sem Gravidade...Sem Cérebro e Watchmen; é um profissional com grande calibre.
ResponderExcluirAtor subestimado, muito subestimado...
ResponderExcluirPablo, pra completar esse ano horroroso em que muita gente boa se foi, morreu a Carrie Fisher.
ResponderExcluirAcabei de saber... Será sempre a eterna Princesa Leia...
ResponderExcluirÉ a vida...