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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Ender's Game - O Jogo do Exterminador

Título no Brasil: Ender's Game - O Jogo do Exterminador
Título Original: Ender's Game
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Summit Entertainment
Direção: Gavin Hood
Roteiro: Gavin Hood, Orson Scott Card
Elenco: Harrison Ford, Asa Butterfield, Ben Kingsley, Viola Davis, Hailee Steinfeld

Sinopse:
Cinquenta anos após uma devastadora invasão alienígena o planeta Terra se prepara para uma nova guerra. Ender Wiggin (Asa Butterfield) é um jovem enviado para uma das centenas de escolas de combate existentes ao redor do mundo. O Coronel Graff (Harrison Ford) acredita que ele se tornará um dos novos heróis do conflito que está prestes a explodir. Inteligente e dotado de um senso de estratégia fora do comum, o rapaz parece realmente possuir todos os dons que fazem um grande guerreiro espacial. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção, Melhor Ator Coadjuvante (Harrison Ford) e Melhor Revelação (Asa Butterfield).

Comentários:
Já não se fazem mais bons filmes de ficção como antigamente. Essa é a primeira coisa que vem a mente após uma sessão assistindo a essa fita. "Ender's Game" tem um público alvo bem específico: os adolescentes entre 13 a 15 anos. O próprio protagonista é um efebo mal saído da puberdade. Claro que para contrabalancear sua falta de experiência o estúdio resolveu escalar dois veteranos, Harrison Ford e Ben Kingsley, mas nem eles conseguem manter o interesse nesse enredo por muito tempo. Por falar na estória temos aqui uma mistura não muito original de vários filmes que você já viu antes. De "Tropas Estelares" temos a mesma situação básica: o planeta Terra sendo invadido por aliens que mais se parecem com insetos gigantes. Sim, eles também estão atrás de nossos recursos naturais. De "Jogos Vorazes" você verá um grupo de jovens lutando entre si jogos mortais de guerra, para enfrentar o maior desafio de suas vidas. Por fim o roteiro tem também um pouco de "Harry Potter" pois o protagonista vai para uma escola de combatentes e lá acaba se afeiçoando por uma outra aluna. 

E claro, há os bonzinhos e malvados entre os estudantes. Não consegui ver nada de muito original nessa produção. O único ponto a realmente elogiar são os bem realizados efeitos especiais, em especial as sequências em um grande centro de treinamento no espaço. Agora, complicado mesmo é engolir o fato de que um mero adolescente, recém saído da academia de guerra, será o verdadeiro salvador de nossa civilização. O roteiro não consegue explicar direito isso, dando explicações bem vazias e sem sentido. O que fica óbvio desde o começo é que os roteiristas forçaram completamente a barra para existir uma identificação direta entre o público adolescente que vai ao cinema e o protagonista do filme. O desfecho da estória também é de um pieguismo sem igual, uma coisa completamente politicamente correta que vai deixar muita gente de estômago virado, tamanha a tolice de sua supostamente importante mensagem! No final das contas é apenas uma diversão ligeira, cheia de efeitos especiais e aborrescentes desconhecidos do grande público. Nada original e com muita pieguice ecológica! Passa longe de ser um grande filme de ficção e muito provavelmente será esquecido em pouco tempo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A Experiência

Título no Brasil: A Experiência
Título Original: Species
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Roger Donaldson
Roteiro: Dennis Feldman
Elenco: Natasha Henstridge, Michael Madsen, Ben Kingsley

Sinopse:
Cientistas manipulam a carga genética de seres extraterrestres e dão origem a um ser híbrido, meio ser humano e meio alien. O experimento dá origem a uma garota que aparentemente seria normal, porém sua presença logo se torna perigosa. Após conseguir fugir ela ganha a liberdade e começa a tentar perpetuar sua espécie em nosso planeta.

Comentários:
Ficou extremamente datado com os anos essa ficção "Species". Também pudera, filmes assim se apoiam bastante em efeitos digitais e quando eles se tornam ultrapassados a tendência é o próprio filme também ficar obsoleto, já que em termos de roteiro não há muito o que apreciar. De certa forma o argumento procurou tirar proveito de um tema que andava muito em voga nos anos 1990, envolvendo as maravilhosas descobertas da tecnologia biológica e sua manipulação. Obviamente que esse tipo de coisa também levava a outra discussão envolvendo bioética e temas semelhantes. Isso porém não é muito explorado pelo roteiro, pelo menos não diretamente. O que sobra é apenas um bom ponto de partida que não consegue alcançar todas as suas promessas e potencialidades. Também é de se chamar atenção para o fato do filme ter sido dirigido pelo cineasta Roger Donaldson. A verdade é que o universo Sci-fi nunca foi sua praia e apesar de ser um diretor de mão cheia, ele não conseguiu transitar nesse gênero de forma muito convincente. Mesmo assim, com o sucesso da fita, tivemos várias sequências, a maioria delas belas porcarias. É a tal coisa, nem sempre sucesso comercial rima com qualidade cinematográfica.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Vivendo na Eternidade

Título no Brasil: Vivendo na Eternidade
Título Original: Tuck Everlasting
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Jay Russell
Roteiro: Natalie Babbitt, Jeffrey Lieber
Elenco: Alexis Bledel, Jonathan Jackson, Sissy Spacek, Ben Kingsley, Amy Irving, William Hurt

Sinopse:
Winnie Foster (Alexis Bledel) é uma jovem que em suas férias no campo acaba se apaixonando por um jovem de sua idade que pertence a uma família que parece jamais envelhecer. Será que a velha lenda da fonte da juventude tem realmente algum fundo de verdade? Em breve Winnie descobrirá tudo o que se esconde por trás do mito. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Atriz (Alexis Bledel) e Melhor Atriz Coadjuvante (Sissy Spacek).

Comentários:
Filme da Disney que acabou com os anos virando um pequeno cult romântico entre os mais jovens. Duas coisas sempre me chamaram atenção nessa fita. A primeira se refere ao ótimo (ótimo mesmo!) elenco de apoio. Não é todo dia que vemos gente da categoria de Sissy Spacek, Ben Kingsley, Amy Irving e William Hurt trabalhando juntos! E o mais curioso é que não se trata de uma grande produção, feita para fazer bonito em grandes festivais de cinema mundo afora! Pelo contrário, é um filme menos pretensioso, com foco para um público jovem, fã dos produtos da Disney. Outro aspecto que merece todos os elogios vem da bonita direção de arte assinada pelo ótimo Ray Kluga. Tudo de muito bom gosto e refinamento, mostrando como se realiza um filme com doses de fantasia, romance e fábula. Tudo muito belo para sonhar com os olhos abertos. Indico especialmente para os namorados que estejam na mesma faixa etária dos personagens. Para eles haverá um sabor extra todo especial.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Expresso Transiberiano

Título no Brasil: Expresso Transiberiano
Título Original: Transsiberian
Ano de Produção: 2008
País: Espanha, Alemanha, Inglaterra
Estúdio:  Filmax International, Canal+ España
Direção: Brad Anderson
Roteiro: Brad Anderson, Will Conroy
Elenco: Woody Harrelson, Emily Mortimer, Ben Kingsley

Sinopse: 
Uma viagem transcontinental entre a China e Moscou, passando pela gelada e inóspita Sibéria se torna um intrigado caso de suspense e morte após um grupo de americanos descobrirem que um crime foi cometido a bordo.

Comentários:
Alguns filmes valem a pena não por serem inovadores, obras primas da sétima arte ou por terem grandes roteiros. Alguns filmes valem a pena por causa de aspectos secundários, que em outras produções, chamariam menos a atenção. É o caso desse "Expresso Transiberiano". O roteiro é até interessante mas sem muitas novidades. Também pudera, desde que a grande escritora Agatha Christie escreveu o famoso livro "Murder on the Orient Express" em 1934 esse tipo de trama como a que vemos aqui deixou de ser novidade. O elenco também não traz nada de muito surpreendente, embora conte com bons atores em seu conjunto. O que no final das contas vale mesmo a pena em "Transsiberian" é a fantástica fotografia de uma das regiões mais selvagens e hostis do planeta, exatamente a rota pelo qual o trem passa em todas as suas viagens. Aliás olhando para todo aquele gelo podemos compreender porque os presos políticos do regime comunista da URSS se consideravam praticamente mortos quando eram enviados à Sibéria. É um mar de gelo e neve que não parece ter fim. Definitivamente não é lugar para um ser humano morar. Belo? Certamente mas apenas em filmes como podemos ver aqui, no aconchego do lar. Enfim, não, a película não é uma obra de arte, nem um clássico do cinema mas vai levar você para uma viagem muito interessante pela inferno gelado da Sibéria.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Maurice

Título no Brasil: Maurice
Título Original: Maurice
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Merchant Ivory Productions, Cinecom Pictures
Direção: James Ivory
Roteiro: Kit Hesketh-Harvey, baseado no romance de E.M. Forster 
Elenco: James Wilby, Rupert Graves, Hugh Grant, Ben Kingsley, Helena Bonham Carter

Sinopse: 
Dois jovens ingleses de classe aristocrática entram em um dilema após descobrirem que estão apaixonados um pelo outro. Além do aspecto moral envolvido eles teriam que agir com muita cautela pois poderiam ser presos por causa de seu afeto homossexual. Essa opção sexual ainda era considerada crime na Inglaterra naquele período histórico.

Comentários:
Não faz muito tempo (em termos históricos) que o homossexualismo era considerado crime grave punido com prisão na Inglaterra. Até nomes famosos como Oscar Wilde foram condenados por sua opção sexual. "Maurice" é um drama histórico que se desenvolve justamente nesse contexto histórico. Antes de mais nada gostaria de dizer que James Ivory sempre foi um dos meus cineastas preferidos de todos os tempos. Poucos diretores foram tão elegantes e finos como ele. Sua filmografia é uma prova dessa afirmação. Curiosamente nunca tinha assistido a essa produção dirigida por Ivory em 1987. A produção, como não poderia ser diferente, é luxuosa e de bom gosto. O elenco é bem acima da média com destaque para um jovem Hugh Grant (antes de virar astro de comédias românticas americanas) e Ben Kingsley esbanjando sofisticação. Também vale lembrar a presença de Helena Bonham Carter, que durante certo tempo foi uma espécie de musa do diretor, participando de vários filmes dirigidos por ele. O roteiro mostra com muita sensibilidade a tumultuada e complicada relação entre dois jovens ingleses ricos durante a primeira década do século passado. Embora apaixonados não podiam exteriorizar esse sentimento pois poderiam ir para a cadeia por isso. "Maurice" é um filme menor de James Ivory mas merece ser redescoberto, principalmente nos dias de hoje pois o tema parece nunca sair da ordem do dia. Conheça e reflita sobre a mensagem proposta por esse grande diretor.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Um Homem Comum

Título no Brasil: Um Homem Comum
Título Original: A Common Man
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos, Sri Lanka
Estúdio: Anchor Bay Entertainment, Asia Digital
Direção: Chandran Rutnam                      
Roteiro: Neeraj Pandey, Chandran Rutnam
Elenco: Ben Kingsley, Ben Cross, Patrick Rutnam

Sinopse: 
Ben Kingsley interpreta o que aparenta ser apenas um homem comum. De manhã vai ao trabalho e na volta passa no mercado para comprar coisas que sua mulher pediu. Tudo porém é apenas aparência. Usando de sua imagem de homem simples, ele acaba plantando cinco bombas na cidade em pontos estratégicos (na delegacia, no trem, em um shopping, etc) sem levantar quaisquer suspeitas. Depois de implantar os explosivos liga para a polícia impondo seus termos: ou o governo solta da prisão cinco terroristas condenados ou ele irá explodir todas as bombas colocadas, matando milhares de pessoas inocentes dentro de poucas horas. Como reagirá as forças de segurança diante da tal ameaça?

Comentários:
Bem interessante esse "Um Homem Comum", novo filme estrelado pelo excelente ator Ben Kingsley. O tema é, como não poderia deixar de ser em tempos atuais, o terrorismo e a falta de controle das autoridades em parar com esse tipo de crime nas grandes cidades. Afinal como deter alguém que, firme em suas convicções, começa a plantar bombas por toda uma cidade? No caso do personagem de Ben Kingsley temos um aspecto bem curioso que só será revelado ao longo do filme. É uma reviravolta muito interessante (que obviamente não contaremos aqui). Apenas de antemão podemos antecipar que o argumento que ele usará para os atentados terroristas poderá ganhar a simpatia de muitos espectadores (por mais complicado que seja de entender isso até a metade da trama). Em tempos de crise de autoridade e indignação geral da população sobre o atual estado das coisas não é de se admirar que alguém venha a bater palmas para o terrorista interpretado muito bem por Ben Kingsley. De certa forma o roteiro defende até mesmo uma solução muito radical para o problema do terrorismo mas isso o público só vai entender ao chegar no final de tudo. Recomendo a produção. Certamente o enredo levará alguns a pensar sobre o caos atual em que vivemos. Assista e tire suas próprias conclusões.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Homem de Ferro 3

Filmes de número 3 sempre são problemáticos. Há uma certa tradição em dizer que geralmente são os piores de várias trilogias (com raras exceções). Infelizmente “Homem de Ferro 3” vem para confirmar essa regra! Poucos pensariam que um filme tão equivocado fosse feito após o sucesso de público e crítica de “Os Vingadores”. A impressão porém é que a Marvel, completamente entupida de dólares, esqueceu de caprichar no produto, entregando praticamente qualquer coisa para os fãs de quadrinhos consumirem. “Homem de Ferro 3” erra em muitos aspectos mas o pior deles é seu roteiro que preguiçosamente tenta dar alguma agilidade a várias cenas de ação mal explicadas que passam a sensação de pura embromação (o espectador ficaria assim distraído do argumento capenga da produção). Outro problema muito visível é a atuação de Robert Downey Jr como Tony Stark. Esse ator tem que sempre estar em rédeas curtas pois caso contrário seus maneirismos e atitudes bobas dominam a cena.
   
Em “Homem de Ferro 3” ele está fora de controle. Como toda celebridade que se preze o astro interferiu em muitos aspectos do roteiro inserindo uma quantidade enorme de piadas sem graça em cada momento. Em certa altura o espectador começa a questionar se está assistindo a um filme de super-herói ou uma comédia boboca cheia de “cacos” inseridos pelo ator principal. Outro problema muito sério desse filme: nenhuma adaptação de quadrinhos funciona sem um grande vilão por trás. Esse aliás sempre foi o segredo do sucesso de todos os filmes da franquia Batman. Infelizmente o Homem de Ferro sempre foi carente nesse aspecto (até nos quadrinhos) e aqui o problema se repete. O tal de Mandarim mais parece um palhaço do que um antagonista de verdade. Fazer de sua participação uma mera escada cômica é seguramente um enorme equívoco. Em suma, “Homem de Ferro 3” é uma terceira seqüência digna de Hollywood: preguiçosa, com atuações negligentes, sem novidades e esbanjando sinais de cansaço por todos os lados. Melhor encerrar a franquia por aqui.

Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, Estados Unidos, 2013) Direção: Shane Black / Roteiro: Shane Black, Drew Pearce / Elenco: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Guy Pearce, Ben Kingsley, Paul Bettany, Rebecca Hall / Sinopse: O milionário industrial Tony Stark (Robert Downey jr) tem que enfrentar um novo vilão ao mesmo tempo em que tenta lidar com inúmeros problemas pessoais e profissionais.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bugsy

Benjamin "Bugsy" Siegel (1906 - 1947) foi um gangster norte-americano diferente. Apesar de seu apelido asqueroso (“inseto”) que aliás odiava, Bugsy adorava roupas finas, de grife, passava muito gel no cabelo e acima de tudo amava cultivar aquela típica pose de ricaço (embora não fosse). Circulando no meio da indústria cinematográfica se tornou amigo de diretores, atores e produtores. Seu sonho era se tornar um astro em Hollywood mas seu passado sujo o impedia de seguir adiante. Bugsy era membro importante da família mafiosa controlada por Meyer Lansky, um chefão especializado em roubos de veículos e jogos ilegais. Ao lado de outro famoso gangster da época, Lucky Luciano, Bugsy foi o responsável pela morte de um poderoso chefão, “Big Boss” Masseria, durante uma guerra entre quadrilhas rivais de Nova Iorque. Pressionado por outras famílias mafiosas resolveu dar um tempo e decidiu ir para o outro lado do país onde, bem no meio do deserto, teve uma idéia brilhante. Aproveitando-se das leis do estado de Nevada que permitiam a prática de jogos de azar, Bugsy imaginou a construção de um grande cassino na pequenina cidade de Las Vegas, um lugar perdido no meio do deserto sem atrativo nenhum. Convencendo Lansky e outros chefões que o investimento naquele lugar seria extremamente lucrativo ele começou a construção do primeiro cassino da cidade, o Flamingo! De fato, tudo o que se vê hoje em Las Vegas, um dos maiores centros de diversão do mundo, nasceu da idéia desse gangster muito imaginativo e empreendedor que sonhou realmente muito alto.

Infelizmente ser o primeiro hotel cassino naquele deserto hostil não era uma tarefa das mais fáceis. Como era algo novo, que ainda precisava ser divulgado adequadamente, o Flamingo em seus primeiros meses não se tornou tão lucrativo quanto seus parceiros mafiosos da costa leste pensavam. E como não atender as expectativas desses criminosos não era definitivamente uma boa idéia, Bugsy acabou pagando caro por sua ousadia. Foi justamente essa história incrível que o diretor Barry Levinson e o ator Warren Beatty conseguiram levar para as telas em 1991. “Bugsy” era um velho sonho de Beatty que achava ter ali um excelente material para a realização de um filme ao velho estilo, como aqueles da década de 1940, cheio de gangsters em roupas finas e mulheres fatais. Produção elegante, com ótima reconstituição histórica, “Bugsy” se destacou por ter o velho charme dos antigos filmes da década de ouro do cinema (cuja época era justamente a retratada no filme). Solteirão convicto há décadas o filme também foi bastante marcante na vida pessoal de Beatty pois foi justamente durante suas filmagens que acabou se apaixonando pela atriz Annette Bening que finalmente levaria ao altar o ator, considerado um dos maiores conquistadores de Hollywood (sua lista de namoradas famosas era mais do que extensa). A crítica gostou bastante do filme, levando “Bugsy” a ser nomeado a oito indicações ao Oscar e a sete do Globo de Ouro. Acabou vencendo apenas duas (todas técnicas, Oscars direção de arte e figurino) perdendo o grande prêmio de melhor filme para “O Silêncio dos Inocentes”. De qualquer modo “Bugsy” é, ainda hoje, um excelente exemplo de cinema refinado e de bom gosto. Se ainda não viu, não deixe de assistir.

Bugsy (Bugsy, Estados Unidos, 1991) Direção: Barry Levinson / Roteiro: James Toback baseado no livro de Dean Jennings / Elenco: Warren Beatty, Annette Bening, Harvey Keitel, Ben Kingsley, Elliott Gould, Joe Mantegna / Sinopse: O filme conta a história real de "Bugsy" Siegel, gangster norte-americano que construiu com o dinheiro da máfia da costa leste o primeiro cassino hotel da história de Las Vegas.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de novembro de 2012

Ilha do Medo

Esse é um dos mais recentes filmes de Martin Scorsese. Ilha do Medo é o típico filme que engana. Você vai ao cinema pensando que vai assistir um tipo de gênero e acaba encontrando outro completamente diferente. Eu, por exemplo, fui assistir convencido que iria me deparar com um bom filme de suspense policial, com muito clima noir. Pensei que iria assistir algo no estilo de Chinatown, mas acabei vendo um curioso derivado de Um Estranho no Ninho. Dito isso quero deixar claro que o filme não é ruim, em hipótese alguma. Ele passeia muito bem pelos estilos com desenvoltura e prende a atenção do espectador. Não é para menos já que Scorsese é um dos diretores mais brilhantes da história do cinema. Então se você vai ao cinema assistir A Ilha do Medo pensando tratar-se de um filme de terror, suspense policial ou trama de espionagem, esqueça. O roteiro usa desses gêneros apenas para contar uma outra estória, bem mais pesada e trágica do que o típico filme de detetives. Não vou aqui estragar a surpresa de ninguém, por isso quanto menos contar melhor. O que posso adiantar é que Di Caprio está muito bem no papel (não chega a ser excepcional mas apresenta uma boa atuação). Ben Kingsley também mantém o alto nível do elenco mas é Max Von Sydow que se sobressai, apesar de suas cenas serem pequenas e esporádicas.

Em termos de produção, atuação e direção não há o que reclamar, Scorsese é praticamente um gênio e nesses aspectos técnicos só se poderia esperar o melhor mesmo. O grande ponto negativo do filme realmente é seu roteiro. Não que seja ruim, longe disso, mas é previsível. Quem tiver o mínimo de atenção logo irá matar o "segredo" do filme. Várias dicas são deixadas ao longo da projeção - algumas inclusive bem óbvias. Em certo sentido me lembrei de um dos meus filmes preferidos, Coração Satãnico, onde também havia um pretexto inicial do roteiro que desbancava para uma grande reviravolta nos momentos finais. Mas o que era sobrenatural em Angel Heart aqui se torna introspectivo, pesado e principalmente psicológico. Por isso digo que quem mais irá apreciar o filme no final serão os estudantes e estudiosos de psiquiatria e psicologia. Esses realmente terão um prato cheio para debater depois da exibição.

Ilha do Medo (Shutter Island, Estados Unidos, 2009) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: Laeta Kalogridis / Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Emily Mortimer, Michelle Williams, Max von Sydow, Jackie Earle Haley, Dennis Lynch./ Sinopse: Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) é um detetive contratado para descobrir o paradeiro de uma mulher acusada de assassinato. Sua última localização foi em um hospital psiquiátrico instalado na isolada Ilha Shutter Lá começa a juntar as peças de um grande quebra cabeças envolvendo a todos, inclusive ele próprio.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Príncipe da Pérsia

Eu estou impressionado com a ruindade dos roteiros de blockbusters que tem saído de Hollywood. Além de serem ruins são todos iguais entre si. Vejam o seguinte argumento: "Grupo de pessoas lutam entre si para conquistar um objeto importante no enredo". Pois bem esse argumento foi utilizado em três filmes pipoca que assisti apenas nas últimas semanas. Em "Esquadrão Classe A" todos corriam atrás de matrizes de fabricação de dinheiro, em "Encontro Explosivo" todos corriam atrás de baterias ou pilhas de energia infinita e agora nesse "Príncipe da Pérsia" todos correm atrás de um adaga que fez o tempo voltar ao passado. Tudo igual, pelo amor de Deus, tenha santa paciência. Tudo bem que é baseado em um game e nos jogos não há realmente nenhuma estória para contar mas deveriam ao menos elaborarem um roteiro mínimo ao filme pois basicamente o que vemos aqui é uma sucessão de correrias que não levam a lugar nenhum. O diretor Mike Newell até se esforçou para realizar um filme visualmente bonito, com cenas bem trabalhadas no aspecto visual, mas isso é muito pouco para uma obra tão vazia.

Acho que "Avatar" deixou um rastro de roteiros vagabundos por onde passou. De repente os produtores caíram na real e descobriram que nem era mais preciso fazer um roteiro decente, bastava colocar efeitos especiais e correrias, mais nada. Esse "Príncipe da Pérsia" é derivativo da primeira à última cena. Originalidade zero. Não passa de uma fórmula requentada, no caso os filmes de "Mil e Uma Noites" das décadas de 40 e 50 dos estúdios Universal. Se aquelas já eram produções B feitas para cinemas poeira, imagine isso. O elenco também não tem muito o que fazer além de correr de um lado para o outro. O Jake deve desistir desse tipo de filme, definitivamente não é a praia dele. Dos vilões nem vou comentar - todos estereotipados em um roteiro de quinta categoria. Uma pena que atores do nível de Bem Kingsley e Alfred Molina não tenham qualquer material para trabalhar. O que lhes resta é apenas gritar, fazer expressões furiosas e pra variar correr pra lá e pra cá (isso é basicamente tudo o que elenco faz em cena mesmo) Definitivamente 2010 foi terrível nos chamados filmes chiclete. Esse aqui certamente é um dos piores da safra.

Príncipe da Pérsia (Prince of Persia: The Sands of Time, Estados Unidos, 2010) Direção: Mike Newell / Roteiro: Carlo Bernard, Jordan Mechner, Doug Miro, Boaz Yakin / Elenco: Jake Gyllenhaal, Gemma Arterton, Ben Kingsley, Alfred Molina, Toby Kebbell, Richard Coyle./ Sinopse: Baseado no jogo de game "Príncipe da Pérsia" mostra a estória de Dastan (Jake Gyllenhaal) e sua adaga mágica que traz poderes ilimitados a quem a possui.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Vivendo na Eternidade

Tive uma bela surpresa com esse "Vivendo na Eternidade". Sem muitas referências acabei assistindo e gostando. O filme é baseado no antigo mito da fonte da juventude. Segunda a lenda quem bebesse dessa fonte viveria para sempre, nunca envelheceria e jamais morreria. Aqui a adolescente rebelde Winnie Foster (a bonita Alexis Bledel da série "Gilmore Girls") se apaixona por um jovem que mora em um bosque perto de sua casa. Ele por sua vez faz parte de uma família que bebeu da mitológica fonte. O filme tem ritmo de fábula romântica, é muito bem desenvolvido, bem fotografado e com clima bucólico. O grande destaque dessa produção da Walt Disney também vem de seu excelente elenco. Vários veteranos das telas compõem o cast, inclusive William Hurt (o patriarca da família), Ben Kingsley (que persegue a família em questão) e Sissy Spacek (como a mãe, força moral do núcleo familiar). Todos estão bem, os papéis não são muito aprofundados mas conseguem superar isso com muito carisma quando entram em cena.

O diretor do filme é Jay Russel. Em sua filmografia não vemos nada de muito grandioso, ele costuma fazer filmes pequenos mas bem feitos. Seu maior êxito nas telas é "Brigada 49", aquele filme de bombeiros com o John Travolta e Joaquim Phoenix. Outro que sempre é lembrado é a também fábula "Meu Monstro de Estimação" uma produção infanto-juvenil que explora o mito do Monstro do Lago Ness. Enfim, "Vivendo na Eternidade" é uma boa pedida para quem busca um filme romântico. Uma frase dita em seu final resume muito bem a tônica aqui: "Não tenha medo de morrer, mas de não ter uma vida bem vivida". Assistam, eu recomendo.

Vivendo na Eternidade (Tuck Everlasting, Estados Unidos, 2002) Direção: Jay Russell / Roteiro: Jeffrey Lieber, James V. Hart, baseado no romance de Natalie Babbitt./ Elenco: Alexis Bledel, William Hurt, Amy Irving, Jonathan Jackson, Ben Kingsley, Sissy Spacek, Scott Bairstow, Bob Coletti, Victor Garber./ Sinopse: A jovem Winnie (Alexis Bledel) descobre que uma família que vive perto de sua casa possui o segredo da fonte da juventude.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Gandhi

Pode todo um império poderoso se curvar apenas ao peso de um ideal? A história de Gandhi prova que sim. De um lado temos o imenso, poderoso e dominador Império Britânico. Na época se dizia que o sol nunca se punha sob os domínios da Grã Bretanha, tamanha a sua extensão nos quatro cantos do mundo. Do outro lado havia esse indiano muito simples, de roupas despojadas, óculos desajeitados, uma pessoa que procurava viver como o mais humilde dos homens. Nesse choque de ideologias os fundamentos do pequeno homem acabaram vencendo os alicerces do majestoso Império de Vossa Majestade. Tudo baseado apenas em suas idéias de liberdade e autonomia. O mais grandioso na figura de Gandhi é que ele não liderou uma revolução armada mas sim um movimento de não violência, fundado apenas na ideologia da não violência, da convivência pacífica e no poder da argumentação lógica e sensata. Não é para menos que hoje em dia o mundo o conhece como Mahatma (grande alma). Ele conseguiu romper as amarras do colonialismo inglês para com seu país apenas pela força de sua mensagem. Uma revolução diferente, não feita de armas de fogo mas sim de pensamento e sensatez. 

Em 1982 o corajoso produtor e diretor Richard Attenborough resolveu levar a história de Gandhi para os cinemas. Uma decisão ousada uma vez que a história do líder indiano é muito intimista, teórica. Não haveria cenas de batalhas para encher as telas como nos antigos épicos, nada disso, o roteiro teria que se concentrar apenas na mensagem e na ideologia de Mahatma. Não há momentos extremamente dramáticos e nem grandes guerras ou algo parecido. Diante disso muitos achavam que essa era realmente uma história que não poderia ser levada às telas com êxito. Ledo engano. Gandhi não deixou de ser um filme fenomenal por essas razões, pelo contrário. Em ótima caracterização o ator Ben Kingsley literalmente encarnou o personagem em um dos melhores castings da história do cinema. A transposição da biografia de Gandhi foi tão bem sucedida no final das contas que conseguiu vencer todos os grandes prêmios em seu ano, inclusive vencendo o Oscar nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Ben Kingsley), melhor roteiro original, melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor figurino e melhor edição. Um grande filme para um grande homem. God Save The Queen.  

Gandhi (Gandhi, Estados Unidos, Inglaterra, 1982) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: John Briley, Alyque Padamsee / Elenco: Ben Kingsley, Candice Bergen, Edward Fox, John Gielgud, Trevor Howard, John Mills, Martin Sheen / Sinopse: Cinebiografia do líder indiano Mahatma Gandhi. 

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de abril de 2012

A Lista de Schindler

Oskar Schindler (Liam Neeson) é um industrial alemão que aproveita a Guerra para ganhar muito dinheiro em sua fábrica. Gozando de livre trânsito nos altos escalões nazistas ele consegue que vários judeus sejam enviados para trabalhar em sua linha de produção. Ao tomar conhecimento do massacre promovido contra o povo judeu resolve ajudar de alguma forma. Solicitando cada vez mais mão de obra consegue evitar que milhares de pessoas sejam enviadas para os campos de extermínio do sistema nazista. Nesse processo sua fábrica acaba se tornando um precioso refúgio e uma salvação para famílias inteiras de judeus. Baseado em fatos reais esse foi o filme que trouxe a Spielberg o que mais lhe faltava na carreira: reconhecimento da Academia. Por anos o diretor tentou se desvencilhar de sua fama de diretor Peter Pan que só conseguia realizar bons filmes para o público infanto-juvenil. Com “A Lista de Schindler” ele mudou essa imagem pois provou que conseguia realizar uma grande obra baseada em temas relevantes e importantes. O tema certamente lhe era caro pois o próprio Spielberg tinha origens judaicas. Embora isso não tenha sido um ponto focal em sua vida até aquele momento ele resolveu usar o filme como forma de encontrar novamente suas origens ao mesmo tempo em que prestava homenagem ao verdadeiro Schindler que salvou da morte certa aqueles que depois ficariam conhecidos como “os sobreviventes de Schindler”  O próprio lema principal do filme calcado na frase "Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro" reflete bem isso. Ele aliás é um dos poucos alemães presentes no chanado "Jardim dos Justos", um local onde o povo judeu honra a memória daqueles que lhe ajudaram no holocausto nazista.

O diretor resolveu filmar em preto e branco para criar identidade imediata no espectador com as cenas reais do holocausto que chegou até nós. Além disso não criou concessões, procurando mostrar o horror nazista sem qualquer subterfúgio. Isso acabou criando problemas comerciais para o filme pois ele foi classificado como proibido para menores de 18 anos nos EUA – o único em toda a carreira de Spielberg que entrou nessa categoria. Além do filme em si Spielberg resolveu ir além e através de um projeto excepcional resolveu colher os depoimentos dos sobreviventes de Schindler em vídeo para registro histórico. Esse material acabou sendo utilizado para a elaboração de uma verdadeira biblioteca visual, com o testemunho gravado de todos os que ainda estavam vivos. Do ponto de vista histórico realmente é um material de extrema relevância. Curiosamente as críticas mais contundentes ao filme em si acabaram partindo da ex-esposa de Schindler. Ela não perdeu tempo para falar muito mal do industrial para a imprensa. Para ela Oskar Schindler não era nenhum herói virtuoso mas sim um irresponsável que a deixou com inúmeras dívidas que acabaram lhe arruinando financeiramente. Não importa, o que realmente vale a pena destacar é que essa é uma produção do mais alto nível e um momento de apoteose na carreira de Spielberg. Público e crítica, quase sempre às turras, abraçaram “A Lista de Schindler”  de forma unânime. Além da excelente bilheteria o filme venceu os Oscars de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Direção de Arte, Melhor Edição e foi indicado ainda aos prêmios de Melhor Ator (Liam Neeson), Ator Coadjuvante (Ralph Fiennes), Figurino, Maquiagem e Edição de Som. Spielberg finalmente conquistava o que tanto almejava durante todos aqueles anos. Um coroamento digno de um filme tão bom quanto esse.

A Lista de Schindler (Schindler's List Estados Unidos, Inglaterra, 1993) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Steve Zaillian / Elenco: Liam Neeson, Ben Kingsley, Ralph Fiennes, Caroline Goodall, Jonathan Sagall / Sinopse: O filme baseado em fatos reais mostra a luta do industrial Oskar Schindler em salvar o maior número possível de judeus. Os recrutando para sua fábrica ele os salvou dos campos de extermínio nazistas.

Pablo Aluísio.