O diretor King Vidor sempre teve a mão pesada e aqui ela ficou ainda mais pesada por causa do material que precisou adaptar. O resultado foi um filme com três horas e meia de duração, com muitos personagens, que em muitas ocasiões se torna cansativo. A produção é ótima pois o filme foi rodado em Roma, nos estúdios da Cinecittà, com produção do grande Dino De Laurentiis e Carlo Ponti, dois dos maiores produtores da história do cinema europeu, porém nem a grande pompa e luxo escondeu alguns problemas do roteiro. Para se ter uma ideia foram necessários nove roteiristas para se chegar numa versão final do texto. Mesmo assim não ficou tão tão bom.
Era necessário enxugar ainda mais a história, para que não ficasse tão dispersa. Bom, mesmo com eventuais problemas como esses que foram citados, é inegável que se trata de um grande filme, um daqueles épicos que não são feitos mais hoje em dia. Outro ponto que merece destaque é o elenco. Henry Fonda me pareceu um pouco perdido em seu personagem, que era muito mais jovem do que sua idade na época em que o filme foi feito. Sua presença ainda assim é um dos grandes atrativos do filme. Melhor se sai a bela e carismática Audrey Hepburn! Ela só não se torna melhor porque sua personagem não foi tão bem tratada pelo roteiro. Do jeito que ficou, por exemplo, sua paixão por um outro pretendente, enquanto seu noivo prometido está na guerra, acabou soando pouco verossímil. A questão é justamente essa, mesmo com três horas de duração o filme não conseguiu dar conta de tantos personagens complexos e relevantes para a trama. Adaptar Tolstoy para o cinema realmente nunca foi algo simples.
Guerra e Paz (War and Peace, Estados Unidos, Itália, 1956) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: King Vidor / Roteiro: Bridget Boland / Elenco: Henry Fonda, Audrey Hepburn, Mel Ferrer, Vittorio Gassman, Anita Ekberg, Tullio Carminati / Sinopse: Durante a Rússia Czarista um jovem acaba recebendo uma grande fortuna de herança. Ele porém não tem a experiência de vida e nem a vivência para lidar com essa riqueza. Pior do que isso, sua nação está prestes a ser invadida pelas tropas do general francês Napoleão Bonaparte, algo que mudará a vida de todas as pessoas daquele período histórico. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção (King Vidor), Melhor Fotografia (Jack Cardiff) e Melhor Figurino (Maria De Matteis).
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirGuerra e Paz
Pablo Aluísio.
Pierre era um imbecil. Idolatrava Napoleão, até o dia em que o imperador invadiu a Rússia e destruiu sua vida e o mundo em que ele vivia. Liev Tolstói era também um grande observador da ironia do destino humano.
ResponderExcluirO livro é uma crítica bem orquestrada contra a mentalidade de muitos jovens russos da época que idolatravam Napoleão. Isso até as botas do general irem de encontro aos dentes desses rapazes iludidos.
ResponderExcluirHá uma série sobre esse livro, acho que e da BBC, que estava passando na TV Brasil. Mesmo com a longa duração da série e com tempo pra desenvolver a história e os personagens, ainda é difícil de digerir. Muito passado e lento.
ResponderExcluirSerge Renine.
Correção: ...pesado.
Excluir"Guerra e Paz" não é fácil. Nem em livros, nem em séries ou filmes.
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