sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Globo de Ouro 2020

Tradicionalmente se diz que o Globo de Ouro é a prévia do Oscar. Bom, se isso se confirmar esse ano teremos algumas surpresas na premiação da Academia. Isso porque o filme vencedor da noite, na principal categoria de Melhor Filme - Drama, foi "1917" de Sam Mendes. Levou também o cobiçado prêmio de Melhor Direção. Quem estava esperando por isso? Praticamente ninguém. Até porque o filme nem havia estreado nos Estados Unidos ainda. Todos estavam esperando pela consagração de "O Irlandês", mas o filme de Scorsese decepcionou completamente na noite. Em termos de Globo de Ouro todo o seu elenco e equipe ficaram a ver navios. Robert De Niro ficou visivelmente aborrecido com isso tudo. O que não causou surpresa nenhuma (e assim espero que seja repetido no Oscar) foi a premiação de Joaquin Phoenix por "Coringa". Merecido demais. Mesmo competindo com outros gênios da atuação (Jonathan Pryce, por "Dois Papas" era o segundo mais cotado), não houve como deixar de premia-lo. Ele está excepcional no filme inspirado no vilão da DC Comics. Aliás que não façam uma continuação porque com um filme como esse não há a menor necessidade. É uma obra-prima cinematográfica.

Na categoria ator coadjuvante (que estava mais acirrada do que a de ator principal) o premiado foi Brad Pitt por "Era uma Vez em… Hollywood". Não era o meu preferido, mas não fiquei chateado por sua premiação. Ele está de fato muito bem no filme de Tarantino. Pelo visto dar uma surra em Bruce Lee foi um negócio e tanto para ele. O ator, que só havia sido premiado antes por "Doze Macacos" ficou claramente tocado pela premiação. Até se viu pedindo desculpas aos demais concorrentes que ele chamou de "Deuses da atuação". O bom e velho Pitt merece, tenho que dizer.

E por falar em Quentin Tarantino ele levou prêmios importantes na noite. O Globo de Ouro de Melhor Roteiro prova mais uma vez que o diretor é mesmo o rei das referências da cultura pop. Seu filme aliás é mais um exemplo disso. Só achei que deixaram de dizer algumas palavras em memória da atriz Sharon Tate. Ela não foi lembrada nos discursos e nem nas entrevistas. Furo complicado de entender. Russell Crowe foi premiado por "The Loudest Voice", porém ele não compareceu na cerimônia. O ator está na Austrália, tentando ajudar no desastre natural que se abate sobre seu país. Mandou um texto de conscientização sobre as mudanças climáticas globais. Foi algo bem conveniente.

Em termos de atrizes também surgiram surpresas.  Renée Zellweger venceu por "Judy – Muito Além do Arco-Íris". É uma espécie de retorno após uma fase muito ruim na carreira e na vida pessoal. Achei sua aparência bem melhor. Ela passou por uma série de cirurgias de reconstrução de seu antigo rosto e os resultados ficaram bons. Não é a mesma loirinha do passado, mas pelo menos agora podemos reconhecer ela de novo! Laura Dern foi também premiada como atriz coadjuvante por "História de um Casamento". Ela interpretou a advogada da esposa no filme. Essa produção também derrapou feio na premiação. E era o segundo filme favorito da noite, ao lado de Scorsese. Por fim tivemos homenagens a Tom Hanks (um sujeito muito bacana, com uma filmografia espetacular) e Ellen DeGeneres (que sempre considerei muito forçada e sem graça). Assim tivemos uma noite de erros e acertos. Nada muito diferente do que acontece também no Oscar.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Existe coisa mais correta do dar o premio de melhor diretor para o vencedor de melhor filme. O contrario não faz o menor sentido.
    A Renée esta, como a Fênix, renascendo das cinzas, quase literalmente, pois ela estava no pó.

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  2. Percebi ontem que esse filme "1917" pode vencer o Oscar porque ele é uma espécie de terceira via. Tem muita gente em Hollywood que não gosta do Martin Scorsese e do Tarantino. Quem não votar nesses dois vai votar no Sam Mendes e seu filme da I Guerra Mundial. Se brincar ganha o Oscar em fevereiro.

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