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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Guerra e Paz

Baseado no romance escrito por Leo Tolstoy o filme "Guerra e Paz" conta a história de uma série de personagens que vivem na Rússia no momento em que sua nação é invadida por tropas comandadas por Napoleão Bonaparte. Entre os que sentem na pele os efeitos da guerra está Natasha Rostova (Audrey Hepburn), uma doce jovem da pequena nobreza e Pierre Bezukhov (Henry Fonda), um moscovita que se torna herdeiro de uma grande fortuna. Adaptar o romance "Guerra e Paz" para o cinema nunca foi algo simples ou fácil de fazer. Recentemente assisti a uma minissérie da BBC e mesmo nesse formato percebemos que ainda falta muito para trazer todo o universo de Tolstoy para a tela. Se é assim para uma série, imagine para um filme!

O diretor King Vidor sempre teve a mão pesada e aqui ela ficou ainda mais pesada por causa do material que precisou adaptar. O resultado foi um filme com três horas e meia de duração, com muitos personagens, que em muitas ocasiões se torna cansativo. A produção é ótima pois o filme foi rodado em Roma, nos estúdios da  Cinecittà, com produção do grande Dino De Laurentiis e Carlo Ponti, dois dos maiores produtores da história do cinema europeu, porém nem a grande pompa e luxo escondeu alguns problemas do roteiro. Para se ter uma ideia foram necessários nove roteiristas para se chegar numa versão final do texto. Mesmo assim não ficou tão tão bom.

Era necessário enxugar ainda mais a história, para que não ficasse tão dispersa. Bom, mesmo com eventuais problemas como esses que foram citados, é inegável que se trata de um grande filme, um daqueles épicos que não são feitos mais hoje em dia. Outro ponto que merece destaque é o elenco. Henry Fonda me pareceu um pouco perdido em seu personagem, que era muito mais jovem do que sua idade na época em que o filme foi feito. Sua presença ainda assim é um dos grandes atrativos do filme. Melhor se sai a bela e carismática Audrey Hepburn! Ela só não se torna melhor porque sua personagem não foi tão bem tratada pelo roteiro. Do jeito que ficou, por exemplo, sua paixão por um outro pretendente, enquanto seu noivo prometido está na guerra, acabou soando pouco verossímil. A questão é justamente essa, mesmo com três horas de duração o filme não conseguiu dar conta de tantos personagens complexos e relevantes para a trama. Adaptar Tolstoy para o cinema realmente nunca foi algo simples.

Guerra e Paz (War and Peace, Estados Unidos, Itália, 1956) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: King Vidor / Roteiro: Bridget Boland / Elenco: Henry Fonda, Audrey Hepburn, Mel Ferrer, Vittorio Gassman, Anita Ekberg, Tullio Carminati / Sinopse: Durante a Rússia Czarista um jovem acaba recebendo uma grande fortuna de herança. Ele porém não tem a experiência de vida e nem a vivência para lidar com essa riqueza. Pior do que isso, sua nação está prestes a ser invadida pelas tropas do general francês Napoleão Bonaparte, algo que mudará a vida de todas as pessoas daquele período histórico. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção (King Vidor), Melhor Fotografia (Jack Cardiff) e Melhor Figurino (Maria De Matteis).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Quinteto

Título no Brasil: Quinteto
Título Original: Quintet
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Lion's Gate Films
Direção: Robert Altman
Roteiro: Frank Barhydt, Robert Altman
Elenco: Paul Newman, Vittorio Gassman, Fernando Rey, Bibi Andersson, Brigitte Fossey, Nina van Pallandt

Sinopse:
Em um mundo pós-apocalíptico congelado, o caçador Essex (Paul Newman) chega em uma pequena comunidade de sobreviventes. São pessoas estranhas, frias, que não se importam mais com a violência e a barbárie. Elas passam o dia inteiro jogando "Quinteto", um estranho jogo de tabuleiro. A mulher de Essex está grávida, mas logo ele percebe que entrou em um território perigoso, onde sua vida corre um sério perigo. 

Comentários:
É um filme de ficção bem diferente. Como se trata de uma obra assinada pelo diretor Robert Altman, o cinéfilo mais experiente já sabe de antemão de que não é um filme comum. Na verdade temos aqui uma distopia bem estranha, onde os sobreviventes de um mundo congelado passam seus dias envolvidos em um jogo esquisito, que pode inclusive se tornar mortal. Esse tipo de produção nunca foi a praia de Paul Newman. Ator dramático consagrado em tantos clássicos ele surge em cena meio deslocado e nunca encontra o tom certo durante o filme inteiro. A experiência para o astro foi tão negativa que ele nunca mais voltou ao gênero. Nota-se seu desconforto nas cenas. No geral é um filme complicado, difícil, que poucos vão realmente gostar. Some-se a isso o fato de Robert Altman ter inserido uma espécie de fotografia embaçada e você vai entender porque essa produção caiu logo no esquecimento. Poucos a conhecem e o público da época não aprovou. O filme foi mal nas bilheterias.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Quinteto

Paul Newman só fez um filme do gênero ficção em toda a sua longa carreira e foi justamente esse, chamado simplesmente de "Quinteto". É um filme realmente estranho. Newman interpreta um homem que vaga em um planeta congelado, após o que parece ser o advento de uma nova era glacial. A civilização humana está em escombros, poucos sobreviveram em pequenas instalações isoladas no meio do nada. O clima é mesmo de universo pós apocalíptico. Para passar o tempo os poucos sobreviventes jogam "Quinteto", um bizarro jogo de tabuleiro com cinco pessoas, com regras não muito claras.

Não é incomum pessoas serem mortas durante essas jogatinas. Pelas paisagens desertas e geladas há muitos corpos sendo devorados por cães selvagens. O personagem de Newman tem uma mulher que está grávida. O fato logo causa espanto nos demais membros da comunidade, já que há muito não se ouvia falar de mulheres esperando bebês. O roteiro não explica a situação, mas fica subentendido que o mundo vive uma crise de fertilidade, causada principalmente pela radiação. Teria sido efeito de uma guerra nuclear? Novamente nenhuma resposta é dada pelo roteiro.

Após um tempo na nova comunidade, Essex (Newman) descobre que de fato há uma lista com o nome de cinco pessoas que vão morrer muito em breve.Tudo soa como se o jogo tivesse entrado na vida real das pessoas. Os perdedores não perderiam apenas o jogo em si, mas suas vidas também. O fato é que logo Newman entende também que está em um jogo do quinteto do mundo real, onde ele próprio pode ser eliminado a qualquer momento, tal como se fosse um jogador desse estranho tabuleiro. Seu objetivo então passa a ser sobreviver de todas as formas, já que sua vida corre sério risco. Ir além disso seria estragar parte das surpresas do filme.

O fato é que o diretor Robert Altman fez um filme não apenas esquisito, mas frio também. E isso não se refere ao cenário polar onde tudo acontece. Os personagens que rondam essa trama não parecem ter muitas emoções humanas. São indiferentes a pessoas sendo mortas, à violência e a todo tipo de barbárie. O próprio protagonista interpretado por Paul Newman passa longe de ter atitudes heroicas. Ele simplesmente vai vivendo um dia de cada vez, sem muita emoção, procurando apenas sobreviver. Eu acredito que Altman quis realizar uma ficção bem inovadora, mas no final das contas só conseguiu ser esquisito e estranho, diria até mesmo bizarro em certos momentos. Não é um filme para todo mundo, não pense que é uma espécie de Mad Max passado no círculo polar ártico. É muito mais singular do que se possa imaginar.

Quinteto (Quintet, Estados Unidos, 1979) Direção: Robert Altman / Roteiro: Frank Barhydt, Robert Altman / Elenco: Paul Newman, Vittorio Gassman, Fernando Rey / Sinopse: Em um mundo pós-apocalíptico congelado, o caçador Essex (Paul Newman) chega em uma pequena comunidade de sobreviventes. São pessoas estranhas, frias, que não se importam mais com a violência e a barbárie. Elas passam o dia inteiro jogando "Quinteto", um estranho jogo de tabuleiro. A mulher de Essex está grávida, mas logo ele percebe que entrou em um território perigoso, onde sua vida corre um sério perigo. 

Pablo Aluísio.