sábado, 8 de janeiro de 2022

Capitães do Mar

Título no Brasil: Capitães do Mar
Título Original: Down to the Sea in Ships
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: John Lee Mahin, Sy Bartlett
Elenco: Richard Widmark, Lionel Barrymore, Dean Stockwell, Cecil Kellaway, Gene Lockhart, Berry Kroeger

Sinopse:
Comandante veterano de um navio baleeiro decide levar seu neto na próxima viagem. Sua intenção é ensinar grande valores morais e éticos ao jovem, numa verdadeira aula sobre a vida, só que no meio da viagem tudo mudo e nada acaba saindo como ele havia planejado.

Comentários:
Bom filme que procura misturar drama e aventura em um só pacote. Logo de cara o que chama a atenção é o excelente elenco em cena. Apenas grandes nomes atuando, entre eles o veterano das telas e do teatro Lionel Barrymore, membro de um tradicional clã de atores clássicos, de uma família dedicada ao mundo da arte de representar. Richard Widmark, outro destaque do filme, era um astro popular na época, um tipo bem másculo, ideal para esse tipo de filme com temática mais forte, mais viril. Outro aspecto curioso é que o filme se passa com personagens da marinha mercante, isso em um tempo onde os filmes sobre marinha mostravam militares em combate, principalmente sobre filmes da II Guerra Mundial. Aliás o filme foi lançado justamente poucos anos depois do fim da guerra. É um esboço bem produzido sobre esses homens que dedicaram suas vidas a cruzar os mares em busca de aventuras e emoção. Também pode ser visto como um bom drama sobre relacionamentos humanos, principalmente envolvendo avôs e netos.

Pablo Aluísio.

O Dossiê de Odessa

Título no Brasil: O Dossiê de Odessa
Título Original: The Odessa File
Ano de Produção: 1974
País: Inglaterra, Alemanha
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ronald Neame
Roteiro: Kenneth Ross, George Markstein
Elenco: Jon Voight, Maximilian Schell, Maria Schell, Mary Tamm, Garfield Morgan, Hannes Messemer

Sinopse:
Jornalista investigativo passa a procurar por sinais da existência de uma organização internacional clandestina que ajudou criminosos de guerra do nazismo a fugirem para outros países. E as investigações começam quando um senhor judeu morre e deixa documentos importantes para desvendar todo esse assunto.

Comentários:
Roteiro baseado no livro escrito por Frederick Forsyth. Existiu mesmo uma organização nazista chamada Odessa? Até hoje historiadores divergem sobre o tema. Para alguns tudo seria apenas mais uma teoria da conspiração. Para outros foi um fato histórico real. Dizia-se que a Odessa havia sido organizada nos dias finais da II Guerra Mundial quando a Alemanha nazista já caminhava para seu final. Oficiais da SS, grupo de nazistas fanáticos, passou então a se organizar para criar rotas de fuga para esses criminosos. Os destinos visavam principalmente países da América do Sul como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Bom, se existiu ou não a Odessa o fato é que muitos nazistas fugiram mesmo para esses países. O filme produzido na década de 1970 é muito bom e tem aquela atmosfera de realismo cru da época. Algo que só ajudou no resultado final. Parece até que estamos assistindo a um documentário de tão realista que essa produção se mostra na tela. Gostei bastante e recomendo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Ratos e Homens

Título no Brasil: Ratos e Homens
Título Original: Of Mice and Men
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Gary Sinise
Roteiro: Horton Foote
Elenco: John Malkovich, Gary Sinise, Sherilyn Fenn, Ray Walston, Casey Siemaszko, John Terry

Sinopse:
Filme com roteiro baseado no clássico da literatura norte-americana "Of Mice and Men" de John Steinbeck. Na história dois homens, trabalhadores comuns, tentam sobreviver em uma América devastada pela grande depressão. Com economia arruinada não havia mais trabalho para homens como aqueles. Filme indicado à Palma de Ouro em Cannes.

Comentários:
A Grande Depressão destruiu milhões de empregos, deixando milhares de trabalhadores norte-americanos na mais completa miséria. Esse filme que foi baseado no clássico da literatura humaniza dois desses homens, tentando sobreviver em um país em ruínas. Um deles é um trabalhador do campo, um homem forte e duro, pronto para o trabalho pesado. O outro é uma pobre criatura, com problemas mentais. O mais forte procura proteger o mais fraco. O elenco é ótimo, contando com dois grandes atores nos personagens principais. John Malkovich e Gary Sinise estão ótimos. Esse último inclusive dirigiu o filme, mostrando que tinha talento não apenas para atuar, mas para dirigir também. Embora o filme tenha tido ótima recepção no exterior, inclusive sendo prestigiado em Cannes, acabou sendo esnobado pelo Oscar. Complicado entender, já que era um filme ideal para levar várias estatuetas. Enfim, temos aqui um ótimo filme, valorizado especialmente pela história que conta e pelo elenco acima da média.  

Pablo Aluísio.

Antes do Pôr-do-Sol

Título no Brasil: Antes do Pôr-do-Sol
Título Original: Before Sunset
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Richard Linklater
Roteiro: Richard Linklater, Kim Krizan
Elenco: Ethan Hawke, Julie Delpy, Vernon Dobtcheff, Louise Lemoine Torrès, Rodolphe Pauly, Albert Delpy

Sinopse:
Um casal se reencontra por puro acaso em Paris, nove anos depois que se conheceram. Eles começam então a conversar, visitando os principais pontos da Cidade Luz. E entre idas e vindas começa a surgir um sentimento verdadeiro entre eles.

Comentários:
Esse é um filme que prioriza a atuação do elenco. Em praticamente todas as cenas temos apenas Ethan Hawke e Julie Delpy dialogando entre si. O teor dessas conversações e encontros é que mantém o fio condutor dessa história. Eu particularmente gostei bastante do resultado, embora reconheça que parte do público logo vai se cansar de tanta conversa, com esse estilo verbal excessivo de seu roteiro. Os dois personagens não conseguem chegar a um ponto final, estão sempre discutindo sobre as grandes questões da vida ou de sua próprio vida sentimental. Quem gosta do estilo do cinema francês vai certamente apreciar, já quem sempre teve birra com o desenvolvimento desse tipo de cinema vai provavelmente abandonar o filme pela metade. É um filme para se assistir com atenção, apreciando cada pensamento. O curioso é que houve muita improvisação dos atores em cena, levando inclusive Julie Delpy e Ethan Hawke aos devidos créditos no roteiro. Afinal de contas eles também construíram (e muito) essa história de amor não resolvido.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Instinto Selvagem 2

Título no Brasil: Instinto Selvagem 2
Título Original: Basic Instinct 2
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Michael Caton-Jones
Roteiro: Leora Barish, Henry Bean
Elenco: Sharon Stone, Hugh Dancy, Neil Maskell, Jan Chappell, David Morrissey, Terence Harvey

Sinopse:
A escritora de romances Catherine Tramell (Sharon Stone) se envolve com um psiquiatra, enquanto tenta novamente escapar do cerco policial. Ela é a principal suspeita de um crime, mas nega com veemência. Estaria falando a verdade ou jogando novamente com todos à sua volta?

Comentários:
Durante muitos anos a atriz Sharon Stone recusou convites para atuar na sequência de um de seus filmes de maior sucesso, "Instinto Selvagem". E ela parecia bem convicta sobre isso. Entretanto a carreira dela foi esfriando, os convites dos estúdios ficaram cada vez mais raros e ela então aceitou o cachê para interpretar novamente a romancista (e supostamente criminosa) Catherine Tramell. Michael Douglas, por outro lado, recusou a oferta de voltar para uma continuação. Com apenas Sharon no elenco o filme foi produzido. O resultado ficou bem ruim, nada comparado com o primeiro filme que era realmente muito bom. "Basic Instinct 2" apresenta muitos problemas, mas o principal é um roteiro tedioso que tenta emplacar um enredo chato demais. Com pouco ritmo, quase parando, o filme logo se torna um teste de paciência por parte do espectador. E o erotismo? Esqueça, praticamente não existe! Para um filme que tinha a proposta de repetir a sensualidade do primeiro filme nada poderia ser pior.

Pablo Aluísio.

A Traição do Falcão

O filme é baseado numa história real das mais interessantes. Durante a década de 1970 dois jovens amigos, Christopher Boyce (Timothy Hutton) e Daulton Lee (Sean Penn), resolvem cometer uma loucura em troca de dinheiro fácil. Chris era filho de um ex-agente do FBI que resolveu lhe arranjar um emprego numa empresa de computação que tinha como cliente a própria agência de inteligência americana, a CIA. Tendo acesso a informações secretas e valiosas, ele então resolve ao lado do amigo ir atrás de grana rápida, procurando vender essas informações para os soviéticos (na época, em plena guerra fria, o principal rival americano no mundo era a União Soviética). Claro que algo assim acabaria mal. O roteiro tenta explicar como dois jovens americanos, bem nascidos, de famílias estruturadas, de bom padrão de vida, entraram em um jogo tão perigoso. O personagem de Timothy Hutton tem como principal diversão treinar falcões (daí o título muito bem bolado do filme). Já Sean Penn brilha como o amigo drogado, inconsequente e metido a malandro que acaba se dando muito mal pelas escolhas feitas. Na época ele se destacava nas manchetes por ser o jovem namorado da cantora Madonna. De vez em quando acabava indo em cana por agredir jornalistas, algo que combinou muito bem com o tipo desprezível que interpretava aqui nas telas.

Na vida real tanto Chris como Lee foram descobertos após investigações da CIA e do FBI. Acusados de traição à pátria pegaram penas pesadas, inclusive perpétua, ou seja, acabaram com suas vidas por um ato impensado próprio de adolescentes sem experiência de vida, pensando serem intocáveis ou espertos demais para se darem mal. Estão até hoje presos! Bom filme valorizado pela interpretação da dupla protagonista e pelo clima retrô de uma época muito paranóica no mundo. Um retrato mais do que interessante do clima que se vivia nos anos 70 e 80.

A Traição do Falcão (The Falcon and the Snowman, Estados Unidos, 1985) Direção: John Schlesinger / Roteiro: Robert Lindsey, Steven Zaillian/ Elenco: Timothy Hutton, Sean Penn, Pat Hingle / Sinopse: Dois jovens norte-americanos, com acesso a documentos secretos, decidem vender material de informação do governo dos Estados Unidos aos soviéticos. Filme premiado pelo National Society of Film Critics Awards na categoria de Melhor Ator (Sean Penn).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Espíritos Obscuros

Uma professora de ensino fundamental (interpretada pela atriz Keri Russell da série "Felicity") passa a desconfiar que um de seus alunos está sofrendo de algum tipo de abuso em sua casa. Ele é filho de um traficante da região, muito conhecido pela polícia. Como ela é irmã do xerife (Jesse Plemons, sempre um bom ator em cena), o policial passa a investigar. O problema é que o pai do garoto foi supostamente possuído por uma espécie de espírito ancestral da floresta, uma entidade sobrenatural que transforma homens em bestas selvagens. E tudo parece ter origem em velhas lendas indígenas. Será verdade? Ou o homem apenas enlouqueceu por causa dos produtos químicos que tem contato ao produzir a droga conhecida como meta?

Esse filme, apesar de boa produção e bom elenco, foi pouco comentado. Nem entre os fãs de terror teve maior repercussão. A história me lembrou muito de um antigo episódio da série Arquivo X intitulado "O Demônio de Jersey" que tratava justamente desse tipo de lenda, do homem bestial que vive nas florestas e ataca as pessoas. Essas criaturas praticam canibalismo e se fortalecem a cada vítima que é morta. Penso que esse roteiro até começa muito bem, tratando de aspectos relevantes, como o abuso infantil, inclusive sobre o passado da própria professora e seu irmão policial. Só que conforme vai chegando ao final os roteiristas colocam tudo no controle remoto, apelando para a velha fórmula dos filmes de monstros. Com isso o filme perde bastante em termos de interesse e relevância.

Espíritos Obscuros (Antlers, Estados Unidos, 2021) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Henry Chaisson, Nick Antosca, Scott Cooper / Elenco: Keri Russell, Jesse Plemons, Jeremy T. Thomas / Sinopse: Uma professora e seu irmão policial tentam desvendar um caso envolvendo muitas mortes na floresta da região onde moram. E um dos garotos que é seu aluno na escola onde ensina parece ser a chave que vai desvendar todo esse mistério macabro.

Pablo Aluísio.

O Libertino

Filme de época que conta a história de John Wilmot (Johnny Depp), Conde de Rochester. Poeta do século XVII ele teve seu trabalho reconhecido apenas postumamente. Seus escritos foram influenciados pelo seu modo de viver excessivo. Um amante da boa vida, do vinho e da devassidão, acabou encontrando o caminho da morte ainda bem jovem. Uma espécie de herói do hedonismo sem culpas. Era de se esperar que o filme baseado em sua vida fosse ao menos interessante. Particularmente não gostei do resultado. Com uma fotografia excessivamente escura - provavelmente para esconder as cenas mais quentes passadas nos bordéis da época - o roteiro parece confundir a todo tempo a proposta do poeta com um sensacionalismo barato e sem conteúdo.

O estúdio errou também ao dar muito poder e controle sobre o filme ao ator Johnny Depp. Em troca de um cachê menor, ele recebeu maior controle sobre praticamente toda a produção. Ao escalar um amigo, Laurence Dunmore, para dirigir o filme acabou estragando tudo. Laurence nunca havia dirigido um longa-metragem antes na vida e abusou da chance de errar. Não deu bom ritmo ao filme, truncou o enredo com uma edição equivocada e perdeu uma excelente oportunidade de contar uma boa história. Depois de tantos erros o filme praticamente passou em brancas nuvens e foi logo esquecido. No caso o ego de Depp foi o grande responsável pelo fracasso comercial e artístico da fita.

 O Libertino (The Libertine, Inglaterra, Austrália, 2004) Direção: Laurence Dunmore / Roteiro: Stephen Jeffreys / Elenco: Johnny Depp, Samantha Morton, John Malkovich, Rosamund Pike / Sinopse: A história real de um nobre que fez de sua vida uma sucessão de excessos de todos os tipos. Filme vencedor do British Independent Film Awards na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Rosamund Pike).

Pablo Aluísio.