segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Sabotagem

Título no Brasil: Sabotagem
Título Original: Sabotage
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Open Road Films
Direção: David Ayer
Roteiro: Skip Woods, David Ayer
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Sam Worthington, Terrence Howard

Sinopse:
Após a invasão de uma casa pertencente a um poderoso cartel de drogas, um grupo de agentes do DEA resolve esconder no encanamento do local uma verdadeira fortuna avaliada em 10 milhões de dólares. Quando eles retornam depois para pegar o dinheiro descobrem que ele não está mais lá. Depois de virarem alvo de investigação os membros se reúnem novamente. O grande mistério porém persiste: quem teria ficado com todo aquele dinheiro?

Comentários:
Não adianta mais esperar pela grandiosidade que existia na filmografia de Arnold Schwarzenegger nas décadas de 1980 e 1990. O tempo passou, ele próprio mudou e após ficar alguns anos afastado do cinema por causa de uma carreira política seu cacife está muito longe do que era antes. Reflexos de um tempo passado. Veja o caso desse "Sabotage". O filme custou meros 35 milhões de dólares, ora em seu auge Schwarzenegger ganhava isso de cachê! Então os tempos são outros. Por isso a primeira regra para se curtir essa produção é realmente baixar a bola das expectativas. É um filme pequeno, com orçamento modesto de um antigo astro que está tentando reerguer sua carreira. Isso é tudo. Muitas pessoas não gostaram do resultado. Vejo isso como um reflexo de altas expectativas não cumpridas. De fato se você for assistir "Sabotage" esperando por muita coisa irá se decepcionar. Muitos personagens são caricaturais e o roteiro, apesar de ter uma boa reviravolta de que gostei bastante, não foge muito da fórmula dos filmes de ação atuais. O diretor David Ayer (de "Marcados para Morrer", "Os Reis da Rua" e "Tempos de Violência") pelo menos teve bom senso, dando aquilo que um fã de Arnold Schwarzenegger espera: uma boa fita de ação, com algumas sequências bem construídas, tiros, brigas e movimentação. Fora isso é, como eu já escrevi, apenas esperar por algo que já não existe mais.

Pablo Aluísio.

O Vingador

Título no Brasil: O Vingador
Título Original: Murphy's Law
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Gail Morgan Hickman
Elenco: Charles Bronson, Kathleen Wilhoite, Carrie Snodgress

Sinopse:
Charles Bronson interpreta Jack Murphy um detetive veterano da polícia que está em crise após o assassinato de sua ex-esposa. Para piorar sua situação ele logo vira o principal suspeito do crime. O jogo porém não está vencido e Jack entende que sua única chance é fugir dessa situação para encontrar ele próprio o assassino, antes que seja tarde demais.

Comentários:
A chamada Lei de Murphy afirma que se algo tem possibilidade de dar errado, dará mesmo! É justamente essa lei - na verdade mais um ditado do que qualquer outra coisa - que deu nome a esse filme de ação com Charles Bronson. O ator, já veterano, mas ainda na ativa nos anos 80 pegou carona com a moda dos filmes de porrada e se deu muito bem! Ao lado do diretor J. Lee Thompson, velho conhecido seu, rodou mais essa produção na Cannon. De uma maneira em geral não há maiores novidades pois os filmes de Bronson por essa época seguiam uma fórmula básica, que afinal havia dado certo antes. É a tal coisa, não se deve mexer em time que se está ganhando. Eu particularmente considero um dos bons filmes de Charles Bronson nessa fase de sua carreira. Tem boas doses de ação, cenas bem realizadas e um background tentando trazer uma profundidade ao seu personagem durão. Ora, quem ia em uma locadora nos anos 80 para levar para casa um filme de Bronson não pedia nada muito além disso. Assim vale a recomendação, um policial bom e eficiente estrelado pelo saudoso astro.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de novembro de 2021

Diabolique

Esse é o remake americano de um filme muito conhecido do cinema europeu. Para dar o toque que a história ao estilo velho continente exigia, os produtores americanos importaram a bela Isabelle Adjani. Ela assim contracenou com outro símbolo sexual muito popular da época, a atriz Sharon Stone. Definitivamente na questão puramente estética, em relação à beleza das atrizes, nada há para se criticar. Tanto Stone como (e principalmente) Adjani, estão lindas no filme. Um verdadeiro deleite visual. Pena que o diretor Jeremiah S. Chechik não tenha realizado um filme à altura da extrema beleza de suas atrizes. O filme mal começa e o espectador já sente seu maior defeito: a falta de ritmo. Provavelmente tentando imitar o estilo do cinema europeu ele acabou errando a mão, criando a partir daí não um filme elegante e fino ou até mesmo sensual, mas extremamente chato e entediante, o que convenhamos com um elenco desses foi um erro e tanto.

Quem conhece a novela escrita por Thomas Narcejac e Pierre Boileau (que deu origem ao filme) já conhece bem o enredo, onde duas mulheres fatais planejam a morte de um rico homem de negócios. O clima de sensualidade, aliado ao sinistro e macabro plano de assassinato, pode até mesmo deixar tudo perigosamente sensual para alguns espectadores, mas no geral não há nada de muito relevante nessa obra que infelizmente ficou pelo meio do caminho. Como era de se esperar hoje em dia só vale rever por causa justamente das atrizes maravilhosas que desfilam em cena. Todo o resto (direção, roteiro, etc) ficou extremamente datado e mais chato do que na época de seu lançamento.

Diabolique (Diabolique, Estados Unidos, 1996) Direção: Jeremiah S. Chechik / Roteiro: Henri-Georges Clouzot / Elenco: Sharon Stone, Isabelle Adjani, Chazz Palminteri, Kathy Bates / Sinopse: Suspense e morte em um jogo perigoso de sedução e vilania..Filme premiado pelo Australian Cinematographers Society.

Pablo Aluísio. 

Hackers

Ficção B que contava em seu elenco com uma jovem Angelina Jolie. Na época ninguém sabia quem ela era, a não ser o referencial mais óbvio, o de ser filha do ator Jon Voight. O curioso é que o relacionamento entre pai e filha nunca foi bom e só piorou com o tempo. Ficaram nessa situação por anos, fruto talvez do fato de que ambos sempre tiveram personalidades fortes e explosivas. Mas enfim, deixemos esse quadro familiar de lado. "Hackers" foi até bastante badalado pela crítica e público quando chegou nas locadoras de vídeo nos anos 90. Sim, o filme nunca foi lançado nos cinemas brasileiros. Era uma daquelas típicas produções que chegavam por aqui diretamente em Home Vídeo. Geralmente esse tipo de filme pequeno tinha que contar com uma certa propaganda boca a boca para dar certo ou chamar a atenção.

Nesse caso até que houve uma certa reação nesse sentido, mas a pura verdade dos fatos é que o filme nunca chegou a decolar muito. No enredo adolescente, um jovem conseguia criar um código de computador que colocava em risco todo o sistema de segurança dos Estados Unidos. Preso pelo governo e julgado pela justiça ele é banido do mundo da informática até que completasse 18 anos de idade. Durante esse tempo jamais poderia chegar perto de um computador. Alguns meses depois ele descobre que há um novo vírus na rede. Ao lado de um grupo de amigos tão hackers e viciados como ele resolve encarar uma verdadeira guerra cibernética. É isso, nada de muito especial. Esse tipo de filme fica logo datado já que a tecnologia costuma passar por cima de tudo o que se vê na tela depois de alguns poucos anos. Os computadores que aparecem no filme, por exemplo, são verdadeiros dinossauros se comparados com a tecnologia atual.

Hackers - Piratas de Computador (Hackers, Estados Unidos, 1996) Direção: Iain Softley / Roteiro: Rafael Moreu / Elenco: Jonny Lee Miller, Angelina Jolie, Jesse Bradford / Sinopse: Grupo de hackers, piratas da informática, decide radicalizar em seus planos de invadir sistemas de segurança alheios. Na mira deles estão grandes empresas de petróleo que destroem a natureza em busca do lucro capitalista.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de novembro de 2021

A Noite do Dia Seguinte

Um filme de Marlon Brando que não é tão conhecido. Na verdade foi produzido em um momento de baixa na sua carreira. Talvez por isso também seja tão modesto em suas pretensões artísticas. É um filme que se propõe a contar apenas uma boa história de crime. Nada mais. E olhando-se sob esse ponto de vista até que ele funciona muito bem. Então qual é a história que esse filme nos conta? Marlon Brando interpreta o membro de uma quadrilha de sequestradores americanos que resolve raptar a jovem filha de um banqueiro rico. Ela desce do avião em Paris e cai numa armadilha. O personagem de Brando, vestido como motorista, a engana. Ela então é levada para uma casa isolada, próximo à costa. Após ser presa em seu cativeiro começam as negociações.

O plano do sequestro é bem elaborado. O problema são os criminosos. Apenas o personagem de Brando parece ter a mente no lugar. Os demais são problemáticos. Rita Moreno interpreta uma aeromoça que trabalha com os criminosos. Ela tem participação importante no sequestro, mas viciada em drogas, está sempre em busca de cocaína. Assim ela coloca quase tudo a perder. A atriz ficou perdidamente apaixonada por Brando no filme e chegou até mesmo a tentar se matar! Pior de todos é o criminoso mais velho do grupo, um sujeito perverso, cruel, com ares de psicopatia. Enfim, temos aqui um bom filme, um thriller criminal onde nada parece caminhar para um final feliz - e realmente não vá esperando por isso. Brando tem uma atuação contida. Fisicamente ele está muito bem, magro, com cabelos loiros e com elegante figurino. Só não parece ter se esforçado muito em seu papel.

A Noite do Dia Seguinte (The Night of the Following Day, Estados Unidos, 1969) Direção: Hubert Cornfield / Roteiro:Hubert Cornfield, Robert Phippeny / Elenco: Marlon Brando, Richard Boone, Rita Moreno / Sinopse: A filha de um rico banqueiro norte-americano é sequestrada em Paris. Os criminosos planejam bem o crime, exigindo alguns milhões de dólares de resgate, mas algo acaba saindo completamente errado do que havia sido planejado.

Pablo Aluísio.

O Lobo do Mar

Título no Brasil: O Lobo do Mar
Título Original: The Sea Wolf
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Jack London, Robert Rossen
Elenco: Edward G. Robinson, Ida Lupino, John Garfield

Sinopse:
'Wolf' Larsen (Edward G. Robinson) é um veterano capitão naval que precisa lidar com uma tripulação que não consegue ser tão disciplinada e organizada  quanto ele queria. O choque de opiniões e visões acaba transformando sua embarcação em um barril de pólvora prestes a explodir. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhores Efeitos Especiais (Byron Haskin e Nathan Levinson).

Comentários:
Edward G. Robinson foi um astro improvável em Hollywood. Cara de poucos amigos ele se tornou célebre por causa dos filmes de gangsters que estrelou. Aqui ele embarca em um gênero um pouco diferente, um filme que mescla aventura e características de cinema noir que o tornam bem diferenciado em relação aos chamados "filmes de mar" daquela época. Enquanto a maioria dos grandes filmes que mostravam aventuras no oceano investiam em estórias sobre marinheiros e capitães valorosos, íntegros e heróis, "The Sea Wolf" aposta em um protagonista nada amistoso e nem charmoso, na realidade um sujeito considerado até mesmo asqueroso por todos os seus subordinados. A fita foi dirigida pelo grande mestre da sétima arte Michael Curtiz (1886 - 1962) que pouco mais de um ano depois iria dirigir sua maior obra prima, "Casablanca" com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, naquele que seria considerado um dos maiores filmes de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Missão: Impossível

Esse é o primeiro de muitos. Tom Cruise era apenas um jovem garoto quando curtia a série de TV "Missão: Impossível" na década de 60. Os anos passaram e ele virou um astro do cinema. Vendo que poderia ser um bom investimento, acabou comprando os direitos autorais da série original por uma pechincha. Claro que Cruise estava visando ter sua própria franquia blockbuster, algo que ele realmente conseguiu transformar em um grande sucesso de bilheteria. Todos os filmes foram grandes êxitos comerciais e o mais interessante de tudo: não houve uma queda acentuada de qualidade entre um filme e outro. Ao longo da franquia Cruise manteve-se no posto de astro principal dos filmes e atuou também como produtor, trocando os diretores e roteiristas que lhe pareciam mais adequados. O resultado, se não chega a ser excepcional, mantém uma eficiência absoluta.

Esse primeiro filme é o mais charmoso de todos. As cenas de ação não eram tão exageradas, nem os efeitos especiais. O roteiro procurava ser também mais inteligente. É cinema pipoca por excelência. Nesse primeiro filme ainda há a preocupação de se apresentar os agentes e sua organização aos espectadores (que obviamente eram jovens demais para conhecer a série original). Uma vez explicado tudo, começa a ação - que não cessa mais até os letreiros finais. O maior interesse para os cinéfilos em geral vem da presença do diretor Brian De Palma. Eu o considero um dos grandes cineastas de sua geração, até mesmo quando aceitou participar de filmes mais comerciais como esse, onde seu lado autoral foi meio que deixado de lado para a criação de um genérico de puro entretenimento de massas. Brian De Palma realizou um filme esteticamente bonito de se ver, com excelentes cenas de ação e um roteiro redondinho que nunca perde o ritmo. Exatamente o que queria Tom Cruise. O resultado assim se mostra bastante satisfatório. Um filme aliás bem melhor do que a série que era meio capenga, vamos ser sinceros.

Missão: Impossível (Mission: Impossible, Estados Unidos, 1996) Direção: Brian De Palma / Roteiro: Bruce Geller, David Koepp / Elenco: Tom Cruise, Jon Voight, Emmanuelle Béart / Sinopse: Acusado de traição e deslealdade contra seu próprio país um agente luta para provar sua inocência. Filme baseada na sétie de TV criada originalmente por Bruce Geller.

Pablo Aluísio.

Tempo Esgotado

Voltando a escrever sobre filmes que assisti na década de 1990 vou aqui tecer algumas observações sobre esse "Nick of Time" (no Brasil, "Tempo Esgotado"). Essa foi uma tentativa do ator Johnny Depp de fugir um pouco do estereótipo que a crítica tinha formado sobre sua imagem nas telas. Ao invés de interpretar mais um tipo esquisito em filmes mais ao estilo cult (pois é, isso foi bem antes dele virar um astro de blockbusters), o ator resolveu apostar nesse thriller de ação e suspense que me lembrou até mesmo do clássico western "Matar ou Morrer". Não que o filme seja um faroeste, longe disso, as semelhanças são mesmo em relação ao roteiro, sua estrutura, a forma como tudo é conduzido. Gene Watson, o personagem interpretado por Depp, é um sujeito comum, banal, que leva uma vida extremamente rotineira e chata. Seu cotidiano sem surpresas vira de ponta cabeça quando ele é colocado contra a parede por um criminoso. O sujeito sequestrou sua filha e em troca da vida dela exige que Watson mate um importante político! Ele tem poucas horas para resolver isso (o que traz a maior semelhança com o clássico estrelado por Gary Cooper) e não pode fugir de sua situação ou pedir por algum tipo de socorro por parte das autoridades. 

O filme só funciona mesmo em termos. Depp, de óculos e figurino de jovem trabalhador, não convence muito. Ele corre pra lá e pra cá, com cara de espanto, em uma obra que me decepcionou, ainda mais se tratando do grande John Badham (de tantos filmes bons como "Tocaia", "Drácula" ou "Jogos de Guerra"). Realmente ficou faltando algo mais interessante. Para os fãs de Depp porém nunca será uma perda de tempo total conferir esse trabalho quando ele ainda era bem jovem e prestes a explodir nas telas de cinema. No mínimo valerá pela curiosidade.

Tempo Esgotado (Nick of Time, Estados Unidos, 1995) Direção: John Badham / Roteiro: Patrick Sheane Duncan / Elenco: Johnny Depp, Christopher Walken, Courtney Chase./ Sinopse: Homem comum precisa cometer um crime para salvar uma vida. Thriller de suspense e tensão dos anos 90.

Pablo Aluísio.