segunda-feira, 11 de março de 2019

Os Indomáveis

“Galante e Sanguinário” é uma pequena obra prima do Western americano da década de 50 estrelada por Glenn Ford. Já tivemos inclusive a oportunidade de analisar o filme aqui em nosso blog. Agora vamos falar um pouco sobre seu remake, essa produção intitulada “Os Indomáveis”. A estória é idêntica ao filme original: Um jovem e pacífico fazendeiro chamado Dan Evans (Christian Bale, em um papel que nada lembra seu Batman) acaba sendo eleito como assistente de xerife de uma cidadezinha do velho oeste e como tal ele terá que exercer as funções inerentes ao cargo, entre elas escoltar um pistoleiro famoso, Ben Wade (Russell Crowe), até a estação de trem onde ele pagará a locomotiva das 3:10hs rumo a Yuma, cidade onde está localizado o Tribunal competente para julgá-lo.

O que parece ser uma tarefa até simples se mostrará extremamente perigosa pois Wade é líder de uma quadrilha de facínoras que fará de tudo para libertá-lo. A situação é de extremo perigo mas Evans se mostra decidido a cumprir sua obrigação para mostrar sua firmeza de caráter ao seu filho. Assim ele também provará que é um homem de bravura, muito embora nunca tenha sido um valentão de saloon em sua vida, mas apenas um homem honesto que conseguiu criar sua família com muito suor e trabalho.

Como aconteceu em “Galante e Sanguinário” temos aqui um perfeito exemplo de enredo que ficou conhecido como western psicológico. A denominação cai muito bem pois o que existe realmente entre o rancheiro e o assassino que deve escoltar é uma guerra psicológica de espera e ansiedade. Ben Wade (Crowe) é um assassino de sangue frio, acostumado a viver em situações limites como a mostrada no filme. Já Dan Evans (Christian Bale) é um homem comum, trabalhador do campo, que terá que lidar com tudo da melhor forma possível. Desse duelo de personalidades tão díspares nasce todo o conflito e a base dramática do roteiro, que aliás é extremamente bem escrito.

Também é fácil perceber que estamos na presença de um enredo que exige bastante de seus intérpretes. Nesse aspecto nem Bale e nem Crowe decepcionam. Estão muito bem em seus respectivos personagens. O destaque do elenco porém vai para Ben Foster, perfeito em sua atuação como um dos membros da gangue de Ben. Com os nervos à flor da pele, ele rouba a cena para si. Simplesmente excepcional sua atuação.  Em suma, apesar de definitivamente não gostar de remakes tenho que dar o braço a torcer para esse “Os Indomáveis” que conseguiu resgatar essa estória sem desrespeitar o filme original e nem agredir o fã de westerns clássicos. É uma boa produção, valorizada por um ótimo elenco, que revitaliza o filme de Glenn Ford. Pode assistir sem receios.

Os Indomáveis (3:10 to Yuma, EUA, 2007) Direção: James Mangold / Roteiro: Halsted Welles, Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Russell Crowe, Christian Bale, Chris Browning, Chad Brummett, Kevin Durand, Hugh Elliot, Peter Fonda, Ben Foster, Jason Henning, Henry Herman, Logan Lerman. / Sinopse: Dan Evans (Christian Bale) é um pacato e pacífico rancheiro que terá que escoltar um perigoso assassino e pistoleiro, Ben Wade (Russel Crowe), até uma estação de trem onde será levado até o Tribunal da cidade de Yuma, onde finalmente será julgado e punido por seus inúmeros crimes. Porém antes disso terá que sobreviver ao ataque da gangue de Wade que fará de tudo para libertá-lo antes que embarque na locomotiva. Remake do clássico “Galante e Sanguinário” de 1957 com Glenn Ford.

Pablo Aluísio.

O Lutador

Título no Brasil: O Lutador
Título Original: The Boxer
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos, Irlanda
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jim Sheridan
Roteiro: Jim Sheridan, Terry George
Elenco: Daniel Day-Lewis, Emily Watson, Brian Cox, Daragh Donnelly, Frank Coughlan
  
Sinopse:
Irlanda. Danny Flynn (Daniel Day-Lewis) ganha a liberdade após ficar 14 anos preso em uma penitenciária de segurança máxima. Ele deseja agora reconstruir sua vida com os pedaços que ficaram para trás após ser condenado. O principal objetivo é ser um boxeador de sucesso. O recomeço porém não se torna fácil. Ao retornar ao antigo bairro ele descobre que tudo está mudado, inclusive as pessoas. Pior do que isso, a criminalidade volta a bater em sua porta. Com dificuldades para construir uma vida normal ele vai percebendo que as sombras do passado começam a voltar.

Comentários:
Se existe um ator que manteve um alto padrão de qualidade em sua filmografia esse foi sem dúvida Daniel Day-Lewis. Mesmo nomes consagrados da história de Hollywood aceitaram participar de filmes péssimos ao longo da carreira. Vide Robert DeNiro e Al Pacino. De Dustin Hoffman nem vou falar pois faz mais ou menos 20 anos que ele não atua em alguma produção relevante. Já Daniel Day-Lewis manteve o padrão, ano após ano. Por essa razão também ele nunca se tornou extremamente popular. Seus filmes são geralmente considerados pesados e tensos demais para o público em geral. Não importa. Não há mesmo espaço para bobagens em se tratando da obra desse ator. Esse "The Boxer" também não alivia. É um drama pesado, criado em tintas escuras, mostrando um protagonista que acabou sendo alvo de grandes injustiças na sua vida pessoal. Como se trata de um filme baseado em fatos reais não espere por amenidades ou gracinhas. É realmente um retrato da vida crua, injusta e cruel de um modo sem piedade ou generosidade. Tudo o que sobra no final das contas é realmente o frio gelado de uma cela escura. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção (Jim Sheridan) e Melhor Ator (Daniel Day-Lewis). Vencedor do Berlin International Film Festival na categoria de Melhor Direção.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de março de 2019

Lizzie

Esse é um filme bem sórdido. Já começa com uma cena de crime. Um homem rico, próspero nos negócios, é encontrado morto na sua sala de estar. O crime choca pela violência. Ele foi morto a golpes de machado na cabeça. O quadro é horrível, com sangue em todas as paredes, móveis, etc. Sua esposa também foi assassinada. Ela está no quarto de cima, também em uma cena de extrema brutalidade. Quem poderia ter cometido crimes tão horrendos? A partir desse ponto o roteiro começa um longo flashback, retroagindo no tempo seis meses.

A historia do filme, que é baseada em fatos reais, aconteceu no final do século XIX, na Nova Inglaterra. A jovem Lizzie Borden (Chloë Sevigny) é a filha do homem assassinado no começo do filme. Ela não se encaixa bem no modelo de uma mulher de sua época. Gosta de ler e de poesia, tem um temperamento mais introvertido e não parece se importar em se casar e ter filhos, como mandava a etiqueta social daqueles tempos. Isso claro cria uma tensão cada vez maior com o pai.

A chegada de uma nova empregada doméstica chamada Bridget Sullivan (Kristen Stewart) acirra ainda mais as tensões. O patrão quer abusar dela sexualmente, o que choca Lizzie. As duas acabam se tornando próximas, amigas, iniciando um relacionamento com claro teor homoerótico também. Assim as coisas vão de mal a pior até o trágico desfecho. Só que o roteiro joga com o suspense, deixando sempre em aberto a identidade do verdadeiro assassino ou assassina. Só nos momentos finais tudo é revelado ao espectador. Gostei dessa produção. Tem um bom roteiro que consegue manter o interesse. Além disso o contexto histórico repressivo é bem mais aproveitado pelo clima sufocante de crime e castigo que logo se impõe entre todos os personagens. É um filme até frio, algo que acabou sendo necessário pois seu enredo passou muito longe de ser um conto de fadas.

Lizzie (Estados Unidos, 2018) Direção: Craig William Macneill / Roteiro: Bryce Kass / Elenco: Chloë Sevigny, Kristen Stewart, Jeff Perry, Fiona Shaw, Jamey Sheridan / Sinopse: No século XIX um homem rico e influente é encontrado morto de uma forma bastante violenta. Para solucionar o caso sua história é recontada, fazendo um retorno no tempo para compreender melhor as razões do crime. Filme indicado no Sundance Film Festival na categoria de Melhor Filme - Drama (Júri Popular).

Pablo Aluísio.

A Morte te dá Parabéns!

É a tal coisa, se eu fosse resumir esse filme diria que é uma espécie de "Feitiço do Tempo" versão terror. Algo aliás que é assumido pelo próprio roteiro do filme que em suas cenas finais coloca um diálogo entre dois personagens reconhecendo justamente isso, relembrando o filme de Bill Murray. A premissa é basicamente a mesma: uma pessoa acordando no mesmo dia, revivendo as mesmas situações, numa espécie de círculo vicioso temporal. No caso aqui temos uma jovem universitária, daquelas bem chatinhas, metidas, que vai acordando todos os dias no mesmo dia (parece estranho para você?). Na noite anterior ela sempre é morta por um psicopata com máscara de um garotinho, o mascote da universidade.

Funciona bem até mais ou menos a metade do filme. Depois vai se tornando cansativo, justamente porque o espectador vai assistindo o mesmo despertar pela manhã, as mesmas situações. É algo que também aconteceu no filme original, o "Feitiço do Tempo". Tem que ter um pouco de paciência para ir acompanhando, sempre prestando atenção nas pequenas variações que vão acontecendo de um dia para o outro. O elenco é todo formado por jovens desconhecidos do grande público, o que é até esperado nesse tipo de filme de terror teen. Esse também é o primeiro sucesso (sim, o filme teve boa bilheteria) do jovem cineasta Christopher Landon. Ela já havia dirigido antes apenas dois filmes mais ou menos conhecido do público que curte filmes de terror. O primeiro foi "Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal" (mais um dessa série popular de filmes que a cada ano vai tendo piores bilheterias) e "Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi" (uma bobagem trash). Então é basicamente isso. Está a fim de ver um filme de terror que copia a ideia de "O Feitiço do Tempo"? Então essa é a dica que deixamos para você.

A Morte te dá Parabéns! (Happy Death Day, Estados Unidos, 2017) Direção: Christopher Landon / Roteiro: Scott Lobdell / Elenco: Jessica Rothe, Israel Broussard, Ruby Modine / Sinopse: Uma jovem universitária acorda todos os dias revivendo as mesmas experiências. Ela está presa em um círculo vicioso temporal, em um dia básico onde ao final da noite ela sempre é morta por um psicopata violento. Agora ela tentará sair disso, mudando o rumo dos acontecimentos.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de março de 2019

Michael Jackson: Leaving Neverland

Em resumo eu poderia dizer que esse documentário sobre Michael Jackson é simplesmente devastador para a imagem do cantor. Qualquer pessoa que tenha vivido os anos de glória de Michael sabe que ele foi um dos grandes ídolos da música, principalmente nos anos 80. Também sabe que ele foi acusado de pedofilia por garotos que eram levados para Neverland, seu rancho escondido na Califórnia. Ele foi processado e conseguiu se safar. Morreu em liberdade. Agora mais duas denúncias, vindas de dois homens que na infância teriam sido abusados sexualmente por Michael, sendo que um deles tinha apenas sete anos de idade quando tudo aconteceu!

O documentário tem quatro horas de duração e foi dividido em duas partes pela HBO. Posso dizer que os depoimentos são absurdamente críveis, cheios de detalhes sórdidos, o que os tornam até mesmo complicados de rebater. Digo com convicção que se esses dois tivessem falado  a verdade no tribunal naquela época em que Michael Jackson foi julgado ele teria morrido na cadeia. Claro, um deles ajudou Michael, mentindo em juízo, perante uma autoridade judiciária, mas isso é também explicado em sua longa admissão de culpa. De minha parte tomei tudo como verdade mesmo. Durante anos até acreditei (fazendo um pouco de força) que Michael fosse inocente, que ele era apenas um adulto bobo que queria se comportar como uma criança. Hoje em dia já não penso mais dessa forma. O conteúdo desse documentário é tão forte e convincente que vai ser muito difícil você acreditar na inocência do cantor depois de assisti-lo.

Para ficar ao lado de Michael Jackson depois de ver esse documentário vai ser preciso muito fanatismo por parte de seus fãs, quase um exercício de fé cega. Como não me enquadro de jeito nenhum nesse tipo de comportamento posso dizer que o Michael que sai das cenas de "Leaving Neverland" é de fato um monstro, um ser humano desprezível, mentiroso, manipulador, abusador de crianças e canalha. Um homem que deveria ter sido preso para passar o resto de seus dias na cadeia, pagando por seus crimes inomináveis. A reação do público em geral já começou. Muitas rádios baniram Michael de sua programação, pessoas jogaram fora seus discos e outros grupos de defesa dos direitos da criança já se manifestaram. Veio tarde esse tipo de reação, mas é sempre bem-vinda. A mancha em sua reputação é algo que, em minha opinião, já se tornou irreversível.

Leaving Neverland (Estados Unidos, 2019) Direção: Dan Reed / Roteiro: Dan Reed / Elenco:  Wade Robson, James Safechuck / Sinopse: O filme traz o depoimento de dois homens que quando crianças foram abusados sexualmente pelo cantor Michael Jackson. Além deles seus familiares e pessoas próximas contam tudo o que viveram ao lado do artista, que segundo seus relatos era um pedófilo criminoso contumaz.

Pablo Aluísio.

O Casamento do Meu Melhor Amigo

Título no Brasil: O Casamento do Meu Melhor Amigo
Título Original: My Best Friend's Wedding
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Pictures
Direção: P.J. Hogan
Roteiro: Ronald Bass
Elenco: Julia Roberts, Dermot Mulroney, Cameron Diaz, Rupert Everett, M. Emmet Walsh, Philip Bosco
  
Sinopse:
Julianne Potter (Julia Roberts) é uma bem sucedida crítica de culinária. Sua vida vai muito bem, principalmente no aspecto profissional até que um convite a faz desmoronar emocionalmente. Seu melhor amigo quer que ela se torne sua madrinha de casamento. O problema é que Julianne o ama há anos, mesmo sem nunca ter se declarado para ele. E agora, como vai conseguir lidar com essa delicada situação?

Comentários:
Julia Roberts sempre teve muito poder e influência em Hollywood. Uma prova disso aconteceu justamente nesse filme. No geral é uma comédia romântica das mais banais, com roteiro sem novidades que aposta naquele velho problema envolvendo amizades que escondem um grande amor. Pois bem, mesmo tendo em mãos uma fita tão esquecível e descartável, Roberts conseguiu arrancar uma indicação ao Oscar para o filme (na categoria de Melhor Música - James Newton Howard). E o que dizer de uma imerecida indicação ao Globo de Ouro? Claro que algo assim iria impulsionar a bilheteria do filme pois o Oscar não é nada mais do que uma grande vitrine promocional para qualquer filme. Em razão disso Julia Roberts teve com esse romance uma das maiores bilheterias de sua carreira. Na época inclusive muitos esperavam uma indicação de Melhor Ator Coadjuvante para Rupert Everett. Ele realmente está ótimo na pele de um amigo homossexual de Roberts. Pena que não conseguiu. Enfim, temos aqui mais uma comédia romântica sobre casamentos, dirigido por um mestre no assunto, pois o cineasta  P.J. Hogan já havia se destacado antes com um filme bem parecido, "O Casamento de Muriel". Pelo visto em se tratando de vestidos de noivas e buquês ele é praticamente um especialista.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Duas Rainhas

Alguns filmes já foram feitos no passado sobre o conturbado relacionamento político e pessoal entre essas duas rainhas. Elizabeth I (Margot Robbie) era a rainha da Inglaterra, protestante, incapaz de gerar um herdeiro. Nunca se casou, o que lhe valeu o título histórico de "A Rainha Virgem". Era considerada uma mulher fria, que soube conduzir bem o império britânico enquanto esteve no trono. Mary Stuart (Saoirse Ronan) era a rainha da Escócia. Após viver longos anos na França retornou para se sentar no trono escocês. Falava mais francês do que a língua do país. Causou mal estar e desconforto entre os nobres escoceses. Muitos a consideravam uma estrangeira. Também era católica, o que causava problemas com os protestantes da Escócia.

Mary tinha parentesco com Elizabeth. Elas eram primas. Mais importante do que isso, Mary era a primeira na linha de sucessão ao trono inglês caso algo acontecesse com Elizabeth. Isso acabava criando uma tensão entre as duas monarcas. O filme retrata esse aspecto, mas desde o começo foca muito mais em Mary Stuart e seus problemas na corte da Escócia, do que em Elizabeth e seu relacionamento com ela. Era um foco de tensão conviver com uma nobreza tão vil e traidora como aquela. Para piorar ainda mais esse quadro, Mary teve um filho que também estaria na linha de sucessão do trono inglês. Ao mesmo tempo Elizabeth não conseguia gerar herdeiros para a dinastia Tudor ao qual pertencia (ela era filha de Ana Bolena e Henrique VIII).

O filme em si é bem interessante, conta sua história até mesmo de forma didática. As questões históricas são colocadas na mesa sem muita cerimônia. A produção também é boa, mas nada espetacular, como se poderia esperar de um filme sobre duas rainhas poderosas. O único problema do roteiro é que ele precisou compilar em pouco mais de duas horas de filme uma história que durou mais de trinta anos. Para se ter uma ideia disso basta citar o exemplo de quando Mary Stuart finalmente cai nas mãos de Elizabeth. No filme parece que sua execução se deu em poucos dias. Na verdade durou 18 anos! Houve um longo julgamento (ignorado no filme) e depois se passou muitos anos até que ela fosse executada. Assim as coisas ficam meio atropeladas. Mesmo assim ainda é um bom filme. O conselho final porém para quem gostou da história em si é ir atrás de livros sobre as monarcas, onde aí sim o leitor poderá ter uma ideia muito mais ampla do que realmente aconteceu.

Duas Rainhas (Mary Queen of Scots, Inglaterra, Estados Unidos, 2018) Direção:  Josie Rourke / Roteiro: Beau Willimon, baseado no livro histórico "Queen of Scots: The True Life of Mary Stuart" / Elenco: Saoirse Ronan, Margot Robbie, Jack Lowden, Andrew Rothney / Sinopse: O filme conta a história do complicado relacionamento político e pessoal entre as rainhas Mary Stuart da Escócia (Saoirse Ronan) e Elizabeth I da Inglaterra (Margot Robbie). Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Maquiagem e Melhor Figurino. Também indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Margot Robbie), Melhor Maquiagem e Melhor Figurino.

Pablo Aluísio.

O Chamado

Título no Brasil: O Chamado
Título Original: The Ring
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Ehren Kruger
Elenco: Naomi Watts, Martin Henderson, Brian Cox, Jane Alexander, Lindsay Frost, Amber Tamblyn
  
Sinopse:
Depois da morte misteriosa de sua sobrinha a jornalista Rachel Keller (Naomi Watts) resolve investigar o que de fato teria acontecido. Ela descobre que inúmeras mortes sem solução parecem ter algo em comum: o contato das vítimas com uma suposta fita, mostrando um filme perturbador, com cenas estranhas, de origem desconhecida. Por mais bizarro que possa parecer todos os que morreram assistiram essa fita sete dias antes. Agora ela terá que correr contra o tempo pois seu filho também assistiu ao filme amaldiçoado. Filme premiado no Fangoria Chainsaw Awards.

Comentários:
Esse filme deu origem a uma longa franquia de filmes de terror. O último a ser lançado foi "Os Chamados" ou "O Chamado 3", filme dirigido por F. Javier Gutiérrez. Assim "The Ring" virou uma marca de sucesso nos cinemas entre os fãs de terror. Diante dessa linhagem cinematográfica se tornou uma boa ideia rever o filme original americano. Na realidade o primeiro "O Chamado" de 2002 era o remake feito nos Estados Unidos de um filme japonês chamado "Ring: O Chamado" de 1998. Todos se baseando no livro de terror escrito por Kôji Suzuki. É interessante que dentro da cultura japonesa há uma forte e frequente referência aos espíritos dos antepassados. Por essa razão também é farto o mercado de livros e filmes explorando a figura de assombrações e entidades fantasmagóricas semelhantes. O grande atrativo desse enredo vem da presença da garota Samara, morta brutalmente e jogada sem piedade dentro de um poço abandonado. Costuma-se dizer em Hollywood que todo grande filmes de terror tem sempre um personagem assustador e marcante por trás de tudo.

No caso de "The Ring" a força de sua trama vem justamente dela, de Samara, com seus cabelos molhados e imagem sinistra. Como já se tornou uma presença constante dentro do universo pop aconselho aos que gostem desse filme passar por toda a franquia, a saber: os filmes japoneses "Ring: O Chamado", "Ringu 2" e "Ring 0 - O Chamado" e os americanos "O Chamado", "O Chamado 2" e "O Chamado 3". Como se pode ver Samara ainda daria muito trabalho nas telas de cinema por todo o mundo. Já sobre esse primeiro filme o que posso dizer é que ele sobreviveu bem ao tempo. Continua bem editado, bem produzido, com excelentes cenas de suspense e terror. Só ficou meio datado mesmo no que se refere às velhas fitas VHS. Hoje em dia, para os mais jovens, aquela coisa de videocassete vai soar muito antiga e fora de moda. Já para os saudosistas pode quem sabe até mesmo se tornar um charme nostálgico. De qualquer maneira o primeiro Chamado continua muito bom. Samara segue sendo assustadora em todas as suas aparições.

Pablo Aluísio.