sábado, 3 de novembro de 2018

Transformers: O Último Cavaleiro

Essa franquia parece ser uma daquelas séries cinematográficas sem fim. A cada dois ou três anos um novo filme entra em cartaz. É a tal coisa, enquanto houver bilheteria, os estúdios lançarão filmes com a marca registrada Transformers. O que me deixa intrigado é que tudo começou com uma linha de brinquedos bem desengonçados, lá nos anos 80. Depois virou desenho animado (dos ruins) e agora ganhou essa bem sucedida (comercialmente falando) série interminável de filmes.

Não há muitas novidades nessa nova pancadaria de robôs que viram carros, caminhões, etc. O diretor Michael Bay repete a mesma fórmula de antes. As cenas de ação são longas e muitas vezes confusas, mas nada que a garotada vá reclamar. De novo mesmo apenas a participação de um grande ator como Anthony Hopkins. Ficou meio constrangedor ver esse excelente mestre da atuação em algo tão vazio. Fora isso o roteiro tenta puxar alguns elementos da lenda do Rei Arthur e é só. O filme ficou longo demais também, com mais de duas horas e meia de duração. Não havia a menor necessidade disso, a não ser torrar ainda mais a paciência dos pais que levaram seus filhos aos cinemas em seu lançamento.

Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight, Estados Unidos, 2017) Direção: Michael Bay / Roteiro: Art Marcum, Matt Holloway / Elenco: Mark Wahlberg, Anthony Hopkins, Josh Duhamel / Sinopse: Robôs gigantes lutam entre si para colocarem as mãos em objetos que pertenceram à lendária tábula redonda, do Rei Arthur e seus cavaleiros medievais. Quem as tiver em mãos vencerá a guerra pela dominação do planeta Terra.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas

Foi um dos mais caros filmes franceses de todos os tempos, com orçamento próximo de 200 milhões de dólares - digno de uma grande produção americana. O diretor Luc Besson teve carta branca para adaptar esse famoso mundo dos quadrinhos para as telas de cinema. Sim, realizou um trabalho muito bonito de se ver, mas que nas bilheterias não trouxe retorno. Pois é, "Valerian" acabou se tornando um fracasso comercial. Não deixa de ser uma pena. Particularmente gostei do filme, de seu design de produção, de suas naves, de seus efeitos especiais. É um daqueles filmes que nos fazem lembrar imediatamente de "Star Wars" e essa associação tem uma razão de ser pois foram justamente os quadrinhos que inspiraram o diretor George Lucas a criar o universo de Luke Skywalker e cia. As semelhanças são muitas e o fã de "Guerra nas Estrelas" vai ficar bem surpreso.

A trama é pueril. Nos quadrinhos esse universo de Valerian foi longe com dezenas (diria mesmo centenas) de publicações desde o seu lançamento original. Assim Besson procurou sintetizar tudo em apenas um enredo que pelo menos funcionasse bem no cinema. Nesse aspecto foi bem sucedido. No final de tudo penso que esse filme ganhará o status que merece com o passar dos anos. Vai virar um cult movie da ficção europeia em breve, tenho plena certeza disso. Dias melhores virão.

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (Valerian and the City of a Thousand Planets, França, Bélgica, 2017) Direção: Luc Besson / Roteiro: Luc Besson, baseado nos quadrinhos "Valerian and Laureline", escrito por Pierre Christin e Jean-Claude Mézières / Elenco: Dane DeHaan, Cara Delevingne, Clive Owen / Sinopse: Em um futuro distante e indeterminado um casal de jovens militares tentam recuperar um artefato que pode colocar em risco a existência do universo.

Pablo Aluísio.

A Esposa

Esse filme foi rodado no ano passado, mas a atriz Glenn Close pediu aos produtores que o lançamento fosse adiado alguns meses porque ela ainda tem esperanças de ser indicada ao Oscar por esse trabalho. Penso que Close está muito bem em cena, aliás nunca assisti a nenhuma atuação dela, nem no cinema e nem em séries de TV, que deixasse a desejar. É uma atriz maravilhosa. Vai dar para tentar disputar o Oscar? Só o tempo dirá realmente. Torço por ela, claro, mas sem grandes expectativas. E do que se trata o filme? Ela é a esposa dedicada de um famoso escritor. Já estão na terceira idade, levando uma vida tranquila nos Estados Unidos quando são informados que o marido (em boa atuação de Jonathan Pryce) foi escolhido como o vencedor do prêmio Nobel de literatura daquele ano! Imaginem a alegria de vencer o mais cobiçado prêmio do mundo agora numa fase mais crepuscular da vida... não poderia haver nada melhor.

Só que a felicidade dura pouco. O casal guarda um terrível segredo que começa a ser desvendado por um escritor mais jovem (Slater) que vai escrever uma biografia sobre o premiado. Indo ao passado ele descobriu algo estarrecedor, o que o leva a crer que tudo foi escrito pela esposa e não pelo marido. Ela sempre foi muito mais talentosa do que ele. Só que sem chances no mercado literário decidiu dar a autoria dos livros para o esposo. Agora tudo pode vir a público e logo no momento em que ele ganha o Nobel. Um filme sofisticado, bem conduzido, com uma boa história para contar. Gostei de praticamente tudo. Como já escrevi não sei se terá chances no Oscar, mas isso no final das contas é um mero detalhe. Como cinema de qualidade o filme é irretocável.

A Esposa (The Wife, Estados Unidos, Suécia, 2017) Direção: Björn Runge / Roteiro: Jane Anderson, baseado no romance "The Wife", escrito por Meg Wolitzer / Elenco: Glenn Close, Jonathan Pryce, Christian Slater, Max Irons, Elizabeth McGovern / Sinopse: Escritor americano famoso e sua esposa vão até Estocolmo na Suécia para receber o cobiçado prêmio Nobel de literatura. Um escritor mais jovem porém vai descobrindo um comprometedor segredo envolvendo o casal e o verdadeiro autor das obras premiadas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Decisão de Risco

Filme bem interessante, ainda mais agora que está se pensando em usar drones de ataque contra a criminalidade no Brasil. O enredo gira justamente em torno disso, quando três terroristas são localizados pela inteligência inglesa. Eles estão em uma casa, onde o ataque por drones é iminente, só que bem na hora de apertar o botão surge uma garotinha vendendo frutas na esquina da casa. Ora, se o ataque for feito ela morrerá com certeza. O que fazer então? O roteiro então levanta diversas questões éticas envolvendo o ataque. A atriz Helen Mirren é a chefe da operação. Ela quer pegar aqueles terroristas pois está na cola deles há anos. Aaron Paul (ótimo ator, por sinal) é o jovem piloto do drone que se vê diante da dureza de seu trabalho, ao mesmo tempo que tenta levar uma vida normal fora do período em que ele, como militar, mata pessoas.

Por fim há Alan Rickman, em um de seus últimos trabalhos antes de falecer. Ele interpreta um general que precisa lidar com um monte de políticos vacilantes que ficam em cima do muro na hora de autorizar o ataque mortal. Filme muito bom, com roteiro acima da média, sempre apostando no clima de suspense e apreensão, algo que passa rapidamente para o espectador. Uma boa aula de como se fazer cinema com inteligência e precisão cirúrgica. Não deixe de assistir.

Decisão de Risco (Eye in the Sky, Inglaterra, Estados Unidos, 2015) Direção: Gavin Hood / Roteiro: Guy Hibbert / Elenco: Helen Mirren, Aaron Paul, Alan Rickman / Sinopse: Após encontrar três terroristas internacionais, uma equipe de ataque fica na dúvida entre entrar em ação, com a possível morte de uma garotinha inocente que está perto do lugar de ataque, ou cancelar tudo, deixando os terroristas escaparem mais uma vez.

Pablo Aluísio.

Annabelle 2: A Criação do Mal

De onde veio a maldição da boneca Annabelle? Como tudo começou? Bom, o roteiro desse filme tenta responder a essas perguntas. E os roteiristas escreveram uma estória bem bolada sobre o surgimento da boneca mais famosa do gênero terror atualmente. O espectador é levado de volta ao passado, aos anos 1950, onde encontramos uma família, um pai especialista em fabricar bonecas artesanais e uma adorável menina chamada... Annabelle. Por um desses trágicos destinos ela acaba morrendo, atropelada, ainda na infância. Seus pais ficam arrasados. Depois de muitos anos decidem transformar sua casa em um orfanato, numa forma de superar e ao mesmo tempo homenagear a filha falecida, só que as boas intenções acabam dando origem a estranhos acontecimentos sobrenaturais.

É um bom filme de terror. Sobre isso não precisa ter dúvida. Muitos vão pensar que é apenas mais um caça-níquel Made in Hollywood, mas não vá por esse caminho. Os produtores andam caprichando em todos os filmes que trazem essa marca  "The Conjuring" pois virou uma mina de ouro nas bilheterias. A Annabelle então nem se fala, pois é uma das personagens mais famosas desse universo. Haverá um terceiro filme sobre ela? É bem possível pois essa segunda parte fez sucesso de bilheteria.

Annabelle 2: A Criação do Mal (Annabelle: Creation, Estados Unidos, 2017) Direção: David F. Sandberg / Roteiro: Gary Dauberman / Elenco: Anthony LaPaglia, Samara Lee, Miranda Otto / Sinopse: O filme conta a estória do surgimento da boneca amaldiçoada Annabelle, desde as primeiras manifestações sobrenaturais, apontando para uma menina que morreu na infância, durante os anos 50.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Crown, o Magnífico

Título no Brasil: Crown, o Magnífico
Título Original: The Thomas Crown Affair
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Norman Jewison
Roteiro: Alan Trustman
Elenco: Steve McQueen, Faye Dunaway, Paul Burke

Sinopse:
Thomas Crown (Steve McQueen) é um milionário executivo do mundo financeiro que sob uma fachada de respeito e prestígio organiza bem planejados roubos a banco. A polícia não consegue unir pistas sólidas para chegar até ele, o que faz com que o inspetor resolva contratar os serviços de Vicki Anderson (Faye Dunaway), uma especialista em crimes desse tipo. Filme vencedor do Oscar na categoria Melhor Canção Original ("The Windmills of Your Mind"). Também vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.  

Comentários:
Steve McQueen se notabilizou em sua carreira ao interpretar homens de ação, sujeitos durões que colocavam a mão na massa sempre que fosse necessário. Nesse "The Thomas Crown Affair" houve uma mudança de paradigma nos personagens interpretados pelo ator. Aqui ele dá vida a um criminoso cerebral que organiza e planeja roubos a banco, mas não participa diretamente de sua execução. De forma muito inteligente move as peças de seu plano sem que ninguém chegue até ele diretamente ou saiba sobre sua verdadeira identidade, assim mesmo que alguém do seu grupo venha a cair ou ser preso jamais se conseguirá chegar até ele, o mentor de tudo. O filme também tem uma narrativa singular, com farto uso de multi-telas, mostrando todos os menores detalhes dos momentos mais importantes da trama. Esse tipo de estética foi muito popular entre o fim dos anos 1960 e começo da década de 1970. A sensação é muito completa, dando um panorama amplo para o espectador de tudo o que está acontecendo, mas que por outro lado também exigia um trabalho extra do diretor e sua equipe, o que contribui para que fosse gradualmente deixado de lado. Assim o filme de certa forma privilegia as tomadas mais impactantes, procurando captar todos os mínimos detalhes. Em termos de trilha sonora se encontra outro diferencial, com farto uso de jazz e canções mais sofisticadas, tudo para acompanhar a suposta finesse do personagem principal. Por fim e não menos importante, temos a tensão sexual entre Thomas Crown (Steve McQueen) e Vicki Anderson (Faye Dunaway) que o diretor Norman Jewison soube muito bem explorar, em especial na famosa cena do jogo de xadrez onde as conotações sexuais se tornam óbvias. Em suma, um momento diferente na carreira de Steve McQueen, que aqui demonstra que também poderia interpretar personagens sofisticados, finos e elegantes, sem o menor problema.

Pablo Aluísio.

Se o Marido Atender, Desligue

Título no Brasil: Se o Marido Atender, Desligue
Título Original: If a Man Answers
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Henry Levin
Roteiro: Richard Morris, Winifred Wolfe
Elenco: Sandra Dee, Bobby Darin, Cesar Romero, Micheline Presle

Sinopse:
Chantal Stacy (Sandra Dee) é uma rica socialite que acaba se casando com o fotógrafo pobretão Eugene Wright (Bobby Darin). Nos primeiros meses tudo acaba indo bem até o surgimento de um amigo invejoso que tenta separar os dois. Em desespero, Chantal procura conselhos com a mãe, mas a ajuda que recebe acaba piorando ainda mais a situação.

Comentários:
Uma comédia romântica típica dos anos 1960 com o casalzinho formado pela atriz Sandra Dee e pelo cantor Bobby Darin, que formavam par também fora das telas. Nesse período do cinema americano o produtor  Ross Hunter descobriu a força de bilheteria que representava o público feminino e resolveu investir cada vez mais nesse tipo de produção feito especialmente para elas. A fórmula deu tão certo que até hoje em dia filmes assim costumam ser extremamente populares, rendendo ótimas bilheterias todos os anos. Super colorido, ensolarado, o filme mantém seu charme nostálgico. No elenco uma surpresa: Cesar Romero acabou roubando o show e recebeu até mesmo uma indicação ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator Coadjuvante (além dessa o filme ainda foi indicado para Melhor Comédia - Musical). Obviamente que hoje em dia vai soar um pouco datado, mas no geral ainda se torna interessante para cinéfilos em geral por ser um exemplo perfeito desse gênero no cinema da época.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Dominado Pelo Crime

Título no Brasil: Dominado Pelo Crime
Título Original: Six Bridges to Cross
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joseph Pevney
Roteiro: SydTony Curtis, ney Boehm, Joseph F. Dinneen
Elenco: Tony Curtis, George Nader, Julie Adams, Sal Mineo, Jay C. Flippen, Jan Merlin

Sinopse:
A história emocionante de uma amizade ao longo da vida entre um policial novato de Boston e um jovem delinquente das ruas. Roteiro baseado em fatos reais, tirados das crônicas policiais daquela época bem violenta.

Comentários:
O Tony Cyrtis costumava dizer que o cinema o salvou do mundo do crime. Como jovem pobre de um bairro de Nova Iorque ele muito provavelmente teria se tornado um criminoso como muitos de seus amigos de infância e juventude. Esse filme aqui retrata esse lado da criminalidade atingindo os mais jovens. O elenco é bem interessante. Além de Tony Curtis há dois nomes da "turminha de James Dean" em Hollywood. A atriz Julie Adams (que trabalhou ao lado de Dean em "Vidas Amargas") e Sal Mineo (que atuou ao lado do lendário rebelde em "Juventude Transviada". Por ironia do destino Sal Mineo seria assassinado em um crime de ódio algumas décadas depois. A vida imita a arte? No caso aqui parece que sim.

Pablo Aluísio.