segunda-feira, 21 de agosto de 2017
A Marca do Zorro
Título Original: Zorro
Ano de Produção: 1975
País: França, Itália
Estúdio: Les Productions Artistes Associés
Direção: Duccio Tessari
Roteiro: Giorgio Arlorio
Elenco: Alain Delon, Stanley Baker, Ottavia Piccolo
Sinopse:
Don Diego (Alain Delon) chega em uma nova província espanhola na Califórnia. O lugar está sob poder do tirano e corrupto Coronel Huerta. Para despitar ele se mostra perante todos como um sujeito fraco e que não representa ameaça, mas durante as noites se transforma no Zorro, um justiceirot implacável contra os crimes do Coronel.
Comentários:
Que tal ver o famoso galã francês Alain Delon como o Zorro? Pois foi justamente isso que aconteceu em meados dos anos 70. Com uma produção muito boa, bem acima da média, os produtores franceses cobriram o mais popular ator do país com a capa e a máscara do Zorro. O resultado ficou muito bom. Para muitos fãs do Zorro aliás esse é certamente um dos melhores filmes feitos sobre o personagem. Embora tenha sido intitulado como "A Marca do Zorro" essa não é uma refilmagem do clássico com Tyrone Power e nem tampouco uma adaptação literal do livro original que deu ínicio a saga do famoso mascarado. Na verdade o filme traz uma história própria, muito bem escrita, mostrando o Zorro lutando contra a corrupção e a tirania de uma caudilho local. Como toda produção europeia desse estilo o filme tem um acentuada dose de bom humor, mas que não chega a atrapalhar. Como diversão o filme funciona excepcionalmente bem e passa longe de decepcionar os fãs de longa data do Zorro. Um filme que realmente fez jus a esse famoso personagem da cultura pop, com ótimas cenas de luta de espadas, mostrando que Delon era também um bem treinado espadachim. Enfim, "A Marca do Zorro" é diversão garantida para todas as idades.
Pablo Aluísio.
domingo, 20 de agosto de 2017
Drácula - Bram Stoker
O enredo é clássico. Jonathan Harker é um jovem, ainda começando em sua carreira, que decide acertar de todas as maneiras. Para isso ele geralmente é enviado para serviços que ninguém mais quer em seu escritório, como ir na distante Romênia acertar os detalhes de compra e venda de um imóvel com um conde misterioso e recluso. O que ele nem desconfia é que o nobre é na verdade um ser da noite, um vampiro que vive nas sombras em busca de sangue humano para continuar vivo. O detalhe importante aqui é que Stoker criou um novo monstro, uma mistura de referências históricas, folclore e terror de sua época. Drácula tem um pouco de Jack, o Estripador, da condessa Elizabeth Báthory e de lendas do leste europeu envolvendo corpos sendo desenterrados com sangue escorrendo por suas bocas. Um toque de mestre que tornou sua criação imortal.
Como já escrevi o livro Drácula é muito sensual. Veja essa passagem escrita por Stoker onde ele recria o diário pessoal do personagem Harker. Após ser atacado por três vampiras em uma parte antiga do castelo de Drácula ele escreve: "Eu podia sentir o toque macio de dois dentes afiados, com tremores dos lábios, na pele muito sensível da minha garganta. Eu fechei meus olhos e num êxtase sensual esperei e esperei, com o meu coração batendo". É a descrição de um ataque de uma vampira mas também poderia servir para descrever o encontro de dois amantes no meio da noite. Nesse momento do livro Stoker demonstra que o horror pode ser tão sensual como uma cena de amor. O suspense não provém da picada do dente do vampiro mas sim de sua aproximação e da ansiedade que isso causa no personagem.
Outro ponto interessante do texto de Stoker é que ele nunca poupa o leitor das cenas mais fortes, repletas de sangue. Isso ia de certa forma contra o bom gosto da era vitoriana, onde tudo era muito pudico, recatado e casto. Tornar algo assim tão explícito e visceral era algo completamente novo na literatura. Ele descreve tudo com riqueza de detalhes, inclusive no momento em que Lucy vai se transformando também em uma vampira: "Ela se contorcia dentro do caixão. Um grito de gelar o sangue veio então de seus lábios vermelhos abertos. O corpo tremia e tremia em selvagens contorções. Seus dentes agora afiados cortavam a carne de seus lábios. Sua boca surgia com uma espuma de carmesim". Como se pode perceber nenhum detalhe é deixado de lado.
Outro aspecto interessante do livro é que Stoker faz questão de desenvolver muito bem suas personagens femininas. Mina Murray é um exemplo perfeito disso. Ela tem força e personalidade marcante e sua presença é vital no desenvolvimento da trama. Ela não está lá apenas para ser atacada pelo conde, muito pelo contrário. Stoker lhe dá voz, atitudes e a coloca no centro de tudo, de forma privilegiada. Também é retratada como uma mulher inteligente e com muita desenvoltura se torna uma das principais narradoras dos acontecimentos.
De muitas maneiras Mina é a verdadeira heroína do enredo. Ela tem plena consciência que seus registros serão importantes e por isso compartilha todas as informações que pode sobre Drácula. O vampiro é praticamente seu objeto de estudo. Quando ela é mordida e começa a se tornar uma vampira seus textos se tornam uma valiosa contribuição para os que começam a caçar a criatura da noite. Essas informações se tornam valiosas pois permitem aos caçadores do vampiro anteceder seus movimentos, quando finalmente o encurralam no momento mais crucial do livro.
Nesse aspecto Mina é um belo contraste com sua amiga Lucy, que se caracteriza por sua falibilidade. Mina luta, combate, enquanto Lucy é a típica personagem feminina que está ali para ser atacada pelo vampiro. Lucy é o símbolo de uma vítima indefesa, a donzela em perigo, tão típica dos romances da era vitoriana. Mina é a nova mulher, ciente de si e de seu potencial, Lucy é a mocinha que cai nas garras do monstro cruel.
Assim Bram Stoker conseguiu trazer inovações em seu romance Drácula ao mesmo tempo em que mantinha um padrão que não assustasse demais seus leitores. Foi inovador e conservador com raro brilhantismo. O escritor nunca quis dar continuidade para seu livro, que para ele era uma obra pronta e acabada, bem fechada em seus objetivos. O que ele não anteviu é que na realidade havia criado toda uma nova mitologia de terror, todo um universo que iria se expandir infinitamente nos anos que viriam. Seu texto é muito rico porque consegue atrair tanto os leitores modernos de hoje, como seus contemporâneos quando o livro foi lançado. Por sua qualidades intemporais e atemporais, Drácula vai permanecer pelos séculos que virão como um clássico do horror eterno.
Pablo Aluísio.
Tex
De fato o personagem foi criado pela dupla formada por Giovanni Luigi Bonelli e Aurelio Gallepini. Eles aproveitaram a moda dos chamados filmes italianos de western (Western Spaghetti) e lançaram as estórias do Tex nas bancas, em revistas em branco e preto, com enredos simples e uma arte realmente caprichada. O sucesso na Itália fez com que os quadrinhos fossem publicados em outros países, inclusive o Brasil, onde fez sucesso imediato. O preço promocional (atualmente uma revistinha custa menos de 10 reais) também ajudou no êxito de vendas.
No Brasil também tivemos o sucesso dos chamados bolsos de livros (bolsilivros) que tinham praticamente o mesmo preço de capa dos quadrinhos de Tex, mas ao contrário desse, não era baseado na nona arte, mas sim em pura literatura, em um tipo de publicação que foi também muito popular no Brasil. Hoje em dia o jovem fã de faroestes pode-se perguntar se valeria a pena começar a ler Tex, já que suas publicações estão mais do que avançadas (afinal já foram lançadas mais de 500 edições só no Brasil). Não há problemas. As estórias de Tex não seguem uma cronologia fixa e geralmente seus arcos narrativos são fechados, sem a preocupação da continuidade (que atinge praticamente todos os super-heróis da DC e Marvel).
Há recentes publicações no Brasil de bonitos encadernados, com enredos compilados, facilitando bastante a vida dos que desejam acompanhar as aventuras do ranger dos quadrinhos. Esses encadernados são obviamente bem mais caros do que as tradicionais revistas mensais, porém valem a pena pela praticidade e também pela beleza pois ficam extremamente bonitos dentro de uma coleção de quadrinhos. Assim deixamos a dica para você também começar a acompanhar Tex e suas histórias, uma tradição que se mantém e firme e forte, apesar de todos esses anos passados.
Pablo Aluísio.
Ed Gein
Ed Gein foi criado numa fazenda isolada na pequena cidade onde ele nasceu. Meio-oeste americano, lugar de gente desconfiada e arredia. Sua mãe era uma fanática religiosa. Sempre colocando o jovem Ed embaixo de suas asas, falando de forma ininterrupta sobre pecado, culpa e inferno.
Quando ela morreu, alguns anos depois, Ed Gein ficou completamente sozinho no mundo. Ele já aparentava ter sinais de doença mental, porém enquanto a mãe era viva ele se mantinha na linha. Após a morte dele não houve mais limites ou barreiras. Ele então começou a apresentar atitudes de gente maluca. Desenterrava corpos de mulheres no cemitério local, durante as madrugadas, e levava para casa, para sua coleção de pedaços de corpos humanos. Gein passava dias desmembrando esses corpos, arrancando pedaços para usar numa espécie de artesanato da morte!
Sem distinguir entre realidade e loucura ele logo começou a matar. Matou uma senhora que trabalhava em um pequeno comércio de sua cidade. A esquartejou e depois a pendurou como se fosse uma carcaça de gado em um frigorífico. A sua fama de louco atroz aconteceu quando a política chegou em sua fazenda e encontrou um show de horrores. Abajures feitos de pele humana, corpos em pedaços por todas as partes, rostos de suas vítimas costurados como se fossem uma máscara e utensílios de uso doméstico que eram na verdade crânios de suas vítimas. Ed Gein foi levado e ficou preso até o fim de seus dias. E deixou um legado de horror que foi depois capturado pela cultura do cinema, da literatura e dos livros de pulp fiction.
Pablo Aluísio.
sábado, 19 de agosto de 2017
O Cinema de Steven Spielberg
Com roteiro escrito por Richard Matheson e um bom elenco que contava com os atores Dennis Weaver, Jacqueline Scott e Eddie Firestone, a trama de "Encurralado" (Duel, 1971) não parecia grande coisa. Um técnico em computação que de repente se via em uma situação limite ao ser perseguido por um enorme caminhão pelas estradas. Basicamente tudo se resumia em ser um thriller de ação. Para Spielberg porém esse enredo trazia muitas possibilidades, principalmente em usar takes e enquadramentos fora do comum. Assim ele foi para a estrada com sua equipe técnica e realizou um ótimo filme - sem exagero algum! É a tal coisa, se Spielberg queria chamar a atenção com seu primeiro filme, ele conseguiu. A crítica adorou, a tal ponto que Spielberg conseguiu uma indicação ao prêmio de Melhor Telefilme do ano no conceituado Globo de Ouro. Era uma estreia acima da média. Chegou inclusive a ser exibido nos cinemas brasileiros na época.
Depois desse primeiro telefilme Steven Spielberg tinha planos de tentar algo no cinema, finalmente, mas enquanto um bom roteiro não chegava em suas mãos ele aceitou o convite para dirigir "A Força Do Mal", outra produção a ser exibida na televisão. Era um filme de terror, usando elementos mais tradicionais, mostrando um jovem casal tendo que lidar com forças sobrenaturais na casa para onde se mudaram. Ecos de Poltergeist se viam em todo o desenrolar da história, mas obviamente era uma produção bem mais modesta, com pouca semelhança do famoso filme de terror que iria ser produzido pelo próprio Spielberg dez anos depois.
Ainda houve mais um telefilme no ano seguinte chamado "Savage". Esse último telefilme de Spielberg já tinha traços maiores de inovação. A trama era baseada na estória de um repórter investigativo que descobria a existência de fotos comprometedoras de um juiz que acabara de ser indicado para a suprema corte do país. No elenco estava o grande ator Martin Landau, em mais um boa interpretação. Foi uma boa experiência, mas Spielberg queria deixar o espaço reduzido da TV, para dirigir seu primeiro filme no cinema. Algo que em breve iria finalmente acontecer.
Pablo Aluísio.
Al Pacino e Michelle Pfeiffer
Ele esperava que o terceiro filme dessa franquia marcasse a história do cinema como os dois filmes anteriores. Só que isso não aconteceu. O filme também foi menosprezado pela Academia. Quem estava esperando uma chuva de premiações no Oscar ficou realmente a ver navios. Nada aconteceu como era previsto.
Por isso o ator decidiu por um filme bem leve depois da experiência de fazer "O Poderoso Chefão III". A nova produção se chamava "Frankie & Johnny" e era sobre um romance envolvendo um cozinheiro e uma garçonete de uma lanchonete daquelas bem populares nos Estados Unidos. Gente comum retratada no cinema.
Para contracenar ao seu lado o estúdio contratou a linda Michelle Pfeiffer. Todos ainda tinham na cabeça sua performance como a Mulher-Gato, lançado nesse mesmo ano. O sucesso do filme do Batman, acabou, quem diria, levantando e muito a bilheteria desse filme despretensioso, um mero romance sobre duas pessoas do dia a dia. Pacino ficou duplamente feliz com o resultado do filme. E adorou trabalhar novamente ao lado de Michelle Pfeiffer. Afinal eles já tinham feito uma ótima parceria no começo dos anos 80 no filme "Scarface" de Brian De Palma.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
Nicole Kidman - Primeiros Filmes
Terror a Bordo (1989)
O primeiro filme com Nicole Kidman a ter sucesso internacional foi essa produção australiana chamada "Terror a Bordo". Era um suspense dirigido pelo cineasta veterano Phillip Noyce. O roteiro contava a estória de suspense e terror passada em um veleiro, no meio do oceano. O filme chamou a atenção da crítica internacional, ganhou status de cult movie e abriu as portas de Hollywood para a atriz.
Dias de Trovão (1990)
O primeiro filme de repercussão internacional que a atriz participou foi esse "Dias de Trovão". Foi a primeira grande produção da carreira da atriz que contracenava com o astro e ídolo Tom Cruise. O romance dos personagens acabou passando para fora das telas e Nicole e Cruise começaram a namorar, em um dos romances mais badalados dos anos 90. Romance esse que iria virar casamento que infelizmente não iria terminar muito bem, anos depois. "Dias de Trovão" foi dirigido por Tony Scott que em suas próprias palavras quis realizar um "Ases Indomáveis com carros de corrida"
Flertando - Aprendendo a Viver (1990)
Depois do blockbuster "Dias de Trovão", ao lado do namorado Tom Cruise, Nicole resolveu alisar seus cabelos que chamavam a atenção por causa de seus longos cachos ondulados, para atuar nesse pequeno filme independente chamado "Flirting", dirigido por John Duigan. O filme se passava todo em um ambiente escolar nada saudável. A produção australiana foi premiada em seu país, pelo Australian Film Institute, ganhando uma boa receptividade por parte da crítica internacional de um modo em geral.
Billy Bathgate: O Mundo a Seus Pés (1991)
Filme passado na era dos grandes gangsters americanos. Nicole Kidman interpretou uma personagem chamada Drew Preston, em um papel não muito significativo. Foi complicado para a atriz se sobressair em um elenco com tantos astros como Dustin Hoffman e Bruce Willis. Dirigido pelo cineasta Robert Benton, o filme não conseguiu fazer sucesso, ficando no meio do caminho. Com orçamento milionário o filme foi mal nas bilheterias. Uma das poucas coisas boas, segundo a crítica da época de lançamento da produção, era justamente a presença de Kidman, que com figurino de época ficou ainda mais bonita e glamorosa.
Pablo Aluísio.
Tobe Hooper
O primeiro grande sucesso de sua filmografia foi "O Massacre de Serra Elétrica" de 1974. Como se diz hoje em dia esse é um filme terror de raiz! O diretor aproveitou um caso real (acredite, o roteiro é baseado em acontecimentos reais ocorridos no Texas) e criou essa sangrenta fita, onde psicopatas cruéis matavam suas vítimas com requintes de crueldade. O filme, feito com orçamento mínimo, se tornou um cult movie e colocou Hooper no radar dos fãs de horror. Depois disso o diretor começou uma fase áurea, tudo culminando com o sucesso de "Poltergeist" de 1982. O diretor foi escolhido a dedo por Steven Spielberg, que produziu a fita. Nas palavras de Spielberg ninguém mais poderia dirigir aquela história tão bem como Hooper.
Na década de 80 Hooper colecionou filmes mais do que interessantes. Produções B de terror que com o tempo se tornaram pequenas obras primas do gênero. Em "Pague Para Entrar, Reze Para Sair" o diretor usou um parque de diversões, esse lugar tão infantojuvenil, para explorar o máximo em termos de sangues e tripas. Já em "Força Sinistra" Hooper levou o terror para o espaço. Misturando filmes de terror com Sci-Fi ele criou uma espécie de alienígena que sugava a força vital dos seres que encontrava pela frente. Um tipo de "vampiros espaciais" como bem definiu Hooper. Nem é preciso dizer que a fita caiu no gosto dos fãs de filmes trash (mas aqui feitos com bons orçamentos).
Hooper repetiu a dose em "Invasores de Marte", mais um filme que misturava os dois gêneros mais populares entre os adolescentes dos anos 80. Essa aliás era uma característica interessante da obra do diretor. Ele sempre procurava misturar o gênero terror com outros gêneros cinematográficos. Assim levou humor ao horror em "O Massacre da Serra Elétrica 2", onde no meio da matança desenvolveu momentos de puro humor negro como poucas vezes visto no cinema da época. O diretor também trabalhou na TV, em séries como "Histórias Maravilhosas" ao lado de Spielberg novamente. O diretor continuava na ativa, intercalando seus trabalhos de direção com produção, sempre no estilo que o consagrou: o terror. Para quem levou sustos no cinema com suas obras (ora divertidas, ora assustadoras) fica assim a sensação de vazio de um mestre que nos deixou. Descanse em paz, Tobe Hooper.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
The Beach Boys: Uma História de Sucesso
John Cusack dá vida a Brian Wilson já completamente destruído pela esquizofrenia. Ele passa a ser dominado por um médico que acaba se revelando mais maluco do que ele. Um sujeito que o explora e o coloca sob um coquetel de drogas pesadas para tentar ficar com sua fortuna. Quem o salva da morte é uma ex-modelo, vendedora de carros, chamada Melinda Ledbetter (Elizabeth Banks). Wilson se apaixona por Melinda e ela tenta de todas as formas ajudá-lo a sair daquela prisão em que ele se encontra. O roteiro do filme se foca completamente em Brian Wilson, por isso se você estiver em busca de algo mais relacionado ao grupo The Beach Boys é melhor procurar por outro filme, algum documentário musical. Aqui só temos mesmo os dramas pessoais de Wilson, seus problemas de saúde, seus traumas, suas lutas contra o estigma da doença mental e outros dramas mais pesados. No final é um filme muito bom, mas também muito triste para quem nunca conheceu em maiores detalhes os problemas enfrentados por esse genial músico.
The Beach Boys: Uma História de Sucesso (Love & Mercy, Estados Unidos, 2014) Direção: Bill Pohlad / Roteiro: Oren Moverman, Michael A. Lerner / Elenco: John Cusack, Paul Dano, Elizabeth Banks, Paul Giamatti / Sinopse: O filme conta a história real do cantor e compositor Brian Wilson. Líder do famoso grupo de rock e surf music The Beach Boys. Ele acabou tendo que lutar contra a doença mental, no auge do sucesso, após ser diagnosticado como esquizofrênico e paranoico. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Paul Dano) e Melhor Música Original ("One Kind of Love" de Brian Wilson e Scott Montgomery Bennett).
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
Megan Leavey
Título Original: Megan Leavey
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: LD Entertainment
Direção: Gabriela Cowperthwaite
Roteiro: Pamela Gray, Annie Mumolo
Elenco: Kate Mara, Common, Ramon Rodriguez, Tom Felton, Will Patton, Bradley Whitford
Sinopse:
Cansada de sua vida banal e dos problemas familiares envolvendo sua mãe, a jovem Megan Leavey (Kate Mara) decide se alistar no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos. Após um período de treinamento pesado ela é enviada para o Iraque, onde passa a integrar um grupo especial designado para localizar bombas e explosivos, usando para isso cães especialmente treinados. Filme vencedor do Heartland Film Festival.
Comentários:
Filme especialmente indicado para quem curte filmes sobre os Marines americanos e criadores de cães treinados. O roteiro é baseado na história real da cabo Megan Leavey que foi remanejada para um esquadrão de localização de bombas com cães e acabou criando um vínculo muito forte com seu animal, um pastor alemão chamado Rex. Esses pastores pertencem na realidade aos fuzileiros navais americanos, mas os próprios oficiais aconselham aos soldados que esses criem fortes vínculos entre eles, até para ajudar no cumprimento das missões no meio do deserto. Megan acabou levando a determinação bem à sério, se tornando muito afeiçoada ao seu cão. Quando ambos são atingidos por uma bomba ela fica ainda mais próxima do animal. Pensando em deixar os marines ela tenta adotar Rex, mas bate de frente contra seus oficiais comandantes. Mesmo ferido o cão não poderia ser enviado para viver ao lado dela, numa vida civil. Um animal treinado para o campo de batalha poderia ser extremamente perigoso nas ruas. Assim o filme também levante esse curioso debate. Por fim um detalhe não menos importante: praticamente toda a equipe técnica é formada por mulheres, da diretora, passando pelas roteiristas, etc. O filme assim tem um fator subliminar de empoderamento das profissionais que trabalham no cinema.
Pablo Aluísio.
Norman
Na cara de pau mesmo, Norman o segue pelas ruas de Nova Iorque e depois consegue se aproximar do tal sujeito. Trocam cartões e mantém contatos. Para sua grande surpresa o tal político acaba se tornando primeiro ministro de Israel, o que acaba abrindo todas as portas para Norman, justamente por sua proximidade com o figurão. Só que com todo esse conhecimento tudo o que Norman acaba conseguindo é entrar numa tremenda enrascada! Pois é, esse personagem (mais um presente para Richard Gere em sua carreira) é uma espécie de herói picaresco (para usar um termo de nossa literatura), um homenzinho sem muita sorte que vai abrindo seu próprio espaço com artimanhas, jogadas de sorte (e também de inteligência), nem sempre se dando bem no final. A trilha sonora do filme reforça bem esse aspecto da personalidade do protagonista. Todas as vezes que ele vai entrando em uma nova enrascada lá está aquele trombone em tom de humor farsesco. É um filme realmente muito bom, valorizado por Richard Gere, ora com um olhar de bom malandro, ora como um inocente que não sabe bem onde está entrando. Divertido e até mesmo em certos aspectos lírico, esse "Norman" é um dos filmes mais surpreendentes desse ano.
Norman: Confie em Mim (The Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer, Estados Unidos, Israel, 2016) Direção: Joseph Cedar / Roteiro: Joseph Cedar / Elenco: Richard Gere, Michael Sheen, Steve Buscemi, Lior Ashkenazi / Sinopse: Norman Oppenheimer (Richard Gere) se autodenomina um consultor, um estrategista, embora ninguém saiba ao certo quem ele é ou o que faz da vida. Forçando aproximação com pessoas ricas e poderosas ele acaba conhecendo Micha Eshel (Lior Ashkenazi), um político sem muita importância que acaba se tornando primeiro ministro de Israel. Usando dessa proximidade Norman começa a tecer uma enorme teia de relações e contatos, dando origem a uma enorme confusão. Filme indicado ao Cleveland International Film Festival.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 15 de agosto de 2017
Rush - No Limite da Emoção
Apesar de não ser tão velho ainda me lembro de Niki Lauda nas pistas. Na época ele já trazia as marcas que deformaram seu rosto após um grave acidente (que inclusive é mostrado no filme). Já James Hunt realmente não cheguei a conhecer, pois ele, impulsivo e indisciplinado, já tinha deixado as corridas quando me dei conta da existência da Fórmula 1. Esse filme procura transitar justamente do choque entre esportistas tão diferentes entre si durante o campeonato de 1976. É um belo drama esportivo, muito bem conduzido, que vai no final das contas agradar aos fãs das corridas em geral bem como também ao sujeito que não liga muito para a F1 desde a morte de Senna, mas que ainda esteja disposto a assistir a um bom filme dramático. Embora Lauda seja o principal personagem do enredo quem acaba roubando a cena realmente é James Hunt, pois sua personalidade extrovertida e expansiva, termina por chamar mais a atenção do espectador. Assim deixamos a dica desse bom filme sobre esportes. Não importa se você anda cansado da Fórmula 1, no final vai gostar, não se preocupe em relação a isso.
Rush - No Limite da Emoção (Rush, Inglaterra, Alemanha, 2013) Estúdio: Imagine Entertainment / Direção: Ron Howard / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Daniel Brühl, Chris Hemsworth, Olivia Wilde / Sinopse: O filme conta a grande rivalidade surgida nas pistas de Fórmula 1 envolvendo os famosos pilotos James Hunt (Chris Hemsworth) e Niki Lauda (Daniel Brühl). Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Ator Coadjuvante (Daniel Brühl).
Pablo Aluísio.
Déjà Vu
Título Original: Deja Vu
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: Bill Marsilii, Terry Rossio
Elenco: Denzel Washington, Val Kilmer, Paula Patton, Jim Caviezel, Elle Fanning, Bruce Greenwood
Sinopse:
Uma balsa é explodida em um atentado terrorista em New Orleans. Mais de 500 pessoas são mortas, entre eles marinheiros e familiares. Para investigar o caso é enviado o agente Agente Especial Doug Carlin (Denzel Washington). Ele começa as investigações e descobre que há um meio de voltar ao passado, para reviver os acontecimentos e quem sabe mudá-los!
Comentários:
Esse filme é uma produção de Jerry Bruckheimer, então meio que você sabe tudo o que vai acontecer. Muitas explosões, muitas cenas de ação. Um verdadeiro Deja Vu! O diferencial é que essa fita foge um pouco do lugar comum ao investir em um roteiro mais diferenciado, com toques de ficção (puro Sci-fi!). Isso porque há um programa especial do governo que consegue ver o passado com nitidez. Chamado de "Branca de Neve" ele consegue recriar todos os acontecimentos envolvendo o ato terrorista. E vai além disso, se for bem manipulado! Particularmente gostei desse filme, mas devo dizer que com certas reservas. Nem sempre a ideia principal do roteiro funciona muito bem. Em alguns momentos inclusive achei tudo muito forçado, causando um certo cansaço. É aquele tipo de enredo que exige muita boa vontade do espectador para embarcar em suas propostas (que são bem complicadas de engolir em um primeiro momento). Tecnicamente porém tudo é muito bem realizado. O diretor Tony Scott (que se matou em 2012) era um especialista nesse tipo de blockbuster. Já o elenco traz além de um sempre competente Denzel Washington, outro astro carismático, Val Kilmer. Ele trabalhou ao lado de Scott em "Ases Indomáveis" e aqui repetiu a bem sucedida parceria. Então é isso, um filme que pode ser considerado até bom, isso se você conseguir abraçar todas as situações inusitadas criadas por esse roteiro diferente.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 14 de agosto de 2017
Pastoral Americana
Título Original: American Pastoral
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Lakeshore Entertainment
Direção: Ewan McGregor
Roteiro: John Romano
Elenco: Ewan McGregor, Jennifer Connelly, Dakota Fanning, Valorie Curry, Molly Parker, Rupert Evans
Sinopse:
Baseado no livro escrito por Philip Roth, o filme conta a história de um casal tradicional que nos anos 60 precisa enfrentar a radicalização política da própria filha. Ela se une a outros jovens, todos militantes de uma esquerda radical, para cometer atos de terrorismo, implantando bombas em estabelecimentos comerciais, levando inocentes à morte.
Comentários:
Esse é o primeiro filme dirigido pelo ator Ewan McGregor. Ele já havia feito uma experiência antes nesse sentido para a televisão, mas agora ele se arrisca pela primeira vez na direção de uma produção para o cinema. O resultado ficou muito bom, aliás iria além, diria que é mesmo surpreendente. O roteiro é muito interessante pois explora o perigo que existe quando uma jovem é doutrinada em ideias radicais de extrema esquerda. Durante os anos 60, a garota Merry Levov (Dakota Fanning) decide entrar em um grupo radical, que a pretexto de protestar contra a guerra do Vietnã, começa a promover atos de terrorismo, colocando bombas em lugares públicos. Os seus pais, Swede Levov (Ewan McGregor) e sua esposa Dawn (Jennifer Connelly), entram em desespero quando descobrem tudo... mas o que poderiam fazer? Pessoas queridas na comunidade, gente de bem, que de repente se vê cercada pelo FBI, dentro de sua própria casa, procurando por pistas da própria filha, agora uma terrorista caçada pela agência de investigação. Esse roteiro tem uma grande lição a passar. Em dias de polaridade política extrema em que vivemos ele demonstra os perigos do pensamento fundamentalista e da radicalização política. A jovem interpretada pela atriz Dakota Fanning, que sempre foi uma pessoa graciosa, de repente se transforma em um poço de ideias radicais, se voltando até mesmo contra seus próprios pais e a comunidade em que sempre viveu. Com isso acabou destruindo sua família. Toda a sua história é contada em flashback, quando um veterano decide ir a uma festa de reunião de antigos alunos da escola local e descobre o que aconteceu com um dos estudantes mais promissores da sua época, justamente o "sueco", interpretado por Ewan McGregor. Bom filme, valorizado por sua mensagem mais do que relevante nos dias atuais.
Pablo Aluísio.
Doce Lar
De maneira geral é uma simpática comédia romântica cujo roteiro se baseia nas diferenças regionais dos estados americanos. Reese Witherspoon, sulista de nascimento como sua personagem (a atriz nasceu em New Orleans, na Louisiana), encarna uma garota do Alabama que consegue dar a volta por cima na cidade grande, mas que precisa retornar ao seu "lar" no Alabama para "consertar" um pequeno problema em seu estado civil. Eu costumo dizer que Reese Witherspoon nem é tão carismática e passa longe de ser uma maravilhosa atriz, mas tem um talento e tanto para escolher os filmes certos a estrelar. Veja o caso desse aqui, uma comédia romântica até despretensiosa, de orçamento meramente mediano (custou pouco mais de 30 milhões de dólares, uma pechincha, tendo Reese como uma das produtoras) e que acabou faturando muito bem nas bilheterias americanas. A fotografia é bonita, os figurinos são de bom gosto e se no final ficamos com aquele sentimento de termos visto uma obra vazia, mas bonitinha. Tudo bem, valeu o tempo perdido. Já para os fãs da atriz o filme é uma indicação certeira pois a personagem do filme tem muito dela mesma.
Doce Lar (Sweet Home Alabama, Estados Unidos, 2002) Estúdio: Touchstone Pictures / Direção: Andy Tennant / Roteiro: Douglas J. Eboch, C. Jay Cox / Elenco: Reese Witherspoon, Patrick Dempsey, Josh Lucas, Candice Bergen / Sinopse: Garota do sul, que conseguiu vencer na cidade grande, precisa voltar para sua cidade natal para se acertar com seu ex-marido antes de se casar novamente. Filme indicado ao MTV Movie Awards e ao Teen Choice Awards na categoria de Melhor Atriz (Reese Witherspoon).
Pablo Aluísio.