Mais um título nacional extremamente equivocado. O filme não é propriamente a história de sucesso da banda Beach Boys, mas sim do drama pessoal enfrentado pelo cantor e compositor Brian Wilson após ser diagnosticado como esquizofrênico e paranoico. Líder e mentor intelectual de um dos grupos de rock de maior sucesso dos anos 60 ele viu tudo desmoronar por causa de seus problemas psiquiátricos. Wilson é interpretado no filme por dois atores, que seguem em linhas narrativas diferentes, uma no passado, durante o apogeu do grupo nos anos 60 e outra mais à frente, nos anos 80, com Wilson lutando contra sua doença mental, em um estado bem mais avançado. Nos anos 60 ele é bem interpretado por Paul Dano. Aqui Wilson já é o líder dos Beach Boys. Ele começa a apresentar um comportamento anormal, que começa a alarmar os demais membros do grupo. Depois surta dentro do estúdio tentando criar um álbum completamente fora dos padrões comerciais, tentando superar os Beatles, o maior rival nas paradas dos Beach Boys.
John Cusack dá vida a Brian Wilson já completamente destruído pela esquizofrenia. Ele passa a ser dominado por um médico que acaba se revelando mais maluco do que ele. Um sujeito que o explora e o coloca sob um coquetel de drogas pesadas para tentar ficar com sua fortuna. Quem o salva da morte é uma ex-modelo, vendedora de carros, chamada Melinda Ledbetter (Elizabeth Banks). Wilson se apaixona por Melinda e ela tenta de todas as formas ajudá-lo a sair daquela prisão em que ele se encontra. O roteiro do filme se foca completamente em Brian Wilson, por isso se você estiver em busca de algo mais relacionado ao grupo The Beach Boys é melhor procurar por outro filme, algum documentário musical. Aqui só temos mesmo os dramas pessoais de Wilson, seus problemas de saúde, seus traumas, suas lutas contra o estigma da doença mental e outros dramas mais pesados. No final é um filme muito bom, mas também muito triste para quem nunca conheceu em maiores detalhes os problemas enfrentados por esse genial músico.
The Beach Boys: Uma História de Sucesso (Love & Mercy, Estados Unidos, 2014) Direção: Bill Pohlad / Roteiro: Oren Moverman, Michael A. Lerner / Elenco: John Cusack, Paul Dano, Elizabeth Banks, Paul Giamatti / Sinopse: O filme conta a história real do cantor e compositor Brian Wilson. Líder do famoso grupo de rock e surf music The Beach Boys. Ele acabou tendo que lutar contra a doença mental, no auge do sucesso, após ser diagnosticado como esquizofrênico e paranoico. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Paul Dano) e Melhor Música Original ("One Kind of Love" de Brian Wilson e Scott Montgomery Bennett).
Pablo Aluísio.
Avaliação:
ResponderExcluirDireção: ★★★
Elenco: ★★★★
Produção: ★★★
Roteiro: ★★★★
Cotação Geral: ★★★★
Nota Geral: 8.0
Cotações:
★★★★★ Excelente
★★★★ Muito Bom
★★★ Bom
★★ Regular
★ Ruim
A escolha do John Cusack como um dos protagonistas não foi muito boa porque apesar de ser um ator com certos recursos dramáticos, infelizmente, também possui muitos cacoetes de interpretação nos lembrando o tempo todo que aquele não é o Brian Wilson e, como você já disse, esse não é filme estritamente sobre música, mas sim um drama isso pesa muito negativamente, pelo menos na minha opinião.
ResponderExcluirUma história do grupo Beach Boys, que foi o grupo mais erudito do rock dos anos "60, ao ponto de serem respeitados, e até imitados, pelos Beatles no seu auge, mereciam um destaque maior no quesito musica.
Comment: Elvis
ResponderExcluirVocê tocou em um ponto central que concordo plenamente. O Cusack nunca se torna muito convincente como o Brian Wilson. Eu consegui ver o Brian Wilson no Paul Dano, até porque eles ficaram bem parecidos fisicamente (com o Wilson dos anos 60, é bom salientar). Já o Cusack, apesar de ser grande ator, de fato não foi nada convincente..
ResponderExcluirExatamente. Concordo. O Paul Dano, até por eu não conhece-lo de muitos filmes como o Cusack, e pela grande semelhança física como o Brian, nos satisfaz plenamente.
ResponderExcluirNa verdade o drama deste filme, que na vida real foi até pior (doenças mentais são terríveis ´para os que convivem com o doente), me incomodam tanto que não tenho vontade de revê-lo.
No filme Ray o drama da cegueira dele na infância que causa a mesma repulsa a um bom filme. Sou meio fraco pra isso.
O Brian Wilson já tinha predisposição para a doença mental e aí foi usar LSD... pronto, enlouqueceu de vez! Drogas lisérgicas são catalisadoras de distúrbios psiquiátricos. Por isso muitos jamais voltaram dessas "viagens" psicodélicas dos anos 60...
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