quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O Aprendiz

Título no Brasil: O Aprendiz
Título Original: Apt Pupil
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, França
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Brandon Boyce
Elenco: Ian McKellen, Brad Renfro, Joshua Jackson, David Schwimmer
  
Sinopse:
Baseado em um livro escrito por Stephen king, o filme "O Aprendiz" mostra a história de Todd Bowden (Brad Renfro), um jovem adolescente comum que começa a se aproximar de seu vizinho, o sr. Kurt Dussander (Ian McKellen). Na aparência ele não passa de um velhinho simpático, curtindo a aposentadoria de seus últimos anos de vida. O que poucos sabem é que Kurt foi um oficial nazista da SS durante a II Guerra Mundial.

Comentários:
A premissa, como se pode notar em sua sinopse, é das mais interessantes. Além disso o filme é estrelado pelo ator Ian McKellen, que sempre achei excepcional em praticamente todos os filmes em que atuou. O roteiro explora, de certa forma, a inegável atração que até hoje a ideologia nazista desperta dentro da sociedade americana! O escritor Stephen King aqui quis fazer uma espécie de metáfora sobre o ressurgimento do neonazismo, principalmente entre os jovens. O resultado é muito bom, valorizado por um bem trabalhado suspense que vai crescendo conforme o filme vai chegando ao final. A cena em que o velho SS resolve usar mais uma vez seu uniforme nazista, dos tempos de guerra, com grande orgulho, praticamente bufando de prazer pessoal e auto estima, é um desses momentos que ficarão por muitos anos em sua mente de cinéfilo. Como eu costumo dizer, uma vez que você seja realmente doutrinado em uma ideologia política (seja ela nazista, socialista ou o que for) dificilmente haverá volta. Sua mente é condicionada para sempre e você, de forma fanatizada, acaba abraçando os fundamentos da ideologia como verdades absolutas. Assista ao filme e entenda esse aspecto que resiste aos anos, às derrotas e até mesmo à velhice. Uma vez doutrinado, você estará fisgado para sempre!

Pablo Aluísio.

Desejo Proibido

Título no Brasil: Desejo Proibido
Título Original: If These Walls Could Talk 2
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films,
Direção: Jane Anderson, Martha Coolidge
Roteiro: Jane Anderson, Sylvia Sichel
Elenco: Vanessa Redgrave, Sharon Stone, Ellen DeGeneres, Elizabeth Perkins, Michelle Williams, Paul Giamatti, Chloë Sevigny

Sinopse:
O filme mostra, através de 3 narrativas, os problemas enfrentados por mulheres lésbicas ao longo dos anos. Nos anos 60 Edith (Vanessa Redgrave) precisa lutar por seus direitos após a morte de sua amada. Elas viveram 50 anos juntas, mas a família da sua esposa não admite dar nenhum direito a ela por causa desse romance homossexual. Nos anos 70 a jovem feminista Linda (Michelle Williams) sofre perseguição na universidade por sua opção sexual. Por fim, nos anos 2000, Fran (Sharon Stone) e Kal (Ellen DeGeneres), lutam para terem seu próprio filho.

Comentários:
Um bom telefilme que foi lançado no Brasil no mercado de vídeo. O roteiro é bem interessante, mostrando três histórias diferentes, em três décadas diversas, envolvendo lésbicas, mulheres que sofreram todos os tipos de preconceitos por serem homossexuais. No primeiro episódio, passado na década de 1960, uma mulher vê sua companheira morrer. O problema é que a família dela a abomina, justamente por ser gay. Após viverem 50 anos juntas, como casal, tudo termina de forma abrupta! As coisas não melhoram nos anos 1970, quando alunas são perseguidas na universidade onde estudam por serem lésbicas. Por fim, numa história atual, a estrela Sharon Stone é uma lésbica que precisa lutar para ter um filho com sua esposa, por causa dos problemas jurídicos envolvendo o reconhecimento de maternidade envolvendo um casal de lésbicas. Embora tenha sido feito para a TV a cabo (o filme foi produzido pela HBO, no começo do canal), tudo é de muito bom gosto, com elenco bonito e bela produção. Curiosamente do elenco feminino apenas Ellen DeGeneres é assumidamente lésbica. Vale a pena conhecer, principalmente para o público LGBTS.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Os Vingadores

Título no Brasil: Os Vingadores
Título Original: The Avengers
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Jeremiah S. Chechik
Roteiro: Don MacPherson
Elenco: Ralph Fiennes, Uma Thurman, Sean Connery, Patrick Macnee
  
Sinopse:
John Steed (Ralph Fiennes) e Emma Peel (Uma Thurman) formam uma dupla de agentes secretos ingleses designados para investigar as misteriosas atividades do milionário excêntrico Sir August de Wynter (interpretado pelo ex-James Bond do cinema Sean Connery). Após algumas descobertas eles ficam sabendo que o vilão está planejando destruir o mundo, usando para isso uma incrível e moderna máquina que consegue mudar o clima e o tempo de diferentes partes do planeta Terra.

Comentários:
Antes de mais nada não vá confundir esse filme com a adaptação para o cinema dos super-heróis da Marvel. Esse aqui é baseado em uma série de TV inglesa criada pelo roteirista Sydney Newman que fez bastante sucesso em 1961, no ano em que foi exibida pela primeira vez. Esse roteirista ainda iria escrever outra série de sucesso, Dr. Who. Os personagens principais desse filme são agentes secretos ingleses (pegando clara e óbvia inspiração nos livros e filmes de James Bond) que enfrentam perigosos vilões que querem destruir o mundo. O agente secreto John Steed (Ralph Fiennes), por exemplo, usa um figurino dos mais conservadores, com direito a bengala e chapéu, mas que ao lado de seu visual de lorde inglês se esconde um hábil lutador e especialista nas típicas manobras de um verdadeiro espião. O que há mais a se elogiar nesse filme é a bonita direção de arte, com figurinos, reconstituição de época, cenários e produção do mais alto nível. O filme inclusive foi rodado nos mesmos estúdios onde os filmes de Bond foram feitos. A despeito disso e de contar com um ótimo elenco (com direito a Sean Connery em papel coadjuvante!) o fato é que o material original que deu origem a essa adaptação envelheceu demais, ficou fora de moda, ultrapassado. Assim não há muito o que apreciar, a não ser a nostálgica atmosfera vintage de uma época que já não existe mais.

Pablo Aluísio.

Pequenos Guerreiros

Título no Brasil: Pequenos Guerreiros
Título Original: Small Soldiers
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, DreamWorks
Direção: Joe Dante
Roteiro: Gavin Scott, Adam Rifkin
Elenco: Kirsten Dunst, Gregory Smith, David Cross
  
Sinopse:
Uma empresa de armas de última geração compra uma fábrica de brinquedos e decide criar uma linha inovadora de soldados guerreiros em miniatura. Também é criada uma linha de inimigos, os Gorgonóides. Quando uma caixa com os pequenos guerreiros é desviada da fábrica e eles conseguem fugir, inicia-se uma verdadeira guerra entre os brinquedos por toda a cidade. Filme premiado pelo Sitges - Catalonian International Film Festival e International Film Music Critics Award (IFMCA) na categoria de Melhor Trilha Sonora Original (Jerry Goldsmith).

Comentários:
O criativo diretor Joe Dante dirigiu nos anos 90 esse simpático filme produzido por Steven Spielberg. A premissa é das mais bem boladas. Imagine um grupo de soldados de brinquedos que ganham vida e partem para uma missão real, em nosso mundo! Claro que fica claro desde o começo que Dante está na verdade fazendo uma grande homenagem aos anos de infância de todos nós, ao adentrar a mente de uma criança brincando com seus bonecos de ação, ao mesmo tempo em que dá vida a todos eles. O filme, como não poderia deixar de ser ao trazer o selo Spielberg de qualidade, é muito bem feito, com ótimos efeitos digitais. Os tais pequenos guerreiros são estereótipos de personagens de filmes de ação, com cabelo militar, muitos músculos, charuto na boca e armamento pesado! Claro que o filme é direcionado aos garotos, na faixa entre oito a doze anos, quando ainda se faz presente a imaginação infantil nas brincadeiras de criança. Mesmo assim, se você já for um marmanjo, provavelmente também curtirá por causa do inegável sabor nostálgico que o filme traz. Os anos da infância voltarão, pelo menos por algumas horas! Assista e se divirta!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Por uma Vida Menos Ordinária

Título no Brasil: Por uma Vida Menos Ordinária
Título Original: A Life Less Ordinary
Ano de Produção: 1997
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Danny Boyle
Roteiro: John Hodge
Elenco: Cameron Diaz, Ewan McGregor, Holly Hunter, Stanley Tucci
  
Sinopse:
Após ser demitido, Robert Lewis (Ewan McGregor) decide sequestrar a filha de seu antigo patrão, a nada convencional Celine Naville (Cameron Diaz). Enquanto isso dois anjos são enviados para a Terra com a missão justamente de fazer com que Robert e Celine se apaixonem perdidamente, algo que diante das circunstâncias não será muito fácil! Filme premiado no MTV Movie Awards na categoria de Melhor Música ("Deadweight" de Beck).

Comentários:
No começo da carreira o ator Ewan McGregor fez uma bem sucedida parceria com o cineasta Danny Boyle. O visual moderninho - beirando o punk - de McGregor se mostrava bem de acordo com os roteiros sui generis dos filmes de Boyle. Com essa verniz de coisa nova, moderna, fora dos padrões, eles conseguiram chamar a atenção da crítica inglesa - e depois da americana - solidificando sua base de fãs entre os cinéfilos que curtiam esse tipo de cinema mais alternativo, indie. É a tal coisa, eu nunca fui muito admirador dos filmes de Danny Boyle, mesmo após todos esses anos e mesmo após ele virar, por décadas, um dos cineastas mais queridinhos da mídia. Por exemplo, eu sempre achei um absurdo completo a consagração do fraco "Quem Quer Ser um Milionário?" de Boyle no Oscar! Só com muito apoio da imprensa para que um filme tão convencional e chato como aquele conseguisse vencer todos os principais prêmios da Academia. O único filme que aprecio desse diretor é "Trainspotting - Sem Limites", que inclusive está para ganhar um remake oportunista! Então é isso, "A Life Less Ordinary" é uma obra bem mediana, indo para fraca. Como todo filme assinado por Danny Boyle esse também foi superestimado pela crítica. Hoje o tempo mostrou a realidade, pois tudo se mostra bem datado. O filme, quem diria, acabou se tornando ordinário.

Pablo Aluísio.

Fúria da Tempestade

Título no Brasil: Fúria da Tempestade
Título Original: The Tempest
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: NBC Studios
Direção: Jack Bender
Roteiro: James S. Henerson
Elenco: Peter Fonda, John Glover, Harold Perrineau, Katherine Heigl, John Pyper-Ferguson
  
Sinopse:
Estados Unidos. Sul. 1851. O fazendeiro Gideon Prosper (Peter Fonda) se vê traído por seu próprio irmão e resolve se esconder no meio das florestas perto de sua antiga fazenda. Ao seu lado segue sua amada filha. Tudo muda novamente quando os tambores da guerra começam a tocar. Uma grande guerra civil entre norte e sul se aproxima no horizonte. Muitos morrerão.

Comentários:
O dramaturgo William Shakespeare escreveu a peça "A Tempestade" em 1610. De lá para cá houve inúmeras, milhares de adaptações, tanto para os palcos, como também para o cinema. Essa versão que aqui temos foi feita para a TV, para ser exibida no canal NBC. Para sair um pouco do convencional o roteirista James S. Henerson resolver levar a estória original para os Estados Unidos, nas portas da guerra civil americana. Não foi a primeira vez que mudaram o contexto histórico original de uma obra de Shakespeare. Apesar de algumas críticas isso não atrapalhou o resultado. O filme chegou a arrancar até mesmo uma indicação ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator para Peter Fonda, isso apesar dele também ter sido criticado por ter atuado de forma apática. Enfim, no final das contas o fato é que qualquer adaptação de Shakespeare é sempre muito bem-vinda. Na pior das hipóteses essas versões servem pelo menos para ajudar a divulgar a obra desse autor imortal, abrindo uma porta de entrada para que os jovens procurem pelos textos originais do bardo.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Estrelas Além do Tempo

Esse filme resgata a história pouco conhecida de três mulheres negras que trabalharam na Agência Espacial Americana (NASA) durante a década de 1960. Como era de se esperar naqueles tempos de segregação racial, elas passaram por inúmeras dificuldades para serem reconhecidas. Muitas vezes confundidas com faxineiras ou empregadas que serviam o cafezinho, na verdade eram mulheres inteligentes, formadas em matemática, que realizavam cálculos para os lançamentos dos foguetes do programa espacial.O filme procura mostrar a vida delas, inclusive as dificuldades que tiveram que superar para estudar. Uma delas deseja entrar na melhor universidade de sua cidade, mas ela era exclusiva para brancos. O roteiro mostra como era a vida de uma mulher negra naquela época, inclusive explorando os pequenos detalhes do cotidiano que mostravam todo o preconceito racial que existia, como por exemplo, bebedouros, banheiros e assentos em ônibus apenas para negros, tudo separado dos brancos, naquela situação jurídica que perdurou por anos nos Estados Unidos. Um aspecto curioso é que isso não era amenizado nem dentro da própria NASA, onde supostamente só trabalhavam pessoas com alto QI.

Agora falemos um pouco sobre o filme em si. O elenco é dos melhores, contando não apenas com o trio principal (interpretado pelas talentosas atrizes Octavia Spencer, Janelle Monáe e Taraji P. Henson) como também com atores conhecidos como Kevin Costner. Ele interpreta o diretor da agência no setor de cálculos e lançamentos. Um sujeito estressado que precisa lidar com o fato de que os russos estavam ganhando a corrida espacial naquele momento histórico. Enquanto os soviéticos colocavam o primeiro homem no espaço (o cosmonauta Iuri Gagarin), os americanos mal conseguiam sair do chão com seus foguetes desengonçados. De forma em geral há dois aspectos que precisam ser criticados nesse filme. O primeiro é que a edição não é muito eficiente, resultando em uma duração excessiva, com problemas de ritmo, fazendo com que o filme fique um pouco monótono em certos momentos. Outros aspecto que depõe um pouco contra o roteiro é que ele, em muitas ocasiões, é excessivamente maniqueísta. Obviamente deve-se reconhecer a importância dessas mulheres negras, mas sem exageros. Há momentos em que o roteiro quer provar que elas, praticamente sozinhas, foram as responsáveis pelo lançamento dos foguetes. Não precisava exagerar tanto na dose. Mesmo assim, com esses probleminhas, ainda é um filme a se conferir, principalmente para conhecer mais a fundo a história dessas pioneiras desconhecidas do programa espacial.

Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures, Estados Unidos, 2016) Direção: Theodore Melfi / Roteiro: Allison Schroeder, Theodore Melfi / Elenco: Kevin Costner, Octavia Spencer, Kirsten Dunst, Jim Parsons, Janelle Monáe, Taraji P. Henson / Sinopse: Três mulheres negras norte-americanas precisam enfrentar todas as dificuldades para se tornarem bem sucedidas na NASA. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Octavia Spencer) e Melhor Roteiro Adaptado (Allison Schroeder e Theodore Melfi).

Pablo Aluísio.

O Matadouro

Título no Brasil: O Matadouro
Título Original: Abattoir
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Dark Web Productions
Direção: Darren Lynn Bousman
Roteiro: Christopher Monfette
Elenco: Jessica Lowndes, Dayton Callie, Joe Anderson, Lin Shaye, John McConnell, Michael Paré

Sinopse:
Após a trágica morte da irmã, que foi assassinada em um massacre envolvendo sua família, a jornalista Julia Talben (Jessica Lowndes) decide investigar. Ela descobre que a casa dela foi comprada por um homem misterioso. Mais estranho do que isso é saber que esse parece ser sempre a atitude do tal sujeito. Ele compra casas onde aconteceram crimes terríveis. O que poderia estar por trás desse comportamento fora do comum?

Comentários:
Esse filme foi baseado numa Graphic Novel. É um enredo bem esquisito, algo que o público vai descobrindo com o passar do filme. A jornalista que é a protagonista do filme começa a investigar a morte de sua irmã e descobre que há um pastor chamado Jebediah Crone (Dayton Callie) que sempre compra as casas onde assassinatos são cometidos. É curioso porque ele deveria estar morto há anos, mas parece dominar todas as pessoas de uma pequena cidade do interior. Ela então resolve ir até lá e vai desvendando algo bem bizarro, envolvendo até mesmo sacrifícios humanos de crianças ordenadas pelo tal pastor! O final joga todo o filme para uma situação de realismo fantástico, misturado com mistérios do sobrenatural. Como vai ficando claro desde o começo o tal pastor não tinha qualquer ligação com o divino, mas sim com o macabro. Ele é um falso profeta, um homem maligno com a mente desvirtuada. No geral é um filme que podemos qualificar como nada comum, nada banal, nem mesmo se formos comparar com outros filmes recentes de terror. É algo bem diferente, embora nem todos vão gostar pois é preciso comprar a ideia por trás de sua obscura trama. É um filme especialmente indicado para quem gosta de roteiros estranhos, bizarros e bem criativos. Afinal qual foi o último filme que você assistiu em que há um pastor protestante que coleciona fantasmas criados em tragédias violentas?

Pablo Aluísio.