quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Terreno Proibido

Na Primeira Guerra Mundial um grupo de soldados ingleses, entrincheirados, recebem a ordem de avançar pelo chamado terreno proibido (por ficar entre as forças armadas inglesas e alemãs). Os soldados alemães estão fortemente armados com metralhadoras o que torna a missão praticamente suicida. Mesmo assim cumprem as ordens dadas pelos superiores mas acabam ficando presos pelo meio do caminho pois não conseguem mais avançar, tudo se resumindo a um complicado esforço de pura sobrevivência.

Bom filme australiano ambientado na Primeira Guerra Mundial que ficou conhecida na história como a "guerra das trincheiras", onde cada palmo de chão era disputado de forma feroz. O roteiro se concentra em mostrar três militares ingleses que acabam ficando na conhecida "Terra de Ninguém", uma faixa de terra localizada entre dois exércitos inimigos durante uma guerra. Um dos soldados perdeu a perna, está com forte hemorragia, outro é muito jovem e a obrigação de manter todos vivos recaem sobre os ombros do experiente sargento Arthur Wilkins (interpretado por Johan Earl que também é um dos diretores do filme).

A reconstituição de época é boa, mostrando bem como eram os fronts da Primeira Guerra, com muita lama, arames farpados e trincheiras infectas. Uma das boas cenas do filme acontece quando as tropas alemãs promovem um ataque de gás (era bem comum nesse conflito o uso de armas químicas e biológicas que anos depois seriam proibidas por tratados internacionais). Há uma pequena subtrama sobre a esposa do sargento Wilkins que na Inglaterra acaba engravidando de outro homem e resolve promover um aborto impensado mas que não atrapalha as cenas de batalha que são o principal foco da produção. Enfim, "Terreno Proibido" é um bom filme de guerra, movimentado, sangrento e cruel, como a própria guerra que retrata.

Terreno Proibido (Forbidden Ground, Austrália, 2013) Estúdio: 24/7 Films, Armzfx, Scarlet Fire Films / Direção: Johan Earl, Adrian Powers / Roteiro: Johan Earl, Adrian Powers / Elenco: Johan Earl, Tim Pocock, Martin Copping ; Sinopse: Filme australiano ambientado na Primeira Grande Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Chevrolet Azul

Título no Brasil: Chevrolet Azul
Título Original: Blue Caprice
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: SimonSays Entertainment
Direção: Alexandre Moors
Roteiro: R.F.I. Porto
Elenco: Isaiah Washington, Tequan Richmond, Tim Blake

Sinopse: 
Em férias no Caribe o americano John Allen Muhammad (Isaiah Washington), um veterano de guerra, acaba conhecendo o adolescente  Lee Boyd Malvo (Tequan Richmond). Como o rapaz passa os dias na rua, sem pai e com uma mãe negligente, John resolve levar ele para os Estados Unidos em busca de um futuro melhor. Isso acaba criando uma relação de pai e filho entre ambos. Na América, após uma fase complicada, pois sua ex-esposa luta pela guarda de seus filhos, o antes ponderado John começa a entrar em um processo de enlouquecimento e fúria. Junto ao seu pupilo decide adaptar um velho carro Chevrolet azul para matar pessoas aleatoriamente pelas ruas. Seria a sua vingança contra a sociedade. A onda de assassinatos acaba causando pânico e terror em toda a população da região.

Comentários:
Excelente filme que fez parte do Festival de Sundance em 2013. É uma tentativa de entender a mente de um dos serial killers mais sangrentos da história dos Estados Unidos, o chamado "Atirador de Washington". Ao contrário de outros psicopatas esse não agiu sozinho mas em dupla com um jovem negro que conhecera no Caribe em férias. Juntos eles causaram terror pelo país. Viajando em um antigo carro Chevrolet os assassinos escolhiam suas vítimas aleatoriamente, geralmente em mercadinhos ou postos de gasolina. Eles retiraram o banco de trás de seu carro e o transformaram num local adequado para que um franco-atirador escolhesse e executasse as pessoas que iriam morrer. Ao contrário de outros psicopatas famosos não havia um tipo ideal de vítima, eles matavam homens, mulheres (inclusive mulheres grávidas) e crianças.

O caso se tornou mundialmente conhecido por causa da insanidade das matanças e da completa ausência de um motivo mais forte e plausível que justificasse tantas mortes. O filme em si é muito bom, pois procura desvendar a história de uma forma gradual, que vai envolvendo o espectador. O roteiro se beneficia de certa forma pois a história é no fundo tão surreal que mais parece ficção. A dupla central de atores está excepcionalmente bem. O que vemos aqui é um homem mais velho influenciando a mente de um jovem de forma completa, quase como uma lavagem cerebral. De uma forma ou outra a dupla caiu nas garras da justiça americana. John Allen Muhammad foi executado com pena de morte em 2009 e seu cúmplice cumpre pena de prisão perpetua. Assista ao filme e conheça a história desses psicopatas ferozes para entender melhor que o puro mal existe e é uma realidade.

Pablo Aluísio.

Espelhos do Medo

Título no Brasil: Espelhos do Medo
Título Original: Mirrors
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Regency Enterprises
Direção: Alexandre Aja
Roteiro: Alexandre Aja, Grégory Levasseur
Elenco: Kiefer Sutherland, Paula Patton, Amy Smart, Mary Beth Peil

Sinopse: 
O ex-detetive Ben Carson (Kiefer Sutherland) precisa arranjar um novo meio de vida após ser suspenso do departamento de polícia de Nova York. Em uma operação mal sucedida ele havia atirado contra um policial infiltrado no mundo do crime. Após um inquérito administrativo foi finalmente afastado. Se sua vida profissional não anda bem, pior vai sua vida pessoal. O problema com bebidas se agravou depois de sair da polícia o que fez com que seu casamento entrasse em crise. Agora tenta um recomeço trabalhando como guarda noturno numa loja de departamentos. A nova função porém lhe aguarda muitas surpresas, nem todas boas.

Comentários:
Filme com toques de terror e suspense que tenta dar uma sobrevida para Kiefer Sutherland em sua carreira no cinema. Como se sabe ele só encontrou realmente o estrelado no mundo da TV quando começou a protagonizar a extremamente bem sucedida série "24 Horas" da Fox. Oito temporadas de sucesso depois ele tentou novamente se tornar um nome quente em Hollywood com esse estranho "Espelhos do Medo". Infelizmente esse é aquele tipo de filme que nunca decola. A premissa é até bem interessante quando o diretor, usando de inúmeras referências de filmes clássicos, especialmente os de Orson Welles, tenta criar medo e suspense no espectador usando espelhos mas em pouco tempo isso se torna cansativo. A trama supostamente sobrenatural que encobre tudo também não é das mais interessantes. Assim o que temos é na realidade um exercício de estilo que no fundo se revela bem vazio. O filme não foi bem de bilheteria e passou em brancas nuvens (inclusive no Brasil). Pois é, não foi dessa vez que Kiefer Sutherland conseguiu retornar para Hollywood com o êxito comercial que desejava.

Pablo Aluísio.

Gimme Shelter

Título no Brasil: Gimme Shelter
Título Original: Gimme Shelter
Ano de Produção: 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: Maysles Films
Direção: Albert Maysles, David Maysles
Roteiro: David Maysles
Elenco: Mick Jagger, Keith Richards, Mick Taylor

Sinopse: 
Este documentário acompanha os Rolling Stones numa turnê pelos EUA em 1969. As apresentações culminaram com o concerto de Altamont, em que um jovem foi assassinado, anunciando o fim do sonho hippie de paz e amor.

Comentários:
Em shows cheios de energia e performances únicas, a lendária banda inglesa mostra por que tinha tudo a ver com a rebeldia dos anos 60. O problema é que junto da fama e da pose de bad boys os Stones também serviam de porta bandeira da cultura das drogas. Mais cedo ou mais tarde essa mensagem iria dar em algo ruim. E deu. Em entrevista John Lennon sutilmente sugeriu que a culpa seria dos próprios Stones. Ele afirmou que o grupo criou um clima pesado e o que aconteceu foi consequência disso. O fato aconteceu por falta de planejamento, até amadorismo por parte do grupo. Ao invés de contratar profissionais para cuidar da segurança do concerto os Stones contrataram os motoqueiros do grupo Hell´s Angels. Os Angels eram em sua maioria foras da lei, então o que aconteceu fatalmente iria ocorrer. No meio do empurra empurra da multidão, bem em frente ao palco, um briga entre um Angel e um jovem acabou mal. Ele foi morto bem ali, na frente de Mick Jagger e cia, com tudo sendo registrado pelas câmeras desse filme. O documentário é bom, sem dúvida, mas apesar da importância de ter captado a morte desse movimento hippie não o acho tão bem montado e editado. De qualquer forma é histórico, pelo menos para os que curtem a história do Rock.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sonhadora

Título no Brasil: Sonhadora
Título Original: Dreamer: Inspired by a True Story
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks
Direção: John Gatins
Roteiro: John Gatins
Elenco: Kurt Russell, Dakota Fanning, Kris Kristofferson, Freddy Rodriguez, Luis Guzman, Elisabeth Shue

Sinopse: 
O treinador Ben Crane (Kurt Russell) e sua filha, Cale Crane (Dakota Fanning), resolvem cuidar de um cavalo muito ferido. Não tarda para crescer um carinho muito grande entre eles. Aos poucos o animal vai se recuperando, ficando novamente saudável e superando todas as expectativas se torna um grande corredor das pistas. Em vista disso o treinador Crane decide ir mais longe e resolve inscrever o animal na Breeder's Cup, uma competição de cavalos de corrida.

Comentários:
Produzido pelo estúdio de Steven Spielberg e contando com um elenco acima da média esse "Sonhadora" até que não é mal. Na verdade esse tipo de filme sempre existiu em Hollywood, basta lembrar do recente "Cavalo de Guerra" (do próprio Spielberg), "Seabiscuit" ou indo mais em direção ao passado, do famoso "O Corcel Negro" de 1979. Essa produção porém é bem mais modesta do que os citados, que foram lançados em cinema e se tornaram, cada um ao seu jeito, sucessos de bilheteria. O roteiro usa e abusa de um certo chantagismo emocional com o espectador, usando até mesmo de fartas doses de pieguice (que sempre foi a marca registrada de Spielberg, aliás) mas que não chega a aborrecer muito. O segredo para curtir um filme como esse é manter as expectativas bem baixas, esperar por uma boa história - que é baseada em fatos reais - um final feliz e céu dourado ao longe nos letreiros finais. Se você tiver esse tipo de atitude sim, certamente se divertirá.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Conta Comigo

Título no Brasil: Conta Comigo
Título Original: Stand by Me
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Raynold Gideon, baseado no livro de Stephen King
Elenco: Wil Wheaton, River Phoenix, Corey Feldman, River Phoenix, Kiefer Sutherland, Richard Dreyfuss

Sinopse: 
Um grupo de garotos decide ir em busca do corpo de um jovem desaparecido. Na jornada acabam se encontrando a si mesmos, com seus pensamentos, planos de vida e sentimentos em relação à amizade, amor e companheirismo. Um retrato sentimental de toda uma geração, captada com grande talento.

Comentários:
Um dos textos mais singulares de Stephen King acabou dando origem a essa pequena obra prima dos anos 80 que hoje em dia soa ainda mais nostálgica do que em seu lançamento original. King, que ficou famoso por causa de seus excelentes livros de terror e suspense, aqui dá um tempo em seus maneirismos literários para dar origem a uma obra até mesmo poética, muito terna e sentimental. O livro "The Body" que deu origem a esse filme "Conta Comigo" não é apenas a narração de um grupo de garotos em busca de um suposto corpo pertencente a um jovem desaparecido mas sim uma alegoria sobre a própria jornada daqueles rapazes que estavam apenas começando essa longa jornada chamada vida. King mostra claro carinho por seus personagens, mostrando e desenvolvendo todos de uma forma até bastante rara em sua obra. Já para o cinéfilo não poderia haver notícia melhor já que o diretor Rob Reiner conseguiu trazer para a tela a poesia juvenil de King. Com elenco muito bacana (cheio de ídolos jovens do cinema dos anos 80) e uma excelente linha narrativa feita pelo ator Richard Dreyfuss como alter ego de King, "Conta Comigo" é uma daquelas películas que você assiste e jamais esquece.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Chicago Fire

Título no Brasil: Chicago Fire
Título Original: Chicago Fire
Ano de Produção: 2012 - 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: NBC, Universal TV
Direção: Vários
Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas
Elenco: Taylor Kinney, Jesse Spencer, Monica Raymund

Sinopse: 
A série acompanha um grupamento de bombeiros do departamento de combate a incêndios da cidade de Chicago. Todos os membros da equipe se apóiam não apenas na vida profissional mas pessoal também. Acompanhe você também os dramas e riscos desses bombeiros numa das séries mais interessantes da TV americana.

Comentários:
Essa série começou muito bem no ano passado nos Estados Unidos. Eu costumo dizer que sempre existirão séries sobre policiais e médicos na TV americana mas bombeiros é praticamente uma novidade. Acompanhar seriados americanos é algo muito prazeroso porque o espectador começa a literalmente criar hábito com todos os personagens. Em um filme você tem pouco menos de duas horas para simpatizar ou antipatizar com um personagem mas em séries a coisa é bem diferente. Aqui temos uma certa semelhança com "Greys Anatomy", não pelo tema em si que não tem muito a ver mas sim pelo desenvolvimento de cada trama. Como tem acontecido de forma até regular nos últimos anos também há uma personagem gay em cena, mas fora ela também temos o engraçadinho, o dramático e até mesmo um torturado (ele sofre de dores terríveis na coluna mas esconde isso do resto da equipe para não ser aposentado precocemente). Como é exibida na grade de programação da TV aberta americana não vá esperar nada mais ousado do que isso. Os episódios são bem realizados e escritos e mantém o interesse muito embora também seja aquele tipo de seriado que você pode largar de uma hora para outra sem maiores culpas por isso. Mesmo que não vá acompanhar procure pelo menos conhecer, assista alguns episódios e veja se faz sua cabeça.

Pablo Aluísio.

Karatê Kid (2010)

Título no Brasil: Karatê Kid
Título Original: The Karate Kid
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Harald Zwart
Roteiro: Christopher Murphey, Robert Mark Kamen
Elenco: Jaden Smith, Jackie Chan, Taraji P. Henson, Wenwen Han

Sinopse: 
Dre Parker (Jaden Smith) e sua mãe se mudam para a China, na cidade de Pequim, por questões profissionais. Lá o garoto acaba se apaixonando pela bela Meiying mas essa paixão não será nada fácil pois provocará a reação dos demais jovens chineses, em especial do brigão e valentão Cheng que nem pensará duas vezes antes de usar seus conhecimento em artes marciais para dar uma lição em Parker. Para se proteger e revidar quando necessário ele começa a tomar aulas de Kung Fu (e sabedoria) com o Sr. Han (Chan) que lhe ensinará a boa e velha filosofia oriental.

Comentários:
Via de regra remakes ou são desnecessários ou são muito ruins. "Karatê Kid" é um filme dos anos 80 que marcou bastante a geração jovem daquela época. Era um filme até bem simples mas que fez sucesso e caiu no gosto da garotada. Agora temos esse remake muito ruim, fraco e nada animador. Para falar a verdade ele nem se assume como remake, pois procura trazer outros personagens, com nomes diferentes, muito embora a estória e o argumento sejam praticamente os mesmos. Will Smith, usando de toda sua influência e poder dentro de Hollywood, resolveu que iria transformar seu filho, o garoto Jaden Smith, em astro do cinema. Até agora isso definitivamente não aconteceu já que o rapaz não tem o carisma do pai. Na verdade ele é muito chatinho, com excesso de caretas e exageros. Para completar o que já era bem ruim o espectador ainda terá que aguentar outro chato de de galochas, Jackie Chan, que está em um papel completamente inadequado. No final sua presença em cena só serve mesmo para nos deixar com saudades do Sr. Kesuke Miyagi na saudosa interpretação de Pat Morita do filme original. Enfim, esqueça essa bobagem e reveja os filmes dos anos 80, pois cinematograficamente falando será muito mais proveitoso.

Pablo Aluísio.