sábado, 15 de março de 2014

Jogos Vorazes - Em Chamas

Título no Brasil: Jogos Vorazes - Em Chamas
Título Original: The Hunger Games - Catching Fire
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Simon Beaufoy, Michael Arndt
Elenco: Jennifer Lawrence, Philip Seymour Hoffman, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Donald Sutherland, Stanley Tucci

Sinopse:
Após os acontecimentos dos Jogos Vorazes do filme anterior a jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se torna um ícone dos sentimentos que norteiam os grupos que desejam uma revolução dentro dos distritos. Isso é muito preocupante para o regime que resolve levar a garota em uma turnê de propaganda pelos distritos prestes a se rebelarem. O tiro porém sai pela culatra. Desesperados para se livrarem de Katniss, o presidente Snow (Donald Sutherland) resolve reunir os campeões dos últimos Jogos Vorazes para que lutem entre si naquele que promete ser o maior programa  de sua história.

Comentários:
Para falar a verdade gostei mais dessa sequência do que do primeiro filme. Passada a necessidade de apresentar um novo universo aos cinéfilos a trama acaba fluindo muito melhor, sem aquela preocupação em explicar tudo nos mínimos detalhes para que os que não leram os livros possam entender do que se trata. Esse "Jogos Vorazes - Em Chamas" tem três aspectos que achei superiores ao primeiro filme. O primeiro deles foi a maior preocupação em mostrar os contextos políticos e sociais que rondam aquela sociedade. Há uma clara tentativa em mostrar isso em detrimento dos jogos propriamente ditos. Para se ter uma idéia em um filme que tem 140 minutos de duração, pelo menos mais da metade foi dedicada apenas ao clima de tensão e rebelião que rondam os distritos. O segundo ponto a se elogiar foi o maior equilíbrio alcançado dentro da produção. No primeiro filme tínhamos um certo exagero nos figurinos e na direção de arte, que soava muito kitsch - já aqui tudo está bem mais contido, demonstrando um melhor bom gosto nesses aspectos puramente técnicos.

Por fim, o mais importante: esse filme conta no elenco com o magistral Philip Seymour Hoffman em um de seus últimos trabalhos no cinema. Ele interpreta o personagem Plutarch Heavensbee. Dentro desse mundo de "Jogos Vorazes" todos concordam que ele é uma das peças mais importantes do quebra-cabeças que move toda a trama da série. No começo isso é bem fácil de entender. Inicialmente ele é um sujeito completamente comprometido com o sucesso dos Jogos transmitidos pela TV mas logo depois descobrimos que nem tudo é o aparenta ser. Com a trágica morte de Seymour não sei como a produtora levará seu personagem daqui em diante. A única coisa que sei é que não será nada fácil arranjar um ator à altura de Philip Seymour Hoffman que era realmente um talento fantástico, único. "Jogos Vorazes - Em Chamas" assim fica bem acima do que era esperado. Um blockbuster bem realizado que cumpre aquilo que promete muito bem: diversão pipoca sem culpas!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de março de 2014

As Bem-Armadas

Título no Brasil: As Bem-Armadas
Título Original: The Heat
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Paul Feig
Roteiro: Katie Dippold
Elenco: Sandra Bullock, Melissa McCarthy, Marlon Wayans

Sinopse:
Ashburn (Sandra Bullock) é uma agente do FBI carreirista, arrogante e nerd que só pensa em ser promovida. Após prender um serial killer ela é designada para uma nova missão em Boston. Há um chefão de drogas atuando na cidade que a agência há muito tempo tenta descobrir a identidade. Lá acaba tendo que trabalhar ao lado da detetive Mullins (Melissa McCarthy) da polícia de Boston. Ela é o extremo oposto da engomadinha do FBI. É grosseirona, tem a boca suja e um jeito bem truculento de lidar com a bandidagem da localidade.

Comentários:
Pensei que fosse bem pior. Tudo bem, certamente é uma bobagem mas tenho que reconhecer que é uma bobagem divertida. Na realidade o roteiro tem mais clichês do que as novelas da Globo mas pelo menos existem momentos e cenas que vão lhe proporcionar algumas risadas. A fórmula é obviamente muito batida, essa coisa de comédia policial que reúne dois tiras de personalidades bem opostas já era coisa antiga nos anos 80, então imagine nos dias de hoje! Mesmo assim a presepada funciona. Credito isso ao carisma de Sandra Bullock e Melissa McCarthy. A Bullock deve sofrer de algum transtorno, deve ser bipolar ou algo assim, só isso explica o fato de sua carreira ser tão irregular. No mesmo ano em que concorre ao Oscar com chances reais ele me sai com uma bobeirinha como esse filme. Vai entender a cabeça da moça! Já a gordinha Melissa McCarthy está impagável como a policial boca suja, mal educada e casca grossa Mullins! Foi justamente com ela que dei algumas boas gargalhadas pois seus diálogos são pra lá de toscos! Enfim, pipocão americano com jeitão de anos 80. Se você gosta do estilo certamente vai gostar.

Pablo Aluísio.

Trem Noturno para Lisboa

Título no Brasil: Trem Noturno para Lisboa
Título Original: Night Train to Lisbon
Ano de Produção: 2013
País: Alemanha, Suíca, Portugal
Estúdio: Lionsgate
Direção: Bille August
Roteiro: Pascal Mercier, Greg Latter
Elenco: Jeremy Irons, Christopher Lee, Charlotte Rampling, Lena Olin

Sinopse:
Raimund Gregorius (Jeremy Irons) é um tímido professor de história do ensino médio que, ao ir para a escola dar sua aula diária, acaba encontrando uma garota prestes a pular de uma ponte em Berna, na Suíça. Desesperado ele ainda consegue salvar a jovem da morte. Depois de recuperada ela some mais uma vez e deixa para trás um casaco vermelho, com um livro dentro dele e uma passagem de trem para Lisboa, Portugal. Intrigado o professor em um impulso resolve seguir os passos da misteriosa suicida e viaja até Portugal onde começa a descobrir mais sobre o passado do autor do livro que estava com ela.

Comentários:
Já fazia um bom tempo que tinha visto pela última vez um filme assinado pelo talentoso cineasta dinamarquês Bille August. Três de seus filmes considero verdadeiras obras primas do cinema, "A Casa dos Espíritos" (1993), "Pelle, o Conquistador" (1987) e "Os Miseráveis" (1998). Aqui ele foca suas lentes para um filme sui generis em sua carreira. Apoiado no brilhante trabalho de composição de Jeremy Irons, August conta uma estória que mescla paixão e nostalgia, passado e presente, com raro brilhantismo. O roteiro é muito bem escrito, com ótimas linhas de diálogo, e uma sempre presente sensação de mistério e descobrimento ao longo da trama. É um tipo de argumento que só funciona dentro do cinema europeu pois certamente faltam classe e sofisticação intelectual aos americanos para gostar de uma obra cinematográfica como essa. O ritmo é contemplativo, algumas vezes soturno, e explora os traumas do povo português em relação ao seu passado ditatorial. O ditador Salazar e seu regime opressor é uma presença constante nas lembranças e recordações dos personagens portugueses que desfilam pela tela, cujas feridas emocionais e físicas ainda se mostram bem presentes. Além de Jeremy Irons, como sempre excelente, o filme ainda traz no elenco Christopher Lee, interpretando o Padre Bartolomeu, cujas lembranças ajudam o espectador a compreender o grande mosaico que se forma no desenrolar da trama. Uma obra sensível, muito consistente e que merece ser conhecida, pelo menos para o público mais intelectualmente engajado sobre o passado e seus desdobramentos no futuro.
             
Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de março de 2014

De Repente Pai

Título no Brasil: De Repente Pai
Título Original: Delivery Man
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG, Touchstone Pictures
Direção: Ken Scott
Roteiro: Ken Scott
Elenco: Vince Vaughn, Chris Pratt, Cobie Smulders

Sinopse:
Quando jovem, David (Vince Vaughn) descobriu uma forma fácil de ganhar dinheiro: doando esperma para uma clínica de infertilidade masculina. Vinte anos depois, já quarentão, David recebe uma notícia bomba: seus filhos que foram gerados através de inseminação artificial estão lutando na justiça para descobrir sua verdadeira identidade. E para piorar a situação de David ele descobre que há 533 descendentes dele à espera de lhe conhecer pessoalmente! Imaginem a saia justa!

Comentários:
Certamente uma comédia bem melhor do que o filme anterior de Vince Vaughn, aquele morno "Os Estagiários". Aqui o grande mérito vem da estória bem bolada que é divertida por si só - certamente você deve ter rido ao ler a sinopse dessa produção. Imagine ser um sujeito como David, que vive como entregador de carnes da empresa do pai, de repente descobrir que existem mais de 500 filhos seus por aí. Apesar do argumento escrachado há ainda uma (boa) tentativa de mostrar aspectos ternos da vida do personagem principal ao mostrar seus esforço em fazer valer seu conturbado relacionamento com uma policial que fica grávida dele. Pessoalmente gostei bastante da perfomance de Vince Vaughn. Ele está sutil e no tom ideal. Sempre gostei de seu trabalho como comediante mesmo quando apareceu em filmes menores e fracos. Aqui ele encontrou um bom material para mostrar seu carisma, cortesia de Steven Spielberg e seu estúdio Dreamworks. Em suma, pode assistir sem receios, "Delivery Man" é simpático, tem bons momentos e um roteiro bem redondinho, sem arestas. Um filme leve e muito agradável.

Pablo Aluísio.

A Um Passo do Estrelato

Título no Brasil: A Um Passo do Estrelato
Título Original: Twenty Feet from Stardom
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Gil Friesen Productions, Tremolo Productions
Direção: Morgan Neville
Roteiro: Morgan Neville
Elenco: Darlene Love, Merry Clayton, Lisa Fischer

Sinopse:
O filme acompanha o cotidiano de um grupo de talentosas cantoras americanas que mesmo sendo grandes artistas vocais não conseguiram se tornar estrelas dentro da indústria fonográfica dos Estados Unidos. Assim vão vivendo na sombra de grandes astros, geralmente fazendo vocal de apoio para os famosos e idolatrados mitos do mundo da música.

Comentários:
Um filme muito tocante que traz algumas verdades sobre o mundo musical. Dentre elas a mais importante talvez seja a conscientização de que nem sempre os melhores talentos vencem na arena do sucesso no mundo da música. Aqui temos uma amostra disso. Cantoras talentosas, carismáticas, com lindas vozes, mas que mesmo assim não conseguiram encontrar o caminho do sucesso comercial para suas carreiras. É a tal coisa, assim como acontece no mundo lá fora, no mundo da indústria fonográfica a situação se repete. Medíocres viram ídolos enquanto os verdadeiros talentos muitas vezes são esquecidos ou ignorados. Uma triste realidade? Certamente sim, mas algo que infelizmente acontece. Esse documentário musical joga uma luz sobre essa questão mas não se preocupe com melodramas em excesso pois tudo foi realizado com uma elegância fora do comum. A produção vem colecionando prêmios pelo mundo afora e acabou de ser consagrada na última entrega dos prêmios da Academia onde venceu o Oscar na categoria de Melhor Documentário. Muito justo aliás, pois mostra uma realidade que muitos simplesmente ignoram ou fingem desconhecer.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Ases Indomáveis

Título no Brasil: Ases Indomáveis
Título Original: Top Gun
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: Jim Cash, Jack Epps Jr
Elenco: Tom Cruise, Tim Robbins, Kelly McGillis, Val Kilmer, Anthony Edwards, Meg Ryan
                   
Sinopse:
O piloto de caças Maverick (Tom Cruise) entra na escola de elite da Marinha americana. Seu objetivo é se tornar um ás de sua categoria, um verdadeiro Top Gun. Lá se torna amigo de Goose (Anthony Edwards), seu co-piloto. A concorrência entre os alunos é feroz e todos querem ser o primeiro da turma. Iceman (Val Kilmer) se torna seu principal rival por ser um piloto arrojado e ousado. Cabe a Maverick superar esse desafio enquanto tenta conquistar o coração de Charlie (Kelly McGillis), sua instrutora de aviação militar.

Comentários:
Finalmente Tom Cruise encontra o filme que mudaria toda a sua carreira. Grande sucesso de bilheteria o transformou em astro de primeira grandeza! O filme continua muito bom, com ótimas cenas de combates entre caças F14 da marinha americana e um pano de fundo para trazer humanidade aos pilotos. Além disso o filme tem um bom romance envolvendo o personagem Maverick (Tom Cruise) e sua instrutora (a bonita Kelly MgGillis). Vendo hoje, depois de tantos anos, cheguei na conclusão que esse realmente deve ser um dos primeiros "filmes clips" da história do cinema. Essa denominação eu uso porque ele tem muito da linguagem MTV, tudo muito rápido, com edição esperta, trilha sonora de FM e nada de muito profundo ou pesado (mesmo quando seu companheiro de vôo Goose morre nada fica muito dramático).

Até hoje eu não entendi porque Top Gun nunca ganhou uma continuação na época. Todo mundo sabe que nos anos 80 todos os grandes sucessos do cinema (Rambo, Caça Fantasmas, De Volta Para o Futuro, A Hora do Espanto, etc) tiveram sequências mas Top Gun não. Complicado entender. De qualquer forma foi melhor assim. Em breve teremos um remake, algo que acho sem sentido uma vez que esse filme pop dos anos 80 só funcionaria bem mesmo naquela década, onde todo mundo usava roupas pra lá de estranhas e penteados diferentes. Além disso canções como as do grupo Berlim (da famosa canção tema Take Me Breath Away) soam datadas hoje em dia. Vamos esperar pra ver no que dá. Esse original pelo menos ainda continua muito divertido e marcante.

Pablo Aluísio.

A Batalha de Seattle

Título no Brasil: A Batalha de Seattle
Título Original: Battle in Seattle
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Hyde Park Entertainment, Insight Film Studios
Direção: Stuart Townsend
Roteiro: Stuart Townsend
Elenco: Charlize Theron, Channing Tatum, Ray Liotta, Woody Harrelson, Joshua Jackson, Michelle Rodriguez  

Sinopse:
O filme retrata aspectos das vidas de várias pessoas que acabaram se envolvendo numa das maiores manifestações já realizadas nos Estados Unidos, em Seattle no ano de 1999. Na ocasião milhares de manifestantes tomaram as ruas em protesto contra medidas tomadas pela Organização Mundial de Comercio (OMC). O problema é que o que era para ser um protesto pacífico acabou em muita confusão e pancadaria.

Comentários:
Já que as manifestações de rua continuam na ordem do dia no Brasil, nada melhor do que assistir (ou rever) a esse "Battle in Seattle" que mostra como algo que originalmente foi planejado para ser pacífico pode se tornar literalmente uma guerra campal entre manifestantes radicais e forças policiais. O roteiro é do estilo mosaico, ou seja, vários personagens, sem quaisquer ligações entre si, acabam convergindo para um único momento comum na trama. O elenco é muito bom a começar pela maravilhosa Charlize Theron, uma atriz que além de linda sempre foi muito inteligente e envolvida em causas sociais e políticas. Inclusive ela abriu mão de grande parte de seu cachê para participar dessa produção por acreditar na mensagem política que o roteiro tenta passar ao público. Muitos vão reclamar de uma certa falta de foco maior do texto mas essa é uma questão menor. O que vale mesmo é a oportunidade de conhecer mais a fundo esse evento - que embora tenha se passado nas ruas americanas poderia ter acontecido em qualquer outro lugar do mundo. Que o diga os brasileiros...

Pablo Aluísio.

O Bebê de Rosemary

Título no Brasil: O Bebê de Rosemary
Título Original: Rosemary's Baby
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski
Elenco: Mia Farrow, John Cassavetes, Ruth Gordon

Sinopse:
Rosemary (Mia Farrow) e Guy Woodhouse (John Cassavetes) formam um jovem e aparentemente feliz casal. O marido está tentando conseguir levantar sua carreira de ator e para isso ambos decidem se mudar para Nova Iorque. Na nova cidade vão morar no sinistro prédio Dakota, bem ao lado do Central Park. Tudo começa a correr muito bem até Rosemary começar a ter estranhas alucinações - algo que parece estar ligado ao fato dela estar grávida de alguns meses. Aos poucos delírios e realidade começam a se misturar em sua mente, a levando para um caminho sem volta...

Comentários:
"Rosemary's Baby" pode não ser o melhor filme da carreira do cineasta Roman Polanski mas certamente é o mais lembrado. Baseado no livro de  Ira Levin, o filme consegue levar um enredo até singelo, simples, com muita simbologia e tensão. Aqui se prova que para se realizar um bom filme de terror e suspense não é necessário toneladas de efeitos digitais e nem excesso de cenas sensacionalistas. Tudo pode ser levado com a singeleza de uma simples sugestão. Polanski também respeita profundamente a inteligência do espectador, procurando não expor de forma explícita o que realmente está acontecendo. Um exemplo perfeito de direção de bom gosto. Já quem brilha no elenco é a atriz Mia Farrow. Seu tipo mais exótico caiu como uma luva na pela da estranha - e complexa - Rosemary. Além de ser muito bem dirigido e atuado "Rosemary's Baby" também entrou na história do cinema por causa das várias lendas que fazem parte de seus bastidores. Filmado no Dakota (o mesmo prédio onde o ex-Beatle John Lennon seria assassinado anos depois), a produção foi complicada e cheia de eventos estranhos e inexplicáveis. Só as filmagens já dariam assunto para um livro inteiro mas por enquanto ignore isso e aproveite para assistir esse que é considerado um dos melhores filmes de suspense de todos os tempos.

Pablo Aluísio.