sábado, 1 de outubro de 2016

Arquitetura da Destruição

Título no Brasil: Arquitetura da Destruição
Título Original: Undergångens arkitektur
Ano de Produção: 1989
País: Alemanha, Suécia
Estúdio: Poj Filmproduktion AB, SVT Drama
Direção: Peter Cohen
Roteiro: Peter Cohen
Elenco: Rolf Arsenius, Bruno Ganz, Sam Gray, Arno Breker, Wilhelm Keitel, Jeanne Moreau
  
Sinopse:
Documentário que mostra como os líderes do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) planejaram remodelar toda a Alemanha em termos arquitetônicos para concretizar e mostrar ao mundo inteiro a grandiosidade daquela nova sociedade ariana que ressurgia das cinzas. Liderados pelo ditador Adolf Hitler e por seus mais próximos colaboradores como o ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels e o chefe da SS Heinrich Himmler, a Alemanha Nazista queria construir os mais impressionantes monumentos de todo o mundo, tudo feito em honra à sua ideologia.

Comentários:
Esse filme foi lançado no mercado de vídeo no Brasil durante os anos 90 e acabou fazendo bastante sucesso, pelo menos para quem se interessava por história mundial. O foco do documentário era direcionado para explorar as megalomaníacas ideias de Hitler para o império nazista que ele acreditava iria durar mil anos. Como se sabe o ditador tinha grande interesse e fascinação por arquitetura e arte. Por essa razão Hitler contratou os melhores profissionais para transformar sua capital Berlim em uma ode suprema aos seus ideais. Grandes monumentos, só comparados aos da Roma Antiga, seriam erguidos, tudo projetado em um estilo clássico reverencial ao grande Führer. Claro que antes que colocasse em prática todos os seus projetos uma chuva de bombas caíram do céu, destruindo a nação que Hitler sonhava ser a mais perfeita de todos os tempos. Para contar seu enredo o documentário expõe cenas inéditas da época, os originais dos projetos feitos para atender o gosto pessoal de Hitler e uma infinidade de documentos históricos que sobreviveram à guerra. Um interessante filme que demonstrava mais uma vez que em termos de loucura e megalomania poucas ideologias foram tão insanas como a dos nazis. Em determinado momento vemos o projeto absurdo de Hitler para construir uma grande arena nazista em Berlim, a maior do mundo, em escala fenomenal. Esse grande projeto até começou a ser construído, mas a obra teve que parar por causas dos bombardeiros aliados e da falta de material por causa dos esforços de guerra. Hitler, pelo visto, tinha uma visão nada condizente com a realidade pela qual sua nação passava naquele momento.

Pablo Aluísio.

Agnus Dei

Alguns filmes baseados em histórias reais trazem alguns acontecimentos históricos de cortar o coração. Esse é o caso desse filme francês que realmente me deixou impressionado (diria mais, chocado e entristecido) por contar uma história que desconhecia. Tudo se passa em dezembro de 1945. O cenário é a fria e desoladora Polônia. A guerra acabou. Os alemães foram vencidos. Agora o país está sendo ocupado pelos russos sob a bandeira da União Soviética, naquele momento histórico o baluarte do comunismo internacional.

Um pequeno convento católico, com algumas freiras, é invadido por essas tropas comunistas de Moscou. Como se sabe muitos abusos e crimes foram cometidos por soldados russos durante as invasões de países da Europa ocidental. Com a Polônia não foi diferente. As freiras então acabam nas mãos desses criminosos de guerra e são coletivamente estupradas por eles. Algo realmente terrível e indescritível. Depois de alguns meses as religiosas do mosteiro começam a dar à luz aos seus filhos, frutos desses estupros. Como contornar uma situação como essa? Essa é certamente uma das histórias mais terríveis de uma guerra que por si só já foi tão farta em acontecimentos absurdos, alguns deles que nos fazem até mesmo duvidar da própria humanidade (como o Holocausto).

Sofrendo constantes ameaças de novos abusos as freiras encontram então uma aliada na médica francesa Mathilde Beaulieu (Lou de Laâge). Ela entra na vida das religiosas meio ao acaso após atender os pedidos de socorro de uma jovem freira rezando no meio da neve, desesperada (numa tocante cena que inclusive foi usada como poster do filme). A partir daí a doutora, mesmo sendo muito jovem, começa a fazer de tudo que lhe era possível para ajudar as freiras. Ela faz parte da cruz vermelha e usa de todos os seus conhecimentos médicos para trazer algum conforto para aquelas mulheres, completamente vulneráveis e desassistidas de tudo.

Embora tenha sido uma experiência até mesmo um pouco traumatizante (pelo forte teor de sua história) esse certamente foi um dos melhores filmes que assisti nesses últimos meses. Um bom filme precisa nos tocar de alguma forma, seja pela força de seu enredo, seja pela grande lição de vida que nos ensina. Nesse aspecto essa produção realmente foi extremamente marcante. No começo, quando tinha poucas informações sobre essa obra, até pensei se tratar de uma nova versão para o conhecido filme "Agnes de Deus" (com Jane Fonda), mas as diferenças são bem acentuadas. Ouso dizer que esse aqui é bem superior pela forma como conta sua edificante história. Seguramente não é uma obra cinematográfica para pessoas mais impressionáveis. Por outro lado se você estiver em busca de um filme que traga uma grande mensagem de fé em Deus, esse é certamente um dos mais indicados. Desde já uma pequena obra prima.

Agnus Dei (Les innocentes, França, Polônia, 2016) Direção: Anne Fontaine / Roteiro: Pascal Bonitzer / Elenco: Lou de Laâge, Agata Buzek, Agata Kulesza / Sinopse: Baseado em fatos reais o filme narra a história de um grupo de freiras que se tornam vítimas de estupro por parte de soldados soviéticos durante a II Guerra Mundial. Grávidas de seus algozes, elas agora precisam lidar com a maternidade e os problemas decorrentes dessa situação aflitiva. Filme participante da seleção do Sundance Festival 2016.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Game of Thrones - Quinta Temporada

Game of Thrones 5.01 - The Wars to Come
Depois de matar seu próprio pai, tudo o que resta para Tyrion Lannister (Peter Dinklage) é a fuga. Ele é colocado dentro de um pequeno caixote, em um navio e depois de uma jornada atribulada em alto mar finalmente chega em seu destino, uma bela porém remota mansão pertencente a um rico comerciante. Tudo providenciado por Lord Varys (Conleth Hill). A vida de Tyrion está arruinada, ela passa seus dias bebendo muito, porém Varys insinua que não, que ele deveria prestar atenção no que anda acontecendo ao seu redor. Uma aliança com a Rainha Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) poderia ser uma boa opção para que ele voltasse ao jogo político. Afinal de contas a chamada Mãe dos Dragões prospera em seus novos territórios conquistados. Enquanto isso a Rainha logo percebe que conquistar muitas vezes é mais fácil do que administrar. O povo pede que os jogos violentos, com combates de vida ou morte nas arenas, voltem a ser disputados, agora não mais com escravos, mas com homens livres. Daenerys abomina a ideia, uma vez que ela associa esse tipo de coisa a verdadeiras rinhas humanas. Seu poder deriva de seu exército de mercenários e dos dragões que controla. Esses foram aprisionados em uma caverna escura e a cada dia vão se tornando mais ferozes. Quando a Rainha decide visitá-los (e quase morre quando os encontra no meio da escuridão) ela começa a perceber que já não tem mais tanto controle sobre as bestas como pensava. Por fim, nesse episódio temos outro desfecho importante dentro da complexa trama da série. O Rei "Além-da-Muralha" Mance Rayder (Ciarán Hinds) é condenado a morrer na fogueira. Como último sinal de misericórdia é dada a opção dele renunciar aos seus poderes entre os selvagens, reconhecendo que não dispõe mais de qualquer tipo de domínio sobre os povos que vivem do outro lado da muralha. A recusa, como fruto de seu próprio orgulho pessoal, finalmente sela seu destino definitivamente. Para aliviar seu tormento final, em um gesto de piedade para evitar mais dor e sofrimento, Jon Snow (Kit Harington) o liberta com uma flecha certeira em seu coração. Bom episódio que já vai formando a rede de acontecimentos que se desenvolverá nessa temporada, com destaque para a excelente cena em que Daenerys Targaryen encontra seus dragões dentro de sua prisão. / Game of Thrones 5.01 - The Wars to Come (EUA, 2015) Direção: Michael Slovis / Roteiro: David Benioff, baseado na obra "A Song of Ice and Fire" de George R.R. Martin / Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey.

Game of Thrones 5.02 - The House of Black and White
Para minar o crescente poder de Margaery Tyrell (Natalie Dormer) sobre o jovem rei, Cersei Lannister (Lena Headey) resolve fortalecer um grupo de sacerdotes do reino. Como Margaery tem um irmão homossexual o fortalecimento desse grupo de religiosos fanáticos, que dão grande importância para a moralidade da sociedade, acaba levando o jovem pederasta para a prisão. Obviamente Margaery Tyrell fica indignada com seu encarceramento e corre para que o jovem monarca recém empossado no trono tome alguma providência, porém acaba descobrindo que ele é fraco, dominando pela mãe e sem força de impor suas próprias decisões aos seus súditos. Essa atriz Natalie Dormer já tinha se destacado em "The Tudors" onde interpretava Ana Bolena. Ela é linda e tem aquele tipo de beleza que passa ao mesmo tempo uma certa maldade e malícia nos olhos, algo muito adequado para isso tipo de personagem. Na outra linha narrativa Tyrion Lannister (Peter Dinklage) é sequestrado, colocado em um barco, para ser levado até a Rainha Daenerys Targaryen (Emilia Clarke). Por fim e não menos importante acompanhamos os primeiros problemas surgidos para Targaryen em sua cidade conquistado. Explode uma rebelião interna contra suas forças de ocupação, algo que irá trazer muitos problemas para ela, justamente agora que tinha planos de avançar em suas conquistas e dominações. Recentemente a imprensa divulgou que o autor George R.R. Martin estaria com problemas para entregar no prazo seus novos textos sobre "Game of Thrones". Esperamos que isso não venha prejudicar o andamento da série. / Game of Thrones 5.02 - The House of Black and White (EUA, 2015) Direção: Michael Slovis / Roteiro: David Benioff / Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey.

Game of Thrones 5.06 - Unbowed, Unbent, Unbroken
A interminável viagem de Tyrion Lannister (Peter Dinklage) segue em frente. Seu companheiro de viagem teve contato direto com os homens de pedra! O que isso significa? Que ele está contaminado, inclusive com os primeiros sinais de sua doença aparecendo em seu braço. Isso porém parece ser o menor dos problemas. Após um naufrágio eles vão parar em uma ilha inóspita. Como se isso não fosse ruim o bastante acabam caindo prisioneiros de piratas, escravos foragidos que agora pensam em vendê-los por um bom preço no mercado. Já Arya Stark (Maisie Williams) está no templo do deus das mil faces. O lugar impressiona com suas paredes forradas de rostos humanos. Esses corpos passam por um processo de limpeza, no qual Arya começa a trabalhar. Apenas o destino dos corpos ainda a deixam intrigada. Já sua irmã Sansa Stark (Sophie Turner) tem o pior casamento de todos os tempos, sendo praticamente estuprada em sua noite de núpcias, tudo sendo feito na presença do "fedor" para humilhá-la ainda mais. Por fim a rainha Margaery Tyrell (Natalie Dormer) cai em uma armadilha. Ao testemunhar em um caso de cunho sagrado, envolvendo homossexualismo na corte, ela mente e acaba presa imediatamente. Tudo leva a crer que foi uma bem arquitetada conspiração armada por sua própria sogra. Ao tentar se mostrar uma rival a ela a jovem acabou selando seu próprio destino que ao que tudo indicado será bem trágico. / Game of Thrones 5.06 - Unbowed, Unbent, Unbroken (Estados Unidos, 2015) Direção: Jeremy Podeswa / Roteiro: David Benioff / Elenco:  Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey.

Game of Thrones 5.07 - The Gift
Pode parecer banal, mas o grande acontecimento desse episódio vem do encontro de Tyrion Lannister (Peter Dinklage) com a Rainha Daenerys Targaryen (Emilia Clarke). Tudo acontece de forma tão casual. Como foi mostrado nos episódios anteriores Tyrion passou por todos os tipos de desafios e aventuras, acabando se tornando um escravo de piratas. Vendido a um dono de arena de gladiadores ele acaba sendo levado para as lutas, justamente no dia em que Daenerys vai assistir a um desses combates (ela inclusive odeia esse tipo de espetáculo violento, mas acaba indo para preservar a tradição e agradar aos seus súditos). Outro fato interessante nesse episódio é que a rainha mãe acaba caindo em suas próprias conspirações ao ser presa e encarcerada pelo mesmo grupo de fanáticos religiosos que ela havia utilizado para aprisionar Margaery Tyrell (Natalie Dormer). Por falar em Natalie ela esteve recentemente no Brasil onde esbanjou simpatia e carisma com os fãs brasileiros da série. Uma graça. / Game of Thrones 5.07 - The Gift (Estados Unidos, 2016) Direção: Miguel Sapochnik / Roteiro: David Benioff / Elenco: Peter Dinklage, Emilia Clarke, Natalie Dormer, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey.

Game of Thrones  5.08 - Hardhome
Outra série que vale cada momento. Esse episódio aqui acabou sendo apelidado nos Estados Unidos, pelos próprio fãs, de "Game of Thrones encontra The Walking Dead". Eu acompanhei alguns episódios de "The Walking Dead" em sua primeira temporada, mas depois deixei de assistir. Não era bem o meu estilo. De qualquer forma a semelhança entre as duas séries, que acabaram virando meme na net, vem justamente do ataque dos monstros que chegam em um vilarejo costeiro do povo do norte. Esses zumbis, que fariam a diversão de qualquer fã de "The Walking Dead" atacam o povoado, enquanto Jon Snow (Kit Harington) e alguns membros da Patrulha do Norte tentam salvar o maior número de pessoas possível. Grande cena, muito bem produzida, que obviamente se torna um dos melhores momentos da série nessa quinta temporada. Outro bom momento vem do encontro entre Tyrion Lannister (Peter Dinklage), naquela altura um mero escravo aprisionado, e a rainha dos dragões Daenerys Targaryen (Emilia Clarke). Em desgraça em seu próprio clã, tudo o que lhe resta é tentar se tornar uma espécie de conselheiro da soberana. Será que isso seria possível? Assista ao episódio para conferir. / Game of Thrones  5.08 - Hardhome (Estados Unidos, 2015) Direção: Miguel Sapochnik / Roteiro: George R.R. Martin (baseado em sua obra "A Song of Ice and Fire"), David Benioff/ Elenco: Peter Dinklage, Lena Headey, Emilia Clarke, Kit Harington.

Game of Thrones 5.09 - The Dance of Dragons
Mais um ótimo episódio de "Game of Thrones". Nesse aqui vemos a chegada dos povos do norte na muralha de gelo. É uma situação no mínima adversa, já que durante séculos a Patrulha do Norte lutou justamente contra eles. Vejo aqui uma espécie de analogia que George R.R. Martin criou entre o universo de "Game of Thrones" e o mundo real, em que vivemos, particularmente em relação à crise dos refugiados que fugindo da guerra no Oriente Médio chegam em massa à Europa. Outro bom momento desse episódio acontece quando Arya Stark (Maisie Williams) se disfarça de vendedora de ostras para liquidar um rico (e asqueroso) comerciante da velha cidade. Nesse seu novo disfarce ela consegue entrar em todos os lugares, até mesmo dentro de um bordel de cais onde um visitante logo chama sua atenção. É uma boa sequência, com bons toques de suspense, que ocupa grande parte do episódio. Agora, bom mesmo é a cena final, que inclusive dá título ao episódio (que em português se chama "A Dança dos Dragões"). A rainha Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) vai até uma arena de gladiadores, bem ao estilo Império Romano. Ela pessoalmente abomina esse tipo de espetáculo sangrento, porém vai em cumprimento de seu dever de soberana. Uma vez lá ela descobre que foi um armadilha. Uma rebelião começa entre o próprio povo, com rebeldes infiltrados entre os espectadores. Em pouco tempo a Rainha se vê cercada e acaba sendo salva justamente por seus dragões. Ótima cena, que aliás custou praticamente todo o orçamento do episódio. Os efeitos digitais são irrepreensíveis, como é de praxe em se tratando dessa série, uma das mais populares da atualidade. Nota dez! / Game of Thrones 5.09 (Estados Unidos, 2015) Direção: David Nutter / Roteiro: David Benioff / Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Emilia Clarke, Maisie Williams, Kit Harington, Stephen Dillane.

Game of Thrones 5.10 - Mother's Mercy
Esse é o último episódio da quinta temporada. No episódio anterior a rainha Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) era salva por um dos seus dragões após ser cercada em uma arena tipicamente romana, com gladiadores e lutadores de todos os tipos. Ela é então levada para bem longe, indo parar em terras distantes e desconhecidas, com cavaleiros de origem incerta. Ficaram para trás, na cidade, para administrá-la, o anão Tyrion Lannister (Peter Dinklage) que ainda está dando os primeiros passos para se tornar o principal conselheiro de Daenerys, um eunuco e alguns de seus ministros, que podem estar ou não envolvidos na conspiração para matá-la. Enquanto isso Arya Stark (Maisie Williams) passa por uma estranha experiência (onde chega a perder a visão) no obscuro e sinistro templo do Deus de Mil Faces. A cena mais impactante porém desse episódio é justamente a cena final, quando Jon Snow (Kit Harington) é encurralado por seus próprios homens da Patrulha do Norte e é violentamente esfaqueado por todos eles! O sangue jorra pela neve branca... Ecos da história de Júlio César? Sim, "Game of Thrones" sempre bebeu muito da história da antiguidade, aliás seus roteiros são bem sucedidas misturas de velhas mitologias, histórias medievais e pequenos enredos retirados da Roma Imperial. Talvez por essa familiaridade com a história real da nossa humanidade, tenhamos tanto interesse nesses enredos muito bem articulados pelo talentoso escritor George R.R. Martin em sua obra mais famosa, "A Song of Ice and Fire". / Game of Thrones 5.10 - Mother's Mercy  (Estados Unidos, 2015) Direção: David Nutter / Roteiro: David Benioff / Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey, Emilia Clarke.

Game of Thrones 6.09 - Battle of the Bastards 
Estou bem atrasado em relação a "Game of Thrones", mas continuo acompanhando a série. Sempre que me sobra um tempinho livre aproveito para ver algum episódio. Estou assim chegando no final da sexta temporada. Nesse episódio intitulado "A Batalha dos Bastardos", temos não apenas uma cena de ação, mas duas, todas extremamente bem feitas. A primeira acontece quando Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) usa seus três dragões para destruir a frota inimiga que está atacando sua cidade. Muito legal e divertido, afinal essa é uma série feita justamente para isso, divertir (nada de papo cabeça ou discussões sem fim sobre o significado dos episódios, isso não tem muita razão de ser). Pois bem, a segunda batalha acontece com o exército liderado por Jon Snow (Kit Harington) que tenta restaurar a Casa Stark, destronando o usurpador do trono. Nesse segundo combate não há dragões envolvidos, mas a cena bem sangrenta por sinal, tem excelentes momentos, inclusive explorando as táticas de guerra e confronto entre infantaria e cavalaria. O curioso é que entre as duas batalhas o episódio cai um pouco de ritmo, com cenas mais paradas. Não tem problema, os dois momentos valem muito a pena e salvam o episódio da banalidade e rotina. / Game of Thrones 6.09 - Battle of the Bastards (Estados Unidos, 2016) Direção: Miguel Sapochnik / Roteiro: George R.R. Martin / Elenco: Peter Dinklage, Kit Harington, Emilia Clarke.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de setembro de 2016

The Path

Ontem assisti ao primeiro episódio dessa nova série "The Path" (em bom português, "O Caminho"). O enredo gira em torno de uma seita americana que promove uma lavagem cerebral em seus membros. Embora os produtores não assumam isso de forma pública, o roteiro é claramente uma crítica à cientologia, uma seita muito bizarra que é seguida por celebridades na Califórnia.

Esse tipo de seita religiosa é muito comum de aparecer na sociedade americana. Aquela é tradicionalmente uma nação evangélica. E como bem sabemos o protestantismo tem a natural tendência de se dividir e se transformar numa imensa gama de igrejas diferentes, com suas próprias doutrinas religiosas - algumas pra lá de esquisitas. No caso da cientologia (que é seguida por gente como Tom Cruise) nada faz muito sentido. Eles idolatram um escritor de ficção científica que dizia saber a origem da humanidade. Ela teria surgido de uma colonização de extraterrestres de três metros de altura em um passado distante. Acredite, muita gente segue isso como uma verdadeira doutrina religiosa, por mais estranha que pareça ser. Tem louco pra tudo nesse mundo...

Pois bem, em "The Path" somos apresentados a um jovem casal que vive dentro de uma comunidade rigidamente controlada por uma dessas seitas. Depois do suicídio do irmão, Eddie Lane (Aaron Paul) fica devastado. Ao encontrar um livro dessa seita em uma livraria ele acaba se interessando muito pelo que lê e em pouco tempo se torna um de seus membros. O problema é que após uma experiência com um chá alucinógeno, ao estilo santo daime, ele começa a desconfiar das tais verdades absolutas propagados por seu grupo e resolve se encontrar com Allison Kemp (Sarah Jones) que parece ser uma ativista contra o grupo. Ex-integrante da seita ela conseguiu se livrar da lavagem cerebral pelo qual passou e começa uma campanha pela internet visando a recuperação de ex-membros daquela loucura pseudo-religiosa.

Tudo muito bom. O primeiro episódio é muito interessante e a série promete. Aaron Paul, para quem não lembra, foi o jovem noiado Jesse Pinkman de "Breaking Bad". Já a loirinha Sarah Jones é nossa velha conhecida, de tantas séries como "Vegas" e "Alcatraz". Além do elenco promissor a série também tem roteiros bem escritos e essa estória que é baseada nessas seitas religiosas malucas que proliferam por toda a (doentia) sociedade americana.

The Path (EUA, 2016)
Série criada por Jessica Goldberg
Roteiro: Jessica Goldberg, Julia Brownell, Annie Weisman
Elenco: Sarah Jones, Aaron Paul, Michelle Monaghan, Hugh Dance

Pablo Aluísio.

Independence Day - O Ressurgimento

Pois é, quando todo mundo pensava que Independence Day estava encerrado definitivamente eis que surge sua sequência tardia, mais de vinte anos depois do lançamento do primeiro filme. Aquele era uma patriotada cheia de efeitos especiais e roteiro pífio, estrelada pelo ator Will Smith, até então considerado o Rei do verão do cinema americano por causa das ótimas bilheterias de seus filmes. Roland Emmerich, o diretor, era apontado como um promissor novo talento em Hollywood, quem diria...

Agora o jogo virou. Smith não quis fazer a continuação - sábia decisão dele - e assim o estúdio precisou se virar para colocar um filho dele dentro da trama. O diretor Roland Emmerich, agora todos já sabem, não passa de um diretor de filmes vazios cheios de efeitos especiais e só. As coisas não mudaram. A trama continua básica e sem profundidade. Essa é, como era de se esperar, bem simples, beirando a bobeira completa. Basicamente aliens ceifadores, com estrutura biológica de insetos, mas tecnologia de ponta, que vão de planeta em planeta pelo universo atrás de seus recursos naturais para roubar e destruir civilizações em troca da energia vital de que precisam para sobreviver. A novidade em termos de roteiro dessa sequência vem do fato de que essa verdadeira praga espacial ter também seus inimigos, também vindos do espaço, que desejam ajudar a humanidade a se livrar deles. Aliens maus vs Aliens bonzinhos.

Parte do elenco original está de volta, mas faz pouca diferença. Jeff Goldblum e Bill Pullman estão lá, porém pouco podem fazer. Como era previsível todos estão bem mais velhos, mas ainda tentando manter em vão a chama acessa. Algo complicado de se fazer pois o roteiro não ajuda. Na verdade o que temos aqui é um mero remake disfarçado já que toda a estrutura narrativa é praticamente a mesma do filme original, sem tirar e nem colocar muita coisa nova. A única característica que merece elogios é que finalmente deram um tempo na patriotada que destruiu o primeiro filme. Era tanta bobagem Made in USA que deixava o espectador com vergonha alheia.

Os efeitos especiais procuram seguir o que foi visto no primeiro filme. Isso quer dizer que são bem exagerados. Ao invés de ter uma dezena de naves em luta, há milhares delas. Isso prejudicou o resultado final, dando aquela sensação de poluição visual. Os caças militares, por essa mesma razão, não parecem reais, mas meras maquetes virtuais. Também não gostei do design dos aliens. A rainha, que pela primeira vez se mostra na franquia, por exemplo, parece uma marionete correndo pelo deserto da Califórnia. O 3D também é outra decepção. Mal feito e escuro. Acredito que pelo mal resultado comercial desse "Independence Day: Resurgence" esse seja realmente o último filme da série, apesar do espaço aberto dentro da trama para novas sequências que muito provavelmente jamais virão. Já não era sem tempo.

Independence Day: O Ressurgimento (EUA, 2016)
Independence Day: Resurgence
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Nicolas Wright, James A. Woods
Elenco: Liam Hemsworth, Jeff Goldblum, Bill Pullman, Vivica A. Fox

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de setembro de 2016

Gladiador e os épicos romanos

Onde estão os grandes épicos históricos passados na Roma Antiga? Infelizmente hoje temos uma dominação de filmes de super heróis em Hollywood. Com isso falta espaço para os épicos clássicos históricos antigos, um gênero que já legou tantos grandes filmes no passado. Nem vou citar os imortais "Ben-Hur", "Cleópatra" ou "A Decadência do Império Romano", Pensemos em algo até mais recente como "Gladiador" de Ridley Scott, talvez a última grande superprodução passada em Roma. Outro dia esbarrei no filme sendo exibido em um canal a cabo. Claro que senti saudades desse tipo de produção nos cinemas. Ultimamente nada tem sido feito sobre o tema e os filmes mais recentes explorando a Roma imperial são produções pequenas, de orçamento reduzido. Alguns nem chegam aos cinemas, sendo lançados diretamente em DVD.

É uma pena porque o tema é amplo demais para ser ignorado. Além das histórias envolvendo os imperadores loucos há ainda a possibilidade de explorar o surgimento do cristianismo. Basta lembrar de "O Manto Sagrado" para entender como há um vasto campo religioso para se explorar em roteiros bem escritos. Até mesmo licenças poéticas do ponto de vista histórico são bem vindos. Em "Gladiador" mesmo vemos isso. O imperador Comodus era certamente alucinado por lutas nas arenas romanas, mas certamente jamais se colocaria em risco pessoal como vemos no filme - lembrando da sequência em que ele sai no mano a mano com o personagem interpretado por Russell Crowe. Aliás o Maximus feito por Crowe nos deixam com saudades dos heróis clássicos das telas. Homens forjados na guerra, que não sentem culpa em matar e impor seu ponto de vista nos campos de batalha. Eles passam longe do modelo mais recente de herói torturado o culpado por suas escolhas pessoais. É um guerreiro e ponto final.

O curioso é que o boom de filmes como esse não aconteceu mesmo com o grande sucesso de público e crítica de "Gladiador". A produção de Scott foi extremamente elogiada, venceu vários prêmios internacionais, inclusive cinco Oscars da academia e nada disso ajudou para levantar a moda dos filmes épicos. Eu não sei você leitor, mas pessoalmente prefiro muito mais assistir a um filme com um personagem histórico crível - do tipo um soldado romano no campo de batalha - do que super heróis vestidos em roupas coloridas e colantes. Como sempre adorei história fico realmente plenamente satisfeito quando saio de uma sala de cinema onde todo um passado há muito esquecido foi literalmente reconstruído em cena. As arenas romanas, as táticas de guerra, os uniformes, os códigos de combate, tudo é muito rico para se deixar de lado. Espero que os produtores voltem a enxergar isso em um futuro próximo. Os fãs dos filmes da Roma Antiga certamente agradecem.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Wes Craven (1939 - 2015)

Segue a seguir texto que escrevemos quando da morte do cineasta Wes Craven em 2015: Lamentavelmente o mestre do terror Wes Craven faleceu no último dia 30 de agosto, aos 76 anos, em Los Angeles. Ele foi aquele tipo de cineasta que o fã de terror tinha que acompanhar sua filmografia bem de perto. Após a divulgação de sua morte criou-se uma ridícula discussão sobre a relevância ou não de sua obra entre admiradores do gênero, o que achei desrespeitoso e inútil. É óbvio e claro que Craven deve ser homenageado por quem gosta de filmes de terror. Não importa que sua carreira estivesse em baixa e nem dos filmes de má qualidade que havia assinado nos últimos anos. Ninguém, absolutamente ninguém, está isento de também cometer erros em sua arte. Wes Craven não era exceção. Assim o importante agora, mais do que tudo, é louvar seus bons filmes e as películas que marcaram toda uma geração de cinéfilos.

No total Wes Craven dirigiu 29 filmes, um número muito bom para os padrões atuais. Sua estreia na direção se deu no longínquo ano de 1972 com o filme "Aniversário Macabro". Em uma época em que filmes de terror ainda soavam tímidos em termos de ousadia e violência, Craven se despiu de qualquer amarra e fez um terror considerado pesado naquele ano. Embora o roteiro não fosse grande coisa, o diretor conseguiu imprimir muito estilo no desenvolvimento da trama. Apesar de seu debut promissor apenas cinco anos depois Craven voltaria a dirigir algo marcante. O filme se chamava "Quadrilha de Sádicos" e foi considerado tão subversivo em seu lançamento que acabou se tornando um dos mais influentes do cinema de terror moderno. Ao invés de lidar com vampiros ou monstros, Craven direcionou sua lente para a monstruosidade da alma humana ao enveredar por dentro de uma família de psicopatas extremamente brutais, bem no meio de um deserto hostil. Tanto do ponto de vista da fotografia quanto do roteiro abusivamente insano, o filme poderia ser considerado um marco do terror americano.

Depois de "O Monstro do Pântano" e da sequência "Quadrilha de Sádicos 2" o diretor iria finalmente dirigir sua grande obra prima, o filme que iria lhe colocar no panteão dos grandes mestres do terror. O filme era intitulado "A Hora do Pesadelo". Fred Krueger era o personagem central. Ele havia sido um pedófilo e assassino em vida, nascido de um estupro coletivo que agora aterrorizava um grupo de adolescentes típicos dos anos 80. O detalhe mais interessante: Fred Krueger estava morto, havia sido linchado e só conseguia surgir nos pesadelos de suas pobres vítimas! Apoiado em um argumento tão perturbador (afinal ter pavor na hora de adormecer é algo que assusta a todos), "A Nightmare on Elm Street" logo se tornou um sucesso absoluto de bilheteria. A crítica também adorou a original proposta do diretor. O personagem que havia criado, com suas garras de metal e rosto distorcido pelo fogo, virou ícone pop, tão cultuado e amado pelos fãs de cinema quanto seu principal rival nas matanças das telas, o Jason de "Sexta-Feira 13". Estava inaugurado o cinema de terror dos grandes psicopatas de mentirinha que, a despeito de tudo isso, ainda conseguiam assustar muito o público.

"A Hora do Pesadelo" redefiniu toda a carreira de Craven que a partir daí ficou esmagado por sua maior criação. Todos queriam que o cineasta voltasse às telas com algo tão original, bom e aterrorizador quanto Krueger. A verdade porém é que houve um esgotamento por parte do diretor depois daquele filme. Ele parecia não ter mais ideias novas. Filmes como "A Maldição de Samantha", "Shocker - 100.000 Volts de Terror", "As Criaturas Atrás das Paredes" e "A Maldição dos Mortos-Vivos" podiam até divertir, mas estavam longe, bem longe, da genialidade que se esperava dele. Como declarou certa vez em uma entrevista, Craven parecia assombrado por sua própria criação, a tal ponto que resolveu se distanciar um pouco da franquia que nascia com força comercial em filmes, séries de TV e revistas, todas explorando o universo doentio de Fred Krueger.

Apenas dez anos depois do primeiro "A Hora do Pesadelo" foi que Wes Craven resolveu finalmente dirigir um novo filme sobre o infame assassino de jovens. "O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger" de 1994 deixou um gostinho de decepção no ar, já que todos esperavam por uma nova obra prima e isso não aconteceu. Era apenas mais um filme da franquia, sem muitas novidades dignas de nota. O fracasso comercial de "Um Vampiro no Brooklyn", com Eddie Murphy, um ano depois só agravou ainda mais o quadro e o prestigio do diretor em Hollywood. Ele parecia não ter mais nada de novo a dizer, sem rumo e sem direção certa a seguir na carreira.

Seu renascimento como diretor comercialmente consagrado só viria mesmo com "Pânico"! O curioso é que Craven escreveu uma espécie de sátira em cima dos filmes de terror, brincando o tempo todo com os clichês mais habituais do gênero. O público amou o resultado final e em pouco tempo Craven tinha outra franquia milionária em mãos. Só que ao contrário do que havia acontecido com "A Hora do Pesadelo" aqui ele faria questão de dirigir todas as continuações, exercendo mão de ferro sobre sua popular nova criação. Quatro filmes de "Pânico" depois e Craven já era um multimilionário. Com a velhice chegando ele começou a recusar a direção de filmes importantes, que fizeram muito sucesso depois. Ao invés disso resolveu se arriscar em produções duvidosas com roteiros fracos. "A Sétima Alma" é um exemplo dessa má fase do diretor.

Finalmente há quatro anos Wes Craven finalmente se despediu do cinema com o fracasso de "Pânico 4", um terror que não era tão ruim como se dizia na época de seu lançamento. Depois dessa decepção o diretor resolveu dar um tempo. Continuou produzindo e esporadicamente escrevendo alguns roteiros, mas nada muito frequente. Depois que sua saúde ficou debilitada ele se distanciou ainda mais da possibilidade de vir a dirigir novos filmes. Tudo bem que "Pânico 4" não foi uma despedida à altura do que tanto fez em sua carreira, mas certamente, pelo conjunto da obra, Craven merece todo o reconhecimento e elogios. Foi realmente um mestre do terror em sua passagem entre nós. Descanse em paz, Wes Craven.

Pablo Aluísio.

Mickey Rourke, 64

Ontem foi aniversário do ator Mickey Rourke. Ele completou 64 anos de idade! Como o tempo passa rápido... Quando eu comecei a gostar realmente muito de cinema, ainda na minha adolescência na década de 80, Rourke foi um dos meus primeiros ídolos na sétima arte. Ele era cool, fazia ótimos filmes e estava se destacando tanto na carreira que muitos críticos o chegaram a comparar com o mito Marlon Brando! Era o legítimo sucessor daquela geração em que se imortalizaram Brando, Dean e Clift. Pelo menos isso era o que todos pensavam na época...

Infelizmente a virada da década de 80 para 90 pareceu significar também o fim de seu auge. O ator que vinha colecionando grandes filmes passou a estrelar grandes fracassos comerciais e pior do que isso, os filmes também foram ficando cada vez mais ruins com o tempo. Como se isso não bastasse Rourke resolveu deixar a carreira de lado para ser boxeador... fez inúmeras plásticas desastrosas e foi ficando muito distante da imagem daquele ator jovem que um dia quase chegou a ser o novo Marlon Brando.

Ontem, procurando por notícias sobre Rourke, me deparei com uma incrível quantidade de lixo de internet, notícias em sites de fofocas de celebridades, sempre mostrando fotos horríveis de Rourke tiradas por paparazzis pela ruas de Nova Iorque ou Los Angeles. O ator hoje em dia virou uma espécie de avis rara para esse tipo de mídia sensacionalista rasteira. As manchetes quase sempre retratam Rourke como um ser grotesco, quase monstruoso, vestindo roupas estranhas, com o rosto completamente desfigurado após tantas cirurgias plásticas que o deixaram completamente irreconhecível. Certamente não é algo bonito de se ver...

Pelo visto Rourke sofre de 'Dismorfofobia' (Transtorno dismórfico corporal). Não sabe o que é isso? É um distúrbio psicológico que leva a pessoa a ter horror da sua própria aparência natural, o levando a uma infinidade de cirurgias plásticas, ano após ano, que acabam destruindo as próprias feições naturais dela. O finado cantor Michael Jackson parecia sofrer do mesmo problema. A atriz Renée Zellwegger também parece sofrer disso. São pessoas normais, até bonitas, que não aceitam sua própria aparência e piram completamente, trazendo resultados desastrosos para suas imagens. Uma pena. E os filmes? Ninguém mais fala neles. Depois de um retorno triunfal em "O Lutador" de 2008, Mickey voltou para sua velha rotina de filmes B sem importância. O último dele que vi foi uma produção modesta de guerra chamada "Marcas da Guerra", nada memorável. Pelo visto os dias de "Coração Satânico", "Prece para um Condenado", "O Ano do Dragão" e tantos outros clássicos dos anos 80 ficaram para sempre no passado...

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Trumbo - Lista Negra

Esse filme resgata a figura do roteirista americano Dalton Trumbo. O roteiro, baseado na biografia escrita por Bruce Cook, tenta desvendar a trajetória desse escritor que acabou virando um símbolo da paranoia da perseguição do Macartismo durante as décadas de 1940 e 1950 nos Estados Unidos. Trumbo foi um dos mais talentosos roteiristas de Hollywood em sua fase de ouro, mas acabou vendo sua carreira ruir após ser acusado de ser comunista (o que era verdade, já que ele era membro do Partido Comunista daquele país). A questão é que depois disso e de ter se recusado a responder as perguntas do Congresso ele foi preso por desacato, ficando alguns anos na prisão.

Após voltar para a liberdade viu todas as portas dos grandes estúdios fechadas para ele. Sem emprego, estigmatizado e perseguido politicamente, Trumbo precisou fazer o que era preciso para sobreviver, escrevendo seus roteiros com pseudônimos, trabalhando para pequenos estúdios especializados em filmes ruins, fazendo o que estava à mão para sobreviver. Um dos aspectos mais interessantes que o cinéfilo vai encontrar nesse filme é a presença de grandes astros do passado que passaram pela vida de Trumbo. Estão lá o conservador John Wayne, o delator Edward G. Robinson e o corajoso Kirk Douglas, que resolveu enfrentar a todos, contratando Trumbo  para trabalhar no grande épico "Spartacus". Sob esse ponto de vista o filme é uma delícia para os que gostam de cinema clássico, pois vemos os bastidores daquela época de uma forma ímpar.

Pelo que vemos no filme, Dalton Trumbo era um daqueles comunistas românticos (e bastante inocentes) que lutavam por uma ideologia sem saber muito bem o que ela significava. Enquanto tentava angariar simpatizantes para sua causa nos Estados Unidos, ele parecia ignorar os genocídios que Stálin promovia na União Soviética. Era de certa maneira um ingênuo e pagou um preço caro por isso. O filme não entra muito a fundo sobre esse ponto, sobre a essência do pensamento de Trumbo sobre a esquerda mundial e suas ditaduras sanguinárias, porém dá pistas importantes quando, por exemplo, ele reencontra o ator Edward G. Robinson e confessa que eles não tinham qualquer ligação com movimentos comunistas no exterior, provando que eram apenas boas pessoas ingênuas iludidas por uma ideologia realmente danosa.

Já sobre o filme em si não podemos deixar de elogiar o grande (e essa expressão não está sendo usada em vão) Bryan Cranston. Recentemente assisti um filme em que ele interpretava o presidente americano Lyndon Johnson e escrevi que Bryan havia conseguido desaparecer em seu personagem, algo que apenas os grandes atores conseguem fazer. O mesmo se repete aqui. Provavelmente Bryan Cranston seja um dos grandes atores de sua geração, pena que só veio se revelar ao grande público com a série "Breaking Bad". Não faz mal, mesmo tardiamente ele tem se revelado um maravilhoso ator. Então é isso. "Trumbo - Lista Negra" é de fato um ótimo filme, valorizado pela lição histórica que passa. Um retorno a um passado realmente sombrio da história americana. Certamente merece ser visto.

Trumbo - Lista Negra (Trumbo, Estados Unidos, 2015) Direção: Jay Roach / Roteiro: John McNamara, baseado no livro escrito por Bruce Cook / Elenco: Bryan Cranston, Diane Lane, Helen Mirren, Elle Fanning, Michael Stuhlbarg / Sinopse: Durante os anos 1940 o roteirista de Hollywood Dalton Trumbo é acusado de ser um comunista. Preso, perseguido e impedido de trabalhar novamente ele faz de tudo para sobreviver em um clima de profunda paranoia política. Filme baseado em fatos reais. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Bryan Cranston).

Pablo Aluísio.

À Beira Mar

Um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas foi o fim do casamento entre Brad Pitt e Angelina Jolie. Como era de se esperar em casos assim, de divórcio, sobraram farpas e acusações para todos os lados, fora a imensa briga nos tribunais que está por vir. Todo fim de casamento passa por algo parecido, algumas vezes de forma mais amena, em outras de maneira mais violenta, mas quase nunca pacífica. Pois bem, se você estiver em busca de respostas sobre as razões que levaram ao fim da união entre eles uma boa dica é assistir a esse último filme que fizeram juntos.

"By the Sea" é um drama depressivo que se passa em uma pequena vila à beira mar na costa da França. Brad Pitt interpreta um escritor americano em crise de criatividade chamado Roland. Há muito tempo ele não escreve nada de bom. Sem ideias e paralisado pela falta de inspiração, ele resolve ir com sua esposa Vanessa (Jolie) para esse lugar bucólico, tentando assim escrever finalmente seu novo romance.

Eles se hospedam em um hotel e Roland começa as tentativas para escrever seu livro. O problema é que o casal também está em crise. O casamento de longos anos já não é mais o mesmo. Ao invés da felicidade de estarem juntos, tudo o que sobrou foi o aborrecimento de ter que aturar um ao outro. Algo que vai se tornando cada vez mais penoso com o passar do tempo. Para piorar o que já por si só era bem ruim, no quarto ao lado está hospedado um jovem casal recém casado em plena lua de mel. O contraste entre a felicidade deles e a infelicidade do casal veterano começa a tornar tudo ainda mais insuportável. Para sufocar suas mágoas o escritor de Brad Pitt se esconde na bebida. Já sua esposa descobre que há um buraco na parede de seu quarto que lhe dá a oportunidade de bisbilhotar o casalzinho ao lado. Assim ela começa a ter crises de voyeurismo, vendo a felicidade alheia que já  não encontra mais em seu matrimônio praticamente falido.

Esse filme que foi escrito e dirigido pela própria Angelina Jolie é claramente inspirado no cinema europeu da década de 1960. O problema é que existe uma clara diferença entre um filme original feito na Europa e uma mera imitação. Jolie tenta demonstrar, por exemplo, uma certa sofisticação, mas no final só consegue ser apenas bem chata. Ela confundiu classe genuína com ser pedante (que são duas coisas bem diferentes). Sua personagem também não acrescenta muito e Jolie está particularmente ruim em cena. A longa duração (desnecessária) também fará muita gente abandonar o filme pelo meio, até porque se formos pensar bem o roteiro muitas vezes se apresenta bem vazio e sem profundidade.

À Beira Mar (By the Sea, Estados Unidos, França, Malta 2015) Direção: Angelina Jolie / Roteiro: Angelina Jolie / Elenco: Brad Pitt, Angelina Jolie, Mélanie Laurent, Melvil Poupaud, Niels Arestrup / Sinopse: Casal americano em crise viaja para a costa da França. O marido quer escrever seu novo livro e a esposa tenta superar o abismo conjugal em que vive. Eles se hospedam em um hotel e descobrem que o casal do quarto ao lado está curtindo sua lua de mel, em plena felicidade e romantismo. A situação (que leva a comparação entre a infelicidade própria e a felicidade alheia) começa a incomodar ao veterano casal, agravando ainda mais sua crise de relacionamento.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Esquadrão Suicida

Foi extremamente badalado esse novo filme da DC Comics. Como bem sabemos a DC tem sido bastante criticada por errar em inúmeras adaptações de quadrinhos para o cinema. Para muitos a Marvel tem se saído muito melhor nesse aspecto. Há certamente um fundo de verdade nisso, porém pela galeria de personagens que possui não há como a DC voltar atrás. Só resta tentar, muitas vezes na base da tentativa e erro. Esse "Esquadrão Suicida" aposta em vários personagens menos conhecidos, todos se unindo para formar uma espécie de grupo de criminosos em prol de boas causas. Faz sentido? Não muito, mas esse não é o principal problema desse filme. O que faz falta aqui é justamente um bom roteiro. De todas as adaptações da DC Comics para o cinema esse é certamente um dos filmes que apresentaram o pior roteiro. O enredo é básico, mal elaborado e sem novidades. Clichês pulam por todos os lados e com isso o filme como um todo naufraga. Outro ponto fraquíssimo vem dos vilões. Nada interessantes. Nem a presença do Coringa salva o filme nesse aspecto. Interpretado por Jared Leto ele só consegue ser muito sem graça e completamente irrelevante para a estória. Uma decepção completa.

Outro fator que me decepcionou bastante foi a produção. Para um filme milionário como esse é simplesmente surpreendente que a produção deixe a desejar. A direção de arte não é das melhores, os cenários são derivativos, já vistos em centenas de outros filmes antes e os efeitos especiais não são isentos de críticas. Em alguns momentos chega a ser constrangedor. No final das contas uma das poucas coisas boas desse filme vem em seu elenco. A melhor presença vem com a atriz Margot Robbie. Ela conseguiu sobreviver às críticas e a Warner anunciou que fará em breve um filme solo com a Arlequina. A garota, pelo visto, se deu realmente bem. Will Smith também ajuda a passar o tempo. O seu personagem, um assassino profissional, é um dos poucos que possuem alguma profundidade. O resto do Esquadrão Suicida é formado apenas por coadjuvantes sem maior expressão. Assim, apesar do filme ter sido relativamente bem em termos de bilheteria, penso que a DC e a Warner investirá mais naqueles personagens que mostraram alguma viabilidade futura. O resto será deixado de lado, no volumoso lixo de adaptações mal sucedidas da DC para o cinema.

Esquadrão Suicida (Suicide Squad, Estados Unidos, 2016) Direção: David Ayer / Roteiro: David Ayer / Elenco: Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie Jared Leto / Sinopse: Em uma ousada ideia o serviço de inteligência do governo americano resolve formar um esquadrão formado apenas por criminosos perigosos. Eles terão que realizar as missões mais perigosas, justamente àquelas que o governo não quer participar ou se envolver oficialmente. O serviço sujo enfim, será realizado pelo grupo sempre que for necessário.

Pablo Aluísio.

D-Tox

Stallone foi o Rei dos anos 80 no cinema. Vários de seus filmes nessa década estão entre os mais assistidos. Um sucesso de bilheteria atrás do outro. O tempo porém passou e Stallone foi colecionando filmes com bilheterias fracas, alguns fracassos também. Os anos 90 já não foram tão bem sucedidos. Alguns de seus filmes nem era mais lançados nos cinemas no Brasil, algo impossível de se imaginar dez anos antes. Esse filme aqui foi outra tentativa de recuperar a estrela do passado. Não deu muito certo. Ao custo de 55 milhões de dólares conseguiu faturar algo em torno de 32 milhões, deixando prejuízo para o estúdio. Quem diria que Stallone iria chegar numa situação dessas? Pois é, nenhuma carreira surfa a onda do sucesso para sempre.

Apesar de seu fraco resultado comercial até que gostei do filme. Há a estória de um agente do FBI que fica traumatizado pelo brutal crime de um serial killer que acaba testemunhando. Para se recuperar ele se interna numa clínica de reabilitação (sim, o personagem também tem problemas com alcoolismo) e aí começa todo o terror de antes. Filmes com psicopatas, costumo dizer, geralmente são bons. Principalmente quando o roteiro explora seu "método" de matança. Esse roteiro aqui não é tão bem escrito nesse aspecto, mas consegue manter o interesse. Ajuda também a própria presença de Stallone, um astro de inegável carisma. Enfim, "D-Tox" é um filme menor na filmografia de Sly, mas não menos interessante do que outros que ele estrelou nessa mesma fase de sua carreira.

D-Tox (D-Tox, Estados Unidos, 1999) Direção: Jim Gillespie / Roteiro: Howard Swindle, Ron L. Brinkerhoff / Elenco: Sylvester Stallone, Charles S. Dutton, Polly Walker / Sinopse: Jake Malloy (Sylvester Stallone) é um agente do FBI em processo de recuperação numa clínica que precisa enfrentar mais uma vez a ameaça de um psicopata, um assassino em série que tem um desejo de vingança contra ele de algo ocorrido no passado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Mutação

Título no Brasil: Mutação
Título Original: Mimic
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Donald A. Wollheim, Matthew Robbins
Elenco: Mira Sorvino, F. Murray Abraham, Jeremy Northam, Alexander Goodwin, Josh Brolin, Charles S. Dutton
  
Sinopse:
Para deter o avanço de uma epidemia um grupo de cientistas promovem mutações em insetos dentro do laboratório, tudo com o propósito de se testar novas vacinas. Anos depois algumas espécies fogem para a natureza e lá sofrem novas mutações. Assim verdadeiros monstros começam a se desenvolver nos esgotos e subterrâneos de Nova Iorque, causando pânico naqueles que os encontram na escuridão das profundezas. Filme vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Maquiagem. Também indicado na categoria de Melhor Filme de Terror.

Comentários:
Esse filme tive a oportunidade de assistir no cinema, inclusive em uma tradicional sala de minha cidade que hoje em dia já não existe mais (ela foi fechada como centenas de outras salas do mesmo tipo depois que os cinemas migraram para os complexos de shopping center). Deixando esse aspecto nostálgico de lado o que temos aqui é uma nova roupagem para aqueles antigos filmes de insetos gigantes dos anos 50. Esse foi um dos primeiros filmes da carreira do diretor Guillermo del Toro. Na época de seu lançamento ele era praticamente desconhecido do grande público com poucos e inexpressivos títulos em sua filmografia. De qualquer forma diante dos desafios ele até que não se saiu tão mal como era esperado. Na verdade essa produção é uma adaptação de um curta-metragem que procurava resgatar o espírito dos antigos filmes de horror. Com a possibilidade trazida pelos avanços tecnológicos, principalmente no tocante a efeitos digitais, a produção realmente prometia bastante. O problema é que a fotografia ficou extremamente escura, o que prejudicou o resultado final. Quando os tais insetos mutantes gigantes surgem na tela o fazem apenas nas sombras. Quase não se consegue ver as criaturas por essa razão. Em termos de elenco temos duas surpresas. A primeira é a presença da oscarizada Mira Sorvino. Ela definitivamente não convence muito em seu papel. Outra surpresa é a presença do prestigiado F. Murray Abraham! Até hoje me pergunto o que um ator tão conceituado foi fazer em um filme sobre baratas gigantes!!! Enfim, assista se ainda não viu. Não é um grande filme, mas até que se torna uma boa diversão se você não for exigente demais.

Pablo Aluísio.

Sexta-Feira 13 - Parte 7

Título no Brasil: Sexta-Feira 13 Parte 7 - A Matança Continua
Título Original: Friday the 13th Part VII The New Blood
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Carl Buechler
Roteiro: Daryl Haney, Manuel Fidello
Elenco: Jennifer Banko, John Otrin, Susan Blu
  
Sinopse:
O psicopata Jason Voorhees (Kane Hodder) retorna à ativa por causa dos poderes psíquicos de uma jovem com uma incrível capacidade sobrenatural. Agora, livre daquilo que o impedia de matar, Jason está de volta ao parque abandonado de Crystal Lake para novas mortes de jovens desavisados que andam pela região. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Lançamento em DVD / Blu-Ray.

Comentários:
O que fazer de novo após seis filmes onde Jason sofreu todos os tipos de tentativas de morte? Ele foi baleado, esfaqueado, afogado, esganado e enforcado! Acha pouco? Depois do filme 6 muitos pensavam que Jason finalmente iria se despedir de suas matanças nas telas, mas estavam todos enganados! A solução para ressuscitar Jason foi usar o personagem de um jovem com poderes especiais, algo tão incrível que seria capaz até mesmo de trazer de volta o velho e doente Jason, agora... pasmem... revitalizado em sua sede de mortes em série. Eu confesso que até gosto desse filme, isso porque os roteiristas procuraram sair da mesmice. Se não foram tão criativos como se esperava pelo menos fizeram algo um pouquinho mais diferente do habitual. O diretor John Carl Buechler era especializado em efeitos especiais e dirigiu poucos filmes, nenhum deles digno de nota.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Life - Um Retrato de James Dean

Título no Brasil: Life - Um Retrato de James Dean
Título Original: Life
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Entertainment One
Direção: Anton Corbijn
Roteiro: Luke Davies
Elenco: Robert Pattinson, Dane DeHaan, Peter Lucas, Lauren Gallagher, Alessandra Mastronardi, Joel Edgerton
  
Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Durante os anos 1950 um jovem fotógrafo chamado Dennis Stock (Robert Pattinson) convence o ator rebelde James Dean (Dane DeHaan) a participar de um ensaio de fotos para ser vendido à famosa revista Life. Inicialmente relutante, James Dean concorda com a ideia e convence Stock a segui-lo em uma viagem de retorno que ele estaria fazendo para sua antiga cidade natal no meio oeste americano, em Fairmount, no estado de Indiana. Essa seria a última vez em sua vida que James Dean veria seu lar natal.

Comentários:
As fotos de James Dean que foram publicadas na revista Life nos anos 50 até hoje são consideradas as melhores já feitas do ator. Publicadas em vários livros, revistas e jornais ao longo dos anos se tornaram verdadeiros ícones do fotojornalismo moderno. Partindo delas escreveu-se o bom roteiro desse filme que procura recriar em detalhes os eventos que lhes deram origem. Como todos sabemos o ator James Dean morreu poucas semanas depois das fotos serem tiradas. Transformado postumamente em um dos maiores ícones cinematográficos de todos os tempos, tudo o que se dizia respeito a ele ganhou uma áurea de importância sem precedentes. O James Dean que encontramos nesse filme é um jovem ator prestes a se tornar um astro (na realidade quando morreu apenas um de seus filmes tinha realmente estreado nos cinemas americanos). O curioso é que quando essa nova produção foi anunciada muitos pensaram que Dean seria interpretado por Robert Pattinson, por causa das semelhanças que insistem dizer que existem entre ambos. Fugindo da polêmica e da comparação porém Pattinson preferiu interpretar o fotógrafo Dennis Stock que acabou entrando para a história justamente por causa das fotos que tirou. Em sentido geral é realmente um bom filme, muito agradável e até nostálgico, que recria um dos momentos mais curiosos da trajetória do mito e da lenda James Dean. Para cinéfilos em geral é realmente uma excelente pedida.

Pablo Aluísio.