Está cada vez mais em moda essa onda de revisionismo histórico. Grandes assassinos e déspotas do passado ganham uma nova chance de saírem melhor na foto da história. O mais novo contemplado com essa visão é um dos mais alucinados e cruéis imperadores da história de Roma, sim, ele mesmo, Nero! Para alguns historiadores modernos o pobre Nero não seria tão mau como vemos nos registros históricos. Famoso por supostamente ter colocado fogo em Roma e por uma perseguição sem tréguas contra os cristãos, o novo retrato de Nero pintado por esses novos autores é bem diferente. Eles alegam que o imperador foi alvo de simples "intriga da oposição". Como sua história foi escrita por defensores do antigo sistema político romano - a República - ele foi pintado com tintas forte demais.
A primeira parte desse novo retrato inocenta Nero de ter colocado fogo em Roma. Muitos autores da atualidade dizem que a história que Nero teria mandado colocar fogo na cidade para depois ficar olhando tudo de seu palácio, tocando harpa, é pura ficção. Para essa nova corrente Nero sequer estava em Roma naquele dia. Ele estaria numa cidade próxima, em sua propriedade, onde descansava e passava férias. Em defesa dessa nova história dizem que assim que soube do desastre Nero teria enviado ajuda imediatamente, inclusive cedendo palácios imperiais para abrigar os feridos e queimados. E não foi só. Deslocou parte do exército romano para ir na cidade servir de exército da salvação, literalmente.
Claro que depois que a cidade foi queimada e Nero construiu sobre as cinzas um novo e espetacular palácio seu prestígio ficou bem abalado. Os boatos começaram a tomar conta de Roma dizendo que o imperador havia colocado fogo na cidade para abrir espaço para sua "casa dourada". Além disso a perversidade de Nero contra os membros daquela nova seita chamada cristã era um fato que mesmo seus maiores defensores não conseguiam negar. Segundo fontes antigas Nero mandava que os cristãos - homens, jovens, idosos, mulheres e até crianças - fossem crucificados e depois queimados vivos, enquanto ele desfrutava de seu banquete noturno. Como defender um psicopata dessa magnitude?
Por fim, Nero também não consegue escapar das inúmeras mortes que promoveu, não apenas de seus adversários políticos mas também de seus próprios familiares. Ele teria matado a mãe, seu irmão e duas esposas, uma inclusive grávida e morta a pontapés pelo insano tirano! Outro ponto que obscurece seu retrato moderno é a sua vida recheada de escândalos sexuais. Nero era considerado um estuprador de mulheres jovens e virgens e também de matronas casadas. Mas quem pensa que ele era um hetero convicto se engana. Nero era um homossexual passivo o que chocava a sociedade romana que considerava isso uma indignidade para um homem de sua posição. Era coisa de grego na cabeça dos romanos. Para piorar também tinha acessos de travestismo, onde se pintava e vestia roupas de mulher, andando como um verdadeiro travesti dos dias atuais. Pois é, redimir o velho Nero vai ser um pouco mais complicado do que pensam seus defensores ferrenhos!
Pablo Aluísio
domingo, 10 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
John Adams
John Adams foi uma figura importante na luta pela independência americana e segundo presidente dos Estados Unidos. Durante a sua presidência, Washington se tornou a capital americana. John Adams nasceu em 19 de outubro de 1735 em Braintree (agora Quincy), Massachusetts, filho de um fazendeiro. Adams se formou pela Universidade de Harvard em 1755 e tornou-se advogado. Em 1764 casou-se com Abigail Smith, uma mulher inteligente e independente que forneceu o marido um apoio considerável ao longo de sua carreira. A partir de meados da década de 1760, Adams começou cada vez mais a opor-se a legislação britânica em sua colônia americana, começando com a Lei do Selo. Apesar de sua hostilidade para com o governo britânico, em 1770, ele defendeu os soldados britânicos envolvidos no massacre de Boston. Isto tornou-o impopular, mas marcou-o como um homem de princípios elevados.
No primeiro e segundo Congresso continental, onde representou Massachusetts, Adams usou sua elegante escrita e habilidades de oratória para persuadir outros colonos sobre a necessidade de oposição a Grã-Bretanha, e a luta da causa pela independência da América. Ele trabalhou no comitê que posteriormente iria redigir a Declaração de Independência dos Estados Unidos. Durante a Guerra Revolucionária, ele acabou tomando parte no Conselho de Guerra, ajudando a levantar fundos com o objetivo de equipar o exército americano. Também colaborou ativamente na criação da marinha dos Estados Unidos. Em 1778 Adams foi enviado para Paris em uma missão diplomática. Ele voltou para lá em 1780 e, em 1783, foi um dos três norte-americanos a assinarem o Tratado de Paris, colocando fim da Guerra da Independência Americana. Entre 1785 e 1788, Adams atuou como o primeiro embaixador americano na Grã-Bretanha.
Em seu retorno à América, ele foi eleito o primeiro vice-presidente na chapa de George Washington e serviu por dois mandatos. Na campanha presidencial de 1796 acabou enfrentando forte oposição à sua candidatura dentro de seu próprio partido. Assim Adams acabou se filiando ao Partido Federalista onde foi eleito presidente. A deterioração das relações com a França levou a uma guerra naval não declarada entre os antigos aliados. Em 1798, Adams assinou o controverso ato que limitavam os direitos à liberdade de expressão. Isso praticamente destruiu sua popularidade, criando atos de repúdio e oposição em todo o país. Ao mesmo tempo, Adams enfrentou a oposição entre seus próprios aliados políticos. Ele resistiu às exigências de uma guerra declarada contra a França e esse foi um dos principais fatores que o fizeram perder a eleição de 1800 para Thomas Jefferson. Depois da derrota John Adams decidiu se aposentar da política, se estabelecendo definitivamente em sua cidade natal de Quincy. Ele faleceu em 04 de julho de 1826, depois de ter sobrevivido para ver a eleição de seu filho mais velho, John Quincy Adams, como sexto presidente dos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.
No primeiro e segundo Congresso continental, onde representou Massachusetts, Adams usou sua elegante escrita e habilidades de oratória para persuadir outros colonos sobre a necessidade de oposição a Grã-Bretanha, e a luta da causa pela independência da América. Ele trabalhou no comitê que posteriormente iria redigir a Declaração de Independência dos Estados Unidos. Durante a Guerra Revolucionária, ele acabou tomando parte no Conselho de Guerra, ajudando a levantar fundos com o objetivo de equipar o exército americano. Também colaborou ativamente na criação da marinha dos Estados Unidos. Em 1778 Adams foi enviado para Paris em uma missão diplomática. Ele voltou para lá em 1780 e, em 1783, foi um dos três norte-americanos a assinarem o Tratado de Paris, colocando fim da Guerra da Independência Americana. Entre 1785 e 1788, Adams atuou como o primeiro embaixador americano na Grã-Bretanha.
Em seu retorno à América, ele foi eleito o primeiro vice-presidente na chapa de George Washington e serviu por dois mandatos. Na campanha presidencial de 1796 acabou enfrentando forte oposição à sua candidatura dentro de seu próprio partido. Assim Adams acabou se filiando ao Partido Federalista onde foi eleito presidente. A deterioração das relações com a França levou a uma guerra naval não declarada entre os antigos aliados. Em 1798, Adams assinou o controverso ato que limitavam os direitos à liberdade de expressão. Isso praticamente destruiu sua popularidade, criando atos de repúdio e oposição em todo o país. Ao mesmo tempo, Adams enfrentou a oposição entre seus próprios aliados políticos. Ele resistiu às exigências de uma guerra declarada contra a França e esse foi um dos principais fatores que o fizeram perder a eleição de 1800 para Thomas Jefferson. Depois da derrota John Adams decidiu se aposentar da política, se estabelecendo definitivamente em sua cidade natal de Quincy. Ele faleceu em 04 de julho de 1826, depois de ter sobrevivido para ver a eleição de seu filho mais velho, John Quincy Adams, como sexto presidente dos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.
Zumbi
Essa é uma pergunta que incomoda, incomoda muito! Na realidade longe da história oficial existe o mundo real, onde os personagens históricos nem sempre foram tão politicamente corretos. Se formos pensar em termos reais o fato é que um homem como Zumbi deixou inúmeras lacunas sobre sua verdadeira identidade. As informações são esparsas, dispersas, pois infelizmente havia poucos negros letrados naqueles tempos e isso causou um problema histórico gigantesco pois eles não escreveram sua própria história. O que temos são registros de pessoas da época que não conviveram dentro de Palmares, tendo que se contentar muitas vezes com a palavra de pessoas que supostamente teriam feito parte do quilombo. O que se pode dizer com uma certeza é que havia escravidão dentro da própria sociedade negra africana. Veja, muitos escravos que eram vendidos no litoral para os traficantes brancos tinham sido capturados por outros negros. Dentro do continente africano valia a lei da força bruta. Uma tribo em busca de riquezas invadia as terras de outra tribo e caso se tornassem vencedores na guerra transformavam todos os membros da aldeia conquistada em escravos. Mulheres, idosos e crianças eram vendidos pelo melhor preço. Em determinado momento o branco europeu não mais adentrava o continente em busca da tão valiosa mão de obra escrava pois grupos negros levavam escravos para os portos e os vendiam aos donos de navios negreiros.
Sim, a verdade histórica é politicamente incorreta. Não há hoje como negar que havia muitos negros no longo elo do tráfico de escravos negros para as Américas. Pois bem, dentro dos quilombos também havia uma sociedade estratificada, onde os poderosos tinham poder de vida e morte sobre os subordinados. Zumbi estava no topo da escala social de seu povo, era um monarca, um rei. E como todo rei negro africano também tinha seus escravos. Olhando sob esse prisma chegamos numa conclusão curiosa: Zumbi ao fundar seu quilombo não tinha em mente destruir o sistema de escravidão reinante na colônia, mas sim deixar de ser um escravo, subir na hierarquia social da sociedade e não acabar com a escravidão, até porque se até ele mesmo tinha escravos porque iria se auto prejudicar em sua propriedade? A visão de abolir a escravidão é um ponto de vista universal, amplo, objetivo. A visão que Zumbi tinha era puramente subjetiva pois o que queria mesmo era deixar de ser escravo de alguém, acima de tudo.
O escravo negro não era considerado uma pessoa do ponto de vista jurídico, mas um bem, uma coisa. E como coisa ele fazia parte do direito de propriedade de seu dono. Se Zumbi tinha escravos obviamente que eles também faziam parte de sua riqueza pessoal. Para ostentar seu domínio dentro do quilombo ele também tinha que ter poder político e poder econômico, e para isso não iria se desfazer de parte de sua propriedade, defendendo uma ideologia que lhe era desconhecida até então. Parece espantoso, mas a verdade pura e simples é que os pensamentos iluministas e abolicionistas não tinham chegado a Zumbi e ao seu povo. Era necessário haver um sistema cultural erudito para isso, entender de filosofia e até mesmo de teologia, algo que escapava para a realidade daquelas pessoas. Assim Zumbi é um símbolo controverso para o movimento negro. Certamente ele representa hoje em dia algo, mas em seu tempo isso era ainda uma abstração que não fazia parte da mentalidade da sociedade quilombola da qual fazia parte.
Pablo Aluísio.
Sim, a verdade histórica é politicamente incorreta. Não há hoje como negar que havia muitos negros no longo elo do tráfico de escravos negros para as Américas. Pois bem, dentro dos quilombos também havia uma sociedade estratificada, onde os poderosos tinham poder de vida e morte sobre os subordinados. Zumbi estava no topo da escala social de seu povo, era um monarca, um rei. E como todo rei negro africano também tinha seus escravos. Olhando sob esse prisma chegamos numa conclusão curiosa: Zumbi ao fundar seu quilombo não tinha em mente destruir o sistema de escravidão reinante na colônia, mas sim deixar de ser um escravo, subir na hierarquia social da sociedade e não acabar com a escravidão, até porque se até ele mesmo tinha escravos porque iria se auto prejudicar em sua propriedade? A visão de abolir a escravidão é um ponto de vista universal, amplo, objetivo. A visão que Zumbi tinha era puramente subjetiva pois o que queria mesmo era deixar de ser escravo de alguém, acima de tudo.
O escravo negro não era considerado uma pessoa do ponto de vista jurídico, mas um bem, uma coisa. E como coisa ele fazia parte do direito de propriedade de seu dono. Se Zumbi tinha escravos obviamente que eles também faziam parte de sua riqueza pessoal. Para ostentar seu domínio dentro do quilombo ele também tinha que ter poder político e poder econômico, e para isso não iria se desfazer de parte de sua propriedade, defendendo uma ideologia que lhe era desconhecida até então. Parece espantoso, mas a verdade pura e simples é que os pensamentos iluministas e abolicionistas não tinham chegado a Zumbi e ao seu povo. Era necessário haver um sistema cultural erudito para isso, entender de filosofia e até mesmo de teologia, algo que escapava para a realidade daquelas pessoas. Assim Zumbi é um símbolo controverso para o movimento negro. Certamente ele representa hoje em dia algo, mas em seu tempo isso era ainda uma abstração que não fazia parte da mentalidade da sociedade quilombola da qual fazia parte.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
A Batalha da Inglaterra
O sonho de Hitler era invadir a Inglaterra logo após a queda da França e demais países do leste europeu. Afinal de contas ele estava mesmo em seu auge de conquista. A tática alemã de guerra relâmpago (Blitzkrieg) havia colhido excelentes frutos. A rendição do exército francês pegou todos de surpresa, uma vez que o país era um potência militar desde os tempos de Napoleão Bonaparte. O que Hitler não levou em conta foi o fato de que os ingleses não iriam se render de forma tão fácil, pelo contrário, iriam lutar até o último homem. Em discurso pelo rádio o primeiro ministro Winston Churchill garantiu que o povo inglês jamais se entregaria ao nazismo. Em uma frase que ficou famosa ele declarou: "Não prometo nada, apenas sangue, suor e lágrimas". E assim foi.
O plano de Hitler tinha dois objetivos bem claros, duas etapas. O primeiro seria destruir as forças armadas inglesas com bombardeios diários nas principais cidades inglesas e seus centros industriais. Depois quando o complexo militar britânico estivesse de joelhos começaria a invasão pela costa sul da ilha. Mais uma vez Hitler e seus generais não levaram em conta a força de resistência do império britânico. De fato os alemães jamais colocariam as botas em solo inglês. A tão falada operação aérea se revelou logo um desastre.
Apesar de ter grande poderio a Luftwaffe, força aérea nazista, não foi páreo para a RAF (A força real inglesa), que foi para o confronto direto usando caças mais ágeis, facéis de manobrar e com mais poder de fogo. Os aviões alemães eram de fato muito bons, porém se mostraram pesados no ar, com pouca versatilidade e autonomia. A tecnologia de ponta do caça Spitfire, proporcionando grande poder de manobra dos aviões ingleses foi decisivo para sua vitória no espaço aéreo. Com baixas de elevado número não houve como completar a segunda fase da invasão da Inglaterra, uma vez que os ingleses se mostraram fortes o suficiente para destruir os planos de Hitler nos ares da Grã-Bretanha.
RAF Spitfires e Hurricanes
A defesa da pátria durante a Batalha da Grã-Bretanha foi dominado pela parceria entre os aviões RAF Spitfires e Hurricanes, monoplanos, com assento único e quatro pares de metralhadoras Browning. Os dois aviões de combate entraram em serviço com apenas poucos meses de diferença. O Hurricane era uma aeronave robusta, com uma plataforma de arma estável, capaz de absorver uma enorme quantidade de danos durante a batalha, um poder de resistência bem maior do que o Spitfire ou o seu adversário alemão Bf-109.
Ele foi projetado por Sir Sydney Camm e foi o último de uma longa linha de aeronaves Hawker, todos caracterizados pela sua construção robusta, primorosa. Ao longo da guerra estima-se que o Hurricane tenha abatidos 656 combatentes inimigos e bombardeiros, contra 529 aviões destruídos pelos Spitfires. Por sua vez, era uma aeronave extremamente avançada - um metal especialmente desenvolvido, originando um monoplano com trem de pouso retrátil, cockpit fechado e oito armamentos pesados de combate. Os primeiros Hurricanes entraram em serviço em dezembro de 1937. Foi um avião essencial na derrota da batalha da Inglaterra. O Spitfire, foi projetado e construído por Reginald Mitchell J. Logo se tornou a última palavra em tecnologia de uma longa linha de desenvolvimento da indústria bélica inglesa.
O plano de Hitler tinha dois objetivos bem claros, duas etapas. O primeiro seria destruir as forças armadas inglesas com bombardeios diários nas principais cidades inglesas e seus centros industriais. Depois quando o complexo militar britânico estivesse de joelhos começaria a invasão pela costa sul da ilha. Mais uma vez Hitler e seus generais não levaram em conta a força de resistência do império britânico. De fato os alemães jamais colocariam as botas em solo inglês. A tão falada operação aérea se revelou logo um desastre.
Apesar de ter grande poderio a Luftwaffe, força aérea nazista, não foi páreo para a RAF (A força real inglesa), que foi para o confronto direto usando caças mais ágeis, facéis de manobrar e com mais poder de fogo. Os aviões alemães eram de fato muito bons, porém se mostraram pesados no ar, com pouca versatilidade e autonomia. A tecnologia de ponta do caça Spitfire, proporcionando grande poder de manobra dos aviões ingleses foi decisivo para sua vitória no espaço aéreo. Com baixas de elevado número não houve como completar a segunda fase da invasão da Inglaterra, uma vez que os ingleses se mostraram fortes o suficiente para destruir os planos de Hitler nos ares da Grã-Bretanha.
RAF Spitfires e Hurricanes
A defesa da pátria durante a Batalha da Grã-Bretanha foi dominado pela parceria entre os aviões RAF Spitfires e Hurricanes, monoplanos, com assento único e quatro pares de metralhadoras Browning. Os dois aviões de combate entraram em serviço com apenas poucos meses de diferença. O Hurricane era uma aeronave robusta, com uma plataforma de arma estável, capaz de absorver uma enorme quantidade de danos durante a batalha, um poder de resistência bem maior do que o Spitfire ou o seu adversário alemão Bf-109.
Ele foi projetado por Sir Sydney Camm e foi o último de uma longa linha de aeronaves Hawker, todos caracterizados pela sua construção robusta, primorosa. Ao longo da guerra estima-se que o Hurricane tenha abatidos 656 combatentes inimigos e bombardeiros, contra 529 aviões destruídos pelos Spitfires. Por sua vez, era uma aeronave extremamente avançada - um metal especialmente desenvolvido, originando um monoplano com trem de pouso retrátil, cockpit fechado e oito armamentos pesados de combate. Os primeiros Hurricanes entraram em serviço em dezembro de 1937. Foi um avião essencial na derrota da batalha da Inglaterra. O Spitfire, foi projetado e construído por Reginald Mitchell J. Logo se tornou a última palavra em tecnologia de uma longa linha de desenvolvimento da indústria bélica inglesa.
O grande diferencial foi a abordagem de um projeto diferente, inovador. Sua asa elíptica clássica foi o resultado de provas de velocidade realizadas na década de 30. O design acabou vencendo o Troféu Schneider de inovações de guerra. Durante os testes, ligas leves foram projetadas para reduzir o peso, dando ao caça qualidades aerodinâmicas perfeitas. A potência do motor também exigiu a criação de combustíveis especiais. O resultado de tudo isso foi um salto de qualidade no desenvolvimento de projeto de aeronaves monoplano. com grandes avanços na tecnologia de motor que foi compartilhada por ambas as aeronaves.
10 Erros Sobre a Guerra Civil Americana
1. A Guerra foi causada pelo fim da escravidão
Muitas pessoas pensam que a Guerra Civil foi causada pelo fim da escravidão. Os estados do Sul não aceitaram a abolição e por isso entraram em guerra. Na verdade a abolição se deu no transcorrer da guerra. Lincoln até mesmo sugeriu que os estados sulistas mantivessem seus escravos e caso fossem libertos a União pagaria aos fazendeiros por seu prejuízo.
2. Lincoln acreditava na igualdade entre brancos e negros
Em um discurso o presidente Lincoln falou com todas as palavras que negros eram inferiores a brancos e que por isso não podiam votar, nem exercer cargos públicos ocupados por homens brancos. Só quando a guerra civil chegou ao seu auge, com radicalismo de posições foi que o presidente americano finalmente cedeu e mudou de opinião.
3. A União tinha melhores generais que a Confederação
Basta consultar os números. Em geral morriam mais soldados da União do que confederados nas batalhas. No geral a União venceu realmente a guerra por ter mais poderio econômico e mais homens, armamentos e indústrias de armas.
4. Robert Lee acreditava piamente na causa confederada
Na verdade o General Lee sabia que os confederados perderiam a guerra desde o começo. Ele só foi para as fileiras do exército rebelde em nome de seu amor por seu estado natal. Chegando no sul encontrou um exército com muitos problemas em termos de equipamentos e material humano. Ele jamais chamou os ianques de inimigos, pois os considerava irmãos e compatriotas. Lee costumava se referir ao exército da União como "aquela gente".
5. O General Grant era um gênio militar
De todos os generais da União, Ulysses Grant foi o mais celebrado após o fim da guerra civil. Considerado um medíocre em West Point, a academia militar onde se formou, ele acabou se destacando durante o conflito por ser ousado e procurar pelo confronto direto. Lincoln se irritava geralmente com seus outros generais pois eles eram vacilantes e lentos. Grant ia para o campo aberto. Certa vez o presidente se referiu a ele da seguinte maneira: "Não posso me desfazer desse homem! Ele luta!". Depois da guerra Grant seria eleito presidente dos Estados Unidos.
6. Todos os sulistas queriam a guerra
Um erro geralmente repetido afirma que todo o povo do Sul queria a separação da União. Uma mentira. Muitos setores importantes dentro dos estados sulistas queriam continuar dentro da União. A decisão de se separar do norte foi tomada pelas casas legislativas de cada estado, sem maior participação popular.
7. Os ianques se comportaram como heróis
Na verdade as tropas da União muitas vezes agiram com extrema brutalidade contra a população civil. O general Sherman era particularmente conhecido por seus atos abusivos. Em determinado momento determinou aos seus homens que agissem em relação às mulheres do sul como se estivessem na presença de prostitutas. Nem é preciso dizer que isso causou um número alarmante de estupros nas cidades conquistadas pelos ianques do norte.
8. A Inglaterra queria a vitória da Confederação
Outro fato não verdadeiro que ganhou a chancela de muitos historiadores. Na verdade a Inglaterra procurou se manter neutra na maior parte do tempo. A confederação tentou o reconhecimento da Inglaterra em prol de sua causa, reconhecendo internacionalmente as novas nações rebeldes, mas isso jamais ocorreu de fato.
9. Os sulistas lutaram por ideologia na guerra
Um fato pouco comentado é que o governo confederado impôs por decreto o alistamento militar obrigatório para todos os homens do sul dos 17 aos 60 anos. Assim muitos soldados confederados lutaram não por acreditarem na causa, mas simplesmente porque eram obrigados pela lei.
10. Lincoln foi assassinado por um complô do governo confederado
Nada foi provado até hoje. Na realidade, assim como aconteceu com JFK, a morte desse presidente parece ter sido causada por um ato isolado de poucos indivíduos, fanáticos sulistas que quiseram se vingar da derrota na guerra, matando o presidente enquanto ele assistia a uma peça de teatro.
Pablo Aluísio.
Muitas pessoas pensam que a Guerra Civil foi causada pelo fim da escravidão. Os estados do Sul não aceitaram a abolição e por isso entraram em guerra. Na verdade a abolição se deu no transcorrer da guerra. Lincoln até mesmo sugeriu que os estados sulistas mantivessem seus escravos e caso fossem libertos a União pagaria aos fazendeiros por seu prejuízo.
2. Lincoln acreditava na igualdade entre brancos e negros
Em um discurso o presidente Lincoln falou com todas as palavras que negros eram inferiores a brancos e que por isso não podiam votar, nem exercer cargos públicos ocupados por homens brancos. Só quando a guerra civil chegou ao seu auge, com radicalismo de posições foi que o presidente americano finalmente cedeu e mudou de opinião.
3. A União tinha melhores generais que a Confederação
Basta consultar os números. Em geral morriam mais soldados da União do que confederados nas batalhas. No geral a União venceu realmente a guerra por ter mais poderio econômico e mais homens, armamentos e indústrias de armas.
4. Robert Lee acreditava piamente na causa confederada
Na verdade o General Lee sabia que os confederados perderiam a guerra desde o começo. Ele só foi para as fileiras do exército rebelde em nome de seu amor por seu estado natal. Chegando no sul encontrou um exército com muitos problemas em termos de equipamentos e material humano. Ele jamais chamou os ianques de inimigos, pois os considerava irmãos e compatriotas. Lee costumava se referir ao exército da União como "aquela gente".
5. O General Grant era um gênio militar
De todos os generais da União, Ulysses Grant foi o mais celebrado após o fim da guerra civil. Considerado um medíocre em West Point, a academia militar onde se formou, ele acabou se destacando durante o conflito por ser ousado e procurar pelo confronto direto. Lincoln se irritava geralmente com seus outros generais pois eles eram vacilantes e lentos. Grant ia para o campo aberto. Certa vez o presidente se referiu a ele da seguinte maneira: "Não posso me desfazer desse homem! Ele luta!". Depois da guerra Grant seria eleito presidente dos Estados Unidos.
6. Todos os sulistas queriam a guerra
Um erro geralmente repetido afirma que todo o povo do Sul queria a separação da União. Uma mentira. Muitos setores importantes dentro dos estados sulistas queriam continuar dentro da União. A decisão de se separar do norte foi tomada pelas casas legislativas de cada estado, sem maior participação popular.
7. Os ianques se comportaram como heróis
Na verdade as tropas da União muitas vezes agiram com extrema brutalidade contra a população civil. O general Sherman era particularmente conhecido por seus atos abusivos. Em determinado momento determinou aos seus homens que agissem em relação às mulheres do sul como se estivessem na presença de prostitutas. Nem é preciso dizer que isso causou um número alarmante de estupros nas cidades conquistadas pelos ianques do norte.
8. A Inglaterra queria a vitória da Confederação
Outro fato não verdadeiro que ganhou a chancela de muitos historiadores. Na verdade a Inglaterra procurou se manter neutra na maior parte do tempo. A confederação tentou o reconhecimento da Inglaterra em prol de sua causa, reconhecendo internacionalmente as novas nações rebeldes, mas isso jamais ocorreu de fato.
9. Os sulistas lutaram por ideologia na guerra
Um fato pouco comentado é que o governo confederado impôs por decreto o alistamento militar obrigatório para todos os homens do sul dos 17 aos 60 anos. Assim muitos soldados confederados lutaram não por acreditarem na causa, mas simplesmente porque eram obrigados pela lei.
10. Lincoln foi assassinado por um complô do governo confederado
Nada foi provado até hoje. Na realidade, assim como aconteceu com JFK, a morte desse presidente parece ter sido causada por um ato isolado de poucos indivíduos, fanáticos sulistas que quiseram se vingar da derrota na guerra, matando o presidente enquanto ele assistia a uma peça de teatro.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
História da Guerra Civil Americana
Se você gosta de história, uma boa dica de leitura é esse "História da Guerra Civil Americana" de autoria do escritor John D. Wright. Muito embora o texto em si não tenha uma visão crítica dos acontecimentos, Wright narra em ordem cronológica todos os principais eventos do conflito que mais perdas causaram ao povo americano. De um lado o Norte do país, com estados industrializados, cidades cosmopolitas e aversão completa ao instituto da escravidão negra. Do outro os estados sulistas, com a economia fortemente embasada nos pilares do plantation, onde o grande motor econômico era a exportação para França e Inglaterra do algodão, com farto uso de mão de obra negra escrava em grandes fazendas. Os nortistas ficaram conhecidos como ianques, com fardas azuis e os sulistas, que também lutavam pela secessão dos Estados Unidos, foram denominados de confederados, com uniformes cinzas. No meio de tudo estava o presidente americano Abraham Lincoln, que lutava para manter o país unido sob uma mesma bandeira.
Além do aspecto jurídico, social e econômico, a guerra civil americana também mostrou que nem os heróis são isentos de demonstrarem momentos de vacilação e medo. Um exemplo vem do próprio Lincoln retratado em suas páginas. Como se sabe o presidente americano hoje é visto como um símbolo de virtuosidade, mas no calor dos acontecimentos as coisas não foram bem assim. Na véspera da saída de vários estados da União, o presidente, temendo uma cisão completa, realizou um discurso lamentável, afirmando que não iria abolir a escravidão no sul americano, até porque ele acreditava que "negros não são iguais aos brancos." em suas próprias palavras. Não satisfeito ainda declarou: "Não podemos afirmar que eles possam ser igualados aos brancos. Não queremos que votem ou tenham os mesmos direitos que a raça branca, que é obviamente superior a todos eles". Pois é, só quando a coisa toda desandou completamente, com a declaração da confederação e a guerra batendo as portas da Casa Branca é que Lincoln finalmente abraçou a causa da abolição.
Outro personagem digno de nota que surgem das páginas desse excelente livro é o general Ulysses S. Grant. Ele começa a guerra como um oficial desacreditado. Formado entre os piores de sua classe em West Point se mostra um homem importante dentro do campo de batalha. Ao contrário de seus superiores, que tinham receios de enfrentar os confederados de frente, Grant ia diretamente ao confronto direto, vencendo inúmeras batalhas, o que era justamente o que faltava para a União naquele momento, pois poucos sabem, mas a confederação sulista havia vencido as principais batalhas no começo da Guerra civil. Grant também era um sujeito sui generis. Beberrão e despojado, se misturava com seus soldados no front, participando ativamente do corpo a corpo, o que lhe trouxe uma incrível fama de bom líder e guerreiro leal entre os soldados ianques. Esse seu jeito decisivo de participar da guerra levaria Lincoln a elogiar Grant sempre que possível. Aconselhado a demitir o general por causa de seu estilo arrojado e pouco convencional do que se esperaria de um general do exército, o presidente teria dito: "Não posso me desfazer desse homem, ele luta!". Anos depois o próprio Ulysses S. Grant se tornaria presidente dos Estados Unidos.
Já o general Sherman, outro herói ianque da guerra, é retratado como um militar linha dura, chegando às raias da crueldade. Quando os nortistas invadiram a capital do sul, Richmond, Sherman deu ordens diretas aos seu homens para que incendiassem e pilhassem tudo o que encontrassem pela frente, inclusive com abusos (até de ordem sexual) contra as mulheres sulistas que ousassem enfrentar as tropas. Isso bem demonstra que nem sempre os heróis do passado agiam com heroísmo. Sherman foi violento e irracional em muitos momentos da guerra. Por fim, como é de se esperar de uma história da guerra, nada melhor também do que conhecer os grandes nomes do outro lado também. Entre os oficiais confederados nenhum se destacou mais do que Robert Lee, o famoso general que largou o exército da União para se juntar ao exército confederado. Considerado um tradicionalista, um oficial justo e honesto, Lee acabaria se tornando o maior ícone da causa confederada na guerra civil. Ele sabia que o sul não teria chances de vencer a guerra, mas como era natural da região deixou seu lado mais pragmático de lado para lutar ao lado daqueles que considerava o seu povo. No final seus esforços foram em vão pois o sul perdeu a guerra, não por falta de coragem ou bravura, mas sim por não ter a mesma estrutura econômica e financeira do norte rico e industrial. Algo que também aconteceria na segunda guerra mundial, afinal de contas guerras são vencidas geralmente pelo lado mais rico do ponto de vista puramente econômico e financeiro.
Pablo Aluísio.
Além do aspecto jurídico, social e econômico, a guerra civil americana também mostrou que nem os heróis são isentos de demonstrarem momentos de vacilação e medo. Um exemplo vem do próprio Lincoln retratado em suas páginas. Como se sabe o presidente americano hoje é visto como um símbolo de virtuosidade, mas no calor dos acontecimentos as coisas não foram bem assim. Na véspera da saída de vários estados da União, o presidente, temendo uma cisão completa, realizou um discurso lamentável, afirmando que não iria abolir a escravidão no sul americano, até porque ele acreditava que "negros não são iguais aos brancos." em suas próprias palavras. Não satisfeito ainda declarou: "Não podemos afirmar que eles possam ser igualados aos brancos. Não queremos que votem ou tenham os mesmos direitos que a raça branca, que é obviamente superior a todos eles". Pois é, só quando a coisa toda desandou completamente, com a declaração da confederação e a guerra batendo as portas da Casa Branca é que Lincoln finalmente abraçou a causa da abolição.
Outro personagem digno de nota que surgem das páginas desse excelente livro é o general Ulysses S. Grant. Ele começa a guerra como um oficial desacreditado. Formado entre os piores de sua classe em West Point se mostra um homem importante dentro do campo de batalha. Ao contrário de seus superiores, que tinham receios de enfrentar os confederados de frente, Grant ia diretamente ao confronto direto, vencendo inúmeras batalhas, o que era justamente o que faltava para a União naquele momento, pois poucos sabem, mas a confederação sulista havia vencido as principais batalhas no começo da Guerra civil. Grant também era um sujeito sui generis. Beberrão e despojado, se misturava com seus soldados no front, participando ativamente do corpo a corpo, o que lhe trouxe uma incrível fama de bom líder e guerreiro leal entre os soldados ianques. Esse seu jeito decisivo de participar da guerra levaria Lincoln a elogiar Grant sempre que possível. Aconselhado a demitir o general por causa de seu estilo arrojado e pouco convencional do que se esperaria de um general do exército, o presidente teria dito: "Não posso me desfazer desse homem, ele luta!". Anos depois o próprio Ulysses S. Grant se tornaria presidente dos Estados Unidos.
Já o general Sherman, outro herói ianque da guerra, é retratado como um militar linha dura, chegando às raias da crueldade. Quando os nortistas invadiram a capital do sul, Richmond, Sherman deu ordens diretas aos seu homens para que incendiassem e pilhassem tudo o que encontrassem pela frente, inclusive com abusos (até de ordem sexual) contra as mulheres sulistas que ousassem enfrentar as tropas. Isso bem demonstra que nem sempre os heróis do passado agiam com heroísmo. Sherman foi violento e irracional em muitos momentos da guerra. Por fim, como é de se esperar de uma história da guerra, nada melhor também do que conhecer os grandes nomes do outro lado também. Entre os oficiais confederados nenhum se destacou mais do que Robert Lee, o famoso general que largou o exército da União para se juntar ao exército confederado. Considerado um tradicionalista, um oficial justo e honesto, Lee acabaria se tornando o maior ícone da causa confederada na guerra civil. Ele sabia que o sul não teria chances de vencer a guerra, mas como era natural da região deixou seu lado mais pragmático de lado para lutar ao lado daqueles que considerava o seu povo. No final seus esforços foram em vão pois o sul perdeu a guerra, não por falta de coragem ou bravura, mas sim por não ter a mesma estrutura econômica e financeira do norte rico e industrial. Algo que também aconteceria na segunda guerra mundial, afinal de contas guerras são vencidas geralmente pelo lado mais rico do ponto de vista puramente econômico e financeiro.
Pablo Aluísio.
O Comunismo é uma Utopia!
Certamente existem pessoas que se dizem de esquerda que são bem intencionadas. A ideia central do comunismo onde tudo seria comum a todos é muito atraente, além de socialmente justa. Infelizmente esse tipo de ideologia também exige uma postura que sinceramente nunca foi implantada em lugar nenhum. O que temos visto desde sempre em relação a regimes comunistas é que tudo se torna mero pretexto para enriquecimento pessoal dos detentores do poder. Isso quando não desanda para uma ditadura brutal e sanguinária.
Certamente eu nunca vou abraçar a ideologia do socialismo simplesmente porque sou cristão e acredito na existência de Deus. O comunismo e o cristianismo são forças que se repelem. O comunismo é ateu por definição. Karl Marx, seu principal articulador, era ateu e considerava a religião danosa, uma simples ferramenta de dominação das classes dominantes. Ele virava os olhos para as boas ações praticadas por religiões ao redor do mundo. Tinha uma visão muito fixa e contrária contra todo tipo de sentimento religioso. Isso por si só já me repele de adotar qualquer tipo de ideologia socialista e comunista em minha vida. Isso obviamente é algo que diz respeito a mim mesmo. Uma visão e postura pessoal.
Porém a ideia de repartir, de evitar a exploração de classes, me parece bem adequada mas certamente jamais será implantada. Sempre haverá uma classe dominante. Basta olharmos para os exemplos dos regimes comunistas como a ex-URSS, Cuba, China ou Coréia do Norte. Todas são violadoras de direitos humanos, oprimem a imprensa livre e formam castas de pessoas que dominam as demais de forma brutal e violenta. Ora, isso não é uma dominação de classe? Claro que sim! Não adianta você se auto intitular representante da classe trabalhadora se não trabalha e não respeita o direito alheio ou se usa a ideologia comunista apenas para em última análise ficar rico. Penso que se não deu certo na União Soviética, que tinha uma sociedade complexa e plural, não dará certo em lugar nenhum, em época alguma. Sempre haverá exploração, dominação e barbárie.
Como eu disse, a ideia básica do comunismo não é má, só que na prática não consegue se impor porque desde que o ser humano surgiu na face da Terra ele tentará impor sua opinião aos outros, buscará a riqueza material para si e combaterá os inimigos de seu status quo. Por isso afirmo que o comunismo é uma utopia e só existe no mundo das ideias pois de certa forma vai contra a própria natureza humana que é a do "meu" e não a do "nosso". Se o comunismo não conseguiu se impor em nações intelectualmente desenvolvidas, com altos índices de escolaridade, o que dirá de regiões mais pobres do globo como a América Latina. Aqui não existe socialismo verdadeiro mas uma manipulação do pensamento comunista para se chegar ao poder. Uma vez lá o ciclo de reinicia, com a busca de enriquecimento pessoal e dominação completa dos setores da sociedade.
Eu afirmo, seria o primeiro a compartilhar tudo o que tenho com o meu próximo, mas não dar o que eu tenho para o enriquecimento de falsos membros da esquerda. Imaginem, o sujeito se auto intitula um socialista aqui dos trópicos ao mesmo tempo em que anda de carro de luxo BMW ou almeja comprar um apartamento em Nova Iorque. Eu lhe pergunto: isso é um socialista verdadeiro ou um mentiroso que está usando a ideologia socialista para enriquecer ao velho estilo capitalista? Volto a dizer, dentro da sociedade humana sempre haverá dominados e dominadores. O que muda é a desculpa para impor a dominação - e ultimamente o socialismo tem sido utilizado para justamente isso. O tão cultuado Fidel Castro é um dos homens mais ricos do mundo! Por isso abra os olhos. Comunista com carro do ano importado, apartamento na praia, iates, vida de luxos e riquezas, nunca foi um verdadeiro comunista mas apenas um mentiroso que usa a ideologia de esquerda para ficar rico e nada mais.
Pablo Aluísio.
Certamente eu nunca vou abraçar a ideologia do socialismo simplesmente porque sou cristão e acredito na existência de Deus. O comunismo e o cristianismo são forças que se repelem. O comunismo é ateu por definição. Karl Marx, seu principal articulador, era ateu e considerava a religião danosa, uma simples ferramenta de dominação das classes dominantes. Ele virava os olhos para as boas ações praticadas por religiões ao redor do mundo. Tinha uma visão muito fixa e contrária contra todo tipo de sentimento religioso. Isso por si só já me repele de adotar qualquer tipo de ideologia socialista e comunista em minha vida. Isso obviamente é algo que diz respeito a mim mesmo. Uma visão e postura pessoal.
Porém a ideia de repartir, de evitar a exploração de classes, me parece bem adequada mas certamente jamais será implantada. Sempre haverá uma classe dominante. Basta olharmos para os exemplos dos regimes comunistas como a ex-URSS, Cuba, China ou Coréia do Norte. Todas são violadoras de direitos humanos, oprimem a imprensa livre e formam castas de pessoas que dominam as demais de forma brutal e violenta. Ora, isso não é uma dominação de classe? Claro que sim! Não adianta você se auto intitular representante da classe trabalhadora se não trabalha e não respeita o direito alheio ou se usa a ideologia comunista apenas para em última análise ficar rico. Penso que se não deu certo na União Soviética, que tinha uma sociedade complexa e plural, não dará certo em lugar nenhum, em época alguma. Sempre haverá exploração, dominação e barbárie.
Como eu disse, a ideia básica do comunismo não é má, só que na prática não consegue se impor porque desde que o ser humano surgiu na face da Terra ele tentará impor sua opinião aos outros, buscará a riqueza material para si e combaterá os inimigos de seu status quo. Por isso afirmo que o comunismo é uma utopia e só existe no mundo das ideias pois de certa forma vai contra a própria natureza humana que é a do "meu" e não a do "nosso". Se o comunismo não conseguiu se impor em nações intelectualmente desenvolvidas, com altos índices de escolaridade, o que dirá de regiões mais pobres do globo como a América Latina. Aqui não existe socialismo verdadeiro mas uma manipulação do pensamento comunista para se chegar ao poder. Uma vez lá o ciclo de reinicia, com a busca de enriquecimento pessoal e dominação completa dos setores da sociedade.
Eu afirmo, seria o primeiro a compartilhar tudo o que tenho com o meu próximo, mas não dar o que eu tenho para o enriquecimento de falsos membros da esquerda. Imaginem, o sujeito se auto intitula um socialista aqui dos trópicos ao mesmo tempo em que anda de carro de luxo BMW ou almeja comprar um apartamento em Nova Iorque. Eu lhe pergunto: isso é um socialista verdadeiro ou um mentiroso que está usando a ideologia socialista para enriquecer ao velho estilo capitalista? Volto a dizer, dentro da sociedade humana sempre haverá dominados e dominadores. O que muda é a desculpa para impor a dominação - e ultimamente o socialismo tem sido utilizado para justamente isso. O tão cultuado Fidel Castro é um dos homens mais ricos do mundo! Por isso abra os olhos. Comunista com carro do ano importado, apartamento na praia, iates, vida de luxos e riquezas, nunca foi um verdadeiro comunista mas apenas um mentiroso que usa a ideologia de esquerda para ficar rico e nada mais.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Friedrich Nietzsche: Humano, demasiado humano
A vida para Friedrich Nietzsche (1844 - 1900) não foi nada fácil. Aclamado como um dos maiores filósofos da história após sua morte, o autor teve uma vida trágica e breve. Extremamente inteligente e culto, Nietzsche não tinha uma vida social. Na realidade sentia-se bastante deslocado na presença de muitas pessoas. Não gostava muito de gente como confessou certa vez. Preferia a solidão, onde podia desenvolver melhor suas ideias. Leitor voraz, não deixava passar nenhum livro em suas mãos sem antes dar uma conferida sobre do que se tratava, mesmo que o assunto não fosse de seu grande interesse. Quando tentou se aproximar de alguém, de seu ídolo musical, Wagner, o achou um sujeito muito banal, decepcionante até. Sua convivência com o famoso compositor lhe renderia uma frase bastante conhecida. Ao resumir o antigo ídolo (pois passou a achar essa coisa de ter ídolos muito banal) disse que ele era simplesmente "humano, demasiado humano..."
Não cabe aqui nesse enxuto texto tratar ou analisar a essência de sua obra (que considero de grande relevância) mas sim trazer um pouco do ser humano por trás das letras. Afinal de contas Friedrich Nietzsche não foi apenas um nome na capa de seus livros mas um homem comum que viveu e sofreu em sua vida, tal como todos nós.
Nietzsche nasceu numa família tradicionalmente religiosa. Sua linhagem era de grandes pastores, homens que entregaram sua alma a Deus. O próprio Nietzsche porém não se sentia à vontade nesse papel, até porque ele tinha sérias dúvidas sobre a existência de uma entidade divina, criadora do céu e da Terra. Vendo as injustiças do mundo e as barbaridades que eram cometidas em seu Nome, ele acabou desenvolvendo um ceticismo natural que iria se refletir em seus livros de filosofia. Isso daria origem a uma de suas frases mais citadas e conhecidas, a de que "Deus estava Morto!". Assim Friedrich Nietzsche desenvolveu uma obra de complexo teor filosófico, mas que tinha como uma de suas bases a crueza do mundo real, e não aquilo que ele considerava puro fruto da imaginação humana. Deuses e criaturas espirituais eram incabíveis em sua análise do mundo e da sociedade. Claro que tal postura e ponto de vista traria grande desgosto em seu seio familiar. Para fugir dessa pressão e sentimento de desilusão, o jovem Nietzsche resolveu adotar uma vida errante, vivendo aqui e acolá, em quartos baratos, sempre solitário, não procurando criar laços sentimentais e de amizade com quem quer que seja.
Embora se sentisse livre, esse tipo de vida também cobrou seu preço. Nietzsche gostava de frequentar tabernas e também prostíbulos. Naquela época não havia consciência de preservação em relação a doenças venéreas e numa dessas idas a lugares como esse o escritor acabou contraindo a terrível sífilis, uma doença infecciosa sexualmente transmissível. Sem cura e tratamento eficaz naqueles tempos ela iria destruir aos poucos o grande pensador. Em seu estágio final a infecção se espalha para o cérebro, o sistema nervoso, o coração, a pele e os ossos, transformando seu portador em uma sombra do que um dia foi. A razão, tão importante para o pensamento e a obra de Friedrich Nietzsche, foi sumindo aos poucos. Ele passou a apresentar sinais de desequilibro mental, falando com animais irracionais e tendo arroubos de megalomania, algo que jamais havia feito parte de sua equilibrada personalidade antes.
Durante uma caminhada viu um cavalo puxando uma carroça e caiu em brandos, abraçando o pobre animal, afirmando que sentia sua dor! Depois fez um irritado discurso a transeuntes afirmando que havia escrito os maiores livros de filosofia de todos os tempos mas que ninguém dava a menor importância para eles - e que naquela altura de sua vida estava cansado de dar pérolas aos porcos alemães. Após ter mais crises como essas foi finalmente levado a um hospital onde ficou claro que estava perdendo o controle de sua racionalidade. A sífilis finalmente havia destruído seu sistema nervoso central. Ele passaria dez anos de sua vida completamente fora da realidade até morrer de forma completamente inglória, na miséria, vivendo de favor na casa de sua irmã que não pensou duas vezes antes de adulterar muitos de seus escritos, colocando conceitos que jamais tinham sido pensados por ele, como a de uma raça superior e ariana - ideias que seriam incorporadas pelo regime nazista anos depois.
Friedrich Nietzsche morreu pobre, ignorado e foi enterrado em uma cova rasa, quase como se fora um indigente ou mendigo. O tempo porém traria reconhecimento. Embora em vida nunca tivesse sido reconhecido seus livros aos poucos foram sendo redescobertos nos meios acadêmicos. Poucos anos depois de sua morte sua obra começou a despertar interesse dos grandes pensadores alemães, servindo inclusive de referência para obras ainda mais complexas. Nietzsche acabou alcançando o patamar de grande mestre e um revolucionário dentro da filosofia. Conceitos seus entraram no dia a dia dos grandes filósofos e ele finalmente foi chamado de grande pensador - algo que nunca foi feito em vida. O tempo fatalmente lhe fez justiça, ainda que tardia.
O melhor da obra de Nietzsche:
Assim Falou Zaratustra (1883)
Para Além do Bem e do Mal (1886)
Genealogia da Moral (1887)
O Anticristo (1895)
Pablo Aluísio.
Não cabe aqui nesse enxuto texto tratar ou analisar a essência de sua obra (que considero de grande relevância) mas sim trazer um pouco do ser humano por trás das letras. Afinal de contas Friedrich Nietzsche não foi apenas um nome na capa de seus livros mas um homem comum que viveu e sofreu em sua vida, tal como todos nós.
Nietzsche nasceu numa família tradicionalmente religiosa. Sua linhagem era de grandes pastores, homens que entregaram sua alma a Deus. O próprio Nietzsche porém não se sentia à vontade nesse papel, até porque ele tinha sérias dúvidas sobre a existência de uma entidade divina, criadora do céu e da Terra. Vendo as injustiças do mundo e as barbaridades que eram cometidas em seu Nome, ele acabou desenvolvendo um ceticismo natural que iria se refletir em seus livros de filosofia. Isso daria origem a uma de suas frases mais citadas e conhecidas, a de que "Deus estava Morto!". Assim Friedrich Nietzsche desenvolveu uma obra de complexo teor filosófico, mas que tinha como uma de suas bases a crueza do mundo real, e não aquilo que ele considerava puro fruto da imaginação humana. Deuses e criaturas espirituais eram incabíveis em sua análise do mundo e da sociedade. Claro que tal postura e ponto de vista traria grande desgosto em seu seio familiar. Para fugir dessa pressão e sentimento de desilusão, o jovem Nietzsche resolveu adotar uma vida errante, vivendo aqui e acolá, em quartos baratos, sempre solitário, não procurando criar laços sentimentais e de amizade com quem quer que seja.
Embora se sentisse livre, esse tipo de vida também cobrou seu preço. Nietzsche gostava de frequentar tabernas e também prostíbulos. Naquela época não havia consciência de preservação em relação a doenças venéreas e numa dessas idas a lugares como esse o escritor acabou contraindo a terrível sífilis, uma doença infecciosa sexualmente transmissível. Sem cura e tratamento eficaz naqueles tempos ela iria destruir aos poucos o grande pensador. Em seu estágio final a infecção se espalha para o cérebro, o sistema nervoso, o coração, a pele e os ossos, transformando seu portador em uma sombra do que um dia foi. A razão, tão importante para o pensamento e a obra de Friedrich Nietzsche, foi sumindo aos poucos. Ele passou a apresentar sinais de desequilibro mental, falando com animais irracionais e tendo arroubos de megalomania, algo que jamais havia feito parte de sua equilibrada personalidade antes.
Durante uma caminhada viu um cavalo puxando uma carroça e caiu em brandos, abraçando o pobre animal, afirmando que sentia sua dor! Depois fez um irritado discurso a transeuntes afirmando que havia escrito os maiores livros de filosofia de todos os tempos mas que ninguém dava a menor importância para eles - e que naquela altura de sua vida estava cansado de dar pérolas aos porcos alemães. Após ter mais crises como essas foi finalmente levado a um hospital onde ficou claro que estava perdendo o controle de sua racionalidade. A sífilis finalmente havia destruído seu sistema nervoso central. Ele passaria dez anos de sua vida completamente fora da realidade até morrer de forma completamente inglória, na miséria, vivendo de favor na casa de sua irmã que não pensou duas vezes antes de adulterar muitos de seus escritos, colocando conceitos que jamais tinham sido pensados por ele, como a de uma raça superior e ariana - ideias que seriam incorporadas pelo regime nazista anos depois.
Friedrich Nietzsche morreu pobre, ignorado e foi enterrado em uma cova rasa, quase como se fora um indigente ou mendigo. O tempo porém traria reconhecimento. Embora em vida nunca tivesse sido reconhecido seus livros aos poucos foram sendo redescobertos nos meios acadêmicos. Poucos anos depois de sua morte sua obra começou a despertar interesse dos grandes pensadores alemães, servindo inclusive de referência para obras ainda mais complexas. Nietzsche acabou alcançando o patamar de grande mestre e um revolucionário dentro da filosofia. Conceitos seus entraram no dia a dia dos grandes filósofos e ele finalmente foi chamado de grande pensador - algo que nunca foi feito em vida. O tempo fatalmente lhe fez justiça, ainda que tardia.
O melhor da obra de Nietzsche:
Assim Falou Zaratustra (1883)
Para Além do Bem e do Mal (1886)
Genealogia da Moral (1887)
O Anticristo (1895)
Pablo Aluísio.
Stálin: Sangue e Morte ao Povo Russo
Stálin foi um dos maiores genocidas da história. Líder máximo do regime comunista socialista soviético, ele matou milhões de pessoas. Sua liderança foi uma das mais brutais que se tem notícia. Não raro Stálin ordenava a execução de milhares de russos, muitos eram deportados para a fria e distante Sibéria e lá morriam, geralmente de fome e frio, sem nem ao menos saber do que eram acusados. Por isso causa muita estranheza a um jovem ouvir de qualquer líder socialista brasileiro que ele é um autêntico "Stalinista" - o que estaria tentando dizer com isso? Que era também a favor dos genocídios promovidos por Stálin?
No fim da vida o ditador começa a dar sinais que estava ficando completamente louco. Não dormia mais como uma pessoa comum e promovia longos jantares no Kremlin, em horários indecentes e inapropriados. Não raro Stálin convocava seu gabinete de governo para ir jantar com ele... às quatro horas da manhã! Esses jantares eram verdadeiros momentos de terror e tensão para seus aliados mais próximos pois a qualquer momento Stálin poderia se indispor com um deles à mesa e isso significava apenas uma coisa: que ele seria assassinado antes do nascer do sol. Não era algo incomum Stálin implicar com algum membro de seu governo durante o jantar. Muitas vezes não havia razão para isso mas Stálin gostava de manter todos apavorados. De repente durante um jantar sem fim ele poderia mandar todos calarem a boca, olhar para alguém na mesa e perguntar: "Por que você está com esse olhar estranho hoje? Está pensando em algo? Está conspirando contra mim?". Depois disso o sujeito alvo poderia se considerar morto pois era quase certo Stálin mandar que fosse fuzilado nos campos ao redor do Kremlin.
Tão paranóico ficou em seus últimos dias que as pessoas do Kremlin temiam até mesmo falar ou se encontrar com ele em sua sala. Em seu último mês de vida Stálin estava convencido que havia um complô para lhe matar. Embora tenha lutado contra Hitler e o regime nazista, Stálin era tão antissemita quanto o ditador alemão. Odiava judeus em geral. Um de seus últimos decretos condenava um grupo de intelectuais judeus à morte. A maioria deles eram médicos da universidade de Moscou, cientistas e homens brilhantes. Stálin não quis nem saber, mandou todos para a morte e não foi só - matou suas esposas, filhos e até tios, caso fossem muito próximos. A morte desses intelectuais judeus foi logo interpretado pelo povo como uma nova onda de mortes promovidas pelo regime Stalinista que estava por vir.
Alguns dias antes de morrer Stálin comentou com pessoas próximas que iria realizar um "ataque nuclear contra os Estados Unidos" pois dizia que mais cedo ou mais tarde a Rússia seria varrida do mapa pelos americanos. Assim na dúvida era melhor destruir a América antes. Segundo algumas biografias isso acabou selando o destino do insano ditador. Os membros mais próximos de seu gabinete chegaram na conclusão que seria melhor matar Stálin antes que ele levasse o mundo à destruição completa. E assim o fizeram. O velho e paranóico Stálin teria sido encurralado em seu escritório e morto asfixiado por Beria, um psicopata que liderava o serviço secreto russo, com a ajuda de Nikita Khrushchov. Assim salvariam o mundo de um trágico destino. Oficialmente foi comunicado ao povo que Stálin havia morrido "do coração" e nada mais.
Stálin foi enterrado sob forte comoção do povo russo, que havia sido submetido a décadas de culto à personalidade do líder soviético. Depois de pouco tempo porém sua imagem onipresente foi sendo varrida do mapa. Nas ruas, praças e prédios públicos, Stálin foi gradualmente sumindo. Na convenção anual do partido comunista o agora líder Khrushchov resolveu tornar públicas as acusações de crimes contra a humanidade promovidas pelo louco insano Stálin. Em determinado momento assumiu que o regime de Stálin havia matado mais pessoas do que a ditadura nazista do Terceiro Reich de Adolf Hitler. Era uma forma de passar a limpo uma das fases mais sangrentas e aterrorizadoras da história do comunismo soviético.
Pablo Aluísio.
No fim da vida o ditador começa a dar sinais que estava ficando completamente louco. Não dormia mais como uma pessoa comum e promovia longos jantares no Kremlin, em horários indecentes e inapropriados. Não raro Stálin convocava seu gabinete de governo para ir jantar com ele... às quatro horas da manhã! Esses jantares eram verdadeiros momentos de terror e tensão para seus aliados mais próximos pois a qualquer momento Stálin poderia se indispor com um deles à mesa e isso significava apenas uma coisa: que ele seria assassinado antes do nascer do sol. Não era algo incomum Stálin implicar com algum membro de seu governo durante o jantar. Muitas vezes não havia razão para isso mas Stálin gostava de manter todos apavorados. De repente durante um jantar sem fim ele poderia mandar todos calarem a boca, olhar para alguém na mesa e perguntar: "Por que você está com esse olhar estranho hoje? Está pensando em algo? Está conspirando contra mim?". Depois disso o sujeito alvo poderia se considerar morto pois era quase certo Stálin mandar que fosse fuzilado nos campos ao redor do Kremlin.
Tão paranóico ficou em seus últimos dias que as pessoas do Kremlin temiam até mesmo falar ou se encontrar com ele em sua sala. Em seu último mês de vida Stálin estava convencido que havia um complô para lhe matar. Embora tenha lutado contra Hitler e o regime nazista, Stálin era tão antissemita quanto o ditador alemão. Odiava judeus em geral. Um de seus últimos decretos condenava um grupo de intelectuais judeus à morte. A maioria deles eram médicos da universidade de Moscou, cientistas e homens brilhantes. Stálin não quis nem saber, mandou todos para a morte e não foi só - matou suas esposas, filhos e até tios, caso fossem muito próximos. A morte desses intelectuais judeus foi logo interpretado pelo povo como uma nova onda de mortes promovidas pelo regime Stalinista que estava por vir.
Alguns dias antes de morrer Stálin comentou com pessoas próximas que iria realizar um "ataque nuclear contra os Estados Unidos" pois dizia que mais cedo ou mais tarde a Rússia seria varrida do mapa pelos americanos. Assim na dúvida era melhor destruir a América antes. Segundo algumas biografias isso acabou selando o destino do insano ditador. Os membros mais próximos de seu gabinete chegaram na conclusão que seria melhor matar Stálin antes que ele levasse o mundo à destruição completa. E assim o fizeram. O velho e paranóico Stálin teria sido encurralado em seu escritório e morto asfixiado por Beria, um psicopata que liderava o serviço secreto russo, com a ajuda de Nikita Khrushchov. Assim salvariam o mundo de um trágico destino. Oficialmente foi comunicado ao povo que Stálin havia morrido "do coração" e nada mais.
Stálin foi enterrado sob forte comoção do povo russo, que havia sido submetido a décadas de culto à personalidade do líder soviético. Depois de pouco tempo porém sua imagem onipresente foi sendo varrida do mapa. Nas ruas, praças e prédios públicos, Stálin foi gradualmente sumindo. Na convenção anual do partido comunista o agora líder Khrushchov resolveu tornar públicas as acusações de crimes contra a humanidade promovidas pelo louco insano Stálin. Em determinado momento assumiu que o regime de Stálin havia matado mais pessoas do que a ditadura nazista do Terceiro Reich de Adolf Hitler. Era uma forma de passar a limpo uma das fases mais sangrentas e aterrorizadoras da história do comunismo soviético.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 5 de abril de 2011
O feminismo e a mulher atual
É incrível como os relacionamentos atuais andam superficiais. Muitos podem dizer que é um reflexo do mundo em que vivemos. Os casais já não possuem o dom de ouvir um ao outro, as brigas se tornam cada vez mais frequentes e o rompimento quase sempre é inevitável. O homem já não sabe como se comportar direito e a mulher não aceita mais as coisas como antigamente. Pense um pouco. Se você tem mais de 40 anos de idade certamente foi criado em um ambiente familiar onde os papéis entre homens e mulheres eram bem definidos. O homem era o grande provedor, trabalhando para manter o sustento de sua casa. Era o lado forte da relação. A mulher era mãe, dona de casa e esposa. A sensibilidade e a ternura dentro de uma família. Na minha concepção não existe nada de errado nesse tipo familiar. Penso inclusive ser o correto. Os filhos recebem apoio e crescem em um ambiente muito sadio, com tudo perfeitamente encaixado. A harmonia nasce dessa verdadeira divisão de funções dentro da família.
O feminismo teve importante papel na história da humanidade mas se equivocou em condenar esse tipo de estrutura dentro da família. De repente a mãe teve que também ir ao mercado de trabalho a todo custo. O problema é que a mulher que antes exercia um papel bem definido dentro da família acabou acumulando muitas novas funções. Se tornou não apenas mãe e esposa, mas também trabalhadora, provedora e muitas vezes a única fonte de renda da família, haja visto que cresce a cada ano o número de mães solteiras. Claro que é praticamente impossível ser tudo ao mesmo tempo agora. Essa nova posição da mulher dentro da sociedade acaba prejudicando ela mesma, de uma forma ou outra. De repente a mulher se torna uma mãe ausente, com seus filhos sendo criados por babás ou em creches de tempo integral. Ou então se prejudica na carreira por causa dos filhos, que de uma forma ou outra acabam se ressentindo de sua ausência. Se analisarmos bem o feminismo trouxe o rompimento com o padrão antigo mas não mostrou o caminho, a solução para esse impasse.
Está cada vez mais dificil encontrar famílias no estilo tradicional. As mulheres estão mais livres, isso é positivo, mas também estão mais sobrecarregadas, mais infelizes, estressadas e deprimidas, revelam vários estudos e pesquisas. A vida pode se tornar muito dura para uma mulher quando ela assume todas as obrigações na criação dos filhos. Por mais que as feministas afirmem que homens e mulheres devem ser tratados de forma igual o fato é que para muitas delas isso logo se torna um farto de vida muito complicado de se lidar. Conheço mulheres que se consideram mães ausentes na criação de seus filhos pois se sentem extremamente exaustas e esgotadas em ter que lidar também com uma jornada de trabalho fora de casa e outra dentro, cuidando dos filhos no pouco tempo livre que lhes restam. Muitas não possuem nenhum tipo de lazer, entrando numa cirando de obrigações profissionais e familiares sem fim. Como é que ainda se surpreendem pelo alto número de mulheres infelizes hoje em dia?
Essa visão liberal demais também trouxe distorções na visão das mulheres mais modernas. Muitas delas olham com certo desdém para a mulher que decide ser dona de casa, aquela que prioriza a criação de seus filhos. É um absurdo esse tipo de visão. O trabalho feito dentro do lar é tão digno quanto o trabalho desenvolvido fora de casa. Não existe hierarquia sobre essas duas formas de levar a vida. Não existe coisa mais bela do que a criação dos próprios filhos. Acha antiguado? Pois saiba que por gerações e gerações essa fórmula deu muito certo dentro da humanidade. Muitas mulheres se realizaram e foram felizes apenas sendo boas mães e boas esposas. É melhor ser uma mulher do lar feliz e realizada do que uma profissional estressada, frustrada e infeliz com os rumos de sua própria vida. O problema é que o feminismo simplificou demais a questão do papel da mulher da sociedade, querendo transformar ela em um espelho do próprio homem. Isso foi um erro e tanto dessa bandeira. Não me admira em nada o grande número de mulheres com problemas de auto estima, depressão e demais males por causa da loucura da vida atual. Afinal de contas vamos ser sinceros pois mais importante do que ser bem sucedida na carreira é ser feliz na vida.
Pablo Aluísio.
O feminismo teve importante papel na história da humanidade mas se equivocou em condenar esse tipo de estrutura dentro da família. De repente a mãe teve que também ir ao mercado de trabalho a todo custo. O problema é que a mulher que antes exercia um papel bem definido dentro da família acabou acumulando muitas novas funções. Se tornou não apenas mãe e esposa, mas também trabalhadora, provedora e muitas vezes a única fonte de renda da família, haja visto que cresce a cada ano o número de mães solteiras. Claro que é praticamente impossível ser tudo ao mesmo tempo agora. Essa nova posição da mulher dentro da sociedade acaba prejudicando ela mesma, de uma forma ou outra. De repente a mulher se torna uma mãe ausente, com seus filhos sendo criados por babás ou em creches de tempo integral. Ou então se prejudica na carreira por causa dos filhos, que de uma forma ou outra acabam se ressentindo de sua ausência. Se analisarmos bem o feminismo trouxe o rompimento com o padrão antigo mas não mostrou o caminho, a solução para esse impasse.
Está cada vez mais dificil encontrar famílias no estilo tradicional. As mulheres estão mais livres, isso é positivo, mas também estão mais sobrecarregadas, mais infelizes, estressadas e deprimidas, revelam vários estudos e pesquisas. A vida pode se tornar muito dura para uma mulher quando ela assume todas as obrigações na criação dos filhos. Por mais que as feministas afirmem que homens e mulheres devem ser tratados de forma igual o fato é que para muitas delas isso logo se torna um farto de vida muito complicado de se lidar. Conheço mulheres que se consideram mães ausentes na criação de seus filhos pois se sentem extremamente exaustas e esgotadas em ter que lidar também com uma jornada de trabalho fora de casa e outra dentro, cuidando dos filhos no pouco tempo livre que lhes restam. Muitas não possuem nenhum tipo de lazer, entrando numa cirando de obrigações profissionais e familiares sem fim. Como é que ainda se surpreendem pelo alto número de mulheres infelizes hoje em dia?
Essa visão liberal demais também trouxe distorções na visão das mulheres mais modernas. Muitas delas olham com certo desdém para a mulher que decide ser dona de casa, aquela que prioriza a criação de seus filhos. É um absurdo esse tipo de visão. O trabalho feito dentro do lar é tão digno quanto o trabalho desenvolvido fora de casa. Não existe hierarquia sobre essas duas formas de levar a vida. Não existe coisa mais bela do que a criação dos próprios filhos. Acha antiguado? Pois saiba que por gerações e gerações essa fórmula deu muito certo dentro da humanidade. Muitas mulheres se realizaram e foram felizes apenas sendo boas mães e boas esposas. É melhor ser uma mulher do lar feliz e realizada do que uma profissional estressada, frustrada e infeliz com os rumos de sua própria vida. O problema é que o feminismo simplificou demais a questão do papel da mulher da sociedade, querendo transformar ela em um espelho do próprio homem. Isso foi um erro e tanto dessa bandeira. Não me admira em nada o grande número de mulheres com problemas de auto estima, depressão e demais males por causa da loucura da vida atual. Afinal de contas vamos ser sinceros pois mais importante do que ser bem sucedida na carreira é ser feliz na vida.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
A Explosão da Challenger
28 de janeiro de 1986. Quem gosta de ciência certamente lembrará dessa data pois foi nesse dia que o ônibus espacial Challenger explodiu em um dos maiores desastres da história do programa de naves da NASA. O interessante é que os ônibus espaciais eram considerados uma solução para os problemas da corrida espacial. Um bom atalho para a corrida rumo ao espaço pois eram reaproveitáveis, bem ao contrário dos antigos foguetes que eram destruídos poucos minutos após saírem da nossa atmosfera. E justamente por serem usados mais de uma vez as decolagens dos ônibus acabaram virando rotina, sem grande interesse do público e da imprensa. Como era de se esperar a tragédia da Challenger reacendeu o interesse nesse tipo de espaçonave.
Tudo foi pelos ares por causa de uma pequena fissura em um dos enormes tanques de combustível que ficavam acopladas para dar o impulso necessário para vencer a gravidade da Terra. O terrível foi que entre os mortos não havia apenas astronautas profissionais mas uma simpática professora, Christa McAuliffe. Sua entrada na missão era justamente para que a imprensa americana voltasse a noticiar as expedições, afinal a NASA também precisava da aprovação do povo americano para que o congresso desse apoio orçamentário para as caras e dispendiosas missões.
Hoje em dia, infelizmente, as naves estão aposentadas. E por uma ironia enorme do destino os astronautas americanos acabaram virando caroneiros das naves russas para irem na Estação Orbital Internacional. Com a crise na economia americana e o fim da guerra fria a NASA foi ficando cada vez com menos dinheiro, a ponto de praticamente todo o programa ser deixado de lado. O futuro agora cabe às missões não tripuladas, feitas por robôs, como os recentes pousos em Marte. Afinal levar seres humanos a outros planetas é caro, perigoso e muitas vezes não conta com o apoio popular. Os americanos aliás estão mais preocupados em arranjar um emprego do que em pisar em Marte ou qualquer outro lugar do universo.
Pablo Aluísio.
Tudo foi pelos ares por causa de uma pequena fissura em um dos enormes tanques de combustível que ficavam acopladas para dar o impulso necessário para vencer a gravidade da Terra. O terrível foi que entre os mortos não havia apenas astronautas profissionais mas uma simpática professora, Christa McAuliffe. Sua entrada na missão era justamente para que a imprensa americana voltasse a noticiar as expedições, afinal a NASA também precisava da aprovação do povo americano para que o congresso desse apoio orçamentário para as caras e dispendiosas missões.
Hoje em dia, infelizmente, as naves estão aposentadas. E por uma ironia enorme do destino os astronautas americanos acabaram virando caroneiros das naves russas para irem na Estação Orbital Internacional. Com a crise na economia americana e o fim da guerra fria a NASA foi ficando cada vez com menos dinheiro, a ponto de praticamente todo o programa ser deixado de lado. O futuro agora cabe às missões não tripuladas, feitas por robôs, como os recentes pousos em Marte. Afinal levar seres humanos a outros planetas é caro, perigoso e muitas vezes não conta com o apoio popular. Os americanos aliás estão mais preocupados em arranjar um emprego do que em pisar em Marte ou qualquer outro lugar do universo.
Pablo Aluísio.
domingo, 3 de abril de 2011
Por que os EUA não invadiram a Síria?
Muita gente se fez essa pergunta. Afinal o presidente Barack Obama tinha afirmado que o dia em que o ditador sírio Bashar al-Assad usasse armas químicas seria o dia em que os Estados Unidos entrariam no conflito de uma vez por todas. Pois bem, como foi comprovado Bashar al-Assad usou gás mortal contra parcela de sua população e... nada aconteceu! Muitos se perguntam o porquê! Ora, Obama se precipitou em demasia. Primeiro ao colocar um ultimato no ar - coisa que não se deve fazer pois delimitar linhas em política internacional sempre é um equívoco. Também errou por ter dito que iria apoiar os rebeldes sírios contra o ditador mão de ferro. Sim, Bashar al-Assad é um ditador dos mais sanguinários, mas Obama deveria ter parado um pouco para conhecer também os tais rebeldes ao governo.
E quem são eles? Provavelmente a mais violenta e fanática facção do Oriente Médio. Entre eles se encontra o infame Estado Islâmico. São fanáticos religiosos, intolerantes, que estão matando cristãos na Síria e não satisfeitos com isso prometem ainda mais matanças para breve. Muitos outros grupos rebeldes são fortemente ligados à Al-Qaeda, a persistente rede terrorista que teima em levar em frente sua organização. Como é que um líder ocidental do porte de Obama vai mandar soldados americanos para morrerem na Síria em nome desse tipo de gente? No mínimo o presidente americano deveria ter procurado conhecer melhor os grupos rebeldes antes de sair dando ultimatos pela imprensa internacional. Quando tomou consciência no que estava se envolvendo já era tarde demais. Nesse quadro quem acabou ganhando foi Wladimir Wladimirowitsch Putin, o eterno líder russo, que desde o começo da guerra civil na Síria foi bem mais ponderado, não tirando o freio de mão do conselho de segurança da ONU, evitando assim mais uma intervenção desastrada dos Estados Unidos no Oriente Médio. Na verdade Bashar al-Assad é um líder mais ocidentalizado. Embora seja um ditador o ocidente sabe o que esperar dele. Como político ele vem implantando a plena liberdade religiosa em seu país, onde todos podem seguir a fé que desejarem. Além disso tem sempre procurado manter religião e Estado devidamente separados. Com os rebeldes isso certamente não será possível. O Estado Islâmico, por exemplo, não admite tal coisa. São intolerantes e querem implantar um regime de ditadura islâmica, acima de tudo. Há poucas semanas eles trucidaram uma jovem cristã em um vilarejo sírio. Também mataram centenas de cristãos e chegam ao ponto de manter mulheres escravas nas cidades que dominam. E não podemos esquecer que Bashar al-Assad tem sim apoio de grande parte de sua população, essa formada justamente pelas alas mais moderadas da sociedade.
Além das patetices de Obama na questão Síria, outro fato pesou contra a não intervenção americana naquele país. A verdade pura e simples é que a população dos Estados Unidos está farta de guerras em países distantes. As recentes intervenções no Iraque e Afeganistão se mostraram desastrosas em termos políticos e econômicos. O governo americano torrou bilhões de dólares nessas guerras e nesse processo acabou quebrando a própria economia do país. Os Estados Unidos de hoje não se parecem em nada com a grande e forte nação de trinta anos atrás. O desemprego está acelerado, o déficit público é um dos maiores da história e o país não consegue sair de uma eterna crise financeira. Para piorar a onda de imigração sem controle desfigura a população norte-americana, aumentando a cada dia diversos problemas sociais em determinadas cidades. O maior exemplo da decadência dos Estados Unidos é a outrora gloriosa Detroit, capital mundial na fabricação de carros que recentemente abriu falência (nas leis americanas uma cidade pode literalmente ir a bancarrota).
A verdade é que em certos países não existe solução mágica a médio prazo. No Afeganistão o talibã tem reconquistado territórios, impondo novamente sua fanática lei baseada no Islã a todos os habitantes das regiões controladas por eles. No Iraque houve a queda do ditador Saddam Hussein mas o povo iraquiano não sabe direito o que fazer com sua recém conquistada democracia (parecem com o povo brasileiro que não sabe em quem votar direito!). O número de ataques de carros-bomba só tem aumentado nos últimos meses. Os americanos por sua vez estão com o pé fora desses lugares pois o dinheiro acabou. Parece que os líderes dos EUA finalmente estão entendendo que intervenção em países do Oriente Médio só significa mesmo a importação de problemas, problemas dos outros, é bom deixar claro. Enquanto os americanos tentavam consertar o erros de outras nações esqueceram de olhar para seu próprio quintal, que diga-se de passagem não anda nada bem.
Assim há dois lados nessa guerra civil na Síria. De um temos uma ditadura. Essa não pode ser apoiada pelos americanos pois os Estados Unidos é um país democrático que supostamente procura promover a democracia ao redor do mundo. Do outro lado existem os rebeldes, entre eles o Estado Islâmico, fanáticos violentos e perigosos. Que lado escolher? Não há lado que se possa apoiar e os americanos preferem simplesmente se omitir.
Pablo Aluísio.
E quem são eles? Provavelmente a mais violenta e fanática facção do Oriente Médio. Entre eles se encontra o infame Estado Islâmico. São fanáticos religiosos, intolerantes, que estão matando cristãos na Síria e não satisfeitos com isso prometem ainda mais matanças para breve. Muitos outros grupos rebeldes são fortemente ligados à Al-Qaeda, a persistente rede terrorista que teima em levar em frente sua organização. Como é que um líder ocidental do porte de Obama vai mandar soldados americanos para morrerem na Síria em nome desse tipo de gente? No mínimo o presidente americano deveria ter procurado conhecer melhor os grupos rebeldes antes de sair dando ultimatos pela imprensa internacional. Quando tomou consciência no que estava se envolvendo já era tarde demais. Nesse quadro quem acabou ganhando foi Wladimir Wladimirowitsch Putin, o eterno líder russo, que desde o começo da guerra civil na Síria foi bem mais ponderado, não tirando o freio de mão do conselho de segurança da ONU, evitando assim mais uma intervenção desastrada dos Estados Unidos no Oriente Médio. Na verdade Bashar al-Assad é um líder mais ocidentalizado. Embora seja um ditador o ocidente sabe o que esperar dele. Como político ele vem implantando a plena liberdade religiosa em seu país, onde todos podem seguir a fé que desejarem. Além disso tem sempre procurado manter religião e Estado devidamente separados. Com os rebeldes isso certamente não será possível. O Estado Islâmico, por exemplo, não admite tal coisa. São intolerantes e querem implantar um regime de ditadura islâmica, acima de tudo. Há poucas semanas eles trucidaram uma jovem cristã em um vilarejo sírio. Também mataram centenas de cristãos e chegam ao ponto de manter mulheres escravas nas cidades que dominam. E não podemos esquecer que Bashar al-Assad tem sim apoio de grande parte de sua população, essa formada justamente pelas alas mais moderadas da sociedade.
Além das patetices de Obama na questão Síria, outro fato pesou contra a não intervenção americana naquele país. A verdade pura e simples é que a população dos Estados Unidos está farta de guerras em países distantes. As recentes intervenções no Iraque e Afeganistão se mostraram desastrosas em termos políticos e econômicos. O governo americano torrou bilhões de dólares nessas guerras e nesse processo acabou quebrando a própria economia do país. Os Estados Unidos de hoje não se parecem em nada com a grande e forte nação de trinta anos atrás. O desemprego está acelerado, o déficit público é um dos maiores da história e o país não consegue sair de uma eterna crise financeira. Para piorar a onda de imigração sem controle desfigura a população norte-americana, aumentando a cada dia diversos problemas sociais em determinadas cidades. O maior exemplo da decadência dos Estados Unidos é a outrora gloriosa Detroit, capital mundial na fabricação de carros que recentemente abriu falência (nas leis americanas uma cidade pode literalmente ir a bancarrota).
A verdade é que em certos países não existe solução mágica a médio prazo. No Afeganistão o talibã tem reconquistado territórios, impondo novamente sua fanática lei baseada no Islã a todos os habitantes das regiões controladas por eles. No Iraque houve a queda do ditador Saddam Hussein mas o povo iraquiano não sabe direito o que fazer com sua recém conquistada democracia (parecem com o povo brasileiro que não sabe em quem votar direito!). O número de ataques de carros-bomba só tem aumentado nos últimos meses. Os americanos por sua vez estão com o pé fora desses lugares pois o dinheiro acabou. Parece que os líderes dos EUA finalmente estão entendendo que intervenção em países do Oriente Médio só significa mesmo a importação de problemas, problemas dos outros, é bom deixar claro. Enquanto os americanos tentavam consertar o erros de outras nações esqueceram de olhar para seu próprio quintal, que diga-se de passagem não anda nada bem.
Assim há dois lados nessa guerra civil na Síria. De um temos uma ditadura. Essa não pode ser apoiada pelos americanos pois os Estados Unidos é um país democrático que supostamente procura promover a democracia ao redor do mundo. Do outro lado existem os rebeldes, entre eles o Estado Islâmico, fanáticos violentos e perigosos. Que lado escolher? Não há lado que se possa apoiar e os americanos preferem simplesmente se omitir.
Pablo Aluísio.
sábado, 2 de abril de 2011
O Papai-Noel da Coca-Cola
Estamos entrando nas festividades de mais um natal e como sempre acontece lá está o Papai-Noel em todas as vitrines de lojas, restaurantes, hotéis e shopping centers. O que poucos sabem é que o personagem Papai-Noel tal como o conhecemos hoje foi criado em uma campanha de marketing da empresa Coca-Cola em fins do século XIX. A multinacional procurava uma maneira de popularizar sua marca ainda mais entre as crianças, principalmente durante os últimos meses do ano. Assim os publicitários da época resgataram um antigo santo católico chamado São Nicolau, conhecido por dar presentes às crianças em dezembro, na noite de natal, para criar a figura do bom velhinho, dando origem a um ícone que resiste até os dias de hoje.
Pouco se sabe sobre São Nicolau. Sua história é muito antiga e remonta a 358. Verdades históricas concretas são muito raras, o que existe nos registros da Igreja são basicamente lendas e tradições. Uma delas afirma que Nicolau era um homem muito rico que no final de sua vida se tornou bispo da Igreja Católica de sua cidade. Como a pobreza era enorme entre os camponeses e como ele estava chegando aos seus últimos anos (teria vivido quase 100 anos segundo alguns registros) ele começou a usar seu próprio dinheiro para comprar presentes que distribuía para as crianças da região na noite de natal. Era uma forma de evangelizar e agradar às crianças do local. Como era uma região de frio intenso usava um trenó, transporte popular entre os nobres e a elite. Assim o trenó, as renas, a pesada roupa de inverno e os demais símbolos que compõe o Papai-Noel dos dias de hoje não estariam tão longe da vida real de Santa Claus (como os americanos o chamam). Afinal de contas o personagem não nasceu do nada mas sim foi inspirado nas tradições que rondam a vida de Nicolau, o bispo.
Já as celebrações de 25 de dezembro não tiveram origem com o nascimento de Jesus Cristo. São bem anteriores até mesmo ao Cristianismo. Essa data marcava o solstício de inverno, como o dia mais curto do ano. Era uma festividade ligada basicamente ao cultivo da terra. Era celebrada em honra a Saturno, o deus da agricultura! Depois que a nova fé cristã prosperou na Europa o Papa Júlio I (300 - 352) determinou em 350 que o caráter pagão da data deveria ser definitivamente deixado de lado. Como não se sabia ao certo qual seria a data exata de nascimento de Cristo (os evangelhos oficiais nada diziam sobre isso), o Papa determinou em decreto que a partir daquele 25 de dezembro de 350 todos os cristãos do mundo deveriam celebrar o chamado Natal, a data da natalidade de Jesus Cristo entre os homens. Assim o paganismo seria deixado de lado de uma vez por todas e todos celebrariam o nascimento do Messias.
A decisão de Júlio I acabou se revelando certeira e muito bem sucedida. Logo as primeiras festividades realizadas no Vaticano se mostraram um grande sucesso de popularidade e ao longo dos séculos prosperou, mesmo em países que depois se tornariam mais ligados ao movimento protestante (como Inglaterra e Estados Unidos). E foi na América que os executivos da Coca-Cola tiveram a ideia de resgatar a lenda do bispo católico São Nicolau para criar a figura do personagem Papai-Noel que na noite de natal desceria pelas chaminés de todas as casas do mundo para dar de presente aos pequeninos muitos brinquedos e é claro, refrigerantes da Coca-Cola.
Como se pode ver as origens do natal são as mais variadas possíveis, desde o decreto papal de Júlio I (cujo original ainda existe e há alguns anos foi exposto numa exposição da biblioteca do Vaticano), passando pela lenda de um homem real que viveu no norte da Europa até as jogadas de marketing da indústria americana. O curioso é que Papai-Noel se tornou tão popular que acabou invadindo todos os setores da sociedade, ganhando vida própria. O personagem que fora criado para ser um garoto propaganda da Coca-Cola rompeu essa ligação e hoje praticamente tem sua própria identidade não associada imediatamente à marca que o criou! Afinal que criança vai ligar o querido Papai-Noel a um dos maiores símbolos do capitalismo americano mundial?
Pablo Aluísio.
Mandela: Herói ou Vilão?
O recente falecimento do líder Nelson Mandela deu origem a duas reações extremadas em nosso ponto de vista. A grande imprensa, a grande mídia, não pensou duas vezes em transformar Mandela em um santo imaculado. Um homem simplesmente perfeito e sem falhas em sua trajetória política na defesa de sua causa. Por outro lado os detratores de sua biografia mostraram um lado obscuro, nada lisonjeiro de sua trajetória.
Quem afinal tem razão?
Inicialmente vamos expor os argumentos dos que acham que o mito Mandela não passa de uma farsa bem arquitetada pela grande mídia. Pessoas como Olavo de Carvalho, por exemplo, defendem a tese de que Mandela nunca passou de uma marionete de um jogo político e financeiro sórdido durante todos esses anos. Para provar isso cita o fato de que Mandela só conseguiu ser libertado após receber o apoio de grandes grupos econômicos mundiais, entre eles o grupo Rockefeller. E qual seria o interesse desses magnatas em relação a Mandela? Segundo dizem havia um grande interesse em colocar as mãos nas imensas jazidas de diamantes da África do Sul. Com o governo liderado pela minoria branca isso havia se tornado impossível pois o direito de exploração e venda dos diamantes era exclusivo do governo. Com a queda do apartheid o capital estrangeiro finalmente tomou posse da riqueza de diamantes (de um valor imenso, segundo analistas). É inegável que ao assumir o poder Mandela realmente revogou a lei de exploração exclusiva das minas abrindo o espaço para os grandes grupos internacionais explorarem através de contratos de concessões de uso comercial os diamantes ao seu bel prazer. Será que tudo não passou de uma coincidência ou temos aqui realmente uma nova teoria da conspiração com bases sólidas?
Outro ponto de críticas em relação a Mandela foi sua política de alianças internacionais que para muitos foi muito equivocada. Mandela manteve bons laços de amizade e aproximação com ditadores sanguinários dentro do continente africano e fora dele foi figura próxima a pessoas como Fidel Castro, Muammar al-Gaddafi e até mesmo Saddam Hussein, todos conhecidos como ditadores linha dura que não admitiam oposição aos seus governos ao ponto das prisões de seus países ficarem cheias de presos políticos. Ora, o próprio Mandela foi um preso político por 27 anos em seu país, como poderia dar apoio internacional a esse tipo de gente? Não seria uma enorme contradição?
No plano interno Mandela também foi bastante criticado. Ele apoiou o aborto de forma praticamente incondicional. Hoje em dia a África do Sul tem um dos sistemas legais mais abertos do mundo nessa questão. No país o aborto é encarado como algo muito natural. As mulheres nem mesmo precisam de justificativa para abortar seus filhos quando bem entenderem. Em termos de legislação não existe nada parecido no mundo. O efeito disso é que o número de abortos na África do Sul aumentou consideravelmente e como se não bastasse o alto número de crianças mortas o índice de mortalidade das mães também disparou. Mandela justificava sua política pró-aborto de maneira até singela, afirmando que "As mulheres tem direito de escolherem o que é melhor para seu corpo". Só não conseguia explicar como esse direito ia ao ponto de matar crianças indefesas.
Outro ponto ruim que mancha a biografia de Mandela é a sua posição, quando jovem, em favor do uso da violência para combater o regime. Quando foi condenado por atos de sabotagem contra instalações militares Mandela assumiu sua culpa. Afirmou que não havia outra maneira. Ele também foi acusado de incentivar a invasão da África do Sul por países estrangeiros, em um ato de alta traição. Sobre isso porém negou afirmando que nunca foi traidor de seu país. O suposto terrorismo do Mandela foi desnecessário. Afinal de contas ele não tinha chance, como não teve, de vencer pela violência, por isso ficou tantos anos preso. Pela força ele não conseguiria nada, nunca. Deveria ter feito como Mahatma Gandhi, que nunca usou a violência e venceu pela força do exemplo. A mancha na biografia do Mandela ficará, para sempre - e ele, repito, não ganhou nada com isso.
A história só dá o título de grandes líderes sociais a pessoas que tentaram mudar a mentalidade de forma pacífica. As pessoas lembram do Ghandi mas não de pequenos grupos armados indianos que jamais venceriam uma guerra contra a Inglaterra imperial. Nos EUA o Pastor Martin Luther King é reverenciado já os Panteras Negras, que usavam a violência, não. Se Mandela tivesse partido para a vingança contra os brancos depois de sua saída da prisão ele teria o mesmo status de qualquer ditador africano sanguinário - e como sabemos sabe esse tipo de gente não falta por lá. O apoio internacional só vem para essas causas quando seus líderes decidem se transformar em exemplos de paz e honra. Violência e luta armada não levam a nada, não nesse tipo de situação onde o que está em jogo é a mudança de uma mentalidade. Em seu favor podemos dizer que embora Mandela tenha demorado um pouco a entender isso ele finalmente demonstrou uma outra postura quando saiu da prisão mostrando que evoluiu sobre essa questão.
Mas depois de ler tudo isso você pode ficar em dúvida sobre as qualidades de Nelson Mandela. Aqui chegamos no ponto em que perguntamos porque se tornou tão querido? De fato a biografia de Mandela tem muitos méritos. Independente da forma como ele chegou ao poder o fato é que assim que se tornou presidente adotou uma postura de convivência pacífica com os brancos. Veja que grande postura moral teve esse homem. Ele ficou por 27 anos preso, em uma cela minúscula, passando por todos os tipos de humilhação mas quando finalmente foi colocado em liberdade não partiu para um acerto de contas. Pelo contrário, deu a mão ao antigo opressor branco. Esse foi de fato o principal gesto que fez de Mandela um símbolo não apenas de luta contra um regime racista e sem pudores, mas também como um pacificador, um conciliador, um homem da paz.
Algumas posturas que tomou em vida inclusive causaram revolta em seus antigos amigos de militância. Em certa ocasião se tornou praticamente um garoto propaganda da indústria de vinho da África do Sul. Ora as grandes vinícolas sempre pertenceram a grupos de industriais brancos mas Mandela justificou o ato dizendo que isso não tinha importância, que no final das contas era uma indústria da África do Sul, acima de tudo, e por isso deveria ser incentivado e divulgado no exterior.
Outro ponto digno de aplausos foi a luta de Mandela em manter a África do Sul unida. O país foi concebido e criado pelo colonizador europeu branco, que traçou suas fronteiras e criou seu sistema administrativo, político e de poderes (legislativos, judiciário e executivo). Para radicias negros a própria ideia da África do Sul deveria ser abolida, com a criação de vários pequenos centros de poder que recriassem o antigo sistema tribal do povo nativo negro da região. Mandela foi completamente contra esse pensamento. Formado em direito, homem culto e inteligente, ele sabia que isso mais cedo ou mais tarde daria origem a uma infinidade de conflitos armados, o que levaria a África do Sul a uma guerra civil sem fim, como acontecia em vários países africanos vizinhos. A decisão de manter o país unido sob uma mesma bandeira também pode ser creditada como um dos grandes feitos de Mandela como estadista. Agindo assim ele trouxe paz e estabilidade para seu país.
Por fim não há como negar sua grande contribuição de Mandela para diversas causas sociais. Além de ter sido figura de proa na queda do regime racista de seu país, o apartheid, Mandela abraçou a luta de conscientização e combate em relação a AIDS. Como se sabe o continente africano é um dos mais atingidos por essa doença e Mandela entrou de coração nessa luta até quando suas forças já não o permitiram seguir em frente.
Em vista de tudo o que foi exposto chegamos na conclusão de que Nelson Mandela nem foi o santo imaculado que fazem crer certos artigos e reportagens que vemos na TV e jornais nesses dias e nem tampouco o vilão desalmado e vilanesco pintado por seus detratores. Ele foi simplesmente um ser humano, com erros e acertos em sua trajetória. Nada mais, nada menos do que isso.
Pablo Aluísio.
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