segunda-feira, 10 de abril de 2023

Frenesi

Título no Brasil: Frenesi
Título Original: Frenzy
Ano de Lançamento: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Arthur La Bern, Anthony Shaffer
Elenco: Jon Finch, Barry Foster, Barbara Leigh-Hunt, Alfred Hitchcock, Anna Massey, Billie Whitelaw

Sinopse:
Uma série de crimes de um assassino em série assombra Londres. Esse serial killer mata suas vítimas, em especial mulheres, as enforcando com uma gravata. A polícia começa as investigações, mas começa a focar na pessoa errada, pensando ser um inocente o verdadeiro assassino. Filme indicado ao Edgar Allan Poe Awards.

Comentários:
Esse foi o penúltimo filme do mestre Alfred Hitchcock. Não foi bem recebido pela crítica na época de seu lançamento original, mas ainda assim, pela força do nome do diretor, conseguiu se sair bem nas bilheterias americanas e inglesas. Eu vejo as críticas mais mordazes a esse filme como muito injustas. Veja, o diretor já estava bem avançado na idade. Muito idoso, obviamente teve problemas em dirigir com a mesma eficiência dos anos passados. Obviamente esse fator deveria ter sido levado em conta por aqueles que malharam o filme. São bem hipócritas mesmo. De qualquer forma, mesmo com o peso da idade, o mestre fez um filme muito digno e realmente muito bom. Quem é gênio do cinema, sempre será, não tem jeito. Há um bom desenvolvimento da história, que tem seu próprio tempo, sem pressa e com um elenco afiado. Eu também costumo dizer que filmes sobre assassinos seriais sempre são bons, pois o tema é muito rico para o cinema. Só um roteiro muito ruim poderia estragar esse tipo de cinema. O que obviamente não acontece nessa produção. Além disso, Hitchcock jamais falha naquilo que lhe era mais precioso: o uso do suspense no fio condutor de sua narrativa. Nisso ele ainda era um mestre absoluto da sétima arte. 

Pablo Aluísio.

A Condessa de Hong Kong

Título no Brasil: A Condessa de Hong Kong
Título Original: A Countess from Hong Kong
Ano de Lançamento: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Elenco: Marlon Brando, Sophia Loren, Sydney Chaplin, Charles Chaplin, Tippi Hedren, Patrick Cargill

Sinopse:
Um diplomata norte-americano se surpreende numa viagem de cruzeiro quando descobre em uma cabine, escondida, uma mulher que se diz condessa russa, mas será mesmo que ela estaria dizendo a verdade? Comédia de costumes dirigida pelo mestre do cinema e do humor Charles Chaplin. 

Comentários:
Até os maiores gênios do cinema possuem seus tropeços. O maior tropeço da filmografia de Charles Chaplin veio nessa comédia sem graça com um elenco que era muito popular na época, mas que definitivamente não deu certo em cena. Foi uma má ideia do diretor (naquela época já bem idoso) chamar Marlon Brando para atuar no filme. Ele nunca foi comediante na vida, não tinha talento para o humor, algo reconhecido pelo próprio. Só aceitou fazer o filme porque afinal o convite partiu de Chaplin e ele tinha muito interesse em ser dirigido por um dos maiores gênios do cinema na história. Só que as boas intenções iniciais na realização desse projeto foram em vão. O filme é ruim de doer, realmente constrangedor. O roteiro apresenta um tipo de humor que já naquela época era muito ultrapassado. Chaplin usando de gags da era do cinema mudo errou e errou feio. Não demorou muito e o próprio Marlon Brando entendeu que o filme iria afundar, tanto que ele anos depois o chamou de "meu maior desastre na carreira". Pois é, mesmo com os melhores profissionais, um filme pode fracassar de forma absoluta. Basta ter os atores errados ser lançado na época errada. Esse filme provou essas duas coisas de forma excepcional. 

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de abril de 2023

Entre Mulheres

Título no Brasil: Entre Mulheres 
Título Original: Women Talking
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Plan B Entertainment
Direção: Sarah Polley
Roteiro: Sarah Polley, Miriam Toews
Elenco: Frances McDormand, Rooney Mara, Claire Foy, Jessie Buckley, Judith Ivey, Emily Mitchell

Sinopse:
Um grupo de mulheres que vive em uma comunidade religiosa fundamentalista e isolada, se reúne para decidir se vão continuar vivendo ali ou se vão embora para sempre. Elas optaram por fazer isso depois que casos de abuso e violência explodiram contra algumas delas. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado. Também indicado ao Oscar na categoria de melhor filme.

Comentários:
Um filme muito bom, baseado em diálogos primorosamente escritos e em excelentes atuações do elenco majoritariamente feminino. Quando o filme começou eu cheguei a pensar que ele se passava no século XIX ou algo assim, tamanho era o isolamento daquela comunidade. Só que para minha total surpresa a história se passa em 2010! Pessoas que vivem como se ainda estivessem no velho oeste, mas que vivem em nosso mundo atual. Realmente o pensamento religioso fundamentalista aprisiona a mente humana de uma maneira até mesmo perversa. E muitas das mulheres dessa comunidade religiosa sequer tiveram acesso a um ensino fundamental. E isso nos Estados Unidos, a nação mais tecnológica e avançada do mundo! Que Deus seria esse que aprisiona as pessoas na ignorância, no atraso e no obscurantismo? São questões como essa que temos quando assistimos a esse filme. E fora isso, tem todo aquele machismo violento e tóxico contra as mulheres, muitas vezes justificado até mesmo pela própria religião que seguem. Uma situação realmente no limite desse filme que, apesar de sua suposta simplicidade, lida com temas extremamente importantes como liberdade, dignidade pessoal e controle da própria vida. Merece meus aplausos. 

Pablo Aluísio.

Chris Rock: Indignação Seletiva

Título no Brasil: Chris Rock: Indignação Seletiva
Título Original: Chris Rock: Selective Outrage
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Joel Gallen
Roteiro: Chris Rock
Elenco: Chris Rock

Sinopse:
Filme produzido pela Netflix mostrando os bastidores e o show de stand up comédia com o ator e comediante Chris Rock. Ele aproveita a apresentação para falar de sua família, do  humor que existe em nosso cotidiano e da agressão que sofreu de Will Smith na festa do Oscar. 

Comentários:
Todo mundo estava esperando esse show do Chris Rock porque seria a primeira vez que ele iria falar sobre a agressão que sofreu durante a cerimônia do Oscar. O ator Will Smith o agrediu após uma piada com sua esposa. Bom, claro que isso trouxe grande expectativa para esse show, só que não tenho boas notícias para você. A verdade é que ele decepciona, conta algumas piadinhas sem graça sobre o ocorrido e fica por aí mesmo. Eu sou da opinião de que uma apresentação de Stand up teve ter me média 15 minutos de duração ou no máximo 25. Acima disso a coisa fica meio cansativa. É o caso aqui. São mais de 50 minutos de show. Olhar o relógio esperando o fim se torna comum quando se assiste a algo assim. Além disso não há um repertório tão bom de piadas para acompanharmos com maior interesse. Você fica meio no controle remoto, dando um sorrisinho amarelo aqui e acolá. Além disso o Rock tem uns maneirismos de dicção que depois de algum tempo viram puro aborrecimento para quem assiste. Enfim, eu não recomendaria essa apresentação. Um tanto sem graça...

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de abril de 2023

Arizona Dream

Título no Brasil: Arizona Dream: Um Sonho Americano
Título Original: Arizona Dream
Ano de Lançamento: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Emir Kusturica
Roteiro: David Atkins, Emir Kusturica
Elenco: Johnny Depp, Jerry Lewis, Faye Dunaway, Lili Taylor, Vincent Gallo, Paulina Porizkova

Sinopse:
Um jovem nova-iorquino vai para o Arizona, onde encontra liberdade para amar e sonhar. E nessa viagem de auto descoberta e busca interior pelas entranhas dos Estados Unidos ele acaba encontrando os tipos mais bizarros e estranhos que poderia imaginar. 

Comentários:
Antes de virar ator de filmes blockbusters como a longa franquia "Piratas do Caribe", o ator Johnny Depp era uma das figuras mais interessantes do cinema americano. Ele que havia começado como ídolo adolescente em séries de TV, deu uma guinada na carreira e começou a atuar em filmes pequenos, alternativos, cults e independentes. Essa fase de sua carreira sempre foi a mais interessante para mim, como cinéfilo de longa data que sou. Esse filme aqui é dessa fase em que ele realmente procurava por material mais substancial, que fugia do lugar comum. O interessante é que contracenou com atores e atrizes da velha escola, entre eles Jerry Lewis, em um papel bem interessante e fora do comum, nada parecido com os tipos malucos que interpretou no auge de sua carreira. Enfim, um filme diferente de um jovem ator que na época procurava impressionar. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Pantera Negra: Wakanda para Sempre

Título no Brasil: Pantera Negra: Wakanda para Sempre
Título Original: Black Panther: Wakanda Forever
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios, Walt Disney Pictures
Direção: Ryan Coogler
Roteiro: Ryan Coogler, Joe Robert Cole
Elenco: Angela Bassett, Tenoch Huerta, Letitia Wright, Lupita Nyong'o, Danai Gurira, Florence Kasumba

Sinopse:
Com a morte do Pantera Negra, a civilização de Wakanda fica em perigo, ainda mais agora que descobriram uma nova forma de ter acesso ao elemento vital para sua existência. E o surgimento de Namor, líder de um povo que vive no mar, colocará ainda mais em risco a existência de Wakanda.

Comentários:
Definitivamente eu cansei desses filmes da Marvel. Todos os últimos títulos seguem uma estrutura básica de roteiro que não tem variação, é sempre a mesma coisa. Essa franquia em particular enfrentou um sério problema porque o ator Chadwick Boseman que interpretava o personagem principal faleceu em 2020. A Marvel teve que sair em busca de um novo roteiro de emergência e então o que temos aqui é mais um genérico da marca. Eu achei o filme cansativo, longo demais e desprovido de originalidade. Nem dos efeitos especiais gostei, achei mal feitos, com aparência de videogame! Bem ruins. E a história não convence, mais um grande quebra-pau sem fim. Em desespero de causa a Marvel precisou fazer um roteiro às pressas colocando o foco em diversos personagens secundários do primeiro filme. Nao deu certo. Eu pessoalmente pouco me importei com o destino deles na história. Para piorar trouxeram um novo vilão, o Namor, só que com uma péssima caracterização. Não lembra em quase nada o original. O Namor é até bem bacana no universo dos quadrinhos, mas no filme não funcionou. Foi muito mal aproveitado, em todos os aspectos. Uma bola fora! Então é isso, mais um filme com mais do mesmo, que é inegavelmente um filme ruim. Esses filmes de super-heróis de quadrinhos precisam de ideias novas, porque já saturaram sua fórmula! 

Pablo Aluísio.

Fantasmas do Abismo

Título no Brasil: Fantasmas do Abismo 
Título Original: Ghosts of the Abyss
Ano de Lançamento: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron
Elenco: James Cameron, Bill Paxton, Lori Johnston, Lewis Abernathy, Charles Pellegrino, John Broadwater

Sinopse:
Esse documentário mostra os esforços do diretor James Cameron em organizar mais uma expedição de exploração em águas profundas. Ele quer novamente visitar os destroços do Titanic, que jaz nas profundezas do Atlântico Norte. E dessa vez ele contará com novos elementos da alta tecnologia. 

Comentários:
Pelo visto o James Cameron desenvolveu algum tipo de obsessão pelos destroço do Titanic. Aqui temos mais uma expedição do diretor ao antigo navio afundado. Só que também há boas surpresas como o uso de dois robôs que conseguiram entrar dentro do navio, filmando aposentos e lugares que não eram visitados pelo olho humano desde o naufrágio. Fiquei surpreso ao ver que espelhos e vidraças ainda continuam intactos. Como conseguiram fcar inteiros depois de um naufrágio como aquele? Também surpreende uma cena em que Cameron conseguiu localizar uma garrafa de vinho e uma taça, sobre uma mesa, mesmo depois de décadas do afundamento. Como aquelas coisas de vidro não foram destruídas quando o navio afundou? São perguntas que surgem imediatamente em nossa mente quando vemos as imagens. Achei mal desenvolvido a parte que tenta recontar a história de certas pessoas que afundaram naquela noite gelada. Poderia ter sido melhor explorado. De qualquer maneira o Carmeron certamente adorou essa nova exploração, o homem realmente parece obcecado com a história do Titanic. A gente entra de gaiato no anvio, para ver o cenário da destruição. Não deixa de ser uma espécie de turismo do macabro. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Queima de Arquivo

Título no Brasil: Queima de Arquivo
Título Original: Eraser
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Chuck Russell
Roteiro: Tony Puryear, Walon Green
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Vanessa Williams, James Caan, James Coburn, James Cromwell, Robert Pastorelli

Sinopse:
Agente federal passa a atuar no serviço de proteção às testemunhas do governo americano. Sua próxima missão é proteger uma testemunha vital em um caso envolvendo tráfico internacional de armas. Só que não vai ser uma tarefa fácil de realizar, pois tudo leva a crer que figurões do poder querem ver essa testemunha morta, em um caso típico de queima de arquivo. 

Comentários:
De modo em geral sempre gostei dos filmes estrelados pelo austríaco Arnold Schwarzenegger. Só que esse filme em particular não me agradou muito na época. Cheguei a assistir no cinema, durante os anos 90, e não achei grande coisa. Tudo me pareceu meio genérico e apesar de aguns bons efeitos visuais como a cena com os crocodilos e o pulo de um helicóptero em queda, nada fugia muito do que habitualmente era produzido no cinema naqueles anos. Talvez uma das poucas coisas acima da média venha do elenco de apoio. O filme resgatou veteranos da história do cinema, como o eterno vilão dos filmes de cowboy do passado James Coburn e a boa atuação de James Caan como um vilão para não esquecer. Fora isso, nada de muito especial. O Arnold parecia mais preocupado com sua carreira política pois ele tinha o sonho de ser governador da Califórnia. Não estava mais tão preocupado com o cinema. Por isso esse filme não é dos melhores de sua filmografia, afinal ele fez filmes bem superiores em sua carreira no passado. 

Pablo Aluísio.

Assalto Sobre Trilhos

Título no Brasil: Assalto Sobre Trilhos
Título Original: Money Train
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Joseph Ruben
Roteiro: Doug Richardson, David Loughery
Elenco: Wesley Snipes, Woody Harrelson, Jennifer Lopez, 
Robert Blake, Chris Cooper, Joe Grifasi

Sinopse:
Dois irmãos adotivos trabalham como policiais em Nova Iorque. Enquanto a vida de um é tão boa quanto possível a do outro é um inferno. Depois de perder o emprego, brigar com seu irmão e ser chutado por um agiota pela enésima vez, ele implementa seu plano para roubar o "trem do dinheiro", um trem que transporta a receita semanal do metrô de Nova York. E quando as coisas dão errado, seu irmão será capaz de salvá-lo a tempo?

Comentários:
Um típico filme de verão dos anos 90, com muitas cenas de ação e momentos de alta tensão em um trem em movimento. O filme contava com Snipes em excelente momento na carreira, colecionando um sucesso de bilheteria atrás do outro. Ao seu lado havia o bom ator Woody Harrelson e a gata latina e cantora pop Jennifer Lopez. Tudo parecia perfeito para outro grande hit nos cinemas, só que o filme não foi tão bem assim nas bilheterias. Uma produção cara para a época que não conseguiu recuperar o investimento, uma péssima notícia para a Columbia que vinha mal financeiramente. Nem a presença do ator Robert Blake como vilão ajudou, logo ele que ainda era popular por causa da série de TV Baretta. Enfim, um filme que apesar de tudo ainda considero um bom entretenimento. Nos anos 90 os efeitos digitais tinham chegado e a produção não se limitou nesse aspecto. Por isso o filme, ainda nos dias atuais, demonstra vitalidade com suas cenas de ação em trens desgovernados. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de abril de 2023

Elvis Presley - King Creole - Parte 4

Colocar Elvis para cantar temas de jazz, ao estilo da Louisiana, não foi algo simples na época. Para quem não sabe esse estado americano tem uma das culturas mais singulares dos Estados Unidos. Nada se compara com a riqueza cultural (logo, musical também) dessa região. Muitos tinham receios de que Elvis iria ser massacrado pela onda de críticas que viria quando o disco chegasse nas lojas. Afinal aquela sonoridade não tinha nada a ver com os discos anteriores que Elvis havia gravado. Era algo novo, pantanoso para ele naquele momento da carreira. Elvis poderia passear facilmente pelo country, pelo gospel, pelo blues e pelo rock. Afinal nesses ritmos ele estaria em casa. Mas uma trilha sonora com elementos de jazz? Era outra história.

Felizmente os compositores, arranjadores e produtores desse álbum tiveram o bom senso de mesclar o estilo de Elvis com o estilo da Louisiana. E não é que deu certo mesmo! Basta ouvir a canção "New Orleans" para entender bem isso. Os arranjos de metais estão todos lá, mas também há o estilo único de Elvis cantar, os Jordanaires e parte de sua banda original. É uma mistura que parecia ser impossível, mas que no final deu certo. Mesmo que os jovens fãs de Elvis viessem a estranhar certos aspectos dessa trilha sonora, eles não iriam detestar o que iriam ouvir. Conseguiram chegar em um bom equilíbrio, algo que muitos achavam que não iria dar certo.

E para suavizar ainda mais tudo, havia o lote de músicas românticas cantadas por Elvis, faixas como "Don't Ask Me Why". Imagine para uma fã adolescente de Elvis nos anos 1950, apaixonada platonicamente por seu ídolo, ouvindo versos como "Eu vou continuar lhe amando / Não me pergunte o porquê / você é tudo o que estou desejando / Não diga adeus / Eu preciso de você mais e mais...". Claro, as jovens iam nas nuvens, sonhando com o "namorado perfeito" que era o próprio Elvis. Isso iria superar qualquer estranhamento que elas viessem a ter com os arranjos fora do padrão desse álbum "King Creole". 

Também me chama a atenção que uma parte das canções dessa trilha sonora eram bem mais convencionais do que as chamadas típicas de New Orleans. Essas poderiam estar em qualquer outro disco ou álbum normal de Elvis, sem problemas. Algumas vezes havia um mix, como em "Young Dreams". Aqui havia uma letra bem mais mediana, com pequenos, leves toques e nuances, para lembrar só um pouquinho do jazz do sul. Essa faixa aqui sempre me lembrou muito de "Young and Beautiful" pois as duas falam de romances juvenis, de amores de adolescentes. A juventude é louvada, aclamada, colocada em um pedestal. Elvis canta que tem jovens lábios para beijar, jovens braços para abraçar sua amada. E convida sua namorada para viverem juntos jovens sonhos de amor ao seu lado. Nada como um amor adolescente, na flor da idade, meus caros. As fãs de Elvis da época, nem preciso dizer, suspiravam ao ouvirem esses versos...

Pablo Aluísio.