sábado, 17 de setembro de 2022

A Fera

A história do filme se passa na África. Após a morte da sua esposa, um médico decide levar suas duas jovens filhas para um passeio turístico no continente africano. Ele também deseja rever um velho amigo, que agora trabalha em uma reserva natural. Durante o safari, que inicialmente parece ser bem agradável, eles são atacados por um leão em fúria. Na fuga o carro bate contra uma árvore. Eles ficam presos naquela região, a mercê do ataque dessa fera assassina. O filme assim se desenvolve, em uma grande caçada em que o felino surge como o caçador e os seres humanos que tentam sobreviver como a caça. Uma Vila nas redondezas também é atacada, e todos os seus moradores são mortos por esse enorme leão branco selvagem, por essa besta sanguinária da natureza. Como se pode perceber, é um filme com a história simples, linear. Não espere grandes temáticas ou pensamentos filosóficos no desenrolar dessa história. É realmente um conto sobre sobrevivência numa região africana isolada. Em síntese, seres humanos tentando sobreviver a um ataque de um leão em fúria.

Por falar nisso, fazia bastante tempo que eu havia assistido um filme sobre Leões africanos selvagens, matadores de homens. O último que me recordo é o hoje já clássico "A sombra e a Escuridão", com Michael Douglas e Val Kilmer. De lá para cá, Hollywood não havia mais explorado esse filão que eu considero até muito bom. A grande novidade é que nesse novo filme os felinos são todos criados pela tecnologia digital. São todos frutos de computação gráfica. A tecnologia evoluiu ao ponto do espectador não conseguir distinguir mais entre animais reais e digitais, tal a perfeição tecnológica. No quadro geral, um filme bom, gostei. Nada de muito espetacular, mas que cumpre muito bem seu papel. A diversão certamente estará garantida.

A Fera (Beast, Estados Unidos, 2022) Direção: Baltasar Kormákur / Roteiro: Jaime Primak Sullivan, Ryan Engle / Elenco: Idris Elba, Liyabuya Gongo, Martin Munro, Daniel Hadebe / Sinopse: Um pai e suas duas filhas adolescentes são caçados por um enorme leão enfurecido em uma reserva natural africana.

Pablo Aluísio.

A Vida Por Um Fio

Esse filme traz John Travolta interpretando o chefe de um grupo de eletricitários que trabalham em linhas de alta tensão. Ele tem um grupo de trabalhadores sem muita experiência em mãos, o que dificulta ainda mais o seu serviço. Para piorar, uma grande tempestade surge no Horizonte. E uma tempestade traz inúmeros problemas para o ramo da eletricidade, como todos podemos prever. Na vida pessoal ele também tem problemas. A Filha está apaixonada e grávida de um dos membros de sua equipe. E ele não gosta nada do tal sujeito. Essa é a sinopse básica desse novo filme que me chamou atenção por alguns motivos. Eu não me lembro de ter assistido algum filme antes cujos protagonistas eram eletricitários. Esse tipo de trabalho é considerado o quarto mais letal da sociedade Americana. 

O filme foi bancado por uma fundação que ajuda os familiares de trabalhadores do ramo elétrico que morrem em serviço. É uma história simples, com o roteiro até muito cheio de clichês, mas que cumpre bem seu papel. O filme é, de certa forma, uma homenagem a esses trabalhadores que morreram. Tecnicamente, é bem quadrado. Do elenco, eu tive uma surpresa ao ver uma envelhecida atriz Sharon Stone, interpretando uma mulher com problemas de alcoolismo. Ela está amargurada com a vida e nada feliz em saber que vai ser avó. Levei um tempo para reconhecer a outrora bela Sharon Stone nesse filme. E fiquei pasmo como o tempo passa. Enfim, um drama que, se não surpreende, pelo menos cumpre bem seu papel de homenagear esses trabalhadores. Em uma história simples, passa sua mensagem.

A Vida Por Um Fio (Life on the Line, Estados Unidos, 2015) Direção: David Hackl / Roteiro: Chad Dubea, Primo Brown / Elenco: John Travolta, Sharon Stone, Kate Bosworth, Devon Sawa / Sinopse: Uma equipe de homens que fazem o trabalho de consertar a rede elétrica é atingida por uma tempestade repentina e mortal.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Rio Vermelho

Assistir a esse filme foi um enorme prazer para mim. Primeiro porque eu sou um fã incondicional do ator Montgomery Clift. Segundo porque eu acho este um dos mais belos westerns de todos os tempos e terceiro porque John Wayne e Howard Hawks estão no auge de suas carreiras. Esta é uma película realmente nota dez, em todos os aspectos e por isso se tornou um filme atemporal, inesquecível e clássico. Montgomery Clift era um caso à parte. Considerado um dos maiores atores jovens de seu tempo, ao lado de Marlon Brando e James Dean, Clift era um profissional à frente de sua época. Cria do teatro americano, local onde ele sentia-se realmente à vontade, ele relutou muito antes de ingressar no cinema. Temia perder sua identidade e ser engolido pelo Star System. Sempre foi um ator independente e conseguiu se impor à indústria, fez poucos filmes, mas todos escolhidos a dedo, e muitos destes títulos se tornaram clássicos absolutos da história. do cinema americano. Basta lembrar de "Um lugar ao sol" e "A um passo da Eternidade", por exemplo. Complexo e torturado por demônios internos, Clift acabou por tabela imprimindo uma densidade ímpar em suas atuações. O conflito interno do ator era automaticamente passado para seus papéis. Aqui ele se sobressai mesmo interpretando um personagem sem grande profundidade, em sua estreia nas telas, curiosamente em um western estrelado pelo maior nome do gênero, John Wayne. O contraste entre a determinação e rudeza de Wayne com a sensibilidade de Clift se torna um dos grandes trunfos do filme.

E o Duke? Bem, ele está novamente ótimo no papel de um velho rancheiro dono de milhares de cabeças de gado, que tem como único objetivo levá-las, em uma grande caravana, para o Estado do Missouri. Conforme o tempo passa e as dificuldades se tornam maiores o personagem de Wayne vai ficando cada vez mais obcecado, tornando insuportável a vida de seus homens. O clímax ocorre em uma feroz luta entre Wayne e Clift. Um duelo entre os velhos e os novos paradigmas do velho oeste. A cena entrou para a história do cinema americano. Em relação à inspirada direção um famoso crítico americano resumiu a opinião da época: "Tendo como pano de fundo as belas paisagens do meio oeste americano, o mestre Howard Hawks faz um dos melhores faroestes dos últimos tempos, não se limitando, no entanto, a falar apenas do expansionismo capitalista americano, povoando terras desertas em meados do século 19. Vai além: realizando um belo painel sobre as relações humanas, através dp choque de personalidades de Dunson (Wayne) e Garth (Montgomery Clift). Criados como pai e filho, protagonizam uma estória de amor e ódio absolutamente emocionante". O filme concorreu aos Oscar de melhor roteiro e Montagem. Uma injustiça não ter ganho nenhum, mas se a Academia não o premiou ele acabou recebendo outro tipo de reconhecimento, e este bem mais importante, o reconhecimento popular daqueles que o assistiram e jamais esqueceram ao longo de todos esses anos.

Rio Vermelho (Red River, EUA, 1948) Direção: Howard Hawks / Roteiro: Borden Chase e Charles Schnee, baseado na novela The Chisholm Trail de Borden Chase. / Elenco: John Wayne, Montgomery Clift, Joanne Dru, Walter Brennan / Sinopse: Thomas Dunson (John Wayne) é um velho rancheiro, dono de milhares de cabeças de gado, que tem como único objetivo levá-las, em uma grande caravana, para o Estado do Missouri. Conforme o tempo passa e as dificuldades se tornam maiores Thomas vai ficando cada vez mais obcecado, tornando insuportável a vida de seus homens, entrando em conflito com Matt Garth (Montgomery Clift), um cowboy que participa da caravana.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Limite de Segurança

Título no Brasil: Limite de Segurança
Título Original: Fail-Safe
Ano de Produção: 1964
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: Walter Bernstein, Eugene Burdick
Elenco: Henry Fonda, Walter Matthau, Larry Hagman, Fritz Weaver, Edward Binns, William Hansen

Sinopse:
Durante uma operação padrão o sistema de segurança nacional dos Estados Unidos sofre uma pane técnica e um grupo de bombardeiros é enviado, por engano, para a União Soviética com a missão de jogar bombas atômicas sobre a capital da Rússia. No meio do pânico que se instala entre os comandantes das forças armadas, o presidente dos Estados Unidos, interpretado brilhantemente por Henry Fonda, é chamado para administrar a crise e tomar todas as decisões vitais! Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de melhor filme.

Comentários:
"Fail-Safe" é obviamente um produto da guerra fria. Naquela época o mundo vivia sob tensão, duas super potências, Estados Unidos e União Soviética, estavam empenhadas numa corrida armamentista sem limites e o conflito nuclear parecia cada vez mais próximo. O roteiro parte de uma premissa muito interessante: E se a guerra fosse iniciada por um erro do próprio sistema que comandava toda aquela máquina de destruição global? O argumento é de denúncia e de aviso, pois o texto é claramente uma crítica contra o perigo de se manter todo o arsenal atômico sob controle de meras máquinas. Conforme a tecnologia ia avançando os grandes poderios nucleares desses países acabavam sendo controlados por máquinas de alta precisão, mas como máquinas, elas poderiam um dia também falhar e quando isso acontecesse o que poderia ser feito?

É em cima desse tipo de crise que todo o enredo do filme se desenvolve. Muitos vão achar que o desfecho de tudo é radical demais, alguns poderiam qualificar até mesmo como absurdo, principalmente a decisão final tomada pelo presidente interpretado pelo excelente Henry Fonda. Porém temos que levar em conta que o roteiro foi escrito diante daquele momento histórico, que era por si só já era muito paranoico, cheio de tensão. Mesmo assim considero um grande filme, com suspense e ótimos diálogos em todos os momentos do desenvolvimento da trama. Um filme bem intencionado que procura mostrar a insanidade da guerra fria que imperava naqueles anos de medo e suspense sobre o que poderia acontecer em uma guerra nuclear total.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Elvis Presley - Too Much / Playing For Keeps

O primeiro material inédito de Elvis a chegar nas lojas americanas em 1957 nos Estados Unidos foi o single Too Much / Playing For Keeps. Havia uma grande ansiedade por canções inéditas de Elvis Presley pois seu sucesso inigualável no ano anterior o tinha elevado ao posto de cantor número 1 da América. Assim tudo o que levava a marca Elvis era esperado com grande expectativa pelo mercado. Um mês antes do lançamento a RCA enviava para as principais lojas do país o material promocional do novo single de Elvis – um enorme cartaz para ser exposto na entrada dos estabelecimentos com a capa do compacto e a data de lançamento. A frase “Elvis está chegando” podia ser lida em letras garrafais.

Pelos números alcançados em 1956 a RCA resolveu caprichar em cada novo produto de seu agora artista principal. Os fãs adoravam esse tipo de clima pré lançamento e não se faziam de rogados oferecendo uma bela soma pelos cartazes para adicionar em suas coleções de itens relacionados ao Rei do Rock. O curioso é que embora fossem esperadas como novidade absoluta a verdade pura e simples é que as duas canções desse compacto nada mais eram do que sobras das sessões do segundo álbum de Elvis. As músicas tinham sido arquivadas para serem lançadas depois, justamente para cobrir os primeiros meses do ano de 1957 pois Elvis descansaria por algumas semanas da correria dos compromissos do ano anterior para só então retomar o ritmo dentro do novo ano que nascia.

Dentro da RCA surgiu um debate sobre qual música deveria ocupar o lado A do compacto. Alguns defendiam que Playing For Keeps tinha mais potencial nas paradas pois lembrava em certos momentos a grande balada de seu último sucesso, Love Me Tender. Keeps também era uma balada cuja letra consistia em uma declaração de amor, ideal para os corações adolescentes apaixonados da década de 50. Outra corrente porém defendia que Too Much tinha mais forças para chegar ao topo da Billboard pois era um rock com pegada, com aquela vocalização “mastigada” de Elvis que todos os jovens adoravam. A indecisão fez com que a RCA imprimisse a capa do single com Playing For Keeps em primeiro lugar (obviamente ocupando o lado A) para logo depois mudar completamente de idéia ao colocar finalmente Too Much no lado principal. Indecisão é pouco.

Quem não estava gostando nem um pouco de Too Much ganhar todo esse destaque no lançamento era justamente Scotty Moore, o guitarrista da banda de Elvis. Ele tinha errado no solo, perdeu-se por um momento e só depois conseguiu voltar ao ponto certo. Quando Elvis escolheu aquele take como oficial, Moore se apressou em lhe avisar que ele tinha errado mas Elvis respondeu: “Eu sei disso, mas essa versão ficou ótima, vamos deixar assim”. A canção chegou ao mercado com a falha de Scotty Moore que falaria sobre esse seu erro por anos a fio, como que se quisesse se desculpar com os fãs de Elvis. Bobagem, a falha existe realmente mas não macula a gravação e nem a música que é contagiante e tem a marca registrado do vocal de Elvis – algo que ele já fazia desde os tempos da Sun e que usaria ainda bastante nos anos seguintes. Aquilo era o mais puro puro rock ´n ´Roll. O single chegou nas lojas e como era de se esperar vendeu muito, mas não o bastante para chegar ao topo da Billboard. O máximo que alcançou foi um honroso segundo lugar. O fato deixou alguns cabeças da RCA preocupados mas eles não teriam motivos para reclamar pois logo Elvis estaria de volta aos estúdios para produzir material realmente novo, fresquinho, saído do forno em um ano que ele reinaria absoluto nas paradas de sucesso. Elvis estava realmente chegando e dessa vez para ficar definitivamente.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Audie Murphy e o Western - Parte 6

Cimarron é um dos clássicos da literatura de faroeste dos Estados Unidos. O próximo filme de Audie Murphy pegava de certa forma carona no Best-Seller, embora seu roteiro e seus personagens tivessem pouco (ou nada) a ver com o livro escrito por Edna Feber. "The Cimarron Kid" ou "O Último Duelo" como foi chamado no Brasil era um filme de western bem mais convencional, nada muito pretensioso.

Audie Murphy interpretava um cowboy acusado de um crime que não cometeu. Fugindo pelo velho oeste ele acabava entrando numa quadrilha de bandoleiros, os Daltons, para sobreviver e quem sabe recomeçar sua vida em algum lugar. A direção foi entregue ao ótimo Budd Boetticher, mas a crítica em geral considerou o filme sem maiores surpresas, até mesmo um ponto abaixo dos dois anteriores que ele havia feito, um deles, "A Glória de um Covarde", dirigido pelo mestre John Huston, o que complicava bastante em termos de comparação.

Os estúdios Universal não estavam mesmo tentando transformar Audie Murphy em um novo Marlon Brando. Ao contrário disso escalou o ator para interpretar diversos faroestes B, ao estilo Bang-Bang, mais de acordo com o gosto médio do público da época. A ideia era colocar o ator em filmes mais baratos, porém que se tornassem altamente lucrativos para a companhia. Assim seu destino no cinema foi de carta forma selado. Não adiantava gastar muito dinheiro em produções requintadas. Murphy faria mesmo o feijão com arroz dos filmes feitos para as matinês de sábado e domingo. Nada mais.

Onde Impera a Traição (The Duel at Silver Creek, Estados Unidos, 1952) seguia basicamente por essa linha. O filme custou pouco, um autêntico western B, mas rendeu bem, gerou lucro. Era o que importava. Audie Murphy aqui interpretava de certa forma mais um personagem genérico, um pistoleiro chamado The Silver Kid (O garoto de prata). O enredo também não trazia maiores novidades. Ele era o rapaz jovem, rápido no gatilho, que se unia a um xerife contra um bando de assaltantes. A crítica novamente torceu o nariz para o resultado, mas o resultado comercial foi excelente. Todo filmado no rancho da Universal o filme custou meros 10 mil dólares - uma mixaria para os padrões atuais e conseguiu faturar cinco vezes mais nas bilheterias. Era exatamente isso que os produtores procuravam.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Marlon Brando - Hollywood Boulevard - Parte 24

James Dean entrou para a história como o grande rebelde do cinema americano, o maior de todos os tempos. Até o roqueiro Elvis Presley que viria a surgir muitos anos depois, também seria associado a um rebelde, tal como fora Dean antes dele. Todos eles tiveram grande importância dentro da chamada nascente cultura jovem americana que teve seu auge nos anos 1950. O fato real porém é que nenhum deles foi o original nesse estilo de ser. O primeiro rebelde de Hollywood e da cultura pop foi mesmo Marlon Brando. Ele ditou uma forma de ser única, que ninguém ainda havia visto  na capital do cinema antes de seu surgimento. O próprio Brando foi rebelde desde os primeiros anos de sua vida. Era algo natural de sua personalidade. Mesmo nas escolas por onde passou ele aprontou e muito. Odiava disciplina e seguir ordens. Fazia pouco das convenções sociais e não ligava para regras de comportamento. Agir assim naqueles anos era algo que chocava as pessoas.

A imagem do jovem rebelde, de casaco de couro, óculos escuros, andando com uma moto possante pelas madrugadas foi criada por Marlon Brando e isso não foi uma invenção de marketing dos estúdios ou algo parecido. Era o próprio jeito de ser do ator. Brando não ligava para a moda, estava sempre vestido de forma muito simples, com camisetas brancas e sua moto era praticamente sua segunda pele, companheira constante.

Ele não dava bola para eventos sociais e desdenhava prêmios como o Oscar. Para Brando a arte não era uma competição e categorias como "Melhor Filme" ou "Melhor Ator" eram absurdas pois não havia como medir que obra de arte seria melhor do que a outra. Por ser um cara tão anti convencional Brando acabou fazendo escola. O próprio James Dean era obcecado pela personalidade de Brando e esse por sua vez foi grande influência para o primeiro grande mito do rock americano, Elvis Presley.

O curioso é que Brando não tinha boa impressão de nenhum de seus "seguidores". Para Marlon o jovem James Dean apenas procurava lhe imitar, ou imitar aquilo que ele achava que era o verdadeiro jeito de ser do ator. Já sobre Elvis, Brando tinha uma visão bem mais crítica. O achava sem qualquer talento como ator, apenas um cantor que era explorado pelo cinema e nada mais. Pelo visto o rebelde Brando não poupava ninguém, nem mesmo seus dois mais famosos seguidores.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de setembro de 2022

Órfã 2

Título no Brasil: Órfã 2 - A Origem
Título Original: Orphan - First Kill
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Dark Castle Entertainment
Direção: William Brent Bell
Roteiro: David Coggeshall. David Leslie
Elenco: Isabelle Fuhrman, Julia Stiles, Rossif Sutherland, Hiro Kanagawa, Matthew Finlan, Samantha Walkes

Sinopse:
Jovem mulher com estranha síndrome que a deixa com aparência infantil eterna, foge do Manicômio judiciário, onde está internada. De volta à sociedade, ela se faz passar por uma garotinha que está desaparecida. Dentro dessa nova família, ela logo começa a demonstrar atitudes estranhas e bizarras. No fundo, é uma psicopata perigosa à solta.

Comentários:
Quando eu soube da existência desse segundo filme, fiquei surpreso. Isso porque o primeiro filme já tinha uma história que se fechava muito bem. Não havia maiores desdobramentos para uma segunda história em uma continuação. Assim, os roteiristas resolveram a questão. Eles voltaram no passado para contar uma história que acontece antes dos eventos que vimos no primeiro filme. É o que os americanos chamam de prequel. Até os 50 minutos de duração os dois filmes são extremamente semelhantes. Afinal, a protagonista usa sempre o mesmo método para se infiltrar nas famílias. E acaba igualmente se apaixonando pela figura paterna em questão. O que o roteiro traz de novo nesse segundo filme é uma reviravolta que acontece no terceiro ato. Isso me fez manter o interesse nos acontecimentos até o final. Esse filme também apresenta suas falhas. A atriz Isabelle Fuhrman que interpreta a protagonista já não é mais adequada ao personagem, ao meu ver. Ela é baixinha e de estrutura física frágil. Entretanto seu rosto não é a de uma criança, como sugere o roteiro. Em 2009 no primeiro filme ainda convencia, hoje não mais. Ela não enganaria a própria mãe. Ainda bem que o roteiro também encontra algumas saídas para esse tipo de encruzilhada narrativa. No quadro geral é um filme que até me agradou. Assim como o primeiro filme, esta continuação também se revela ser um bom entretenimento para quem aprecia filmes de terror e suspense.

Pablo Aluísio.

Tico e Teco - Defensores da Lei

Título no Brasil: Tico e Teco - Defensores da Lei
Título Original:  Chip 'n Dale - Rescue Rangers
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Akiva Schaffer
Roteiro: Dan Gregor, Doug Mand
Elenco: Andy Samberg, John Mulaney, KiKi Layne, Eric Bana, Seth Rogen, J.K. Simmons

Sinopse:
Depois de anos separados os esquilos Tico e Teco voltam a se reencontrar para descobrir o paradeiro de um velho amigo que misteriosamente desapareceu. E o culpado de tudo parece ter sido o Peter Pan, agora envelhecido e malvado. 

Comentários:
Falaram tão bem dessa animação que eu decidi conferir. Penso que houve um certo exagero nos elogios. O roteiro é simples como convém a um produto feito para as crianças, Em certo aspecto é tudo bem bobinho realmente. Então por qual razão esse filme foi tão elogiado? Parece que os críticos que hoje são adultos se derreteram mesmo com o fato do roteiro trazer inúmeras referências aos anos 90, quando eles eram garotinhos. Só que essa é uma questão de pura nostalgia, coisa pessoal deles. Como não é o meu caso, não vi nada demais, apenas mais um produto Disney com excelente nível de produção. Pelo visto bobinhos mesmo são esses críticos quarentões sem muito bom senso. De qualquer maneira, o filme utiliza bem aquela velha forma de mesclar personagens animados com atores reais. Algo que foi bem utilizado na animação "Uma cilada para Roger Rabbit". A diferença é que esse filme não é tão ousado. Não esperem encontrar Jessica Rabbit em cena. As coisas aqui são bem mais na linha family friendly.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de setembro de 2022

Não! Não Olhe!

Título no Brasil: Não! Não Olhe!
Título Original: Nope
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jordan Peele
Roteiro: Jordan Peele
Elenco: Daniel Kaluuya, Keke Palmer, Brandon Perea, Michael Wincott, Steven Yeun

Sinopse:
Dois irmãos que herdaram a criação de cavalos no rancho do seu pai, acabam lidando com um estranho fenômeno no céu em sua propriedade. Uma nuvem que parece nunca sair do lugar. Pessoas desaparecendo no meio do nada. O que estaria acontecendo? Seria algum tipo de invasão extraterrestre? Ou apenas um estranho evento da natureza, desconhecido da ciência?

Comentários:
Do ponto de vista do roteiro. o filme até que começa bem. Entretanto é bem o tipo do caso em que o filme começa bem e depois desaba no final. Não me convenceu nem um pouco a explicação do que seria aquele estranho fenômeno que surge sobre o rancho do protagonista. Seria um disco voador ou seria algum tipo de fenômeno natural? E aí, quando surge finalmente a explicação, vem a decepção. Uma bobagem enorme! A sensação que tive foi que havia perdido meu tempo. Eu até me lembrei de uma recente pesquisa feita por cientistas que afirmaram que poderia existir vida sobre a atmosfera de Vênus. Estranhos seres totalmente desconhecidos, pairando sobre aquele planeta. Só que é melhor esquecer isso. O roteiro não é tão inteligente. O que me surpreende é que esse filme acabou sendo o mais assistido em sua semana de estreia nos Estados Unidos. Não deixa de ser um sintoma bem visível da crise de criatividade que se abate sobre o cinema americano nos dias atuais.

Pablo Aluísio.