domingo, 29 de agosto de 2021

Ninfomaníaca: Volume 1

O diretor Lars von Trier decidiu fazer dois filmes dessa história. Esse primeiro começa quando um senhor mais velho chamado Seligman (Stellan Skarsgård) encontra uma mulher, conhecida como Joe (Charlotte Gainsbourg), caída no chão, no meio da rua, machucada. Ele prontamente se oferece para ajudá-la. Pensa em chamar uma ambulância ou a polícia, mas ela recusa. Ao invés disso ele o leva para casa, para tomar chá e se recuperar. Então Joe começa a contar sua história. Desde quando era garotinha sua sexualidade era fora dos padrões. Depois quando veio a puberdade ela se atirou em uma vida promíscua. Fazia apostas com a amiga, sobre quem iria transar com mais homens em um trem e coisas do tipo. Com o tempo a coisa só piorou. Ela começou a transar com qualquer homem que surgisse pela frente. Homens mais novos, mais velhos, solteiros, casados, todos se tornavam seu alvo.

E claro, um comportamento como esse, também sempre traz problemas como quando a esposa de um de seus amantes apareceu em seu apartamento com três filhos pequenos para fazer uma cena constrangedora. Esse filme foi criticado em seu lançamento por causa das fortes cenas de sexo, mas ao meu ver essa é uma leitura superficial. Na verdade Lars apostou muito mais no aspecto emocional e psicológico de sua protagonista. Tanto isso é verdade que sua escalada de sexo e promiscuidade acontece na mesma proporção em que ela vai perdendo seu prazer real. Vai ficando insensível ao longo do tempo, como se fosse uma viciada em drogas, até porque queiram ou não há mesmo muitas semelhanças entre esse e o vício em sexo. Assim, olhando sob esse ponto de vista, gostei do filme e pretende ver o segundo. Não costumo me decepcionar com os filmes de Lars von Trier.

Ninfomaníaca: Volume 1 (Nymphomaniac: Vol. I, Dinamarca, Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra, 2013) Direção: Lars von Trier / Roteiro: Lars von Trier / Elenco: Charlotte Gainsbourg, Stacy Martin, Stellan Skarsgård, Shia LaBeouf, Christian Slater, Uma Thurman / Sinopse: Mulher ninfomaníaca começa a destruir a vida dos homens com quem mantém relações amorosas. Aos poucos sua vida também vai se desmoronando por causa de seu comportamento promíscuo e sem limites.

Pablo Aluísio.

Os Subterrâneos da Noite

Leo Percepied (George Peppard) sonha ser escritor, mas as coisas não andam nada bem para ele. Morando com a mãe, que trabalha como enfermeira, ele vê os anos passando e nada acontecendo em sua vida. Está estagnado. Para esfriar um pouco a mente ele passa a frequentar uma turma de jovens artistas. São atrizes, atores, pintores, poetas, todos desempregados e sem grande perspectiva de futuro, tal como ele próprio. Acaba conhecendo a jovem Mardou Fox (Leslie Caron) e se apaixona por ela. Mas o romance fica longe de ser isento de problemas. Ela tem histórico de problemas psicológicos, sofre surtos e começa a pressionar Leo de uma forma que nunca poderia imaginar.

Muito bom esse filme que mostra um grupo de jovens talentosos, mas sem emprego, em uma San Francisco do começo dos anos 60. Há um pequeno texto no começo do filme, como se fosse um aviso contra a vida boêmia desses jovens, que achei bem babaca. Coisa do moralismo da época. Ignore isso e aproveite a boa história que o filme tem a contar, mostrando esses jovens que parecem perdidos na vida, mas que no fundo estão amando (e sendo amados) por outros que se encontram na mesma situação. De certa forma o ator George Peppard tem um personagem muito parecido com o que iria interpretar em "Bonequinha de Luxo", a do jovem escritor procurando por um lugar ao Sol. E nesse espaço de tempo acaba encontrando sua verdadeira essência como ser humano.

Os Subterrâneos da Noite (The Subterraneans, Estados Unidos, 1960) Direção: Ranald MacDougall / Roteiro: Robert Thom, baseado na obra de Jack Kerouac / Elenco: Leslie Caron, George Peppard, Roddy McDowall, Janice Rule / Sinopse: O filme conta a história de um jovem escritor, seus amigos e sua grande paixão, com tudo se passando no ano de 1960, na cidade de San Francisco.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de agosto de 2021

Midsommar: O Mal Não Espera a Noite

Um grupo de estudantes universitários dos Estados Unidos decide fazer uma viagem até a distante e fria Suécia para conhecer um grupo religioso. Essas pessoas vivem isoladas, no interior do país, cultivando um culto que tem bastante semelhanças com as antigas religiões pagãs do passado. Alguns dos estudantes querem escrever uma tese sobre essa religião diferente e exótica. No começo as coisas começam bem. Eles são bem recebidos e passam a conviver com a vida daquelas pessoas, cheias de dogmas e rituais simbólicos. Só que as coisas começam a ficar estranhas quando dois idosos são levados até o alto de uma colina durante um ritual. E eles pulam para a morte. A partir daí os estudantes percebem que há algo muito errado naquele lugar.

Fui assistir a esse filme sem esperar por grande coisa. Pensei que era apenas mais um filme de terror como tantos outros que estão por aí. Só que acabou me surpreendendo com a proposta do filme. O clima estranho percorre toda a história e um sentimento de desconforto logo se impõe. Esse roteiro discute de forma subliminar temas importantes como o fanatismo religioso, o simbolismo dos ritos religiosos e a importância que a morte e o sacrifício de seres humanos tinham nas antigas religiões da antiguidade. Um roteiro, ao meu ver, muito bem articulado. Diz muito, sem usar grandes diálogos ou coisas do tipo. A mensagem é mais mostrada através de imagens insanas e a trilha sonora cantada por aqueles fanáticos religiosos. Enfim, um filme realmente acima da média. Gostei bastante.

Midsommar: O Mal Não Espera a Noite (Midsommar, Estados Unidos, Suécia, 2019) Direção: Ari Aster / Roteiro: Ari Aster / Elenco: Florence Pugh, Jack Reynor, Vilhelm Blomgren / Sinopse: Um grupo de estudantes americanos viaja até a Suécia para estudar e conhecer uma comunidade isolada que segue uma estranha religião com vários elementos de paganismo antigo. Depois de algum tempo descobrem que entraram em uma situação de vida ou morte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Studio 54

Filme muito bom que resgata parte da história noturna de Nova Iorque. Na década de 1970, em pleno auge da disco music, uma discoteca foi aberta na cidade. Chamada de "Studio 54" virou point de encontro de escritores, atores, atrizes, diretores de cinema e intelectuais em geral. Em um tempo em que não havia a AIDS e não havia risco de vida em ser libertino, esse lugar acabou se tornando um ponto de referência para quem desejava curtir uma noite sem medo, sem culpas. E como não poderia deixar de ser, também era uma discoteca onde rolava muita droga. A cocaína, por exemplo, era servida aos clientes em grandes bandejas de metal. O clima era de euforia à base de narcóticos.

Como era uma discoteca frequentada por ricos e famosos a polícia da cidade nunca fazia batidas e quando isso acontecia todos já sabiam que havia um acordo entre os donos da Studio 54 e o departamento de polícia da cidade. Até porque não era raro também a presença de políticos conhecidos da cidade, sendo que até mesmo o prefeito podia ser encontrado ali, talvez cheirando cocaína no banheiro! Eu gostei do filme. Esse clima de decadência dos anos 70 geralmente rende bons filmes e séries. Tudo era muito exagerado, kitsch, com os cabelos armados e as calças bocas de sino. E, por fim, o clima em geral me lembrou muito da ótima série "The Deuce" que se passa na mesma época, com os roteiros explorando os mesmos lugares ao estilo inferninho. Vale a pena fazer uma dobradinha entre o filme e a série.

Studio 54 (54, Estados Unidos, 1998) Direção: Mark Christopher / Roteiro: Mark Christopher / Elenco: Ryan Phillippe, Salma Hayek, Neve Campbell / Sinopse: A famosa boate da cidade de Nova York dos anos 70 vista e contada pelos olhos de um jovem empregado. Filme com roteiro baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

Velozes & Furiosos 9

O irmão de Dominic Toretto (Vin Diesel) está de volta e isso definitivamente não é algo bom. Rivais e competitivos desde que o pai morreu em uma pista de corrida, eles agora estão em lados opostos. Enquanto Dominic tenta evitar que um artefato tecnológico perigoso caia em mãos erradas, seu irmão Jakob (John Cena) quer exatamente o contrário disso. Ele está trabalhando para um grupo de criminosos internacionais. Quem conseguir colocar as mãos no tal objeto terá um poder supremo sobre praticamente todos os satélites ao redor do globo e em consequência terá também todas as armas militares sob o seu comando. É uma questão de segurança internacional.

Esse nono filme da franquia "Velozes & Furiosos" demonstra que essa série cinematográfica já virou outro coisa bem distinta do primeiro filme. Existe uma escalada em filmes de ação de Hollywood. Cada filme produzido precisa ter cenas mais espetaculares de ação, mais exageradas, impossíveis. E esse filme aqui já bem demonstra que o limite do absurdo já foi rompido. Há sequências absurdas de um carro equipado com um foguete espacial atrás e, pasmem, o tal carro vai para o espaço e entra em órbita. OK, já temos o pastiche do ano em termos de cenas ridículas. E o efeito que isso causa no espectador é bem diverso do que queriam os produtores. Tudo acaba causando apenas tédio e o bocejo chega sem cerimônias. De minha parte deixei de me importar com o que estava acontecendo no filme lá pela metade. Absurdos demais levam ao desinteresse quase que completo.

Velozes & Furiosos 9 (F9, Estados Unidos, 2021) Direção: Justin Lin / Roteiro: Daniel Casey, Justin Lin / Elenco: Vin Diesel, John Cena, Michelle Rodriguez, Charlize Theron, Kurt Russell, Helen Mirren, Jordana Brewster / Sinopse: Dois irmãos, com muitas mágoas e problemas a resolver de seus passados, se reencontram na luta por um artefato tecnológico de última geração que dará ao seu possuidor o poder de controlar todas as armas do mundo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Quase Deuses

O título nacional pode soar como um certo exagero, afinal médicos passam longe de serem deuses, ainda mais no Brasil. De qualquer maneira esse filme teve uma excelente recepção quando foi exibido. É importante, antes de tudo, esclarecer que se trata de um telefilme, muito bem produzido e roteirizado, mas ainda um telefilme. Ele conta a história de um médico (e cientista) que no começo do século XX criou, basicamente sozinho, a cirurgia de ponte de safena, que iria salvar a vida de milhares de pessoas nos anos seguintes. O mais interessante de tudo é saber que foram bebês os primeiros a passarem por esse tipo de cirurgia de alto risco. Era uma situação de vida ou morte, pois os bebezinhos não iriam sobreviver sem a tentativa de se fazer a cirurgia. Assim os pais acabaram concordando com o procedimento, mesmo sabendo dos riscos de tudo ser ainda muito experimental, teórico. Para sorte de todos a cirurgia de ponte de safena acabou se revelando um sucesso.

Conhecidos como "bebês azuis" por causa de seus problemas cardíacos, sua única chance de sobrevivência vinha mesmo do uso dessa inovação, ainda que nunca tivesse sido feito na prática. E o renomado cirurgião Dr. Alfred Blalock (Alan Rickman) contou com a ajuda de um jovem homem negro, que tinha grande talento para criar ferramentas cirúrgicas e que foi crucial para que todas as cirurgias se tornassem bem sucedidas. Então é isso, um filme especialmente recomendado para quem é da área médica e deseja ou tenha mera curiosidade de conhecer ainda mais um capítulo importante da história da medicina.

Quase Deuses (Something the Lord Made, Estados Unidos, 2004) Direção: Joseph Sargent / Roteiro: Peter Silverman, Robert Caswell / Elenco: Alan Rickman, Yasiin Bey, Kyra Sedgwick / Sinopse: O filme "Quase Deuses" conta a história real do médico e cirurgião Alfred Blalock (1899-1964) que criou, através de anos de estudo, a cirurgia da ponte de safena.

Pablo Aluísio.

Dança Comigo?

Título no Brasil: Dança Comigo?
Título Original: Shall We Dance
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Peter Chelsom
Roteiro: Masayuki Suo, Audrey Wells
Elenco: Richard Gere, Jennifer Lopez, Susan Sarandon, Stanley Tucci, Lisa Ann Walter

Sinopse:
John Clark (Richard Gere) leva uma vida chata como advogado numa grande cidade americana. Seus dias parecem sempre iguais, indo de casa para o trabalho e vice versa. Clark está envelhecendo e está sentindo-se bem infeliz. Um dia ao passar por uma academia de ensino de dança de salão resolve sair da rotina. Vai até lá e se matricula. Quer aprender a dançar pois nunca o fez antes, sempre levando uma vida séria e austera. No começo está lá por um flerte casual com a bonita professora mas depois percebe que a dança lhe faz muito bem, o relaxa e alivia o stress de seu dia a dia no meio de uma pilha de processos. A dança se torna o seu pequeno segredo particular o que leva sua esposa a desconfiar que suas escapadas são fruto de um caso extra conjugal.

Comentários:
Alguns filmes são deliciosamente despretensiosos. "Shall We Dance" é um deles. Eu me recordo que em seu lançamento a crítica, sempre muito azeda e mal humorada, cai em cima, falando muito mal da leveza, da singeleza do filme, da sua falta de pretensão e tudo mais. Mas peraí... o objetivo era esse mesmo, contar uma boa história, até lírica e prazerosa, sem qualquer objetivo de ser uma obra prima ou qualquer coisa que o valha. Adorei ver Richard Gere como um cinquentão que simplesmente decide fazer algo diferente em sua vida muito monótona e aborrecida. Um dos aspectos mais curiosos é que ele leva uma existência tão reprimida que até mesmo algo tão singelo como se matricular numa escola de dança de salão vira algo a esconder. Já imaginaram o nível de opressão em que vive? E por mais incrível que isso possa parecer, esse tipo de coisa é algo até bem comum na vida real de muita gente por aí. As pessoas, encarceradas em suas próprias prisões - sejam elas reais ou imaginárias - acabam abdicando de parte da sua felicidade para viverem de acordo com as expectativas das outras pessoas e não das de si mesmas. Com isso deixam de seguir seus sonhos ou desejos mais íntimos. Vivem na realidade o sonho dos outros. Essa é a maior lição desse enredo que considero bem cativante. Chatos mesmos são os críticos que acreditam que todo filme deve mudar o mundo. A sétima arte não é apenas isso! Get a Life!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Infinito

Em um futuro próximo surge uma nova espécie de seres humanos que possuem a capacidade de se lembrar de vidas passadas. Um grupo deles, conhecido como "Os Crentes" querem usar esse poder para o bem da humanidade. Outro, chamado de "Os Niilistas", desejam destruir tudo, pois acreditam que a humanidade é um projeto que deu errado, que deve ser erradicada da face da Terra. Do choque desses dois grupos surge uma guerra entre eles, cujo maior prêmio é tomar posse de um artefato mecânico capaz de destruir todas as formas de vida do Planeta. Evan McCauley (Mark Wahlberg) não sabe, mas ele está bem no meio desse conflito, por ser a reencarnação de um importante líder dos Crentes.

Eu sinceramente já estou perdendo as esperanças de assistir a um bom filme de ação e ficção produzido em 2021. A falta de criatividade dos roteiristas é desanimadora. Todos os filmes parecem seguir a mesma fórmula batida e cansativa, com dois grupos rivais brigando para tomar posse de um objeto (um totem) que vai salvar a humanidade. E nessa fórmula tem sempre uma grande perseguição com carros velozes e cenas impossíveis. Nesse filme aqui o personagem de Mark Wahlberg pula de motocicleta em cima da asa de um grande avião cargueiro, em pleno voo. Ele não cai, como era de se esperar, ficando na fuselagem. E nada acontece com ele. Foi impossível não lembrar daqueles pobres afegãos que tentaram fugir de seu país subindo no teto de um avião, tentando ficar vivos. Claro, morreram todos. No filme, tudo de boa. Esse tipo de coisa realmente estraga qualquer pretensão de um filme como esse ser levado à sério. Em suma, mais do mesmo.

Infinito (Infinite, Estados Unidos, 2021) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Ian Shorr, Todd Stein / Elenco: Mark Wahlberg, Chiwetel Ejiofor, Sophie Cookson, Dylan O'Brien / Sinopse: Dois grupos de seres humanos especiais, que lembram de suas vidas passadas, lutam entre si na busca de um artefato mecânico, em forma de ovo da Páscoa, que pode significar o fim da humanidade.

Pablo Aluísio.

A Janela Secreta

Mort Rainey (Johnny Depp) é um escritor. Ele decide se isolar em uma casa no meio do nada para escrever seu novo livro. Um lugar bonito, com uma vista para o lago. E as coisas começam muito bem. Ele imediatamente começa as escrever as primeiras páginas para sua nova história. Para ele os livros são janelas que são abertas para um outro universo, um outro mundo proveniente de sua própria imaginação. Porém dessa vez ele parece ter aberto uma janela que deveria ficar fechada. Um estranho homem, de chapéu e roupas antigas, bate na sua porta e depois disso nada será como antes. Seria uma pessoa real ou fruto de sua imaginação? O que é pensamento e o que seria realidade?

Esse suspense até que foi bem elogiado pela crítica em seu ano de lançamento. Choveram textos positivos sobre o filme, o que me fez ir até mesmo ao cinema para conferir. Talvez por ter ficado com expectativas altas demais o filme me decepcionou. Filmes de suspense precisam seguir certas regras não escritas para darem certo. Uma delas é desenvolver melhor os acontecimentos. No caso desse filme temos situações que soam previsíveis demais. Além disso o fato do filme se passar no mundo presente o faz perder um pouco de clima. Talvez se fosse um filme passado na década de 1940, por exemplo, sua história soaria muito mais crível.

A Janela Secreta (Secret Window, Estados Unidos, 2004) Direção: David Koepp / Roteiro: David Koepp, baseado no livro "Four Past Midnight: Secret Window, Secret Garden" de Stephen King / Elenco: Johnny Depp, Maria Bello, John Turturro / Sinopse: Jovem escritor, isolado em uma casa de campo, onde pretende escrever seu novo livro, passa a ser atormentado por uma estranha figura que parece ter saído até mesmo de seus próprios escritos. Filme indicado no Fangoria Chainsaw Awards na categoria de melhor ator (Johnny Depp).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Caminhos da Memória

O filme se passa em um futuro distópico. O mundo está arruinado. Cidades da costa, como Miami e New Orleans, estão alagadas. Os ricos se mudam para regiões secas, os pobres vivem em condições precárias. Nick Bannister (Hugh Jackman) tem uma pequena empresa, quase falida, onde vende pacotes de nostalgia para as pessoas relembrarem os melhores momentos de suas vidas. Usando de uma tralha tecnológica ele consegue revitalizar essas lembranças do passado. Sua vida muda porém quando entra na sua pequena companhia uma cantora de restaurantes e clubes noturnos. Mae (Rebecca Ferguson) é bela, sensual e cheia de mistérios e como não poderia deixar de ser, Nick fica completamente apaixonado por ela. Mais do que isso, desenvolve uma obsessão em sua mente.

Esse filme chegou nos cinemas americanos há poucos dias. A premissa é boa, tem potencial, mas... achei o roteiro mal estruturado. A impressão que tive foi que o filme foi produzido com maior duração e provavelmente foi cortado para ser mais comercial. O resultado disso? As sequências soam truncadas como se tivessem sido mal editadas. Outro erro que pude perceber foi que muito provavelmente foi adicionada uma longa série de falas em off por parte do personagem de Hugh Jackman. Velho instrumento de narração cinematográfica, provavelmente foi colocado no filme para melhorar a compreensão de seu enredo. No geral achei o filme com essas e outras falhas, o que prejudicou mesmo no corte final. Não chega a ser ruim, mas também passa longe de ser excelente. Poderia ser bem melhor.

Caminhos da Memória (Reminiscence, Estados Unidos, 2021) Direção: Lisa Joy / Roteiro: Lisa Joy / Elenco: Hugh Jackman, Rebecca Ferguson, Thandiwe Newton, Cliff Curtis / Sinopse: Em um futuro sombrio, onde a humanidade tenta sobreviver ao avanço do mar nas principais cidades costeiras, um homem se apaixona por uma misteriosa mulher. E ela não é exatamente quem ele pensa ser.

Pablo Aluísio.