Filme muito bom que resgata parte da história noturna de Nova Iorque. Na década de 1970, em pleno auge da disco music, uma discoteca foi aberta na cidade. Chamada de "Studio 54" virou point de encontro de escritores, atores, atrizes, diretores de cinema e intelectuais em geral. Em um tempo em que não havia a AIDS e não havia risco de vida em ser libertino, esse lugar acabou se tornando um ponto de referência para quem desejava curtir uma noite sem medo, sem culpas. E como não poderia deixar de ser, também era uma discoteca onde rolava muita droga. A cocaína, por exemplo, era servida aos clientes em grandes bandejas de metal. O clima era de euforia à base de narcóticos.
Como era uma discoteca frequentada por ricos e famosos a polícia da cidade nunca fazia batidas e quando isso acontecia todos já sabiam que havia um acordo entre os donos da Studio 54 e o departamento de polícia da cidade. Até porque não era raro também a presença de políticos conhecidos da cidade, sendo que até mesmo o prefeito podia ser encontrado ali, talvez cheirando cocaína no banheiro! Eu gostei do filme. Esse clima de decadência dos anos 70 geralmente rende bons filmes e séries. Tudo era muito exagerado, kitsch, com os cabelos armados e as calças bocas de sino. E, por fim, o clima em geral me lembrou muito da ótima série "The Deuce" que se passa na mesma época, com os roteiros explorando os mesmos lugares ao estilo inferninho. Vale a pena fazer uma dobradinha entre o filme e a série.
Studio 54 (54, Estados Unidos, 1998) Direção: Mark Christopher / Roteiro: Mark Christopher / Elenco: Ryan Phillippe, Salma Hayek, Neve Campbell / Sinopse: A famosa boate da cidade de Nova York dos anos 70 vista e contada pelos olhos de um jovem empregado. Filme com roteiro baseado em fatos reais.
Pablo Aluísio.