Série: Genius
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: National Geographic
Direção: Ron Howard, entre outros
Roteiro: Noah Pink, entre outros
Elenco: Geoffrey Rush, Johnny Flynn, Samantha Colley
Episódios Comentados:
Genius 1.01 - Einstein: Chapter One
Essa nova série é uma produção conjunta entre a Fox e a National Geographic, o que acaba unindo um ótimo roteiro (com precisão histórica) a um excelente elenco e direção. Essa primeira temporada conta a história do cientista Albert Einstein. São duas linhas temporais, duas linhas narrativas. A primeira se passa em 1895. Nessa época Einstein era apenas um jovem estudante que não sabia ao certo que rumo tomar na vida. Quando seu pai decide se mudar para a Itália, Einstein fica sozinho na Alemanha, precisando lidar com a ausência dos pais. Ele inicialmente estuda para entrar na universidade de Berlim, porém logo depois muda de ideia, indo estudar na escola politécnica de Zurique, algo que irrita bastante seu pai. Na outra linha narrativa encontramos Einstein mais velho, já casado e dando aulas em uma universidade alemã.
O ano é 1932 e o nazismo começa a se espalhar, principalmente pela ação dos camisas pardas, a juventude de Hitler que começa a ameaçar e agredir judeus pelas ruas. Inicialmente Einstein, que era judeu, se recusa a deixar a Alemanha como queria sua esposa, mas depois começa a perceber que ir embora pode salvar sua vida. Ele tem convites para ensinar nos Estados Unidos e isso parece ser uma boa opção. A última cena desse episódio mostra Einstein passando por uma tensa entrevista na embaixada americana. A primeira esposa de Einstein se envolveu com grupos radicais de esquerda, o que talvez o impeça de entrar na América. Ótimo episódio inicial, com destacada reconstituição de época e uma bela interpretação do ator Geoffrey Rush como o famoso físico. Essas duas linhas narrativas, pelo visto vão seguir nos próximos episódios, unindo momentos temporais diferentes na vida de Einstein. Nada mais conveniente uma vez que o cientista sempre defendeu que o tempo nada mais era do que um aspecto relativo das leis do universo. / Genius 1.01 - Einstein: Chapter One (Estados Unidos, 2017) Direção: Ron Howard / Roteiro: Noah Pink / Elenco: Geoffrey Rush, Johnny Flynn, Samantha Colley.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 12 de junho de 2017
domingo, 11 de junho de 2017
John G. Avildsen
Faleceu ontem em Los Angeles o diretor John G. Avildsen. Ele se consagrou nas telas com o filme "Rocky, Um Lutador" de 1976. A história do boxeador que veio do nada para se tornar um campeão dos ringues levou Avildsen a ser premiado com o Oscar de melhor direção por seu trabalho. O personagem havia sido criado pelo ator Sylvester Stallone em seu roteiro original, mas certamente foi Avildsen que lhe deu o devido desenvolvimento nas telas. O cineasta era exímio contador de histórias onde a persistência, a luta e a paciência construíam uma trajetória de sucesso.
De certa maneira essa fórmula foi recriada em outro de seus grandes êxitos de bilheteria, "Karatê Kid - A Hora da Verdade" de 1984. No roteiro um adolescente americano chamado Daniel (Ralph Macchio), vítima de bullying e intimidação por caras mais fortes, acabava conhecendo um mestre japonês de artes marciais, o Sr. Miyagi (Pat Morita), que acabaria lhe passando importantes lições não apenas de luta, mas de vida. Essa foi a maior bilheteria da carreira do diretor nos anos 80, o que lhe fez voltar à direção na sua continuação, dois anos depois, no também bem sucedido "Karate Kid II - A Hora da Verdade Continua". Para muitos essa primeira sequência seria até superior ao primeiro filme, todo rodado no Japão, na terra natal do Sr. Miyagi. Já o terceiro filme, "Karate Kid 3 - O Desafio Final" já não foi considerado tão bom assim, encerrando a participação do cineasta nessa franquia.
Em relação a Rocky, John G. Avildsen voltou à série em "Rocky V". Foi acima de tudo um convite generoso e de gratidão por parte de Stallone ao diretor que havia transformado seu velho sonho em realidade. Esse quinto filme não foi considerado tão bom, até porque já havia uma certa saturação em torno do personagem. Mesmo assim, com esse recepção um pouco fria por parte de público e crítica, o filme ainda tem seus defensores. O diretor também teve o privilégio de trabalhar ao lado do gênio da atuação Marlon Brando em "A Fórmula" de 1980. Na realidade ele teve a complicada tarefa de dirigir dois monstros da atuação nessa produção, pois ao lado de Brando havia também George C. Scott no elenco. Considerado um dos grandes atores de sua geração, era também tão temperamental quanto o próprio Brando.
Outros dois filmes dignos de nota de sua curta filmografia (ele realmente não chegou a dirigir muitos filmes ao longo dos anos) foi o drama "Meu Mestre, Minha Vida" que para muitos trouxe uma das melhores atuações do ator Morgan Freeman. Já a comédia "Estranhos Vizinhos" trazia a excelente dupla de comediantes John Belushi e Dan Aykroyd em um roteiro bem escrito, explorando o humor na vida cotidiana de duas famílias tipicamente suburbanas da América. Foi uma rara experiência fazendo humor, já que essa não era bem a praia do diretor. Mesmo assim se saiu muito bem nessa divertida comédia de costumes.
Pablo Aluísio.
De certa maneira essa fórmula foi recriada em outro de seus grandes êxitos de bilheteria, "Karatê Kid - A Hora da Verdade" de 1984. No roteiro um adolescente americano chamado Daniel (Ralph Macchio), vítima de bullying e intimidação por caras mais fortes, acabava conhecendo um mestre japonês de artes marciais, o Sr. Miyagi (Pat Morita), que acabaria lhe passando importantes lições não apenas de luta, mas de vida. Essa foi a maior bilheteria da carreira do diretor nos anos 80, o que lhe fez voltar à direção na sua continuação, dois anos depois, no também bem sucedido "Karate Kid II - A Hora da Verdade Continua". Para muitos essa primeira sequência seria até superior ao primeiro filme, todo rodado no Japão, na terra natal do Sr. Miyagi. Já o terceiro filme, "Karate Kid 3 - O Desafio Final" já não foi considerado tão bom assim, encerrando a participação do cineasta nessa franquia.
Em relação a Rocky, John G. Avildsen voltou à série em "Rocky V". Foi acima de tudo um convite generoso e de gratidão por parte de Stallone ao diretor que havia transformado seu velho sonho em realidade. Esse quinto filme não foi considerado tão bom, até porque já havia uma certa saturação em torno do personagem. Mesmo assim, com esse recepção um pouco fria por parte de público e crítica, o filme ainda tem seus defensores. O diretor também teve o privilégio de trabalhar ao lado do gênio da atuação Marlon Brando em "A Fórmula" de 1980. Na realidade ele teve a complicada tarefa de dirigir dois monstros da atuação nessa produção, pois ao lado de Brando havia também George C. Scott no elenco. Considerado um dos grandes atores de sua geração, era também tão temperamental quanto o próprio Brando.
Outros dois filmes dignos de nota de sua curta filmografia (ele realmente não chegou a dirigir muitos filmes ao longo dos anos) foi o drama "Meu Mestre, Minha Vida" que para muitos trouxe uma das melhores atuações do ator Morgan Freeman. Já a comédia "Estranhos Vizinhos" trazia a excelente dupla de comediantes John Belushi e Dan Aykroyd em um roteiro bem escrito, explorando o humor na vida cotidiana de duas famílias tipicamente suburbanas da América. Foi uma rara experiência fazendo humor, já que essa não era bem a praia do diretor. Mesmo assim se saiu muito bem nessa divertida comédia de costumes.
Pablo Aluísio.
Globo de Ouro 2013
Texto que escrevi após o Globo de Ouro de 2013: Ontem foi realizada a entrega de mais um Globo de Ouro. Como se sabe esse prêmio ganhou a fama de ser uma prévia do Oscar. Bom, se formos levar isso ao pé da letra então teremos algumas surpresas na noite de entrega dos prêmios da Academia. Eu gostei da festa e das premiações inesperadas. Muitos especialistas acreditavam que seria a consagração definitiva do cinema de Steven Spielberg com seu “Lincoln” levando todos os principais prêmios da noite. Pois bem, não foi bem isso que aconteceu. O improvável Ben Affleck e seu “Argo” deram uma rasteira nos planos de Spielberg.
O filme venceu nas categorias Melhor Filme Drama (a mais importante categoria da noite) e Melhor Direção para Ben Affleck. É muito interessante que um ator que geralmente sempre foi conhecido por sua canastrice tenha se encontrado na nobre arte de dirigir filmes. Não há como negar o talento de Affleck na direção, o que lhe faltava como ator certamente lhe sobra como diretor. Outro que saiu do Globo de Ouro contrariado foi Quentin Tarantino. Apesar de ter sido premiado com o Globo de Ouro de melhor roteiro por “Django Livre” o cineasta não escondeu seu aborrecimento por ter perdido na categoria Melhor Direção. A verdade é que Tarantino tem que se reinventar pois seu estilo já está ficando cansativo e batido (e não é de hoje!). Mudar um pouco lhe faria bem. De qualquer modo “Django Livre” abocanhou ainda o Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante para Christoph Waltz, aqui repetindo seus cacoetes de “Bastardos Inglórios”. Está de bom tamanho.
Jennifer Lawrence confirmou seu talento mais uma vez ao ser premiada com o Globo de Ouro por “O Lado Bom da Vida”, uma comédia romântica (quem diria?) que só tem colecionado elogios por onde é exibido. Já na categoria ator nenhuma surpresa. Daniel Day-Lewis venceu por Lincoln. O ator está realmente fenomenal no papel, imergindo completamente em seu personagem. Fantástico. Nas categorias que premiam séries de TV o grande vencedor da noite foi “Homeland”. Prêmios de melhor atriz e série mais do que merecidos. A primeira temporada foi realmente perfeita. Só espero que não desande daqui em diante (seus roteiros já mostravam um certo desgaste nos últimos episódios da primeira temporada, temos que reconhecer). Claire Danes parecia meio alucinada e fora de si nos agradecimentos – será que ela é louquinha como seu personagem na vida real? Tive a impressão que sim. Apesar de “Homeland” ser ótima eu torcia mesmo por “Downton Abbey”. Felizmente a série levou o prêmio de Melhor Atriz para a veterana Maggie Smith. Mais digno impossível.
E por falar em dignidade o que podemos dizer de Jodie Foster? Ela estava extremamente sincera em seu discurso de agradecimento. Embora tenha sido atropelada pelas palavras algumas vezes (o que é natural para quem fala sob forte emoção), a atriz conseguiu brincar com os rumores de que iria assumir sua homossexualidade em pleno palco, publicamente. Explicando que não falaria nada de sua vida privada pois essa não é sua índole, Jodie realmente não “saiu do armário” como algumas pessoas previam, mas deixou tudo muito bem subentendido. Para bom entendedor meia palavra basta não é mesmo? Ela foi pressionada nas últimas semanas por grupos GLS a assumir sua homossexualidade publicamente no Globo de Ouro mas preferiu uma saída mais diplomática. Sua postura foi das mais dignas até porque a vida pessoal pertence a cada um e ninguém tem absolutamente nada a ver com isso! Deve-se acima de tudo apreciar Jodie por seu trabalho e não por sua orientação Sexual. Perfeita sua postura e atitude. Palmas para ela!
Confira a lista dos vencedores do Globo de Ouro 2013:
Melhor Ator Coadjuvante
Christoph Waltz - Django Livre
Melhor Atriz Coadjuvante - Série Minissérie ou Telefilme
Maggie Smith - Downton Abbey
Melhor Minissérie ou Telefilme
Virada no Jogo
Melhor Atriz - Minissérie ou Telefilme
Julianne Moore - Virada no Jogo
Melhor Ator Série - Drama
Damian Lewis - Homeland
Melhor Série - Drama
Homeland
Melhor Trilha Sonora
As Aventuras de Pi
Melhor Canção Original
Skyfall - Operação Skyfall
Melhor Ator de Minissérie ou Telefilme
Kevin Costner - Hatfields and McCoys
Melhor Atriz - Comédia ou Musical
Jennifer Lawrence - O Lado Bom da Vida
Melhor Ator Coadjuvante - Série, Minisséire ou Telefilme
Ed Harris - Virada no Jogo
Melhor Atriz Coadjuvante
Anne Hathaway - Os Miseráveis
Melhor Roteiro
Quentin Tarantino - Django Livre
Melhor Ator - Comédia (Série)
Don Cheadle - House of Lies
Melhor Filme Estrangeiro
Amor (Áustria)
Melhor Atriz - Drama (Série)
Claire Danes - Homeland
Melhor Animação
Valente
Melhor Atriz (Série Comédia ou Musical)
Lena Dunham - Girls
Prêmio Cecil B. DeMille
Jodie Foster
Melhor Direção
Ben Affleck - Argo
Melhor Série (Comédia ou Musical)
Girl
Melhor Ator (Comédia ou Musical)
Hugh Jackman (Os Miseráveis)
Melhor Filme (Comédia ou Musical)
Os Miseráveis
Melhor Atriz (Drama)
Jessica Chastain - A Hora Mais Escura
Melhor Ator (Drama)
Daniel Day-Lewis - Lincoln
Melhor Filme (Drama)
Argo
****
Pablo Aluísio.
O filme venceu nas categorias Melhor Filme Drama (a mais importante categoria da noite) e Melhor Direção para Ben Affleck. É muito interessante que um ator que geralmente sempre foi conhecido por sua canastrice tenha se encontrado na nobre arte de dirigir filmes. Não há como negar o talento de Affleck na direção, o que lhe faltava como ator certamente lhe sobra como diretor. Outro que saiu do Globo de Ouro contrariado foi Quentin Tarantino. Apesar de ter sido premiado com o Globo de Ouro de melhor roteiro por “Django Livre” o cineasta não escondeu seu aborrecimento por ter perdido na categoria Melhor Direção. A verdade é que Tarantino tem que se reinventar pois seu estilo já está ficando cansativo e batido (e não é de hoje!). Mudar um pouco lhe faria bem. De qualquer modo “Django Livre” abocanhou ainda o Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante para Christoph Waltz, aqui repetindo seus cacoetes de “Bastardos Inglórios”. Está de bom tamanho.
Jennifer Lawrence confirmou seu talento mais uma vez ao ser premiada com o Globo de Ouro por “O Lado Bom da Vida”, uma comédia romântica (quem diria?) que só tem colecionado elogios por onde é exibido. Já na categoria ator nenhuma surpresa. Daniel Day-Lewis venceu por Lincoln. O ator está realmente fenomenal no papel, imergindo completamente em seu personagem. Fantástico. Nas categorias que premiam séries de TV o grande vencedor da noite foi “Homeland”. Prêmios de melhor atriz e série mais do que merecidos. A primeira temporada foi realmente perfeita. Só espero que não desande daqui em diante (seus roteiros já mostravam um certo desgaste nos últimos episódios da primeira temporada, temos que reconhecer). Claire Danes parecia meio alucinada e fora de si nos agradecimentos – será que ela é louquinha como seu personagem na vida real? Tive a impressão que sim. Apesar de “Homeland” ser ótima eu torcia mesmo por “Downton Abbey”. Felizmente a série levou o prêmio de Melhor Atriz para a veterana Maggie Smith. Mais digno impossível.
E por falar em dignidade o que podemos dizer de Jodie Foster? Ela estava extremamente sincera em seu discurso de agradecimento. Embora tenha sido atropelada pelas palavras algumas vezes (o que é natural para quem fala sob forte emoção), a atriz conseguiu brincar com os rumores de que iria assumir sua homossexualidade em pleno palco, publicamente. Explicando que não falaria nada de sua vida privada pois essa não é sua índole, Jodie realmente não “saiu do armário” como algumas pessoas previam, mas deixou tudo muito bem subentendido. Para bom entendedor meia palavra basta não é mesmo? Ela foi pressionada nas últimas semanas por grupos GLS a assumir sua homossexualidade publicamente no Globo de Ouro mas preferiu uma saída mais diplomática. Sua postura foi das mais dignas até porque a vida pessoal pertence a cada um e ninguém tem absolutamente nada a ver com isso! Deve-se acima de tudo apreciar Jodie por seu trabalho e não por sua orientação Sexual. Perfeita sua postura e atitude. Palmas para ela!
Confira a lista dos vencedores do Globo de Ouro 2013:
Melhor Ator Coadjuvante
Christoph Waltz - Django Livre
Melhor Atriz Coadjuvante - Série Minissérie ou Telefilme
Maggie Smith - Downton Abbey
Melhor Minissérie ou Telefilme
Virada no Jogo
Melhor Atriz - Minissérie ou Telefilme
Julianne Moore - Virada no Jogo
Melhor Ator Série - Drama
Damian Lewis - Homeland
Melhor Série - Drama
Homeland
Melhor Trilha Sonora
As Aventuras de Pi
Melhor Canção Original
Skyfall - Operação Skyfall
Melhor Ator de Minissérie ou Telefilme
Kevin Costner - Hatfields and McCoys
Melhor Atriz - Comédia ou Musical
Jennifer Lawrence - O Lado Bom da Vida
Melhor Ator Coadjuvante - Série, Minisséire ou Telefilme
Ed Harris - Virada no Jogo
Melhor Atriz Coadjuvante
Anne Hathaway - Os Miseráveis
Melhor Roteiro
Quentin Tarantino - Django Livre
Melhor Ator - Comédia (Série)
Don Cheadle - House of Lies
Melhor Filme Estrangeiro
Amor (Áustria)
Melhor Atriz - Drama (Série)
Claire Danes - Homeland
Melhor Animação
Valente
Melhor Atriz (Série Comédia ou Musical)
Lena Dunham - Girls
Prêmio Cecil B. DeMille
Jodie Foster
Melhor Direção
Ben Affleck - Argo
Melhor Série (Comédia ou Musical)
Girl
Melhor Ator (Comédia ou Musical)
Hugh Jackman (Os Miseráveis)
Melhor Filme (Comédia ou Musical)
Os Miseráveis
Melhor Atriz (Drama)
Jessica Chastain - A Hora Mais Escura
Melhor Ator (Drama)
Daniel Day-Lewis - Lincoln
Melhor Filme (Drama)
Argo
****
Pablo Aluísio.
sábado, 10 de junho de 2017
Nina
Nina Simone foi uma cantora muito popular nos Estados Unidos. Ela teve formação clássica, estudando para ser pianista, porém não conseguiu espaço dentro desse mundo muito exclusivo. Assim resolveu partir para a música popular. Se tornou cantora de boates e night clubs. Com uma voz belíssima ela foi conquistando seu espaço, gravando seus discos (no total lançou mais de 40 álbuns), se tornando muito famosa e respeitada no universo do soul negro dos Estados Unidos. Ao lado da artista talentosa existia também uma mulher atormentada. Alcoólatra, viciada em drogas e com propensão para doenças mentais (ela foi diagnosticada como maníaca depressiva com surtos psicóticos), sua carreira começou a afundar cada vez mais.
O roteiro desse filme se concentra nos últimos anos de Nina. Ela já está completamente decadente, sem nem ao menos conseguir se apresentar ao vivo. Os donos de casas de shows estavam cansados de seus problemas e seus escândalos no palco (ela chegou a esfaquear um homem durante seus concertos!). Quando o filme começa encontramos Nina internada em um hospital psiquiátrico. Completamente surtada ela precisa de cuidados especiais. Com o uso de remédios começa a recobrar a sanidade. Nesse hospital ela simpatiza com um enfermeiro jovem chamado Clifton e resolve contratá-lo como assistente pessoal. Leva o rapaz para a França, onde ela morava, e começa assim uma relação muito próxima que iria durar anos (ele se tornaria empresário dela algum tempo depois).
Como se pode perceber Nina Simone não era uma pessoa de fácil convivência. O filme mostra muitos aspectos negativos de sua personalidade irascível, mas ao mesmo tempo demonstra ter um respeito sempre presente por ela. Esse foi um projeto muito pessoal da atriz Zoe Saldana, que se esforçou bastante para a realização do filme. Produziu e tirou dinheiro do próprio bolso para que essa produção fosse feita. Ela inclusive está muito bem em cena e surpreende quando descobrimos que ela canta praticamente todas as canções do filme, não fazendo feio em momento nenhum! Zoe tem grande talento vocal, isso fica claro nas cenas em que canta. No mais é um resgate dessa cantora que hoje em dia já não é tão lembrada, nem nos Estados Unidos. É um registro importante da vida de Nina, embora cinematograficamente falando seja apenas na média.
Nina (Nina, Estado Unidos, 2016) Direção: Cynthia Mort / Roteiro: Cynthia Mort / Elenco: Zoe Saldana, David Oyelowo, Kevin Mambo / Sinopse: O filme mostra parte da vida da cantora Nina Simone (1933 - 2003). Menina prodígio, era uma excelente pianista clássica, mas não conseguiu vencer nesse meio por causa de problemas raciais. Assim torna-se cantora de soul e depois de muitos anos consegue o sucesso. O filme mostra os últimos anos de Nina quando ela se tornou muito próxima de um jovem chamado Clifton, seu enfermeiro e assistente pessoal. Filme indicado ao Women Film Critics Circle Awards.
Pablo Aluísio.
O roteiro desse filme se concentra nos últimos anos de Nina. Ela já está completamente decadente, sem nem ao menos conseguir se apresentar ao vivo. Os donos de casas de shows estavam cansados de seus problemas e seus escândalos no palco (ela chegou a esfaquear um homem durante seus concertos!). Quando o filme começa encontramos Nina internada em um hospital psiquiátrico. Completamente surtada ela precisa de cuidados especiais. Com o uso de remédios começa a recobrar a sanidade. Nesse hospital ela simpatiza com um enfermeiro jovem chamado Clifton e resolve contratá-lo como assistente pessoal. Leva o rapaz para a França, onde ela morava, e começa assim uma relação muito próxima que iria durar anos (ele se tornaria empresário dela algum tempo depois).
Como se pode perceber Nina Simone não era uma pessoa de fácil convivência. O filme mostra muitos aspectos negativos de sua personalidade irascível, mas ao mesmo tempo demonstra ter um respeito sempre presente por ela. Esse foi um projeto muito pessoal da atriz Zoe Saldana, que se esforçou bastante para a realização do filme. Produziu e tirou dinheiro do próprio bolso para que essa produção fosse feita. Ela inclusive está muito bem em cena e surpreende quando descobrimos que ela canta praticamente todas as canções do filme, não fazendo feio em momento nenhum! Zoe tem grande talento vocal, isso fica claro nas cenas em que canta. No mais é um resgate dessa cantora que hoje em dia já não é tão lembrada, nem nos Estados Unidos. É um registro importante da vida de Nina, embora cinematograficamente falando seja apenas na média.
Nina (Nina, Estado Unidos, 2016) Direção: Cynthia Mort / Roteiro: Cynthia Mort / Elenco: Zoe Saldana, David Oyelowo, Kevin Mambo / Sinopse: O filme mostra parte da vida da cantora Nina Simone (1933 - 2003). Menina prodígio, era uma excelente pianista clássica, mas não conseguiu vencer nesse meio por causa de problemas raciais. Assim torna-se cantora de soul e depois de muitos anos consegue o sucesso. O filme mostra os últimos anos de Nina quando ela se tornou muito próxima de um jovem chamado Clifton, seu enfermeiro e assistente pessoal. Filme indicado ao Women Film Critics Circle Awards.
Pablo Aluísio.
Um Estado de Liberdade
Está em cartaz nos cinemas brasileiros o western histórico "Um Estado de Liberdade". O filme mostra a história (baseada em fatos reais) do soldado confederado Newton Knight (Matthew McConaughey). Durante a guerra civil ele testemunha todas as atrocidades de um dos mais sangrentos conflitos armados da história. Depois da morte de um parente, que era apenas um garoto, mal saído da infância, ele decide largar tudo. Coloca sua farda cinza de lado, monta em seu cavalo e vai embora, se tornando um desertor. Dentro do exército sulista a deserção era punida com a pena de morte. Para não ser enforcado ele então parte para os pântanos de seu estado natal, onde acaba encontrando um grupo de escravos negros fugidos.
Da convivência vem a aproximação e Newton acaba formando seu próprio bando de resistência, cuja única bandeira são eles mesmos e sua luta pela liberdade. O filme também explora a vida de um dos descendentes de Newton, cujos direitos são contestados no tribunal por ele ter tido descendência negra - algo muito bem explicado pela próprio roteiro do filme que mostra duas linhas narrativas históricas. No geral é um bom filme, valorizado pela lição histórica que apresenta. Infelizmente não obteve sucesso nos cinemas americanos. Como sabemos aquele país vive um momento político turbulento, principalmente depois das recentes eleições presidenciais. Assim o público não parece muito interessado nessa temática, tanto que outro filme, também com tema semelhante, "O Nascimento de uma Nação", igualmente fracassou nos cinemas. Ignore tudo isso e procure conferir esse filme, pois ele tem seus méritos cinematográficos. Particularmente gostei bastante do resultado.
Um Estado de Liberdade (Free State of Jones, Estados Unidos, 2016) Direção: Gary Ross / Roteiro: Leonard Hartman, Gary Ross / Elenco: Matthew McConaughey, Gugu Mbatha-Raw, Mahershala Ali / Sinopse: Soldado confederado foge do campo do batalha e se refugia em um pântano, onde acaba se unindo a um grupo de escravos negros fugitivos, onde forma sua própria milícia de luta pela liberdade. Roteiro baseado em fatos históricos reais.
Pablo Aluísio.
Da convivência vem a aproximação e Newton acaba formando seu próprio bando de resistência, cuja única bandeira são eles mesmos e sua luta pela liberdade. O filme também explora a vida de um dos descendentes de Newton, cujos direitos são contestados no tribunal por ele ter tido descendência negra - algo muito bem explicado pela próprio roteiro do filme que mostra duas linhas narrativas históricas. No geral é um bom filme, valorizado pela lição histórica que apresenta. Infelizmente não obteve sucesso nos cinemas americanos. Como sabemos aquele país vive um momento político turbulento, principalmente depois das recentes eleições presidenciais. Assim o público não parece muito interessado nessa temática, tanto que outro filme, também com tema semelhante, "O Nascimento de uma Nação", igualmente fracassou nos cinemas. Ignore tudo isso e procure conferir esse filme, pois ele tem seus méritos cinematográficos. Particularmente gostei bastante do resultado.
Um Estado de Liberdade (Free State of Jones, Estados Unidos, 2016) Direção: Gary Ross / Roteiro: Leonard Hartman, Gary Ross / Elenco: Matthew McConaughey, Gugu Mbatha-Raw, Mahershala Ali / Sinopse: Soldado confederado foge do campo do batalha e se refugia em um pântano, onde acaba se unindo a um grupo de escravos negros fugitivos, onde forma sua própria milícia de luta pela liberdade. Roteiro baseado em fatos históricos reais.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 9 de junho de 2017
T2 Trainspotting
Vinte anos após os acontecimentos que vimos no filme "Trainspotting - Sem Limites (1996)", o personagem Renton (Ewan McGregor) retorna para Edimburgo, Escócia. Ele quer resolver velhos problemas do passado e reencontrar seus amigos de infância e juventude. O problema é que Renton os traiu, os roubou e agora precisa acertar contas com todos eles. O tempo passou e deixou marcas em todos. O próprio Renton está com problemas de coração, tentando superar seu antigo vício em heroína. Pior está Spud (Ewen Bremner) que nunca conseguiu superar a droga e agora tenta se matar. Já Begbie (Robert Carlyle) não quer saber de conversa e está decidido a enfiar uma faca no coração de Renton assim que o encontrar novamente. É a tal coisa, sequências tardias são necessárias ou não! Alguns filmes soam como meros caça-níqueis, tentando aproveitar bilheteria em cima do nome de velhos sucessos, clássicos modernos que marcaram época. Sem dúvida o primeiro filme "Trainspotting - Sem Limites" foi um marco no cinema britânico dos anos 1990. Tinha uma linguagem inovadora, ritmo alucinado (como a mente de seus personagens, todos jovens viciados em cocaína e heroína) e procurava retratar uma juventude perdida, sem rumos, valores ou ética. O roteiro explorava esses punks que só queriam saber de usar drogas, roubar e tocar o terror em sua cidade, uma Edimburgo tradicional, histórica, mas também velha e maltratada.
O filme também praticamente lançou as carreiras do diretor Danny Boyle e do jovem ator Ewan McGregor, que depois iria para Hollywood construir uma carreira de sucesso, se tornando até mesmo o mestre Obi-Wan Kenobi de "Star Wars". Nada mal para quem havia começado interpretando um junkie marginalizado de rua. No ano passado "Trainspotting" completou vinte anos de seu lançamento original, então o elenco, o diretor e a equipe técnica resolveram celebrar essa data justamente rodando esse segundo filme. Afinal o que teria acontecido com todos aqueles jovens, tanto tempo depois? Os anos passaram, eles tiveram vários problemas para se livrarem das drogas, alguns foram parar na cadeia e outros não conseguiram dar certo na vida, se tornando eternos fracassados. Embora muitos tenham afirmado que essa continuação seria desnecessária, penso que esse filme não foi de todo gratuito ou em vão. Pelo contrário, gostei de seu proposta, de seu roteiro e principalmente das atuações dos atores. Um caso raro de sequência bem tardia que realmente tem sua razão de ser.
T2 Trainspotting (T2 Trainspotting, Inglaterra, 2017) Direção: Danny Boyle / Roteiro: John Hodge, Irvine Welsh / Elenco: Ewan McGregor, Ewen Bremner, Robert Carlyle, Jonny Lee Miller / Sinopse: Vinte anos depois de ter enganado e passado a perna em seus antigos amigos, fugindo com todo o dinheiro de um roubo bem sucedido, Renton (Ewan McGregor) retorna a Edimburgo. Ele quer se desculpar com todos eles, aparando velhos problemas do passado. A volta porém não será será pacífica pois alguns deles querem saciar sua sede de vingança.
Pablo Aluísio.
O filme também praticamente lançou as carreiras do diretor Danny Boyle e do jovem ator Ewan McGregor, que depois iria para Hollywood construir uma carreira de sucesso, se tornando até mesmo o mestre Obi-Wan Kenobi de "Star Wars". Nada mal para quem havia começado interpretando um junkie marginalizado de rua. No ano passado "Trainspotting" completou vinte anos de seu lançamento original, então o elenco, o diretor e a equipe técnica resolveram celebrar essa data justamente rodando esse segundo filme. Afinal o que teria acontecido com todos aqueles jovens, tanto tempo depois? Os anos passaram, eles tiveram vários problemas para se livrarem das drogas, alguns foram parar na cadeia e outros não conseguiram dar certo na vida, se tornando eternos fracassados. Embora muitos tenham afirmado que essa continuação seria desnecessária, penso que esse filme não foi de todo gratuito ou em vão. Pelo contrário, gostei de seu proposta, de seu roteiro e principalmente das atuações dos atores. Um caso raro de sequência bem tardia que realmente tem sua razão de ser.
T2 Trainspotting (T2 Trainspotting, Inglaterra, 2017) Direção: Danny Boyle / Roteiro: John Hodge, Irvine Welsh / Elenco: Ewan McGregor, Ewen Bremner, Robert Carlyle, Jonny Lee Miller / Sinopse: Vinte anos depois de ter enganado e passado a perna em seus antigos amigos, fugindo com todo o dinheiro de um roubo bem sucedido, Renton (Ewan McGregor) retorna a Edimburgo. Ele quer se desculpar com todos eles, aparando velhos problemas do passado. A volta porém não será será pacífica pois alguns deles querem saciar sua sede de vingança.
Pablo Aluísio.
CHIPS
Título no Brasil: CHIPS
Título Original: CHIPS
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Dax Shepard
Roteiro: Dax Shepard, Rick Rosner
Elenco: Michael Peña, Dax Shepard, Vincent D'Onofrio, Adam Brody, Rosa Salazar, Jessica McNamee
Sinopse:
Um agente do FBI é infiltrado dentro do departamento de polícia de Los Angeles para descobrir uma quadrilha de tiras corruptos. Ele assume então a identidade do patrulheiro Frank 'Ponch' Poncherello (Michael Peña). Ao lado de seu parceiro Jon Baker (Dax Shepard), um ex-piloto de motos de competição, ele quer descobrir quais policiais estariam envolvidos no roubo de carros de transporte de valores. Tudo indica que eles são patrulheiros da CHIPS.
Comentários:
A série "CHiPs" foi um grande sucesso da história da TV americana. Durou seis temporadas e foi exibida (inclusive no Brasil) entre os anos de 1978 a 1983. Marcou época e deixou saudades, sem dúvida. Agora temos essa adaptação para o cinema desse programa que durante anos foi líder de audiência. Os dois personagens principais foram mantidos (Ponch e Baker), mas de resto tudo mudou. Se a série original era um programa policial ao velho estilo enlatado, aqui optou-se por uma linha com mais humor. Não chega a ser uma comédia besteirol, manteve-se ainda um certo pé no chão, porém o lado da comédia falou mais alto. Não é um filme de todo ruim, tem lá seus bons momentos, inclusive no quesito diversão, porém é óbvio que deixará muito a desejar em relação aos fãs da série original. Essa nova dupla de atores obviamente não consegue repetir o carisma da velha dupla (onde se destacava o ator Erik Estrada, que aqui faz uma pontinha na cena final, dentro da ambulância), mas no geral também não aborrece. A conhecida trilha sonora da série, que tinha uma abertura que também ficou muito famosa nos anos 70 e 80, foi timidamente aproveitada, o que achei um erro, já que CHips, queiram ou não, já virou uma peça de nostalgia. Eles deveriam ter investido mais nisso. Assim no saldo final, tirando certos exageros, principalmente no aspecto mais vulgar de certas piadas, até que essa adaptação para o cinema dos patrulheiros californianos não chega a ser tão ruim. É assistível e não enche a paciência, o que em relação a comédias americanas da atualidade já é um feito e tanto!
Pablo Aluísio.
Título Original: CHIPS
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Dax Shepard
Roteiro: Dax Shepard, Rick Rosner
Elenco: Michael Peña, Dax Shepard, Vincent D'Onofrio, Adam Brody, Rosa Salazar, Jessica McNamee
Sinopse:
Um agente do FBI é infiltrado dentro do departamento de polícia de Los Angeles para descobrir uma quadrilha de tiras corruptos. Ele assume então a identidade do patrulheiro Frank 'Ponch' Poncherello (Michael Peña). Ao lado de seu parceiro Jon Baker (Dax Shepard), um ex-piloto de motos de competição, ele quer descobrir quais policiais estariam envolvidos no roubo de carros de transporte de valores. Tudo indica que eles são patrulheiros da CHIPS.
Comentários:
A série "CHiPs" foi um grande sucesso da história da TV americana. Durou seis temporadas e foi exibida (inclusive no Brasil) entre os anos de 1978 a 1983. Marcou época e deixou saudades, sem dúvida. Agora temos essa adaptação para o cinema desse programa que durante anos foi líder de audiência. Os dois personagens principais foram mantidos (Ponch e Baker), mas de resto tudo mudou. Se a série original era um programa policial ao velho estilo enlatado, aqui optou-se por uma linha com mais humor. Não chega a ser uma comédia besteirol, manteve-se ainda um certo pé no chão, porém o lado da comédia falou mais alto. Não é um filme de todo ruim, tem lá seus bons momentos, inclusive no quesito diversão, porém é óbvio que deixará muito a desejar em relação aos fãs da série original. Essa nova dupla de atores obviamente não consegue repetir o carisma da velha dupla (onde se destacava o ator Erik Estrada, que aqui faz uma pontinha na cena final, dentro da ambulância), mas no geral também não aborrece. A conhecida trilha sonora da série, que tinha uma abertura que também ficou muito famosa nos anos 70 e 80, foi timidamente aproveitada, o que achei um erro, já que CHips, queiram ou não, já virou uma peça de nostalgia. Eles deveriam ter investido mais nisso. Assim no saldo final, tirando certos exageros, principalmente no aspecto mais vulgar de certas piadas, até que essa adaptação para o cinema dos patrulheiros californianos não chega a ser tão ruim. É assistível e não enche a paciência, o que em relação a comédias americanas da atualidade já é um feito e tanto!
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 8 de junho de 2017
Além da Ilusão
A sinopse pode até animar o espectador, mas infelizmente não espere por grande coisa. Na história duas irmãs americanas, Laura (Natalie Portman) e Kate Barlow (Lily-Rose Depp), chegam a Paris com a intenção de ganhar muito dinheiro com a elite local. Elas promovem sessões de espiritismo, conversando com entes queridos falecidos. Inicialmente elas se apresentam com um agente circense em apresentações públicas e depois começam a realizar sessões privadas, particulares. As coisas porém não andam tão bem. A única saída aparece quando um produtor de cinema, André Korben (Emmanuel Salinger), se interessa pelas irmãs. Poderia haver alguma forma de ganhar dinheiro com elas no cinema? Não demora muito e um roteiro é escrito, justamente para explorar nas bilheterias os supostos poderes mediúnicos das irmãs americanas, mas tudo acaba saindo do controle rapidamente.
Com uma premissa tão promissora, "Além da Ilusão" acaba ficando pelo meio do caminho. Não é um filme sobre espiritismo e nem charlatanismo, não vai pela linha do terror e falha como drama romântico. No fundo é aquele tipo de roteiro que acaba não indo para lugar nenhum, causando grande frustração no espectador. A atriz Natalie Portman está apagada em uma personagem ruim. Nem a cena de nudez dela vai despertar muito interesse. A atriz Lily-Rose Depp, que é filha de Johnny Depp com a cantora francesa Vanessa Paradis, também não diz a que veio. Com um semblante de tédio e marasmo ela não chama atenção. Para piorar aparece com um estranho visual de sobrancelha cortada, algo que nunca é explicado pelo roteiro do filme. Assim só sobra mesmo um enredo devagar, quase parando. O cinema francês geralmente é dito como chato, arrastado, em contraposição com o cinema americano. Pois bem, essa produção francesa só serve mesmo para confirmar esse velho preconceito.
Além da Ilusão (Planetarium, França, Bélgica, 2016) Direção: Rebecca Zlotowski / Roteiro: Rebecca Zlotowski, Robin Campillo / Elenco: Natalie Portman, Lily-Rose Depp, Emmanuel Salinger / Sinopse: Duas irmãs americanas, Laura (Natalie Portman) e Kate Barlow (Lily-Rose Depp), decidem ir até Paris para ganhar dinheiro com supostas sessões de espiritismo e acabam caindo nas graças de um produtor de cinema, André Korben (Emmanuel Salinger), que começa a produzir um filme sobre o tema envolvendo a comunicação entre vivos e mortos. Filme indicado ao César Awards na categoria de Melhor Design de Produção (Katia Wyszkop). Também indicado ao Lumiere Awards na categoria de Melhor Música (Robin Coudert).
Pablo Aluísio.
Com uma premissa tão promissora, "Além da Ilusão" acaba ficando pelo meio do caminho. Não é um filme sobre espiritismo e nem charlatanismo, não vai pela linha do terror e falha como drama romântico. No fundo é aquele tipo de roteiro que acaba não indo para lugar nenhum, causando grande frustração no espectador. A atriz Natalie Portman está apagada em uma personagem ruim. Nem a cena de nudez dela vai despertar muito interesse. A atriz Lily-Rose Depp, que é filha de Johnny Depp com a cantora francesa Vanessa Paradis, também não diz a que veio. Com um semblante de tédio e marasmo ela não chama atenção. Para piorar aparece com um estranho visual de sobrancelha cortada, algo que nunca é explicado pelo roteiro do filme. Assim só sobra mesmo um enredo devagar, quase parando. O cinema francês geralmente é dito como chato, arrastado, em contraposição com o cinema americano. Pois bem, essa produção francesa só serve mesmo para confirmar esse velho preconceito.
Além da Ilusão (Planetarium, França, Bélgica, 2016) Direção: Rebecca Zlotowski / Roteiro: Rebecca Zlotowski, Robin Campillo / Elenco: Natalie Portman, Lily-Rose Depp, Emmanuel Salinger / Sinopse: Duas irmãs americanas, Laura (Natalie Portman) e Kate Barlow (Lily-Rose Depp), decidem ir até Paris para ganhar dinheiro com supostas sessões de espiritismo e acabam caindo nas graças de um produtor de cinema, André Korben (Emmanuel Salinger), que começa a produzir um filme sobre o tema envolvendo a comunicação entre vivos e mortos. Filme indicado ao César Awards na categoria de Melhor Design de Produção (Katia Wyszkop). Também indicado ao Lumiere Awards na categoria de Melhor Música (Robin Coudert).
Pablo Aluísio.
O Último Ato
Um filme que de certa forma passeia por vários gêneros cinematográficos. Começa como drama, quando encontramos o velho ator de teatro Simon Axler (Al Pacino) tentando atuar em sua última apresentação. Com a idade surgem inúmeras dificuldades em decorar suas falas. Perdido no palco, ele resolve tomar uma atitude absolutamente inesperada e se joga da borda, indo parar no chão, bem no meio das pessoas que ficam completamente atônitas! A partir daí sua carreira, que já vinha em decadência, fica praticamente destruída de vez. Ele então resolve se isolar de tudo e de todos, começando um tratamento de análise com seu terapeuta via Skype. Recluso em sua casa, ele acaba recebendo a visita da filha de um casal amigo, Pegeen Mike Stapleford (Greta Gerwig). A última vez que a tinha visto ela era apenas uma criança. Agora é uma mulher adulta, dona de si, muito bem resolvida. Ele brigou com os pais por ter se tornado lésbica, mas nem isso a impede de ter um relacionamento com o velho ator decadente. Quando era jovem Pegeen teve uma paixão platônica por ele e agora parece decidida a transformar esse sentimento em realidade.
Assim o filme que começa como drama, passa pelo romance, começa a desenvolver situações de humor. Isso porque o personagem de Pacino é bem mais velho que sua jovem namorada, que sendo uma mulher liberal, não deixa de ter seus casinhos por fora com outras mulheres lésbicas. O curioso é que o roteiro vai deixando algumas pistas contraditórias pelo meio do caminho, levando o espectador a desconfiar que tudo não passaria apenas de algum tipo de alucinação do próprio personagem. Essa situação porém nunca é claramente resolvida pelo roteiro, deixando muita coisa apenas subentendida, a critério da visão de cada um. Uma situação bem curiosa aliás.De qualquer maneira Al Pacino continua excelente, segurando todas as pontas. Mesmo que o roteiro não seja grande coisa e mesmo que seu personagem seja de certa forma até mesmo um alter ego do ator, tudo acaba funcionando bem. Claro que a pequena reviravolta final, quando Simon (Pacino) é surpreendido por uma revelação sobre Pegeen que ele jamais cogitara existir, vai pegar muita gente de surpresa. Isso porém é de pouca importância. O que vale a pena é realmente conferir mais uma atuação do veterano Pacino, aqui reconhecendo de uma vez por todas o peso da idade e dos anos passados.
O Último Ato (The Humbling, Estados Unidos, 2014) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Buck Henry, Michal Zebede / Elenco: Al Pacino, Greta Gerwig, Dianne Wiest, Charles Grodin, Kyra Sedgwick, Nina Arianda / Sinopse: Simon Axler (Al Pacino) é um ator decadente, envelhecido, que se apaixona por uma mulher muitos anos mais jovem do que ele, chamada Pegeen Mike Stapleford (Greta Gerwig). Ela é filha de um casal de amigos de Axler, algo que lhe trará inúmeros problemas, agora que já está na velhice e praticamente aposentado da sua profissão.
Pablo Aluísio.
Assim o filme que começa como drama, passa pelo romance, começa a desenvolver situações de humor. Isso porque o personagem de Pacino é bem mais velho que sua jovem namorada, que sendo uma mulher liberal, não deixa de ter seus casinhos por fora com outras mulheres lésbicas. O curioso é que o roteiro vai deixando algumas pistas contraditórias pelo meio do caminho, levando o espectador a desconfiar que tudo não passaria apenas de algum tipo de alucinação do próprio personagem. Essa situação porém nunca é claramente resolvida pelo roteiro, deixando muita coisa apenas subentendida, a critério da visão de cada um. Uma situação bem curiosa aliás.De qualquer maneira Al Pacino continua excelente, segurando todas as pontas. Mesmo que o roteiro não seja grande coisa e mesmo que seu personagem seja de certa forma até mesmo um alter ego do ator, tudo acaba funcionando bem. Claro que a pequena reviravolta final, quando Simon (Pacino) é surpreendido por uma revelação sobre Pegeen que ele jamais cogitara existir, vai pegar muita gente de surpresa. Isso porém é de pouca importância. O que vale a pena é realmente conferir mais uma atuação do veterano Pacino, aqui reconhecendo de uma vez por todas o peso da idade e dos anos passados.
O Último Ato (The Humbling, Estados Unidos, 2014) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Buck Henry, Michal Zebede / Elenco: Al Pacino, Greta Gerwig, Dianne Wiest, Charles Grodin, Kyra Sedgwick, Nina Arianda / Sinopse: Simon Axler (Al Pacino) é um ator decadente, envelhecido, que se apaixona por uma mulher muitos anos mais jovem do que ele, chamada Pegeen Mike Stapleford (Greta Gerwig). Ela é filha de um casal de amigos de Axler, algo que lhe trará inúmeros problemas, agora que já está na velhice e praticamente aposentado da sua profissão.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 7 de junho de 2017
A Senhora da Van
O cinema inglês sempre foi particularmente inspirado para contar histórias como a desse filme. Tudo foi baseado parcialmente em fatos reais. A personagem central se chama Miss Shepherd (interpretada pela maravilhosa Maggie Smith). Ela vive pelas ruas de Londres, dirigindo uma velha van. Sem ter onde morar, ela vai estacionando pelas redondezas. De certa maneira é uma homeless (sem-teto) em versão motorizada. Casualmente acaba indo parar na frente da casa do dramaturgo Alan Bennett (Alex Jennings). Ele obviamente se sente incomodado pela presença nada comum de Miss Shepherd, já que ela tem um comportamento muito excêntrico e bizarro, mas aos poucos vai criando uma afinidade com seu jeito de ser. O roteiro desse filme foi escrito pelo próprio Alan Bennett que inicialmente escreveu uma peça teatral de suas experiências ao lado de Miss Shepherd. De fato, em determinado momento Alan resolveu mudar de casa, mas para sua surpresa percebeu que independente de onde fosse morar a van de Miss Shepherd o acompanhava. Claro que ele jamais iria ser rude ou grosseiro com uma velhinha como aquela (isso nunca passaria na mente de um inglês), mas a situação que começou constrangedora acabou se tornando divertida, exótica, quase surreal. Intrigado pela vida dela o dramaturgo então começou a pesquisar sobre seu passado e acabou descobrindo que na juventude ela teria sido uma pianista clássica de primeira linha. Para sua surpresa também descobriu que ela havia se tornado freira em um período de sua vida!
"A Senhora da Van" assim se desenvolve, dentro do relacionamento entre Alan e a Miss Shepherd. Ele um tímido escritor de peças, homossexual enrustido, um homem introvertido e ela o oposto disso. Rabugenta, espaçosa, invasiva em sua vida particular. O roteiro tem um aspecto bem inteligente, ao dividir o personagem de Alan em dois! Um deles é o sujeito que precisa lidar com os problemas do dia a dia (inclusive lidando com a presença da senhora da van) e o outro é o intelectual que escreve todas as peças de teatro. O resultado é muito bom. Para quem aprecia o trabalho de Maggie Smith esse é certamente um de seus filmes mais recomendados. Ela está ótima como essa simpática e nada comum velhinha sobre rodas.
A Senhora da Van (The Lady in the Van, Inglaterra, 2015) Direção: Nicholas Hytner / Roteiro: Alan Bennett / Elenco: Maggie Smith, Alex Jennings, Jim Broadbent / Sinopse: Miss Shepherd (Maggie Smith) é uma velhinha inglesa que não tem onde morar. Na verdade ela vive dentro de sua van. Um dia conhece por acaso o dramaturgo Alan Bennett (Alex Jennings) e resolve lhe seguir. Sempre que Alan mudava de casa, lá estava a senhora Shepherd com sua van, estacionando perto. O que parecia uma situação constrangedora no começo logo se torna uma amizade cheia de calor humano (pelo menos da parte dele!). Filme indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Atriz (Maggie Smith). Premiado pelo Evening Standard British Film Awards na mesma categoria.
Pablo Aluísio.
"A Senhora da Van" assim se desenvolve, dentro do relacionamento entre Alan e a Miss Shepherd. Ele um tímido escritor de peças, homossexual enrustido, um homem introvertido e ela o oposto disso. Rabugenta, espaçosa, invasiva em sua vida particular. O roteiro tem um aspecto bem inteligente, ao dividir o personagem de Alan em dois! Um deles é o sujeito que precisa lidar com os problemas do dia a dia (inclusive lidando com a presença da senhora da van) e o outro é o intelectual que escreve todas as peças de teatro. O resultado é muito bom. Para quem aprecia o trabalho de Maggie Smith esse é certamente um de seus filmes mais recomendados. Ela está ótima como essa simpática e nada comum velhinha sobre rodas.
A Senhora da Van (The Lady in the Van, Inglaterra, 2015) Direção: Nicholas Hytner / Roteiro: Alan Bennett / Elenco: Maggie Smith, Alex Jennings, Jim Broadbent / Sinopse: Miss Shepherd (Maggie Smith) é uma velhinha inglesa que não tem onde morar. Na verdade ela vive dentro de sua van. Um dia conhece por acaso o dramaturgo Alan Bennett (Alex Jennings) e resolve lhe seguir. Sempre que Alan mudava de casa, lá estava a senhora Shepherd com sua van, estacionando perto. O que parecia uma situação constrangedora no começo logo se torna uma amizade cheia de calor humano (pelo menos da parte dele!). Filme indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Atriz (Maggie Smith). Premiado pelo Evening Standard British Film Awards na mesma categoria.
Pablo Aluísio.
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