segunda-feira, 10 de abril de 2017

Criminosos e Anjos

Título no Brasil: Criminosos e Anjos
Título Original: Outlaws and Angels
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Burnt Pictures
Direção: JT Mollner
Roteiro: JT Mollner
Elenco: Chad Michael Murray, Francesca Eastwood, Luke Wilson, Frances Fisher, Teri Polo, Madisen Beaty
  
Sinopse:
Uma quadrilha de ladrões de bancos foge após mais um assalto. Dois dos criminosos são baleados e mortos e imediatamente começa uma perseguição envolvendo homens da lei e caçadores de recompensas. Para fugir do cerco a quadrilha resolve tomar uma direção perigosa, indo pelo lado mais hostil do deserto. Com os cavalos mortos, sedentos de fome e sede, eles finalmente chegam em uma pequena fazenda, onde resolvem tomar de reféns toda a família que mora lá. Agora todos vão tentar sobreviver naquela armadilha mortal.

Comentários:
Muito bom esse western que tem em seu elenco a jovem atriz Francesca Eastwood. Pelo sobrenome famoso já deu para perceber seu parentesco. Ela é filha do mito Clint Eastwood e da atriz Frances Fisher. Ela interpreta a filha rebelde do fazendeiro que de repente se vê cercado pela quadrilha fugitiva. Eles fazem suas filhas e sua esposa de reféns, criando uma grande tensão. Curiosamente a personagem de Francesca Eastwood chamada Florence Tildon acaba se apaixonando pelo líder do bando de ladrões, Henry (Chad Michael Murray, com uma enorme cicatriz no rosto). Isso cria um clima de terror dentro da fazenda pois ela parece disposta a um sangrento acerto de contas com sua própria família. Enquanto todos ficam nesse clima de tensão e violência dentro da fazenda, um grupo liderado pelo caçador de recompensas Josiah (Luke Wilson) vai cercando o local. 

"Outlaws and Angels" é surpreendentemente bom! Tem um roteiro muito bem escrito, excelentes cenas e um elenco afiado. Talvez a única crítica maior que esse western moderno mereça é o excesso de violência. Desde a primeira cena, quando a quadrilha chega para assaltar o banco, até a última - em um desfecho até moralmente condenável - tudo é bem violento. Cabeças explodem e o sangue jorra à vontade. As pessoas mais sensíveis vão reclamar um pouco. Há também uma preocupação do diretor e roteirista JT Mollner em recriar algumas características do western spaghetti como a trilha sonora marcante e os closes nos rostos dos personagens em momentos de tensão e violência. De qualquer maneira no geral gostei muito. É um faroeste que não faz vergonha para a família Eastwood, muito pelo contrário. Não ficaria surpreso em saber que o próprio Clint teria ajudado no filme, seja em relação ao roteiro ou à direção. A filha de Clint mostra que tem futuro no gênero. Espero que ela venha a estrelar outros faroestes como esse, os fãs certamente irão agradecer!

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de abril de 2017

Capitão Fantástico

Definitivamente Ben (Viggo Mortensen) não é um sujeito muito comum. Ele cria seus filhos no meio da natureza, onde não frequentam a escola e nem recebem uma educação formal e tradicional. Após a morte de sua esposa, ele precisa finalmente enfrentar de novo o mundo real pois os pais de sua mulher (que cometeu suicídio) querem um enterro católico e normal para ela. Ben pensa diferente. A esposa queria um funeral completamente fora dos padrões em seu testamento. Assim, ao lado dos filhos ele então parte para uma jornada de despedida."Capitão Fantástico" é um belo filme. Ele traz em seu roteiro elementos do velho movimento hippie, onde algumas pessoas sonharam por uma vida diferente, que fugisse dos padrões impostos pela sociedade. Era uma maneira de procurar por uma liberdade de vida sem limites, a ser alcançada de todas as formas. Ben tenta passar esses valores para os filhos, os tornando pequenos intelectuais extremistas, muito embora todos acabem percebendo que esse caminho, apesar de ser bem inspirador, não é muito adequado para uma família como aquela.

O roteiro é bem interessante porque mostra um pai de família que tem uma visão de mundo muito intelectualizada, demonstrando que teorias abstratas em excesso nem sempre funcionam muito bem no mundo real. Os filhos se ressentem disso e o seu sogro (interpretado pelo ótimo Frank Langella) se torna um oponente à altura na criação de seus netos. Ele quer que os garotos frequentem uma escola, que tenham amigos, que namorem, que tenham um futuro pela frente, indo para universidades, etc. Já Ben rejeita tudo isso, baseado muitas vezes em uma visão idealista demais da realidade. Tão idealista que se torna muitas vezes surreal. O saldo final porém é muito positivo. Como cinema "Capitão Fantástico" é uma pequena obra prima que inclusive deveria ter mais reconhecimento. As tímidas indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro de melhor ator para Viggo Mortensen não condizem com a excelente qualidade dessa obra cinematográfica como um todo. O roteiro levanta muitas questões, muitos questionamentos, que ficam na mente do espectador por um bom tempo. Encontrar filmes hoje em dia que levantem tais questões e faça pensar é cada vez mais raro, por isso sua importância. De tantas produções que foram indicadas ao Oscar nesse ano essa foi seguramente uma das mais injustiçadas. Não deixe passar em branco.

Capitão Fantástico (Captain Fantastic, Estados Unidos, 2016) Direção: Matt Ross / Roteiro: Matt Ross / Elenco: Viggo Mortensen, Frank Langella, George MacKay, Samantha Isler / Sinopse: Após a morte da esposa, que se matou em uma crise de bipolaridade, o pai Ben (Mortensen) junta seus filhos para irem ao seu funeral. Algo que irá trazer muitos conflitos pois seu sogro deseja um enterro tradicional para a filha, enquanto Ben e as crianças estão dispostos a cumprirem os últimos desejos da mãe.

Pablo Aluísio.

Blade Runner 2049

Ontem foi divulgado o trailer de "Blade Runner 2049", a tão aguardada sequência do clássico Sci-fi dos anos 80. Sinceramente fico com um pé atrás. Continuações tardias como essa não possuem um bom histórico. Há muitos filmes ruins nesse tipo de categoria. Geralmente aproveitam apenas o nome comercial de um filme famoso para faturar nas bilheterias. Assistindo ao trailer porém pude perceber que, apesar das expectativas baixas, há algum fio de esperança. A presença de Ryan Gosling pode ser um indício de que o roteiro é realmente bom, afinal esse ator não costuma se envolver com abacaxis. Ele é bem independente em relação a Hollywood  e acredito que se ele aceitou fazer o filme então boa coisa vem por aí.

Já a presença de Harrison Ford no elenco infelizmente não quer dizer muita coisa. Embora ele tenha estrelado o filme original, aquela era uma época diferente em sua carreira. Dos anos 90 para cá a presença de Ford não traz mais nenhuma garantia que o filme seja bom ou promissor. Ele atuou em muitos filmes caça-níqueis, alguns deles até constrangedores. Por isso não me anima nada vê-lo no trailer. Agora pior mesmo é saber que Ridley Scott não estará na direção. Ele apenas será o produtor executivo desse novo filme. Isso pode ser um sinal ruim.

O estúdio resolveu entregar a direção para o canadense Denis Villeneuve. E quem é ele? Bom, em termos de ficção ele dirigiu um filme recente que foi extremamente elogiado pela crítica, "A Chegada". Também dirigiu o bom " Sicario: Terra de Ninguém". Assim como Ryan ele não costuma participar de projetos meramente oportunistas. Assim, no final dessa balança de expectativas, temos coisa boas e ruins nos dois lados. Se o filme vai ser mesmo um marco ou apenas um blockbuster que pediu emprestado o nome de um clássico, só o tempo dirá. O filme tem data de estreia marcada para outubro.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de abril de 2017

Alien: Covenant

Até tentei gostar desse novo filme, mas o roteiro é muito básico. Se duvida disso posso resumir tudo em poucas linhas: Nave de colonizadores passa por uma tempestade solar. Há problemas. A tripulação é acordada. O novo comandante decide ir em um planeta próximo. O lugar está cheio de aliens. Todos vão morrendo. Fim. Achou muito simples? É bem por aí mesmo. O filme anterior "Prometheus" abriu um monte de possibilidades e deixou inúmeras perguntas no ar. Só que esse novo filme não está nem aí para elas. Ele se contenta apenas em contar uma estorinha banal de astronautas sendo devorados por aliens e é só. Ninguém vai ter nenhuma informação a mais sobre os novos rumos da série. É tudo muito básico, com uma equipe de colonos servindo de menu para aliens famintos. Há algumas novidades de design dos monstros, mas igualmente não vemos nada de muito interessante. era mesmo de se supor que haveria pelo menos alguma novidade nesse aspecto. A tecnologia melhorou nos efeitos digitais. Era claro que tudo seria mais bem feito. Isso é o mínimo de se esperar. Não é novidade. 

Foi decepcionante. Claro que o filme continua investindo em um visual bem peculiar, bem característico dos filmes de Aliens, mas nada vai muito além disso. Uma boa ficção não vive apenas de efeitos especiais. Tem que ter um enredo inteligente, coisa que Alien: Covenant não tem. Esses personagens da nave Covenant são muito chatos e sem conteúdo. Essa coisa de um usar chapéu de cowboy, a outra ter traumas pela morte do marido (passa o filme todo chorando, que saco!) e o velho clichê do comandante inexperiente, já deu o que tinha que dar há anos. Nenhum personagem humano tem maior profundidade. São todos rasos, como convém a astronautas que só estão lá para serem devorados em série. Que coisa feia Sr. Ridley Scott! Pensei que iria pelo menos criar alguma personalidade para essas pessoas. Só sobra de bom mesmo os dois sintéticos interpretados por Michael Fassbender. Um é bonzinho, o outro malvadão. Um segue sendo leal aos seres humanos, cumprindo todas as suas funções dentro da equipe. O outro quer que os seres humanos se danem, pois em sua opinião é uma raça desgraçada e inútil, que destrói tudo por onde anda no universo (em certo aspecto ele até tem razão sobre isso). Esse sintético antigo prefere os aliens, que ele admira como uma espécie predadora perfeita. Além disso, por não ser uma criatura orgânica ele vive muito bem ao lado deles, que não vão devorar um sintético feito de substância químicas tóxicas. Provavelmente esse personagem será central no próximo filme ou não - dependendo do que Ridley decida. Não me admira se ele ignorar esse segundo filme, como fez com o primeiro. Então é isso ai. Um novo aliens que não acrescenta nada, que não melhora e nem marca dentro da série. É banal demais para ser levado à sério.

Alien: Covenant (Alien: Covenant, Estados Unidos, 2017) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Ridley Scott / Roteiro: Ronald Shusett / Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup / Custo de produção: 97 milhões de dólares / Data de Estreia: 17 de maio de 2017 / Sinopse: Mais um exemplar da franquia cinematográfica de sucesso "Aliens".

Pablo Aluísio.

Aftermath

Esse filme me deixou com um aperto no peito! Antes de qualquer coisa vale um aviso: se você é um fã do ator Arnold Schwarzenegger do passado, de seus filmes de ação e pancadaria, melhor esquecer! Esse é o filme mais pesadamente dramático da filmografia do ator. Não há nada parecido com o que ele tenha feito antes. É um filme sobre o luto, sobre a perda e sobre a solidão. O clima é pesado, tenso e o roteiro, em nenhum momento, parece disposto a aliviar para o espectador. É de fato um daqueles dramas trágicos, onde nada parece ter salvação e a esperança parece estar definitivamente enterrada. Arnold Schwarzenegger interpreta Roman. Ele é um trabalhador da construção civil que parece bem equilibrado e feliz em sua vida. Quando o filme começa acompanhamos seu dia de rotina no trabalho. A única novidade é que ele precisa ir ao aeroporto para buscar sua esposa e filha que estão chegando de viagem. E aí começa a grande tragédia em sua vida. Ao chegar lá ele percebe que há algo errado. Assim que os funcionários da companhia aérea percebem que ele está em busca de informações sobre o voo eles o levam para um lugar separado.

Roman então é informado que o avião de sua família caiu. Imediatamente ele também percebe que seu mundo acabou! Pior, ele descobre que tudo foi causado por uma falha humana, pelo erro de um controlador de tráfego aéreo. A partir daí sua vida perde a razão de ser. Roman entra em uma crise depressiva que quase se torna suicida. O roteiro também explora o inferno que a vida do operador de voo se torna após o acidente. Roman começa a criar uma obsessão em conhecer pessoalmente aquele que com seu erro causou a morte de sua família e o que já era desastroso começa a ficar trágico de vez. Esse filme é surpreendente porque Arnold Schwarzenegger aceitou interpretar um personagem que foge completamente de seu  habitual, principalmente quando comete uma verdadeira loucura, uma insanidade causada pelo desespero. Tenho percebido que em seus últimos filmes, os realizados após ele retornar ao cinema, Arnold Schwarzenegger tem se preocupado em colocar sempre um elemento comum nos roteiros dos filmes em que atua: a família! O próprio ator viu sua família desmoronar após um caso de infidelidade de sua parte e desde então parece ter adotado uma espécie de calvário nas telas sobre o que aconteceu em sua vida real. Esse "Aftermath" é mais um passo nessa direção. Arnold Schwarzenegger louva a importância da família ao mesmo tempo em que parece gritar por alguma ajuda através de seu personagem. Algo surpreendentemente sincero, humano e atroz!

Aftermath (Estados Unidos, 2017) Direção: Elliott Lester / Roteiro: Javier Gullón / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Maggie Grace, Scoot McNairy / Sinopse: Roman (Arnold Schwarzenegger) é um homem comum que se vê em uma grande tragédia pessoal ao ser informado que sua esposa e filha morreram em um trágico acidente aéreo. A partir desse ponto ele começa a criar uma obsessão em encontrar o controlador de voo que acabou causando o acidente por causa de um erro na torre de controle.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Sleepless - Nos Limites da Lei

Título no Brasil: Sleepless - Nos Limites da Lei
Título Original: Sleepless
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Riverstone Pictures
Direção: Baran bo Odar
Roteiro: Andrea Berloff, Frédéric Jardin
Elenco: Jamie Foxx, Michelle Monaghan, Dermot Mulroney, David Harbour, Gabrielle Union, Octavius J. Johnson
  
Sinopse:
Durante uma operação contra traficantes de drogas o policial Vincent (Jamie Foxx) decide roubar para si e seu parceiro 25 kgs de cocaína, algo que no mercado seria vendido por oito milhões de dólares. Os criminosos porém não parecem dispostos a deixar isso barato e sequestram o filho de Vincent. Ou ele devolve a droga ou então eles vão matar o jovem. Vincent agora precisa salvar o filho, ao mesmo tempo em que corre para não ser preso pela corregedoria do departamento de polícia.

Comentários:
Bem decepcionante esse filme. A presença de Jamie Foxx poderia dar a falsa impressão de que viria coisa boa pela frente, até porque esse ator tem uma ótima filmografia. Passados os vinte minutos iniciais do filme as esperanças de que algo bom vai surgir na tela se vão. É muito formulaico e cheio de clichês esse filme policial. Nenhum personagem tem o menor desenvolvimento, tudo se resumindo em uma cena de ação atrás da outra. Nem o cenário mais diferente de Las Vegas importa. Há uma estranha cena de perseguição pelas ruas da cidade onde não se vê uma pessoa viva nas ruas. Certamente a produção teve que gravar de madrugada para economizar nos custos! O roteiro é banal, aquela velha história do tira que parece corrupto, mas que no fundo pode não ser. Uma reviravolta boba atrás da outra. Ok, é um filme de ação de rotina, burocrático, sem problemas. O problema maior é se perguntar se ele funciona apenas nesse quesito? A resposta é não! Veja, além de ser bem fraco essa fita policial não funciona como filme de ação! Com isso tudo se perde. Supostamente o tira interpretado por Jamie Foxx teria tentado roubar um traficante e se dado mal quando os criminosos colocaram as mãos em seu filho. Toda a ação se passa quase que exclusivamente dentro de um cassino de Las Vegas, mas isso pouco importa no final. O filme é curto - meros 90 minutos - mas é tão aborrecido que parece durar uma eternidade (Einstein explica!). Nada se salva no final. Assim meu veredito é o pior possível. Seguramente temos em mãos o pior filme da carreira de Jamie Foxx. Não poderia ser pior. Ignore e poupe seu tempo com esse amontoado de clichês cinematográficos obsoletos e saturados.

Pablo Aluísio.

Gunpowder

Série: Gunpowder
Episódio: Episode #1.1
Ano de Produção: 2017
País: Inglaterra
Estúdio: BBC - British Broadcasting Corporation
Direção: J Blakeson
Roteiro: Ronan Bennett, Kit Harington
Elenco: Liv Tyler, Derek Riddell, Kit Harington, Peter Mullan, Robert Emms, Thom Ashley
  
Sinopse e comentários:
Minissérie em três episódios produzida pela BBC. O enredo se passa durante o reinado de James I, rei escocês que assumiu o trono inglês por causa de uma eventualidade ocorrida na linha de sucessão do Reino Unido. O principal tema da história é a perseguição religiosa que os católicos sofreram dos protestantes anglicanos naquele período histórico. O Rei em si nem estava disposto a dar início a algo assim, porém influenciado por ministros inescrupulosos e fanáticos, começou a promover perseguições e torturas contra os assim chamados papistas. Um absurdo completo!

Claro que esses primeiros acontecimentos iriam culminar na figura revolucionária de Guy Fawkes, que nesse primeiro episódio ainda é apenas sugerido levemente. Isso apesar do próprio Guy surgir na última cena, esfaqueando um inimigo. Em termos de elenco temos dois nomes que se destacam:  Kit Harington, o Jon Snow de "Game of Thrones" e Liv Tyler, beldade dos anos 90 que andava bem sumida. Aqui ela ressurge já como uma jovem senhora. Como se trata de um produto com o selo BBC não precisa se preocupar em termos de produção. Tudo é do mais absoluto bom gosto, com reconstituição de época perfeita. É uma minissérie realmente acima da média, bem recomendada.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Mens@gem Para Você

Título no Brasil: Mens@gem Para Você
Título Original: You've Got Mail
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Nora Ephron
Roteiro: Nora Ephron
Elenco: Tom Hanks, Meg Ryan, Greg Kinnear, Steve Zahn, Heather Burns, Dave Chappelle
  
Sinopse:
Remake moderno do clássico "A Pequena Loja da Rua Principal" (1940), estrelado por James Stewart. Na estória uma jovem garota, Kathleen Kelly (Meg Ryan), tenta manter seu pequeno negócio em pé, uma livraria, enquanto a concorrência se torna cada vez mais feroz, com a chegada das grandes lojas de departamentos. Se as coisas não vão muito bem na vida profissional, na vida amorosa ela acaba se apaixonando por um sujeito que conhece pela internet, sem saber que no mundo real ele é um dos seus principais concorrentes de mercado. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Meg Ryan).

Comentários:
Na época em que foi lançado pela primeira vez, lá nos anos 90, parecia ser bem mais interessante. O mundo ainda parecia bem surpreendido com as inovações tecnológicas, com a possibilidade, por exemplo, de mandar um Email para alguém. É preciso compreender que antes do advento da Internet você tinha que mandar uma carta escrita, de papel, para a pessoa que desejava se comunicar. Isso levava dias, até semanas, para que a carta chegasse ao seu destino. Com o Email tudo se tornava instantâneo, de fácil comunicação, dai o nome "informática" (informação automática). Pois bem, nos anos 90, todo mundo ainda estava impactado por esse tipo de tecnologia. Assim surgiu esse romance onde os dois protagonistas trocavam mensagens românticas pela internet. Nada muito profundo, nada muito marcante, mas que certamente ainda funcionava muito bem, mesclando o bom e velho romantismo com a nova forma de se comunicar. O filme é um remake de uma fita romântica antiga da década de 40 e talvez por isso mantenha uma certa dose de inocência em seu roteiro. Tom Hanks e Meg Ryan se deram muito bem nesse tipo de filme, reprisando de certa maneira as duplas românticas de Hollywood (como por exemplo Rock Hudson e Doris Day). Foi a terceira vez que trabalharam juntos. Foi uma fase transitória para Hanks que deixava de lado sua imagem de comediante em filmes de pura galhofa como "A Última Festa de Solteiro" para abraçar outros gêneros cinematográficos. Já para Meg Ryan foi seu auge no papel de "nova namoradinha da América". A década de 90 foi seguramente sua fase de maior sucesso onde ela realmente colecionou um sucesso atrás do outro. Além disso era naturalmente linda. Pena que depois entrou na paranoia do botox e praticamente destruiu sua beleza. De qualquer forma, pelo menos, ainda sobraram esses filmes, onde toda a sua graça se mantinha intacta. Enfim, fica a dica de mais esse filme romântico. Ficou um pouco datado, mas ainda funciona como produto nostálgico do surgimento da internet.

Pablo Aluísio.

Ressurreição - Retalhos de um Crime

Título no Brasil: Ressurreição - Retalhos de um Crime
Título Original: Resurrection
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Interlight Pictures
Direção: Russell Mulcahy
Roteiro: Brad Mirman, Christopher Lambert
Elenco: Christopher Lambert, Leland Orser, Robert Joy, David Cronenberg, Peter MacNeill, Jayne Eastwood
  
Sinopse:
Dois detetives do departamento de homicídios da cidade de Chicago, John Prudhomme (Christopher Lambert) e Andrew Hollinsworth (Leland Orser), se unem para investigar e desvendar uma série de crimes violentos que aconteceram em ruelas sujas e abandonadas da periferia. No começo tudo parece de rotina, porém aos poucos as coisas vão ficando mais claras, revelando aos policiais um mundo sórdido de violência e brutalidade.

Comentários:
O ator Christopher Lambert escreveu o roteiro e produziu esse filme. Para a direção chamou o australiano Russell Mulcahy com quem já havia trabalhado nos filmes "Highlander: O Guerreiro Imortal" e "Highlander II: A Ressurreição". Se a parceria havia dado certo antes, muito provavelmente daria de novo. O problema é que o filme foi realizado com um orçamento restrito e uma péssima distribuição. No Brasil, por exemplo, sequer conseguiu espaço no circuito comercial de cinemas, sendo lançado diretamente no mercado de vídeo VHS. Também é importante salientar que a carreira de Christopher Lambert estava em baixa quando o filme foi lançado, o que não ajudou em nada na sua divulgação. Aliás essa é uma produção que segue sendo bem desconhecida nos dias atuais, pois poucos a assistiram. No geral é um filme policial apenas na média, que se apoia bastante no carisma de Lambert. O roteiro é de certa forma banal e nem mesmo a curiosa presença do diretor David Cronenberg no elenco consegue despertar muita atenção. Entre os filmes que exploram serial killers (os assassinos em série), um velho filão do cinema americano, esse é seguramente um dos menos conhecidos. Hoje em dia funciona apenas como mera curiosidade e nada mais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça

Título no Brasil: A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
Título Original: Sleepy Hollow
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Tim Burton
Roteiro: Washington Irving, Kevin Yagher
Elenco: Johnny Depp, Christina Ricci, Miranda Richardson, Christopher Walken, Christopher Lee
  
Sinopse:
Em fins do século XVIII, uma série de mortes misteriosas começam a assustar os moradores do pequeno e distante vilarejo de Sleepy Hollow. Quem seria o autor de mortes tão horrendas? Para solucionar o mistério chega um investigador de Nova Iorque chamado Ichabod Crane (Johnny Depp). Ele tem seu próprio estilo de investigação e acaba descobrindo a figura de um sinistro cavaleiro sem cabeça, que cavalga pelas noites escuras da região aterrorizando os pacatos moradores que lá vivem. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte (Rick Heinrichs e Peter Young). Também indicado nas categorias de Melhor Fotografia (Emmanuel Lubezki) e Melhor Figurino (Colleen Atwood).

Comentários:
O conto original "The Legend of Sleepy Hollow" faz parte do folclore americano, das tradições que deram origem ao feriado nacional daquele país conhecido como Halloween, o dia das bruxas. É aquele tipo de obra cultural que já deu origem a livros, filmes, desenhos e todos os tipos de produtos que você possa imaginar. Adaptar algo assim sempre envolve controvérsias pelo fato de ser algo muito conhecido pelo público em geral. Nas mãos de Tim Burton, o mais gótico de todos os cineastas americanos, era de se esperar que tivéssemos pelo menos um grande filme para assistir. Na realidade essa produção só é realmente fantástica em termos de direção de arte. Figurinos, cenários, efeitos digitais, tudo é de primeira linha. Fora isso algumas coisas realmente parecem bem fora do lugar. O próprio elenco não foi bem escalado. Johnny Depp, em eterna parceria com Burton, tem certamente o seu valor, mas não se mostra adequado para viver o personagem Ichabod Crane. Depp não tinha idade e nem o visual certo para interpretar Crane, que basicamente era um sujeito na meia idade, nada heroico, que tinha que enfrentar um grande perigo vindo diretamente das trevas. Em termos de roteiro Burton não quis arriscar muito, preferindo rodar uma história que lembra bastante o texto original. Provavelmente teria sido melhor dar pitadas de inovação em certos aspectos. Do jeito que está, não existe grande justificativa para a produção de algo tão elaborado assim. O orçamento do filme foi milionário, algo em torno de cem milhões de dólares, o que aumentou a decepção quando o filme finalmente chegou nas telas de cinema. Foi muito dinheiro investido para pouco resultado artístico. Nas bilheterias o estúdio teve pouco resultado em termos de retorno financeiro. O filme praticamente apenas arrecadou seu custo de produção, sem muito lucro, o que serviu para queimar um pouco Tim Burton dentro da indústria. A única coisa realmente memorável vem das participações de veteranos consagrados como o mito Christopher Lee, recentemente falecido. Sua presença vale por quase todo o filme.

Pablo Aluísio.