Caçador e minerador (Liam Neeson) sofre acidente de avião em região inóspita do Alaska. Ao seu lado se forma um pequeno grupo de sobreviventes que tentam encontrar algum povoado ou região habitada. No caminho são atacados por uma matilha de lobos selvagens. "A Perseguição" tem todos os elementos que esperamos encontrar em filmes assim, de luta pela sobrevivência: bela fotografia (a região onde a produção foi realizada é muito bonita), bons atores, situações de risco e perigo mas faltou aquele "algo a mais". Talvez o assunto já esteja um pouco saturado no cinema ou então o problema seja com o personagem de Liam Neeson - sempre sorumbático, deprimido por causa da morte da mulher. Sem ser particularmente heróico o papel se perde no meio da nevasca não conseguindo criar vínculo com o espectador. Outro problema é a forma como o roteiro lida com os lobos - aqui muito próximos de predadores mitológicos, quase lobisomens. São malvados e cruéis, se tornando forçada sua presença em cena. O pior acontece no desfecho, quando finalmente acontece o clímax o filme termina abruptamente, sem desfecho. É aquele tipo de "final aberto" que tem se tornado modinha em Hollywood - para aborrecimento de quem quer saber o que acontece na conclusão do filme.
O diretor de "A Perseguição" é o cineasta Joe Carnahan. Seu maior êxito comercial é o terrível "Esquadrão Classe A" (também com Neeson). Aqui pelo menos ele se conteve mais e procura disponibilizar um argumento mais pé no chão, sem os arroubos de besteirol que encontramos no seu filme anterior. Pelo menos o bom senso aqui prevaleceu. Em resumo é isso. "The Grey" tinha tudo para ser muito bom mas faltou alguma coisa. Não empolga, não cativa mas pode até vir a funcionar em casa numa noite sem nada para fazer. Entretenimento regular mas esquecível.
A Perseguição (The Grey, Estados Unidos, 2012) Direção: Joe Carnahan / Roteiro: Joe Carnahan, Ian Mackenzie Jeffers / Elenco: Liam Neeson, Dermot Mulroney, Frank Grillo / Sinopse: Um avião cai no meio das paisagens mais hostis do Alasca. Os sobreviventes então tentam sobreviver em meio ao frio, ao tempo impiedoso e ao ataque de um grupo de lobos famintos e selvagens.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Maus Hábitos
Título no Brasil: Maus Hábitos
Título Original: Entre tinieblas
Ano de Produção: 1983
País: Espanha
Estúdio: Tesauro S.A.
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Julieta Serrano, Marisa Paredes, Carmen Maura, Manuel Zarzo, Chus Lampreave, Cecilia Roth
Sinopse:
Yolanda Bell, uma jovem cantora que tem problema com drogas, até o dia em que vê seu namorado morrer de overdose. Apavorada ela busca refúgio no convento das "redentoras humilhadas" cuja madre superiora manifesta sua admiração por Yolanda numa noite em que vai assistir ao seu show no "Molino Rojo". Por muitos anos as "redentoras humilhadas" têm tentado salvar jovem moças que levam vida de perdição. Ultimamente porém, a comunidade atravessa uma crise: poucas garotas desejam ser salvas.
Comentários:
Um filme bem antigo de Pedro Almodóvar que poucos se recordam hoje em dia. Como se sabe o diretor, homossexual assumido, aqui resolve tirar uma casquinha da Igreja Católica. Seu roteiro é uma sátira à vida de religiosas, principalmente freiras, onde o diretor procura mostrar, sobre seu ponto de vista, o absurdo de certas relações dentro de um convento na Espanha. O texto brinca o tempo todo com a dualidade pecado x salvação, mostrando que sem o pecado não existe a verdadeira salvação. Apesar da ideologia por trás de tudo o que temos aqui é realmente uma película que demonstra acima de tudo uma certa hesitação do diretor, que ainda não havia encontrado o tom certo de sua filmografia
Pablo Aluísio
Título Original: Entre tinieblas
Ano de Produção: 1983
País: Espanha
Estúdio: Tesauro S.A.
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Julieta Serrano, Marisa Paredes, Carmen Maura, Manuel Zarzo, Chus Lampreave, Cecilia Roth
Sinopse:
Yolanda Bell, uma jovem cantora que tem problema com drogas, até o dia em que vê seu namorado morrer de overdose. Apavorada ela busca refúgio no convento das "redentoras humilhadas" cuja madre superiora manifesta sua admiração por Yolanda numa noite em que vai assistir ao seu show no "Molino Rojo". Por muitos anos as "redentoras humilhadas" têm tentado salvar jovem moças que levam vida de perdição. Ultimamente porém, a comunidade atravessa uma crise: poucas garotas desejam ser salvas.
Comentários:
Um filme bem antigo de Pedro Almodóvar que poucos se recordam hoje em dia. Como se sabe o diretor, homossexual assumido, aqui resolve tirar uma casquinha da Igreja Católica. Seu roteiro é uma sátira à vida de religiosas, principalmente freiras, onde o diretor procura mostrar, sobre seu ponto de vista, o absurdo de certas relações dentro de um convento na Espanha. O texto brinca o tempo todo com a dualidade pecado x salvação, mostrando que sem o pecado não existe a verdadeira salvação. Apesar da ideologia por trás de tudo o que temos aqui é realmente uma película que demonstra acima de tudo uma certa hesitação do diretor, que ainda não havia encontrado o tom certo de sua filmografia
Pablo Aluísio
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Um Caso Complicado
Título no Brasil: Um Caso Complicado
Título Original: Elektra Luxx
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Gato Negro Films
Direção: Sebastian Gutierrez
Roteiro: Sebastian Gutierrez
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Carla Gugino, Timothy Olyphant, Ermahn Ospina
Sinopse:
São três linhas narrativas que se entrecruzam ao longo do filme. Na primeira a famosa atriz pornô Elektra Luxx (Carla Gugino) descobre estar grávida de um famoso roqueiro recentemente falecido. Por essa razão decide se aposentar dos filmes adultos, muito embora sua fama nunca a deixe em paz. No outro enredo duas estrelas pornôs jovens decidem passar um fim de semana no México de férias mas acabam sendo cortejadas por dois empresários ricos. Por fim acompanhamos um blogueiro de filmes adultos que tenta gravar reviews para os filmes que assiste, enquanto sua irmã e sua mãe o atrapalham o tempo todo.
Comentários:
Uma produção independente americana que procura brincar com o universo dos bastidores do cinema adulto daquele país. O tom não é necessariamente de comédia mas o humor está presente em todas as estórias contadas. Dessas a mais divertida é a do jovem blogueiro que tenta comentar sobre as estrelas e filmes pornôs para seu blog mas sempre é atrapalhado ou pela sua mãe (o cara ainda vive nos porão da casa de seus pais que o mandam colocar o lixo para fora) ou pela irmã, que deseja ela própria virar estrela pornô - para seu desespero pois o irmão embora adore filmes adultos não aceita de jeito nenhum que sua própria mana entre nesse mundo, mostrando a hipocrisia que existe entre os consumidores desse tipo de filme. O elenco é praticamente todo desconhecido do grande público com exceção de Timothy Olyphant, o tira cowboy de "Justified" que aqui interpreta um detetive particular que segue os passos da ex-estrela pornô pois ela pode ter em mãos as últimas canções do amante roqueiro, músicas essas que valem milhões. Enfim, um filme divertido, que tem lá seus momentos, embora nunca decole completamente. Dá para assistir ao menos uma vez, por simples curiosidade.
Pablo Aluísio.
Título Original: Elektra Luxx
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Gato Negro Films
Direção: Sebastian Gutierrez
Roteiro: Sebastian Gutierrez
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Carla Gugino, Timothy Olyphant, Ermahn Ospina
Sinopse:
São três linhas narrativas que se entrecruzam ao longo do filme. Na primeira a famosa atriz pornô Elektra Luxx (Carla Gugino) descobre estar grávida de um famoso roqueiro recentemente falecido. Por essa razão decide se aposentar dos filmes adultos, muito embora sua fama nunca a deixe em paz. No outro enredo duas estrelas pornôs jovens decidem passar um fim de semana no México de férias mas acabam sendo cortejadas por dois empresários ricos. Por fim acompanhamos um blogueiro de filmes adultos que tenta gravar reviews para os filmes que assiste, enquanto sua irmã e sua mãe o atrapalham o tempo todo.
Comentários:
Uma produção independente americana que procura brincar com o universo dos bastidores do cinema adulto daquele país. O tom não é necessariamente de comédia mas o humor está presente em todas as estórias contadas. Dessas a mais divertida é a do jovem blogueiro que tenta comentar sobre as estrelas e filmes pornôs para seu blog mas sempre é atrapalhado ou pela sua mãe (o cara ainda vive nos porão da casa de seus pais que o mandam colocar o lixo para fora) ou pela irmã, que deseja ela própria virar estrela pornô - para seu desespero pois o irmão embora adore filmes adultos não aceita de jeito nenhum que sua própria mana entre nesse mundo, mostrando a hipocrisia que existe entre os consumidores desse tipo de filme. O elenco é praticamente todo desconhecido do grande público com exceção de Timothy Olyphant, o tira cowboy de "Justified" que aqui interpreta um detetive particular que segue os passos da ex-estrela pornô pois ela pode ter em mãos as últimas canções do amante roqueiro, músicas essas que valem milhões. Enfim, um filme divertido, que tem lá seus momentos, embora nunca decole completamente. Dá para assistir ao menos uma vez, por simples curiosidade.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Super 8
Se você for fã da filmografia dos anos 80 de Spielberg, então Super 8 vai ser um presente e tanto. Esse é um filme dos anos 80 que não foi feito nos anos 80. Spielberg produziu uma obra cheia de referências aos seus filmes mais famosos naquela década (com toques que vão de ET a Goonies, entre outros). Como todos sabem os filmes dele dos 80´s eram cheios de garotos com dramas familiares que acabam se envolvendo em um grande evento fantástico. É justamente isso que acontece aqui em Super 8. Por isso o roteiro não é nada original, o que de certa forma não se torna um defeito, pois não deixa de ser divertido ver tantas citações à obra do eterno Peter Pan do cinema americano.
Já o diretor JJ Abrams embarca na ideia e entrega um produto coeso. Obviamente todos os clichês MOW (Monster of Week) estão presentes mas apesar do tema batido, temos de reconhecer que ainda mantém o interesse do espectador (principalmente pela acertada decisão de nunca revelar muito da criatura antes do final). O elenco é bacaninha, os atores mirins não são irritantes, pelo contrário, e seguram bem a bola. Kyle Chandler que interpreta o principal personagem adulto é um bom ator, cuja carreira já acompanhava desde a série Friday Night Lights. Aqui ele repete o tipo estressadinho. Enfim, no fundo esse é um filme de monstro dos anos 80, com tudo de bom ou ruim que isso significa. Não vai mudar sua vida e está longe de ser algo genial, mas como puro entretenimento escapista funciona bem - e deixa a gente com saudades do Spielberg da década de 80, o que convenhamos já é uma grande coisa.
Super 8 (Super 8, Estados Unidos,, 2011) Diretor: J.J. Abrams / Roteiro: J.J. Abrams / Elenco: Elle Fanning, Amanda Michalka, Kyle Chandler, Ron Eldard e Noah Emmerich / Sinopse: Garotos na década de 70 resolvem realizar um pequeno filme caseiro usando sua câmera Super-8. O que não desconfiavam é que estariam embarcando na maior aventura de suas vidas.
Pablo Aluísio.
Já o diretor JJ Abrams embarca na ideia e entrega um produto coeso. Obviamente todos os clichês MOW (Monster of Week) estão presentes mas apesar do tema batido, temos de reconhecer que ainda mantém o interesse do espectador (principalmente pela acertada decisão de nunca revelar muito da criatura antes do final). O elenco é bacaninha, os atores mirins não são irritantes, pelo contrário, e seguram bem a bola. Kyle Chandler que interpreta o principal personagem adulto é um bom ator, cuja carreira já acompanhava desde a série Friday Night Lights. Aqui ele repete o tipo estressadinho. Enfim, no fundo esse é um filme de monstro dos anos 80, com tudo de bom ou ruim que isso significa. Não vai mudar sua vida e está longe de ser algo genial, mas como puro entretenimento escapista funciona bem - e deixa a gente com saudades do Spielberg da década de 80, o que convenhamos já é uma grande coisa.
Super 8 (Super 8, Estados Unidos,, 2011) Diretor: J.J. Abrams / Roteiro: J.J. Abrams / Elenco: Elle Fanning, Amanda Michalka, Kyle Chandler, Ron Eldard e Noah Emmerich / Sinopse: Garotos na década de 70 resolvem realizar um pequeno filme caseiro usando sua câmera Super-8. O que não desconfiavam é que estariam embarcando na maior aventura de suas vidas.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Tão Forte e Tão Perto
Garoto Nova-iorquino (Thomas Horn) tem um relacionamento muito especial com seu pai (Tom Hanks) um joalheiro que adora ciência e enigmas. Sua vida infelizmente acaba virando de cabeça para baixo após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O filme "Tão Forte e Tão Perto" foi considerado o azarão do Oscar desse ano. Ninguém esperava que o filme acabasse sendo indicado entre os melhores do ano. Muitos consideram a produção fraca e sem maiores méritos. Eu discordo. Gostei do enredo, de seu desenvolvimento e principalmente de sua conclusão. Filmes que mostram relacionamentos entre pai e filho costumam desandar para o dramalhão ou então para a xaropada mas "Tão Forte e Tão Perto" não cai nessa armadilha. O filme se apoia bastante na figura do garoto (que tem muita pinta de sofrer da síndrome de Asperger). Tentando resolver o último enigma deixado por seu pai ele vira Nova Iorque ao avesso e acaba conhecendo pessoas, lugares e novas situações. O ator mirim Thomas Horn recebeu algumas críticas por ser pouco carismático ou chato. Acho injusto uma vez que seu personagem é dessa forma e não poderia ser diferente.
Uma das maiores curiosidades de "Tão Forte e Tão Perto" é o elenco de apoio formado por grandes nomes. Tom Hanks faz o paizão bonachão. Espero que ele na vida real não esteja tão gordo como mostrado no filme. Sua participação é pequena mas essencial. Já a mãe é interpretada por uma envelhecida Sandra Bullock que também não aparece muito mas que mantém o bom nível quando surge em cena. Já o terceiro grande nome do elenco é justamente aquele que literalmente rouba todo o filme: Max Von Sydon. Sem dizer uma única palavra o ator apresenta uma de suas grandes performances. Sem diálogos a dizer ele tem que expressar todas as emoções apenas com um olhar, um gesto. Só grandes atores passam por isso de forma grandiosa como Sydon. O filme é dele e tudo indica que foi feito para ele. Quando surge em cena o enredo que vai devagar cresce em interesse e qualidade. Só isso já basta para indicar "Tão Forte e Tão Perto" um filme bem humano e belo que vale a pena ser assistido.
Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close, Estados Unidos, 2011) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: Eric Roth / Elenco: Tom Hanks, Sandra Bullock, Thomas Horn, Max von Sydow, John Goodman, James Gandolfini e Viola Davis / Sinopse : Oskar é um garoto de 9 anos que perdeu o pai no trágico 11 de setembro e vive tentando entender sua dor e seus sentimentos. O garoto encontra em meio às coisas do pai uma chave em um envelope com um nome: Black. A curiosidade e seus instintos naturais o levam a uma busca pela fechadura da misteriosa chave.
Pablo Aluísio.
Uma das maiores curiosidades de "Tão Forte e Tão Perto" é o elenco de apoio formado por grandes nomes. Tom Hanks faz o paizão bonachão. Espero que ele na vida real não esteja tão gordo como mostrado no filme. Sua participação é pequena mas essencial. Já a mãe é interpretada por uma envelhecida Sandra Bullock que também não aparece muito mas que mantém o bom nível quando surge em cena. Já o terceiro grande nome do elenco é justamente aquele que literalmente rouba todo o filme: Max Von Sydon. Sem dizer uma única palavra o ator apresenta uma de suas grandes performances. Sem diálogos a dizer ele tem que expressar todas as emoções apenas com um olhar, um gesto. Só grandes atores passam por isso de forma grandiosa como Sydon. O filme é dele e tudo indica que foi feito para ele. Quando surge em cena o enredo que vai devagar cresce em interesse e qualidade. Só isso já basta para indicar "Tão Forte e Tão Perto" um filme bem humano e belo que vale a pena ser assistido.
Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close, Estados Unidos, 2011) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: Eric Roth / Elenco: Tom Hanks, Sandra Bullock, Thomas Horn, Max von Sydow, John Goodman, James Gandolfini e Viola Davis / Sinopse : Oskar é um garoto de 9 anos que perdeu o pai no trágico 11 de setembro e vive tentando entender sua dor e seus sentimentos. O garoto encontra em meio às coisas do pai uma chave em um envelope com um nome: Black. A curiosidade e seus instintos naturais o levam a uma busca pela fechadura da misteriosa chave.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Um Domingo Qualquer
Velho treinador de futebol americano (Al Pacino) tem que lidar com o desfalque de seu principal quaterback (Dennis Quaid) em um momento crucial do campeonato. O novo dono da posição é um jovem negro e arrogante (Jamie Foxx) que não consegue lidar bem com a fama e o sucesso que acompanham sua repentina escalação ao time principal. Aqui temos uma parceria que há muito tempo se esperava: Al Pacino sendo dirigido por Oliver Stone. O problema é que o tema realmente é norte-americano demais. Stone não esconde em nenhum momento sua paixão pelo esporte, a ponto de transformar seus jogadores em guerreiros, verdadeiros gladiadores modernos. Tudo é focado nesse ponto. As cenas dos jogos são super produzidas, com edição alucinada. Pacino alterna momentos de histerismo completo com introspecção absoluta. Apesar da força de seu nome o filme realmente gira em torno do personagem de Jamie Foxx. Terceiro quaterback da equipe acaba assumindo a posição em um momento crucial do time (Miami Sharks). No começo fica inseguro (a ponto de vomitar em campo) e vacilante mas conforme vão passando os jogos se torna auto confiante a ponto de se tornar totalmente arrogante, desmerecendo os demais colegas de equipe e até mesmo o próprio treinador.
No fundo o roteiro de "Um Domingo Qualquer" foca sobre as características de personalidade que formam o caráter de um verdadeiro líder de equipe. Isso é bem demonstrado na relação do quaterback Foxx com os demais jogadores. A partir do momento em que se torna queridinho da mídia ele passa a se auto vangloriar em demasia e o pior começa a criticar abertamente outros membros do time. Obviamente que em um esporte coletivo isso é literalmente dar um tiro no pé! A direção de Oliver Stone (que faz pequenas aparições como um comentarista esportivo) é centrada muito em uma edição que de certa forma imita as transmissões de jogos de canais como ESPN. Tudo muito rápido, nervoso, tentando captar a paixão e o calor do momento das partidas. Funciona? Sim, em termos. Dramaticamente era de se esperar um melhor aproveitamento de Al Pacino em cena mas isso não acontece. Como eu disse Stone preferiu mesmo glorificar a NFL. Se você gosta de filmes esportivos pode vir certamente a apreciar. Já os que querem ver o talento de Al Pacino podem ficar um pouco decepcionados. No final vale a pena assistir embora não seja dos melhores trabalhos de Oliver Stone.
Um Domingo Qualquer (Any Given Sunday, Estados Unidos, 1999) Direção: Oliver Stone / Elenco: Al Pacino, Cameron Diaz, Dennis Quaid, James Woods, Jamie Foxx, LL Cool J, Matthew Modine, Charlton Heston, Aaron Eckhart e Tom Sizemore / Sinopse: Um íntimo olhar sobre os bastidores do futebol americano, passando desde os jogadores até os treinadores, a mídia e os donos de times, que controlam o jogo como um grande negócio que lucra milhões de dólares todo ano.
Pablo Aluísio.
No fundo o roteiro de "Um Domingo Qualquer" foca sobre as características de personalidade que formam o caráter de um verdadeiro líder de equipe. Isso é bem demonstrado na relação do quaterback Foxx com os demais jogadores. A partir do momento em que se torna queridinho da mídia ele passa a se auto vangloriar em demasia e o pior começa a criticar abertamente outros membros do time. Obviamente que em um esporte coletivo isso é literalmente dar um tiro no pé! A direção de Oliver Stone (que faz pequenas aparições como um comentarista esportivo) é centrada muito em uma edição que de certa forma imita as transmissões de jogos de canais como ESPN. Tudo muito rápido, nervoso, tentando captar a paixão e o calor do momento das partidas. Funciona? Sim, em termos. Dramaticamente era de se esperar um melhor aproveitamento de Al Pacino em cena mas isso não acontece. Como eu disse Stone preferiu mesmo glorificar a NFL. Se você gosta de filmes esportivos pode vir certamente a apreciar. Já os que querem ver o talento de Al Pacino podem ficar um pouco decepcionados. No final vale a pena assistir embora não seja dos melhores trabalhos de Oliver Stone.
Um Domingo Qualquer (Any Given Sunday, Estados Unidos, 1999) Direção: Oliver Stone / Elenco: Al Pacino, Cameron Diaz, Dennis Quaid, James Woods, Jamie Foxx, LL Cool J, Matthew Modine, Charlton Heston, Aaron Eckhart e Tom Sizemore / Sinopse: Um íntimo olhar sobre os bastidores do futebol americano, passando desde os jogadores até os treinadores, a mídia e os donos de times, que controlam o jogo como um grande negócio que lucra milhões de dólares todo ano.
Pablo Aluísio.
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Uma Garota Encantada
Título no Brasil: Uma Garota Encantada
Título Original: Ella Enchanted
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Tommy O'Haver
Roteiro: Laurie Craig, Karen McCullah
Elenco: Anne Hathaway, Hugh Dancy, Cary Elwes, Vivica A. Fox
Sinopse:
Ella (Hathaway) vive no pior dos mundos. Seu pai se casou novamente após a morte de sua mãe e ela precisa aturar uma madrasta muito cruel e suas filhas odiosas. Ela segue obediente apesar dos maiores abusos e absurdos, até que descobre que está sob um feitiço feito por sua madrinha Lucinda que a faz obedecer a todos que a mandam fazer algo. Ella então decide ganhar o mundo, para ir atrás de sua madrinha pois apenas ela pode desfazer esse encanto. No caminho acaba conhecendo o príncipe de seus sonhos.
Comentários:
Se trata de mais uma das mil releituras e modernizações do mito Cinderella. Pessoalmente acho que essa estorinha de conto de fadas já ganhou sua versão definitiva no mundo do cinema e foi justamente o encantador desenho animado clássico da Disney mas em Hollywood eles nunca desistem realmente. A tal da reciclagem saiu dos manuais de ecologia e entrou dentro dos gabinetes de executivos de cinema, só isso explica tanto remake disfarçado tentando se fazer de algo novo e original. Os elementos da estorinha infantil estão todos aqui - a fada madrinha, a madrasta cruel e desalmada e suas filhas desprezíveis e até mesmo um príncipe encantador. Tudo com roupagem moderna para disfarçar um pouquinho. Esqueça, não é mesmo melhor do que o filme assinado pelo imortal Walt Disney. Se estiver com saudades da gata borralheira reveja o original ou então leia o livro. Cultura nunca fez mal a ninguém.
Pablo Aluísio.
Título Original: Ella Enchanted
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Tommy O'Haver
Roteiro: Laurie Craig, Karen McCullah
Elenco: Anne Hathaway, Hugh Dancy, Cary Elwes, Vivica A. Fox
Sinopse:
Ella (Hathaway) vive no pior dos mundos. Seu pai se casou novamente após a morte de sua mãe e ela precisa aturar uma madrasta muito cruel e suas filhas odiosas. Ela segue obediente apesar dos maiores abusos e absurdos, até que descobre que está sob um feitiço feito por sua madrinha Lucinda que a faz obedecer a todos que a mandam fazer algo. Ella então decide ganhar o mundo, para ir atrás de sua madrinha pois apenas ela pode desfazer esse encanto. No caminho acaba conhecendo o príncipe de seus sonhos.
Comentários:
Se trata de mais uma das mil releituras e modernizações do mito Cinderella. Pessoalmente acho que essa estorinha de conto de fadas já ganhou sua versão definitiva no mundo do cinema e foi justamente o encantador desenho animado clássico da Disney mas em Hollywood eles nunca desistem realmente. A tal da reciclagem saiu dos manuais de ecologia e entrou dentro dos gabinetes de executivos de cinema, só isso explica tanto remake disfarçado tentando se fazer de algo novo e original. Os elementos da estorinha infantil estão todos aqui - a fada madrinha, a madrasta cruel e desalmada e suas filhas desprezíveis e até mesmo um príncipe encantador. Tudo com roupagem moderna para disfarçar um pouquinho. Esqueça, não é mesmo melhor do que o filme assinado pelo imortal Walt Disney. Se estiver com saudades da gata borralheira reveja o original ou então leia o livro. Cultura nunca fez mal a ninguém.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Os Excêntricos Tenenbaums
Título no Brasil: Os Excêntricos Tenenbaums
Título Original: The Royal Tenenbaums
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson, Owen Wilson
Elenco: Gene Hackman, Gwyneth Paltrow, Anjelica Huston, Ben Stiller, Owen Wilson, Luke Wilson, Bill Murray, Danny Glover
Sinopse:
Depois de uma vida em comum e três filhos o casal formado interpretado por Gene Hackman e Anjelica Huston resolve se separar. Com o fim do núcleo familiar os filhos também resolvem tomar seus próprios rumos em suas vidas. Chas (Ben Stiller) se torna extremamente rico pois tem um talento e tanto para o mundo das finanças. Margot (Gwyneth Paltrow) se dedica a escrever livros de sucesso. Por fim Ritchie (Luke Wilson) resolve abraçar os esportes e se torna um bem sucedido tenista profissional. Quando os pais resolvem reconstruir o casamento todos voltam a se reunir, trazendo de volta angústias, brigas e revanches do passado.
Comentários:
Excêntrico mesmo sempre foi o cinema de Wes Anderson. Esse texano tem um estilo tão próprio que não podemos nem ao menos o colocar em alguma categoria pois não consigo visualizar nenhum outro cineasta que tenha uma visão parecida com a dele. Basta lembrar dos singulares (e esquisitos) "A Vida Marinha com Steve Zissou", "Viagem a Darjeeling" e até mesmo da animação "O Fantástico Sr. Raposo" para compreender isso. Hoje em dia ele está mais em baixa mas na época de lançamento desse filme ele era um verdadeiro queridinho da crítica americana. Confesso que nunca fiquei muito satisfeito com seu tipo de humor diferenciado. Para falar a verdade sempre conferi seus filmes por causa dos excelentes elencos que ele conseguia reunir para suas produções. Quer um exemplo? Basta passar os olhos nos nomes que formam esse elenco. Simplesmente incrível. Mesmo assim o resultado não é muito gratificante. Em determinado momento o clima geral de nonsense começa a saturar e se vai perdendo a paciência. Mas isso ao que parece foi ignorado pela crítica que logo qualificou o filme como "obra prima"! Bobagem, isso é um exagero.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Royal Tenenbaums
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson, Owen Wilson
Elenco: Gene Hackman, Gwyneth Paltrow, Anjelica Huston, Ben Stiller, Owen Wilson, Luke Wilson, Bill Murray, Danny Glover
Sinopse:
Depois de uma vida em comum e três filhos o casal formado interpretado por Gene Hackman e Anjelica Huston resolve se separar. Com o fim do núcleo familiar os filhos também resolvem tomar seus próprios rumos em suas vidas. Chas (Ben Stiller) se torna extremamente rico pois tem um talento e tanto para o mundo das finanças. Margot (Gwyneth Paltrow) se dedica a escrever livros de sucesso. Por fim Ritchie (Luke Wilson) resolve abraçar os esportes e se torna um bem sucedido tenista profissional. Quando os pais resolvem reconstruir o casamento todos voltam a se reunir, trazendo de volta angústias, brigas e revanches do passado.
Comentários:
Excêntrico mesmo sempre foi o cinema de Wes Anderson. Esse texano tem um estilo tão próprio que não podemos nem ao menos o colocar em alguma categoria pois não consigo visualizar nenhum outro cineasta que tenha uma visão parecida com a dele. Basta lembrar dos singulares (e esquisitos) "A Vida Marinha com Steve Zissou", "Viagem a Darjeeling" e até mesmo da animação "O Fantástico Sr. Raposo" para compreender isso. Hoje em dia ele está mais em baixa mas na época de lançamento desse filme ele era um verdadeiro queridinho da crítica americana. Confesso que nunca fiquei muito satisfeito com seu tipo de humor diferenciado. Para falar a verdade sempre conferi seus filmes por causa dos excelentes elencos que ele conseguia reunir para suas produções. Quer um exemplo? Basta passar os olhos nos nomes que formam esse elenco. Simplesmente incrível. Mesmo assim o resultado não é muito gratificante. Em determinado momento o clima geral de nonsense começa a saturar e se vai perdendo a paciência. Mas isso ao que parece foi ignorado pela crítica que logo qualificou o filme como "obra prima"! Bobagem, isso é um exagero.
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de janeiro de 2010
Fúria Cega
Título no Brasil: Fúria Cega
Título Original: Blind Fury
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Ryôzô Kasahara, Charles Robert Carner
Elenco: Rutger Hauer, Terry O'Quinn, Brandon Call
Sinopse:
Nick Parker (Rutger Hauer) é um veterano do Vietnã que perde sua visão no campo de batalha. De volta aos Estados Unidos ele decide visitar um velho amigo de armas mas descobre que ele está envolvido com dívidas de jogos e sendo chantageado por poderosos traficantes de drogas. Nick então resolve ajudar a resolver todos os problemas de seu amigo, mesmo que para isso precise usar de toda a sua perícia nas artes marciais.
Comentários:
Esse filme será exibido hoje pelo cult canal TCM, o que não deixa de ser uma surpresa e tanto, afinal de contas será mesmo que "Blind Fury" já pode ser considerado um cult movie? Como acompanho cinema há tanto tempo me lembro bem da época em que esse filme foi lançado. Naqueles tempos essa palavra "cult" jamais seria aplicado a ele. Era considerada uma fitinha B, de artes marciais, estrelada pelo decadente Rutger Hauer! Acontece que, enquanto a crítica descia a lenha na produção, o público ia descobrindo o filme nas locadoras e, para surpresa de muitos, acabou agradando bastante aos fãs de filmes de ação. Não irei aqui dizer que "Fúria Cega" é um grande filme, até porque ele não é, isso porém não tira seus méritos de ser um filme muito eficiente dentro de seu nicho cinematográfico. Há boas cenas e Hauer, decadente ou não, sempre foi muito carismático. Se hoje é um cult ou não, fica complicado saber. O que se pode afirmar com certeza que a produção ainda consegue cativar bastante certa parcela do público. Se nunca assistiu não perca a oportunidade de conhecer.
Pablo Aluísio.
Título Original: Blind Fury
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Ryôzô Kasahara, Charles Robert Carner
Elenco: Rutger Hauer, Terry O'Quinn, Brandon Call
Sinopse:
Nick Parker (Rutger Hauer) é um veterano do Vietnã que perde sua visão no campo de batalha. De volta aos Estados Unidos ele decide visitar um velho amigo de armas mas descobre que ele está envolvido com dívidas de jogos e sendo chantageado por poderosos traficantes de drogas. Nick então resolve ajudar a resolver todos os problemas de seu amigo, mesmo que para isso precise usar de toda a sua perícia nas artes marciais.
Comentários:
Esse filme será exibido hoje pelo cult canal TCM, o que não deixa de ser uma surpresa e tanto, afinal de contas será mesmo que "Blind Fury" já pode ser considerado um cult movie? Como acompanho cinema há tanto tempo me lembro bem da época em que esse filme foi lançado. Naqueles tempos essa palavra "cult" jamais seria aplicado a ele. Era considerada uma fitinha B, de artes marciais, estrelada pelo decadente Rutger Hauer! Acontece que, enquanto a crítica descia a lenha na produção, o público ia descobrindo o filme nas locadoras e, para surpresa de muitos, acabou agradando bastante aos fãs de filmes de ação. Não irei aqui dizer que "Fúria Cega" é um grande filme, até porque ele não é, isso porém não tira seus méritos de ser um filme muito eficiente dentro de seu nicho cinematográfico. Há boas cenas e Hauer, decadente ou não, sempre foi muito carismático. Se hoje é um cult ou não, fica complicado saber. O que se pode afirmar com certeza que a produção ainda consegue cativar bastante certa parcela do público. Se nunca assistiu não perca a oportunidade de conhecer.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Shame
Uma vez que o casamento se tornou uma instituição fora de moda e cafona as pessoas nos dias atuais procuram alternativas para suprir suas necessidades emocionais e sexuais. "Shame" lida justamente com isso. No filme acompanhamos a rotina de Brandon Sullivan (Michael Fassbender), um nova-iorquino bem situado, com bom emprego e um apartamento bem localizado. Sua vida sexual e emocional se resume a breves encontros com garotas para sexo casual que conhece pela cidade. Seu cotidiano porém muda com a chegada de sua irmã Sissy (Carey Mulligan). Ela é bonita, atraente e assim como Brandon também adota um estilo de vida liberal. "Shame" na realidade é uma pequena crônica sobre a vida sexual do homem moderno. O personagem principal é um solteiro em Nova Iorque, com toda a liberdade moral e sexual a que tem direito. Assim não se furta em aproveitar todas as oportunidades que a grande cidade tem a lhe oferecer. O problema é que diante de tal grau de permissividade sua procura pelo sexo oposto logo acaba se tornando um ciclo vicioso sem limites. A realidade de Brandon em pouco tempo foge de seu controle e ele se torna um viciado em sexo anônimo e pornografia. É a velha metáfora de que a liberdade desacompanhada de responsabilidade e comprometimento pode facilmente se tornar lesiva.
O elenco de Shame é bom e o destaque vai para Carey Mulligan. Além de ser uma gracinha ela é talentosa e carismática. A atriz tem aparecido em diversas produções que se destacaram nos últimos anos como "Educação", "Drive" e "Não me Abandone Jamais". Sua personagem é muito interessante dentro da trama de "Shame" uma vez que logo cria uma desconfortável tensão sexual com seu próprio irmão dentro do apartamento onde vivem. Já Michael Fassbender está apenas correto. O diretor negro Steve McQueen (homônimo do famoso ator) escolheu uma produção naturalista, com uso de longos planos sequência. Sua opção em explorar o nu frontal dos atores pode vir a desagradar algumas pessoas mas particularmente achei uma decisão acertada uma vez que o filme tem como tema a sexualidade de seus personagens e como tal não poderia adotar atitudes de falso moralismo com eles. Aliás sua posição de não levantar qualquer bandeira moralista é um de seus pontos mais positivos. Em suma "Shame" tenta entender a vida sexual das pessoas que vivem dentro de uma sociedade tecnológica e liberal. Só o fato de levantar esse tema para debates já o torna extremamente válido.
Shame (Shame, Estados Unidos, 2011) Direção de Steve McQueen / Roteiro de Steve McQueen e Abi Morgan / Elenco: Michael Fassbender, Carey Mulligan e James Badge Dale / Sinopse: O filme mostra os anseios e problemas de ordem emocional e sexual de dois irmãos na Nova Iorque dos dias atuais.
Pablo Aluísio.
O elenco de Shame é bom e o destaque vai para Carey Mulligan. Além de ser uma gracinha ela é talentosa e carismática. A atriz tem aparecido em diversas produções que se destacaram nos últimos anos como "Educação", "Drive" e "Não me Abandone Jamais". Sua personagem é muito interessante dentro da trama de "Shame" uma vez que logo cria uma desconfortável tensão sexual com seu próprio irmão dentro do apartamento onde vivem. Já Michael Fassbender está apenas correto. O diretor negro Steve McQueen (homônimo do famoso ator) escolheu uma produção naturalista, com uso de longos planos sequência. Sua opção em explorar o nu frontal dos atores pode vir a desagradar algumas pessoas mas particularmente achei uma decisão acertada uma vez que o filme tem como tema a sexualidade de seus personagens e como tal não poderia adotar atitudes de falso moralismo com eles. Aliás sua posição de não levantar qualquer bandeira moralista é um de seus pontos mais positivos. Em suma "Shame" tenta entender a vida sexual das pessoas que vivem dentro de uma sociedade tecnológica e liberal. Só o fato de levantar esse tema para debates já o torna extremamente válido.
Shame (Shame, Estados Unidos, 2011) Direção de Steve McQueen / Roteiro de Steve McQueen e Abi Morgan / Elenco: Michael Fassbender, Carey Mulligan e James Badge Dale / Sinopse: O filme mostra os anseios e problemas de ordem emocional e sexual de dois irmãos na Nova Iorque dos dias atuais.
Pablo Aluísio.
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