domingo, 8 de outubro de 2017

Blade Runner 2049

Finalmente assisti a esse novo "Blade Runner 2049", As duas observações iniciais são simples: o filme me agradou de maneira em geral e também não foi nada aborrecido e cansativo como muita gente tem dito por aí. Parece que as pessoas perderam o jeito (e a paciência) para assistir a obras como essa. O filme foi mal nas bilheterias, tanto nos Estados Unidos como no resto do mundo. Era algo previsível de acontecer. Os jovens que vão ao cinema hoje em dia muito provavelmente não conhecem o filme original. A falta de ação e o estilo mais cerebral também são fatores que espantam esses jovens. Afinal são quase 3 horas de duração, onde tudo acontece no seu devido tempo, sem pressa, em ritmo lento, como se fosse um film noir dos anos 40.

O roteiro não me surpreendeu muito, mesmo naqueles momentos em que tenta manipular o espectador. Tampouco foi tão complexo como eu esperava. Ao contrário disso a trama é até bem redondinha, nada complicada de entender. Basicamente há uma novidade e tanto no universo de Blade Runner. Descobre-se que uma replicante conseguiu se reproduzir! Isso mesmo, os restos mortais de uma delas mostra que ela teve filhos! Caso único e singular. Obviamente que se torna vital encontrar essa criança, pois ela é uma etapa a mais na evolução! Imaginem, se os replicantes pudessem se reproduzir de que serviria a humanidade a partir desse ponto? Nessa linha temos assim o mote principal de toda a história: o Blade Runner "K" (Ryan Gosling) precisa encontrar o fruto desse evento maravilhoso (ou terrível,  dependendo do ponto de vista). Seria a primeira descendente nascida de um ser artificial.

O diretor Denis Villeneuve fez um belo trabalho de ambientação. Você vai se lembrar imediatamente daquele universo sombrio, escuro, com muita decadência futurista. Um mundo distópico, com chuva eterna. O mesmo que você conheceu lá nos anos 80 com o primeiro filme estrelado por Harrison Ford. E por falar nele, penso que o único erro maior dessa nova produção foi trazer o personagem Rick Deckard de volta. Ele poderia ser apenas uma lembrança, um mistério a ser resolvido, tal como a replicante Rachael. A impressão que tive foi que a presença de Ford foi única e exclusivamente usada como ponto de referência, como explicação de tudo o que está acontecendo. Seu personagem funciona como alguém que serve para revelar mais e tornar tudo mais claro ao espectador. Não era necessário. Nesse ponto o roteiro parece ter subestimado a inteligência do público.

Outro fato interessante é que os roteiristas jogam o tempo todo com a verdadeira identidade do filho (ou filha) de Rachael. Seria um dos personagens do filme? Ou alguém que no final não vai aparecer (abrindo portas para uma sequência futura). Isso você só vai descobrir assistindo ao filme. Outro revés é que não existem aqui discussões mais filosóficas sobre a importância da vida humana como vimos no primeiro filme. Não há um background mais complexo. Isso porém não chega a estragar o resultado final. É sim um bom filme, que vem para fechar um ciclo. Era necessário mesmo explicar o que aconteceu com Deckard e Rachael? Bom, penso que não! Mesmo assim, não deixa em hipótese nenhuma de ser algo interessante. Assim esse novo filme com a marca "Blade Runner" muito provavelmente não se tornará um cult movie e uma obra prima como o original, mas ainda assim vale como algo a mais do que um mero exercício de imaginação.

Blade Runner 2049 (Estados Unidos, 2017) Direção: Denis Villeneuve / Roteiro: Hampton Fancher, Michael Green, baseados na obra original escrita por Philip K. Dick / Elenco: Harrison Ford, Ryan Gosling, Robin Wright, Jared Leto, Ana de Armas, Sean Young, Sylvia Hoeks, Edward James Olmos / Sinopse: Trinta anos após os acontecimentos vistos no filme "Blade Runner - O Caçador de Andróides", um novo policial é enviado para descobrir o paradeiro de uma criança que teria nascido do ventre de uma replicante - algo completamente surreal e inédito na história. Descobrir sua identidade e onde ela está passa a ser vital para todos.

Pablo Aluísio.

Lendas da Vida

Título no Brasil: Lendas da Vida
Título Original: The Legend of Bagger Vance
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert Redford
Roteiro: Jeremy Leven
Elenco: Will Smith, Matt Damon, Charlize Theron, Jack Lemmon, Bruce McGill, Joel Gretsch

Sinopse:
Rannulph Junnah (Matt Damon) é um jogador de golfe desiludido, veterano da primeira guerra mundial, que tenta vencer novamente no esporte com a ajuda de um caddy chamado Bagger Vance (Will Smith). Há muitos anos que ele não trilha o caminho da vitória. De volta à sua cidade natal, Savannah, ele precisa superar todos os seus medos e receios. 

Comentários:
Bom filme dirigido por Robert Redford. Aqui ele comprou os direitos do romance escrito por Steven Pressfield e adaptou a sua história para um filme que ora parece ser uma alegoria sobre vencer a si próprio, superando barreiras psicológicas, ora como uma fábula passada no começo do século XX, com um personagem que ronda o místico, na figura do ator Will Smith. O esporte aqui é apenas uma muleta narrativa, até porque o Golfe não é muito dramático, em nenhum ponto de vista. Um esporte praticado por milionários aposentados nos Estados Unidos (o que justamente era o caso do próprio Robert Redford). A produção é bem bonita, com bela fotografia. O elenco é todo bom, com destaque para Damon, interpretando mais um vez o sujeito bonzinho, Smith como o bom malandro e Theron, mais bonita do que nunca, ainda colhendo os frutos de sua juventude. Todos eles estão bem, porém no quesito elenco o filme ficou marcado mesmo por ter sido o último trabalho do veterano Jack Lemmon. Ele não surge em cena, atua apenas como narrador, relembrando antigas histórias, mas isso não diminui sua importância. Ele morreria um ano depois, aos 76 anos de idade, deixando como seu último legado esse belo trabalho como o velho Hardy Greaves . Comercialmente falando o filme não fez sucesso nos Estados Unidos. Pior no Brasil, já que pouca gente estava interessado em um filme sobre golfe. Por aqui ele se limitou a ser lançado timidamente em VHS. Nada muito marcante. De qualquer maneira ainda indico essa produção. Sua bela mensagem inserida no roteiro vale qualquer esforço, ainda que você não goste desse esporte em particular.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de outubro de 2017

Queremos Matar Gunther

Arnold Schwarzenegger já tentou fazer comédias várias vezes antes em sua carreira. Colheu bons resultados com "Irmãos Gêmeos", apareceu em filmes medianos do tipo "Um Tira no Jardim de Infância" e afundou em porcarias como "Júnior". Não entendo porque um ator talhado para filmes de ação tenta sempre dar o mesmo passo errado. Agora ele tentou de novo, com resultados ainda mais sofríveis. O próprio  Schwarzenegger produziu esse besteirol chamado "Killing Gunther" e o que se vê na tela é algo bem ruim, totalmente constrangedor. O enredo é mínimo: um idiota chamado Blake (Taran Killam) decide que quer se tornar o maior assassino profissional do mundo. E como ele conseguiria esse título? Ora, matando aquele que é considerado o melhor do mercado. Seu nome é Gunther (Arnold Schwarzenegger), um sujeito implacável, jamais preso pelos "serviços" que faz ao redor do mundo. Uma verdadeira lenda. Assim Blake resolve formar um grupo de assassinos (que age como um bando de imbecis) para ir atrás de Gunther. Para não deixar passar nada em branco decide filmar tudo, de forma amadora. E aí começam os problemas, pois Gunther não vai se deixar ser pego por aqueles patetas.

O estilo do filme é o mesmo usado em várias fitinhas de terror, o tal falso documentário (mockumentary). Se funciona em certos filmes de horror, aqui a coisa toda só causa dor de cabeça e aborrecimento ao espectador. Para os fãs de Arnold Schwarzenegger outra coisa vai irritar: ele só aparece em cena após 70 minutos de filme. Enquanto ele não surge o espectador acaba sendo bombardeado com personagens irritantes, cenas sem graça e péssimos atores (ou comediantes, o que seja). No final o saldo de tudo é muito ruim. Uma hora e meia desperdiçada de sua vida... que em troca não conseguirá nem dar um sorrisinho amarelo. Que coisa bizarra, provavelmente o pior filme já estrelado por Arnold Schwarzenegger em sua longa carreira. Penso que ele precisa urgentemente  repensar melhor os roteiros que escolhe daqui pra frente. Chega de pagar mico por aí.

Queremos Matar Gunther (Killing Gunther, Estados Unidos, 2017) Direção: Taran Killam / Roteiro: Taran Killam / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Taran Killam, Cobie Smulders, Hannah Simone / Sinopse: Um Hitman (assassino profissional) mequetrefe decide matar aquele que é considerado o maior assassino profissional do mundo. Ele forma um bando de idiotas que lhe auxiliam nessa missão com pouca possibilidade de sucesso.

Pablo Aluísio.

O Culto de Chucky

Esse é o  sétimo filme dessa franquia que começou em 1988 com "Brinquedo Assassino" de Tom Holland. Não vá perder a conta. Depois desse bom primeiro filme vieram "Brinquedo Assassino 2" (1990), "Brinquedo Assassino 3" (1991), "A Noiva de Chucky" (1998), "O Filho de Chucky" (2004) e "A Maldição de Chucky" (2013), todos trazendo a voz do ator Brad Dourif como Chucky! Pelo visto os produtores não estão dispostos a abrir mão de faturar com esse boneco. Em tempos de Annabelle não poderia ser diferente. É claro que a série foi ficando cada vez mais galhofa com o passar do tempo, basta dar uma olhada nos títulos dos filmes mais recentes. Aqui tudo volta a girar em torno de Chucky. Uma de suas vítimas é enviada para uma instituição psiquiátrica. Ela ainda tem pesadelos com os ataques de Chucky, mas tenta superar tudo, tendo inclusive que lidar com vários bonecos em seu tratamento. E é claro que eles vão acabar ganhando vida para transformar tudo em um inferno. Aliás o principal diferencial desse novo filme é que não existe apenas um Chucky, mas quatro deles! Do original só resta a cabeça disforme que é mantida dentro de um cofre, por precaução!

Fica óbvio que a franquia deveria ter se encerrado há muitos anos, mas o que vemos aqui é algo parecido com o que aconteceu com "Sexta-feira 13" que também começou com filmes mais sérios, centrado no terror e que aos poucos foram virando sátiras de si mesmo. Não pense em levar nada à sério. Para quem assistiu ao filme original, lá atrás, nos anos 80, ainda nos tempos de VHS, tudo vira uma grande diversão mesmo, até pelos absurdos propositais que os roteiristas vão criando, tudo para manter o bom e velho Chucky fora da caixa. Quantos filmes ainda serão produzidos? Ninguém sabe ao certo, até porque para não perder o hábito o final aqui abre para futuras continuações! Haja imaginação e criatividade para levar essa história tão longe...

O Culto de Chucky (Cult of Chucky, Estados Unidos, 2017)  Direção: Don Mancini / Roteiro:  Don Mancini / Elenco: Allison Dawn Doiron, Alex Vincent, Brad Dourif, Jennifer Tilly / Sinopse: Vários bonecos de Chucky, o brinquedo assassino, são enviados para uma instituição psiquiátrica. O médico responsável pelos tratamentos pensa utilizá-los na recuperação de uma das vítimas dele do passado, só que para o inferno de todos dentro daquela instituição os bonecos ganham vida, espalhando terror pelo lugar. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Planeta dos Macacos: A Guerra

Essa trilogia se encerra muito bem aqui nesse filme. Essa nova leva de filmes explorando o universo do planeta dos macacos foi realmente muito boa. O primeiro filme de 2011 já surpreendeu pela extrema qualidade de seu roteiro. O segundo não foi tão bom, mas manteve o interesse e a qualidade e finalmente tudo se encerra aqui, nessa terceira produção, que se não é tão boa quanto às anteriores pelo menos se mantém em um nível artístico que não vai decepcionar ninguém. Esse novo lote de filmes provou acima de tudo que era possível reciclar velhas ideias com toques de originalidade, melhorando o que por si só já era muito bom. Um remake não precisa ser apenas um caça níqueis. Pode ser também algo que venha a acrescentar, melhorar um bom filme do passado.

Quando o filme começa já encontramos uma tropa de soldados humanos adentrando a floresta em busca do grupo de Caeser. Como se viu nos filmes anteriores um vírus se espalhou pelo planeta, ceifando a vida de praticamente 90% da humanidade. Os humanos que sobreviveram seguem sua guerra contra os macacos. Caeser consegue repelir o ataque, mas o saldo é doloroso para ele. Sua esposa e seu filho são mortos durante os combates. Todos executados pessoalmente pelo cruel e sanguinário Coronel que lidera as tropas, em boa interpretação do ator Woody Harrelson. A partir daí inicia-se uma jornada de vingança por parte de Caesar. Ele quer vingar a morte de seus entes queridos e parte para o acerto de contas finais contra o militar.

O roteiro desse terceiro filme não é tão bom como o do primeiro. Ali havia mesmo um argumento primoroso que discutia o que realmente tornava alguém realmente humano. Aqui a trama é mais básica, baseada na velha fórmula da vingança pessoal (tema aliás que sempre foi explorado em demasia pelo cinema, principalmente em filmes de ação e western). Isso porém não significa que seja ruim, longe disso. Dentro dessa premissa a história até que funciona muito bem. É um bom clímax para tudo o que o público vinha acompanhando desde os primeiros filmes. Os efeitos especiais continuam perfeitos e bem inseridos dentro do enredo. Não ofusca a história, pelo contrário, ajuda a contá-la. No mais, não resta outra coisa a não ser aplaudir esses novos filmes. Eles trouxeram de volta, com extremo êxito, esse estranho mundo, onde os macacos vão se tornando cada vez mais sábios, enquanto a humanidade vai se afundando em sua própria ganância e estupidez.

Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, Estados Unidos, 2017) Direção: Matt Reeves / Roteiro:  Mark Bomback, Matt Reeves / Elenco: Andy Serkis, Woody Harrelson, Steve Zahn, Karin Konoval, Amiah Miller / Sinopse: O líder dos macacos, Caesar (Serkis), almeja criar a paz com os homens, mas isso vai se tornando impossível por causa de um Coronel insano e violento que tem planos de escravizar todos os macacos pois ele quer erguer uma grande muralha de defesa em seu acampamento militar nas colinas.

Pablo Aluísio.

Traffic

Título no Brasil: Traffic - Ninguém Sai Limpo
Título Original: Traffic
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Simon Moore, Stephen Gaghan
Elenco: Michael Douglas, Benicio Del Toro, Catherine Zeta-Jones, Jacob Vargas, Michael Saucedo, Tomas Milian

Sinopse:
O filme tenta, através de seus personagens, mostrar o ciclo completo que envolve o tráfico de drogas na fronteira dos Estados Unidos com o México, mostrando o envolvimento de traficantes, políticos, empresários e policiais, todos envolvidos, de uma maneira ou outra, com a venda de drogas, um negócio altamente lucrativo e completamente ilegal.

Comentários:
Existe solução para o problema do tráfico de drogas na sociedade? Esse roteiro tenta responder, mesmo que indiretamente, essa pergunta. Claro que ele não tenta trazer soluções, mas apenas mostrar o que está errado nessa guerra contra as drogas. Entre os maiores desafios está justamente controlar o envolvimento de autoridades, policiais e agentes do Estado justamente dentro desse lucrativo negócio. Não é segredo que existem verdadeiros narcoestados, onde o poder está nas mãos dos grandes comerciantes de drogas. Afinal se há um mercado consumidor ávido por drogas haverá também quem as venda. O filme assim se sustenta nesse meio explosivo. Há um roteiro ao estilo mosaico (com ecos de Robert Altaman que Steven Soderbergh tentou se espelhar). Assim o filme vai mostrando várias histórias que parecem independentes entre si, mas que ao final se interligam. O clima é árido, seco, de certa maneira é um filme frio, muito duro. Não há nem espaço para mocinhos e bandidos, mas apenas para pessoas turvas que ora se beneficiam, ora se prejudicam por causa das drogas, que diga-se de passagem já dominou completamente a sociedade americana, indo desde os altos figurões da política até o mais rasteiro viciado que perambula pelas ruas atrás da próxima dose. Assista e tenha uma noção do caos que impera nesse assunto mais do que delicado. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Direção (Steven Soderbergh), Ator Coadjuvante (Benicio Del Toro), Roteiro Adaptado (Simon Moore, Stephen Gaghan) e Edição (Stephen Mirrione).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

A Torre Negra

Duas adaptações recentes da obra de Stephen King deram muito o que falar nesse ano. Primeiro tivemos "It: a Coisa" que fez um enorme sucesso de público e crítica. Com um orçamento até modesto de meros 30 milhões de dólares, o filme já faturou algo em torno de 600 milhões de dólares, se tornando assim o filme de terror mais bem sucedido da história (tirando do topo "O Exorcista"). Esse foi o sucesso de Stephen King nos cinemas esse ano, agora vamos falar de seu fracasso. "A Torre Negra" custou o dobro de "It" mas afundou nas bilheterias. Não conseguiu nem recuperar o investimento do estúdio em sua produção. Uma grande decepção.

Eu nunca li o livro original e fiquei realmente surpreso como ele é de fato muito juvenil e fantasioso. Deixando de lado o terror, sua especialidade, King resolveu apostar em um enredo que certamente não iria agradar a todo mundo. Só para situar o leitor: o filme mostra um universo paralelo, onde existe uma torre negra. Essa torre é responsável por proteger todo o universo. Sem ela os seres das sombras invadiram o nosso mundo e ceifariam toda a vida em nossa existência. Um garotinho normal de Nova Iorque tem visões sobre esse estranho universo. Ele desenha não apenas a Torre negra, mas os monstros e os seres que o habitam. Dito como um ser de luz ele logo passa a ser perseguido por Walter (Matthew McConaughey), um feiticeiro de magia negra, que quer usá-lo para destruir a tal torre.

Já deu para perceber pela leitura dessa sinopse que "A Torre Negra" é mais indicada para o público adolescente. Há muitos clichês envolvidos e esse universo estranho criado por Stephen King nem sempre funciona muito bem. Há um pistoleiro (que pelo visto veio direto do velho oeste) que passa a proteger o garotinho do feiticeiro, mas nada que faça muita diferença no final das contas. Penso que o problema desse filme nem tanto é culpa do diretor, dos roteiristas ou do produtor, mas sim do próprio material original criado por Stephen King que é inegavelmente de difícil assimilação, 

A Torre Negra (The Dark Tower, Estados Unidos, 2017)  Direção: Nikolaj Arcel / Roteiro: Akiva Goldsman, Jeff Pinkner, baseados na obra escrita por Stephen King / Elenco: Matthew McConaughey, Idris Elba, Tom Taylor, Dennis Haysbert / Sinopse: Garoto dito como um ser iluminado, de grande poder espiritual, passa a ser perseguido em nosso mundo por criaturas sombrias, entre elas um feiticeiro, que quer usá-lo para destruir a torre negra, que mantém o universo em equilíbrio e paz.

Pablo Aluísio.

A Chave do Sucesso

Título no Brasil: A Chave do Sucesso
Título Original: The Big Kahuna
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Franchise Pictures
Direção: John Swanbeck
Roteiro: Roger Rueff
Elenco: Kevin Spacey, Danny DeVito, Peter Facinell, Paul Dawson, Christopher Donahue, Frank L. Messina

Sinopse:
Baseado na peça teatral escrita por Roger Rueff, o filme mostra a história de três vendedores gananciosos que tentam de todas as formas vender seus produtos para compradores em potencial durante uma convenção de vendas em Nova Iorque. Para turbinar suas vendas vale tudo ou quase isso...

Comentários:
Esse filme tem uma estrutura bem teatral, até porque foi baseado numa peça encenada no circuito Off Broadway em Nova Iorque. De certa maneira é um enredo bem humano, mas ao mesmo tempo mordaz, mostrando que para garantir a sobrevivência esses vendedores estão dispostos a tudo! Claro que em um filme assim o mais importante seria o elenco. Ainda bem que temos aqui dois grandes atores em cena. Kevin Spacey, bom, todos já sabem, é um dos atores mais talentosos de sua geração (isso se não for o melhor mesmo!). Ele é ótimo para interpretar personagens com personalidades cínicas, venenosas. Na superfície um cara até bacana, boa praça, mas que por trás guarda as piores intenções, sempre pronto para puxar o tapete do próximo (mesmo que ele seja seu "amigo"). O outro excelente ator é Danny DeVito. Baixinho, gordinho, com praticamente tudo o que poderia lhe prejudicar como vendedor ele surge com várias cartas na manga para superar os concorrentes. Enfim, um bom filme, com argumento elaborado em cima do mundo corporativo. Um lugar que tem todo tipo de gente, menos santos!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Caçada Brutal

Não faz muito tempo que Stallone chamou Bruce Willis de preguiçoso. Deve ser verdade mesmo para que ele entre em filmes como esse. A premissa começa quando Will (Hayden Christensen) resolve levar seu filho, um garotinho, para caçar na floresta. Ele quer ensinar o garoto a atirar com um rifle (olha aí como os americanos criam amor pelas armas de fogo logo cedo na vida). Pois bem, durante a caçada, sem querer, pai e filho acabam testemunhando o assassinato de um homem. Mais do que isso, uma queima de arquivo envolvendo ladrões de bancos. Como se isso não fosse complicado o suficiente Will leva para casa um dos criminosos, que acabou de levar um tiro. Ao invés de chamar a polícia ele resolve tomar todas as decisões erradas que você possa imaginar. E aí vem a tal coisa, uma vez que mentiu para o xerife Howell (Willis) terá que inventar uma mentira atrás da outra para escapar das investigações policiais.

O roteiro desse thriller tem muitos furos. Algumas atitudes do personagem de Hayden Christensen não fazem o menor sentido prático. O xerife interpretado por Bruce Willis leva o espectador, desde o primeiro momento em que ele surge em cena, a desconfiar de suas reais intenções Afinal o sujeito tem um jeito e tanto de tira corrupto. E aí um dos trunfos do roteiro desabam logo, pois quando isso é revelado para o público não chega a ser necessariamente uma grande surpresa. É um filme mesmo com muitos clichês. Só a preguiça mesmo de Bruce Willis para justificar seu trabalho aqui pois ele tem poucas cenas, nenhuma muito boa. Ele se limita a fazer cara de mau no começo, para no final dar alguns tirinhos. No geral é de fato um filme que deixa bastante a desejar. Nada de muito relevante. Pode ser dispensado sem maiores problemas.

Caçada Brutal (First Kill, Estados Unidos, 2017) Direção: Steven C. Miller / Roteiro: Nick Gordon / Elenco: Bruce Willis, Hayden Christensen, Ty Shelton  / Sinopse: Durante uma caçada de fim de semana, pai e filho acabam sendo testemunhas de um assassinato no meio da floresta. O crime foi cometido por um acerto de contas entre criminosos, ladrões de bancos. O pai decide esconder tudo da polícia, mas o xerife da cidade (interpretado por Bruce Willis) começa a desconfiar cada vez mais dos acontecimentos e das versões do tal cidadão de bem, acima de qualquer suspeita.

Pablo Aluísio.

Amityville: O Despertar

Esse é o oitavo filme com a marca "Amityville". É uma franquia já bem antiga de terror. Provavelmente esse filme jamais seria lançado nos cinemas brasileiros, porém com o sucesso comercial de "It: A Coisa", as distribuidores resolveram apostar em seu potencial. Bom, se você é jovem e não sabe do que se trata, tudo começou com um crime bárbaro que aconteceu na década de 1970. Um rapaz chamado Ronald Joseph "Butch" DeFeo Jr matou seus pais, suas duas irmãs e seus dois irmãos mais jovens em uma noite de pura insanidade. Tudo aconteceu numa casa localizada na pequena e pacata cidadezinha de Amityville. Ele em seu julgamento disse ter sido possuído por um demônio durante os crimes. Depois disso a tragédia de Amityville virou produto pop. A casa ganhou fama de ser mal assombrada e vários livros e filmes foram lançados sobre o tema. Deles gosto bastante do segundo filme chamado "Terror em Amityville" (1982) que continua ainda imbatível dentro da franquia. O filme original "Horror em Amityville" (1979) também é bom e o remake lançado mais recentemente também chamado de "Horror Em Amityville" (2005) segura bem as pontas. Claro que dentro da franquia há filmes fracos, como o terceiro, mas no geral a série legou ao terror filmes que podem ser considerados até bons. É uma franquia que apesar dos anos passados sempre se mostrou interessante nas telas.

Agora temos esse novo exemplar, "Amityville: O Despertar". O roteiro aqui não se interessa em contar os eventos do massacre de 1974 (eles são apenas citados rapidamente no começo do filme) e tampouco tenta trazer quaisquer das histórias já contadas nos filmes anteriores. É uma reciclagem obviamente, mas procurando ser um pouco diferente. Na trama uma nova família se muda para a infame casa. É uma família formada apenas pela mãe, duas filhas e um filho que está em coma desde que caiu de um terraço anos antes. Assim que eles se mudam para lá começam eventos inexplicáveis, com a sensação de estarem sendo observados. Achei o filme em si bem simples, com roteiro sem maiores novidades. Apenas uma pequena reviravolta quase no final surge como algo novo. O elenco traz de volta Jennifer Jason Leigh, atriz muito conhecida nos anos 80, quando interpretava adolescentes com problemas emocionais. Fazia bastante tempo que havia assistido algum filme com ela. O jovem em coma é interpretado pelo ruivo Cameron Monaghan da série "Shameless". Outro veterano, Kurtwood Smith, surge em um pequeno papel como seu médico. O filme como um todo é simples, de curta duração. Dá alguns sustos, mas no quesito terror deixa a desejar, tendo baixo índice de cenas marcantes. Se você vem acompanhando a franquia "Amityville" há muitos anos vale até a pena acompanhar, mesmo sabendo que esse novo filme definitivamente não é lá grande coisa.

Amityville: O Despertar (Amityville: The Awakening, Estados Unidos, 2017) Direção: Franck Khalfoun / Roteiro: Franck Khalfoun / Elenco: Jennifer Jason Leigh, Cameron Monaghan, Bella Thorne, Mckenna Grace, Kurtwood Smith / Sinopse: Família se muda para o endereço da casa nº 112 da Ocean Avenue, Amityville, Nova York. No passado esse antiga casarão foi palco de um crime bárbaro onde um rapaz matou toda a sua família numa noite de insanidade e crime. Na nova residência a família logo percebe que há algo de muito errado em seus sinistros aposentos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Duelo de Titãs

Título no Brasil: Duelo de Titãs
Título Original: Remember the Titans
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Buena Vista Pictures
Direção: Boaz Yakin
Roteiro: Gregory Allen Howard
Elenco: Denzel Washington, Will Patton, Wood Harris, Ryan Gosling, Hayden Panettiere, Craig Kirkwood

Sinopse:
Desde sua fundação uma escola na Virginia, estado sulista dos Estados Unidos, somente admitiu alunos brancos. Com o avanço dos direitos civis naquele ano surgiram leis proibindo esse tipo de segregação racial. Assim alunos negros acabaram entrando na escola. Mais do que isso, um técnico de futebol negro, Herman Boone (Denzel Washington), acaba sendo contratado para dirigir a equipe da escola.

Comentários:
É até difícil de acreditar que o produtor Jerry Bruckheimer está por trás desse filme. Não tem robôs gigantes, nem explosões a cada minuto e nem um roteiro estúpido. Nem parece uma produção do dito cujo. Pois é, olhando-se para trás chegamos na conclusão que esse é certamente o melhor filme de sua carreira. De fato é mesmo um belo filme, que mexe com a velha questão racial nos Estados Unidos, algo que vai década, vem década e nunca parece ser superado. Claro que ter um excelente ator como Denzel Washington ajuda demais. Ele, como sempre, está muito digno em seu papel. Um treinador que não precisa apenas mostrar que é bom no campo, mas fora dele também. O fato de ser negro torna tudo terrivelmente complicado, pesado de superar. Sua história acaba sendo uma lição de vida, não apenas para seus alunos (brancos e negros), mas para toda a comunidade. Esse tipo de drama esportivo sempre compensa, mesmo que você não entenda absolutamente nada de futebol americano. Infelizmente filmes sobre esse esporte no Brasil nunca fazem sucesso, justamente por essa razão. Ignore e procure se concentrar na história, que é certamente o mais importante nesse filme socialmente muito consciente. Vale realmente a pena assistir. 

Pablo Aluísio.

O Corpo

Título no Brasil: O Corpo
Título Original: The Body
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Pictures
Direção: Jonas McCord
Roteiro: Jonas McCord
Elenco: Antonio Banderas, Olivia Williams, John Shrapnel, Derek Jacobi, Jason Flemyng, John Wood

Sinopse:
Durante uma escavação arqueológica em Israel, restos mortais são encontrados. Eles datam do século I e mostram sinais de que o homem cujos ossos lhe pertenceram foi crucificado pelos romanos, que na época dominavam a região. Seria o corpo de Jesus de Nazaré? Assim que a descoberta é anunciada começa uma grande conspiração para encobrir tudo.

Comentários:
A premissa é até muito interessante, mas infelizmente o filme nunca decola. Muitos vão pegar certas semelhanças entre a trama desse filme e os livros escritos por Dan Brown, em especial "O Código Da Vinci" que foi lançado justamente dois anos depois. Plágio? Não chega a tanto, embora o feeling seja exatamente o mesmo. Velhas lendas do passado que vão ganhando ares de verdade histórica com as descobertas da arqueologia moderna. Claro que tudo não passa de pseudociência, sendo apenas cultura pop (para alguns, mera bobagem), porém quando bem escritas até que divertem. Pena que esse "The Body" falha justamente nesse aspecto. Como simples cultura pop não consegue divertir e nem se mostrar muito inteligente do ponto de vista histórico. Os buracos no roteiro estão em toda parte, o que acaba comprometendo o resultado final. Já sob uma análise puramente cinematográfica a única coisa que se destaca é o conjunto das belas locações, pois o filme foi todo rodado em Jerusalém, com belas tomadas de cena na milenar cidade de Israel. A cidade eterna, Roma, também surge espetacular na tela, com suas belas igrejas e monumentos igualmente seculares. Assim a fotografia acabou salvando o filme do desastre completo. Fora isso, nada de muito relevante para a sétima arte. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O Observador

Título no Brasil: O Observador
Título Original: The Watcher
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joe Charbanic
Roteiro: Darcy Meyers, David Elliot
Elenco: James Spader, Keanu Reeves, Marisa Tomei, Ernie Hudson, Chris Ellis, Robert Cicchini

Sinopse:
David Allen Griffin (Reeves) é um serial killer calculista e frio que mata suas vítimas após planejar bem seus crimes. Seu método se torna um problema para o FBI que não consegue prendê-lo. Frustrado, o agente especial Joel Campbell (James Spader) decide abandonar o caso, se mudando para outra cidade. Para sua surpresa o assassino o segue, enviando fotos de suas novas vítimas. Ele quer iniciar um jogo mortal com Campbell.

Comentários:
Bom thriller de suspense, praticamente uma produção B (custo meros 30 milhões de dólares apenas), que conta com um ótimo elenco. Aqui os produtores resolveram inverter os papéis. Inicialmente o assassino em série seria interpretado por James Spader, afinal ele vinha de uma longa lista de personagens malvados, desde os tempos dos primeiros filmes adolescentes que rodou com John Hughes. Já Keanu Reeves sempre construiu sua carreira interpretando o mocinho. Pois bem, o diretor Joe Charbanic acabou trocando as bolas, colocando Reeves como o assassino e Spader como o agente do FBI que parece disposto a tudo para colocá-lo atrás das grades, se possível até tentando uma pena de morte para o serial killer (coisa que seria muito justa aliás). De forma em geral gostei bastante desse filme. O roteiro é todo bem construído e com uma duração adequada, nunca cai no tédio. Para você que é fã de James Spader nessa sua nova fase na carreira, onde tem estrelado o sucesso da série "The Blacklist" (Lista Negra), fica a dica desse suspense, dos tempos em que ele ainda tinha muito cabelo (já que talento o Spader sempre teve de sobra!).

Pablo Aluísio.

Procura-se uma Noiva

Título no Brasil: Procura-se uma Noiva
Título Original: The Bachelor
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Gary Sinyor
Roteiro: Roi Cooper Megrue, Jean C. Havez
Elenco: Renée Zellweger, Chris O'Donnell, Peter Ustinov, Mariah Carey, Brooke Shields, Artie Lange

Sinopse:
Para não perder uma herança fabulosa, Jimmie Shannon (Chris O'Donnell) precisa desesperadamente arranjar uma noiva, mesmo estando apaixonado por Anne Arden (Renée Zellweger), a garota certa para ele se casar, mas que enfrenta problemas em seu relacionamento mais do que complicado.

Comentários:
Não há muito o que esperar de comédias românticas americanas. Geralmente elas são bem bobinhas, até porque o romantismo disfarçado de humor não nega suas origens mais piegas. Dentro do grande gênero em que se classificam todas as comédias românticas existe ainda um nicho muito específico sobre casamentos e noivas. Esses filmes geralmente conseguem se tornar ainda piores do que as mais comuns. Esse "Procura-se uma Noiva" vai bem por esse caminho. O filme só não é um desperdício completo de tempo e dinheiro porque tem Renée Zellweger ainda em sua fase mais gracinha, quando ela ainda mantinha seu rosto natural, bem antes de estragar tudo com um monte de plásticas mal sucedidas. O "Robin" Chris O'Donnell não acrescenta muito, até porque sempre o achei muito genérico. Melhor é o elenco de apoio que conta com veteranos como Peter Ustinov e a eterna adolescente de "A Lagoa Azul" Brooke Shields (aquele tipo de mulher que sempre é bonita, mesmo com os anos passados). Ah e antes que me esqueça a cantora  Mariah Carey também tem uma pontinha, algo que vai agradar suas fãs mais ardorosas. Então é isso, uma comédia romântica sobre casamentos, tão descartável como bolo de noiva feito em padaria.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de outubro de 2017

Refém do Silêncio

Título no Brasil: Refém do Silêncio
Título Original: Don't Say a Word
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Regency Enterprises, Village Roadshow Pictures
Direção: Gary Fleder
Roteiro: Anthony Peckham
Elenco: Michael Douglas, Sean Bean, Brittany Murphy, Skye McCole Bartusiak, Jennifer Esposito, Shawn Doyle

Sinopse:
Dr. Nathan R. Conrad (Michael Douglas) é um conceituado terapeuta que precisa fazer uma paciente voltar a falar após ficar 10 anos sem emitir uma palavra. Acontece que sua filha foi sequestrada por uma quadrilha que poupará sua vida, caso o médico consiga o código que eles procuram. A única pessoa que sabe o código é justamente a paciente do Dr. Conrad.

Comentários:
O ator Michael Douglas sempre foi conhecido por escolher bem os roteiros de seus filmes. Douglas certamente pode ter muitos defeitos, mas não o de não saber exatamente o que o público quer ver nos cinemas. Durante muito tempo ele acertou em cheio, porém também deu seus tropeços. Esse thriller de suspense não foi exatamente um fracasso comercial, mas também não faturou nas bilheterias o valor que Douglas (que foi produtor do filme) pretendia. No final das contas mal se pagou, deixando um lucro mínimo para o estúdio. De fato não vejo aqui um grande filme. Esses roteiros mirabolantes demais, com aquela fórmula que consegue resumir todo o enredo de um filme apenas numa frase, nunca chegaram a me convencer. Mesmo que tenha sido baseado no livro escrito por Andrew Klavan, o fato é que não funcionou muito bem na tela. É a tal coisa, nem sempre o que dá certo nas páginas de um livro consegue convencer numa adaptação para as telas de cinema. Muitas vezes esse tipo de transição soa forçada demais. É justamente o que aconteceu nesse "Don't Say a Word".

Pablo Aluísio.