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terça-feira, 25 de abril de 2023

Ágil no Gatilho

Título no Brasil: Ágil no Gatilho
Título Original: Top Gun
Ano de Lançamento: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Fame Pictures
Direção: Ray Nazarro
Roteiro: Steve Fisher, Richard Schayer
Elenco: Sterling Hayden, Rod Taylor, William Bishop, Karin Booth, James Millican, Regis Toomey

Sinopse:
O pistoleiro Rick Martin (Sterling Hayden) retorna à sua cidade natal no Wyoming, para saber do destino de sua mãe e alertar a cidade sobre um ataque iminente da gangue de Tom Quentin. Os habitantes da cidade, entretanto, o rejeitam, com medo de que seu passado de pistoleiro cause novos problemas. Rick então descobre que sua mãe não morreu de alguma doença, mas que foi assassinada, e ele passa a suspeitar do principal figurão da cidade - um homem agora noivo da mulher que ele ama.

Comentários:
A primeira curiosidade é que esse filme originalmente se chama "Top Gun". Obviamente nada tem a ver com os filmes estrelados por Tom Cruise décadas depois. Na realidade é um bom faroeste com orçamento modesto, mas que ao mesmo tempo apresenta um roteiro que trata de temas bem caros para a mitologia do western. O protagonista ficou alguns anos na prisão e quando retorna para a sua cidade natal passa a ser hostilizado por moradores. Por ser ex-presidiário sofre o estigma dessa situação. Só que ele pagou seu crime na prisão e merece uma segunda chance. Pior do que isso, ele descobre que sua mãe foi morta provavelmente pelo homem que posa de cidadão modelo, tipo conservador, cidadão de bem. No fundo não passa de um criminoso hipócrita e oportunista. Conhecemos bem o tipo. O filme foi rodado em preto e branco e em minha opinião tem uma bela fotografia. Recomendo esse faroeste para quem aprecia filmes do gênero dos anos 50. É bem na média do que era feito naquela época. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Duelo em Monterey

Dois assaltantes e bandoleiros acabam se desentendendo após mais um assalto a ferrovia. Um deles chamado Jay Turner diz que vai abandonar o mundo do crime. Já tem o dinheiro suficiente para começar uma nova vida. Isso irrita profundamente o outro criminoso, Max Reno. Em um momento de distração, Turner acaba sendo atingido pelas costas por um tiro dado por Reno. Ele faz isso por covardia e ganância. Ao atingir seu parceiro de crime, ele rouba seu dinheiro e foge. Turner fica agonizando na praia. Acaba sendo salvo por uma moradora da região e se apaixona por ela. O tempo passa e ele decide ir atrás de Reno em busca de vingança. Procura por várias cidades e acaba o encontrando em uma pequena cidade do velho Oeste, onde ele se tornou o dono de um saloon. Reno pensa que Turner foi morto, que não há volta, mas fica surpreso quando o reencontra em seu próprio salão de jogos. Turner assume outra identidade, e se diz ser um jogador profissional do Texas. Uma grande farsa é montada e a vingança vai sendo arquitetada aos poucos. 

Um filme B de curta duração, quase sendo uma produção de média metragem. Mal chegando a 70 minutos. É o que se pode chamar de um típico filme de matinê daquela época. Um faroeste com uma história simples e também com a produção bem modesta. O que salva hoje em dia um filme como esse é a força da nostalgia vintage. A fotografia em preto e branco e o roteiro mantém o interesse, mas o filme realmente não é grande coisa. Uma história de vingança entre dois bandidos, algo que seria explorado à exaustão pelo cinema italiano anos depois. Ainda assim, funciona, se você for fã de faroeste e não for muito exigente em termos cinematográficos.

Duelo em Monterey (Gun Battle at Monterey, Estados Unidos, 1957) Direção: Sidney Franklin Jr, Carl K. Hittleman / Roteiro: Lawrence Resner / Elenco: Sterling Hayden, Pamela Duncan,Ted de Corsia / Sinopse: Dois criminosos precisam acertar contas com o passado. Filme atualmente em exibição na grade de programação do canal Telecine Cult.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Lágrimas Amargas

Clássico do cinema, produzido na década de 1950 e estrelado pela atriz Bette Davis. A história é bem interessante. Um drama com toques autobiográficos, o filme "Lágrimas Amargas" narra a vida de Margie (Bette Davis), uma atriz que foi estrela no passado, mas que agora enfrenta muitos problemas em sua vida pessoal e profissional. Os estúdios já não mais a procuram para participar do elenco de seus filmes. Ela se torna uma profissional do passado que ninguém mais quer contratar. Os trabalhos que aparecem são indignos e sem dinheiro ela acaba indo morar em um pequeno apartamento muito simples, nada adequado com sua vida de luxo do passado. Para piorar, Margie procura afogar suas decepções com a bebida e acaba indo presa. Sua filha Gretchen (Wood) também não tem como lhe ajudar pois é uma jovem que já tem seus próprios problemas pessoais. De volta à liberdade, Margie decide que é hora de mudar sua vida de uma vez por todas.

Bette Davis foi uma das grandes personalidades da história do cinema americano. Ela ousou romper com o chamado Star System e procurou construir uma carreira independente e corajosa. Por ser uma mulher de atitude, enfrentou vários problemas, inclusive a falta de convites para fazer mais filmes, talvez por essa razão esse "Lágrimas Amargas" seja tão essencial para os cinéfilos entenderem quem realmente foi Bette Davis. Ela própria passaria por situações semelhantes em sua vida profissional. Vencedora do Oscar, não se importou em publicar nos classificados de um jornal de Los Angeles um anúncio em busca de trabalho. O Oscar que ela venceu inclusive é usado numa das cenas desse filme.

Não conheço nenhum outro filme da filmografia de Davis que seja tão simbólico como esse. É praticamente uma biografia da mulher corajosa e valente que ela foi em vida. Já para os que são fãs da eterna Natalie Wood, a produção tem um brinde a mais, sua participação no elenco como a filha de Bette Davis. Segundo consta, ela teria sofrido um pequeno acidente nas filmagens que quase lhe causou seu afogamento. Isso criou um trauma que lhe seguiu pelo resto da vida. Tragicamente ela morreria afogada décadas depois após um acidente até hoje mal explicado em um barco, durante suas férias ao lado do marido Robert Wagner. Fica então nossa dica de filme clássico do dia, o edificante "Lágrimas Amargas". Não deixe de assistir.

Lágrimas Amargas (The Star, Estados Unidos, 1952) Estúdio: 20th Century Fox / Direção: Stuart Heisler / Roteiro: Dale Eunson, Katherine Albert / Elenco: Bette Davis, Sterling Hayden, Natalie Wood, Warner Anderson / Sinopse: Margaret Elliot (Davis) é uma atriz que no passado foi uma estrela em Hollywood. Agora, mais velha e com problemas envolvendo alcoolismo, ela amarga um injusto ostracismo em sua vida. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz (Bette Davis).

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de outubro de 2020

Meu Ofício é Matar

A pequena cidade de Suddenly é das mais pacatas do meio oeste dos Estados Unidos. Há muitos anos nenhum crime mais sério é registrado, talvez por isso o principal passatempo do xerife local seja tentar conquistar o afeto da jovem viúva Ellen Benson (Nancy Gates). Seu marido morreu na segunda guerra e ela ficou sozinha para criar seu único filho. Morando com seu pai, um veterano do serviço secreto, numa casa localizada em uma colina bem em frente à estação de trem, ela, por enquanto, não deseja mesmo se envolver romanticamente com ninguém. A rotina sossegada da cidadezinha muda porém quando o xerife Tod Shaw (Sterling Hayden) é informado que o presidente dos Estados Unidos chegará na estação local para passar alguns dias de folga. Ele pretende pescar e desfrutar da tranquilidade local. Isso obviamente muda completamente a rotina dos moradores. Agentes do serviço secreto e membros da polícia estadual logo tomam as ruas para garantir a segurança do presidente. Até mesmo a casa de Ellen é visitada por supostos agentes do FBI. Liderados por John Baron (Frank Sinatra) eles entram em sua casa dizendo-se membros da segurança do presidente. O que a família de Ellen não sabe é que na verdade são assassinos profissionais que estão ali justamente para matar o presidente. A localização da casa, bem em frente ao local onde o presidente desembarcará de seu trem é perfeita para um tiro de longa distância dado por Baron.

"Meu Ofício é Matar" surpreende por vários aspectos. Muitos anos antes do assassinato do presidente JFK, o roteiro antecipa várias coisas que aconteceriam com Kennedy. O atirador que almeja matar o presidente, interpretado muito bem por Frank Sinatra, era, assim como Lee Oswald, o assassino de JFK, um veterano das forças armadas. O uso de uma janela, acima de qualquer suspeita, para a colocação de um rifle de alta precisão também é similar ao que aconteceria na vida real anos depois. O grande diferencial porém é que Oswald conseguiu uma certa tranquilidade em seu local de tiro (um armazém de livros em Dallas) enquanto o personagem de Sinatra teve que lidar com várias pessoas dentro da casa de Ellen, tendo que se preocupar não apenas em atirar de forma certeira no presidente, mas também administrar seus reféns.

Frank Sinatra está muito bem como o atirador, o assassino profissional contratado para o serviço de sua vida. Afinal matar um presidente dos Estados Unidos não era algo fácil de fazer. Com ares de delírio o personagem de Sinatra se mostra um psicopata perigoso e cruel. O curioso é que o roteiro glorifica os esforços das pessoas que estão feitas reféns dentro da casa para evitar a morte do presidente. O desfecho assim é dos mais interessantes. Gostei muito desse filme. Diria até que foi um dos melhores filmes que assisti com Frank Sinatra. Assim deixo a recomendação desse surpreendente "Meu Ofício é Matar", um filme que antecipou em quase dez anos o que aconteceria na morte de um dos mais populares e marcantes presidentes da história americana.

Meu Ofício é Matar (Suddenly, Estados Unidos, 1954) Direção: Lewis Allen / Roteiro: Richard Sale / Elenco: Frank Sinatra, Sterling Hayden, James Gleason, Nancy Gates / Sinopse: Durante a visita do presidente dos Estados Unidos a uma pequena cidadezinha, um grupo de assassinos profissionais toma de refém uma família para da janela de sua casa mirar e acertar o líder americano assim que ele descer de seu trem.

Pablo Aluísio.


sábado, 3 de junho de 2006

Flechas em Chamas

Título no Brasil: Flechas em Chamas
Título Original: Arrow in the Dust
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: Don Martin, L.L. Foreman
Elenco: Sterling Hayden, Coleen Gray, Keith Larsen, Tom Tully, Jimmy Wakely, Tudor Owen

Sinopse:
Bart Laish (Sterling Hayden) decide desertar do exército americano. Para isso sobe em um vagão de trem. Na jornada acaba assumindo o comando de um oficial da cavalaria que está morto, por causa dos ferimentos causados por um ataque de índios. E nessa nova posição precisa liderar um grupo de homens no meio do velho oeste, tudo sob ataque de nativos.

Comentários:
O ator Sterling Hayden foi até bem conhecido dos fãs de faroeste na década de 1950. Isso porque ele estrelou uma série de filmes B, de pequenos estúdios de cinema em Hollywood. Um dessas companhias cinematográficas era a Allied Artists que iria à falência na década seguinte. Nessa produção modesta temos um protagonista diferente. Ao invés de ser o homem do oeste íntegro e corajoso, surge aqui um desertor, que nos tradicionais filmes de western sempre era retratado como um covarde. Só que esse desertor acaba entrando numa situação surreal ao ter que em determinado momento liderar um grupo de soldados da cavalaria. Que ironia! Para quem queria fugir do exército... o destino lhe deu uma rasteira. O filme é um bang-bang de rotina, inclusive foi criticado na época de seu lançamento por ser um tanto genérico. Mesmo assim vale por alguns bons momentos. Sterling Hayden não era um grande astro de cinema, mas conseguia segurar bem filmes como esse. Enfim, um faroeste B que vale a matinê.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Johnny Guitar

François Truffaut definiu "Johnny Guitar" como "um filme onde os cowboys desmaiam e morrem como uma bailarina". Recebido friamente em seu lançamento o filme foi ao longo das décadas ganhando cada vez mais status, principalmente pela visão revisionista de críticos e grande teóricos da sétima arte como Truffaut. O enredo é de certa forma banal, mostrando a luta de duas mulheres pelo mesmo homem, ao mesmo tempo em que chega na cidadezinha um forasteiro, conhecido apenas como Johnny Guitar (Sterling Hayden). Mas o que transformou Johnny Guitar em um cult movie? Para muitos seria a presença de um elenco maravilhoso, a começar pela diva e estrela Joan Crawford. Atriz de presença forte e marcante, ela certamente roubou muito da atenção do filme para si, mostrando porque se tornou uma das grandes stars da era de ouro em Hollywood.

Para outros "Johnny Guitar" se tornou marcante por causa da direção brilhante e diferenciada do "maestro da sétima arte" Nicholas Ray. Nesse sentido ele imprime uma situação curiosa no filme, pois abraça certamente todos os clichês do gênero ao mesmo tempo os eleva a um patamar de pura arte, como bem definiu  François Truffaut, mostrando que de uma forma ou outra, o filme é na verdade um louvor ao western como linguagem cinematográfica. De fato o filme apresenta vários inovações tecnológicas, entre elas o uso do chamado Trucolor, um sistema de cores do estúdio Republic, que hoje em dia já não existe mais. Assim se você estiver em busca de um western realmente histórico, cultuado por críticos de sua época, fica a dica de "Johnny Guitar", uma produção que se propõe a ser diferente, embora no fundo consagre todos os grandes dogmas do estilo western.

Johnny Guitar (Johnny Guitar, Estados Unidos,1954) Direção: Nicholas Ray / Roteiro: Philip Yordan, Roy Chanslor / Elenco: Joan Crawford, Sterling Hayden, Mercedes McCambridge / Sinopse: Uma dona de saloon no velho oeste é acusada injustamente de roubo e assassinato ao mesmo tempo em que tenta lidar com seus sentimentos e vida amorosa. Filme indicado pelo Cahiers du Cinéma na categoria de melhor filme do ano de 1954.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de março de 2006

Abrindo Horizontes

Faroeste B da companhia cinematográfica Allied Artists Pictures. Essa empresa, que já não existe mais, começou distribuindo filmes pelo interior dos Estados Unidos e depois que alcançou grande sucesso nessa atividade começou a produzir seus próprios filmes. Nessa nova função chegou a produzir quase 150 filmes, quando problemas financeiros a levaram à falência. Suas produções tinham pequenos orçamentos, geralmente com nomes de segundo escalão em Hollywood, mas que conseguiam levar público em cinemas dos rincões das cidades do interior do país, geralmente nos cinemas do tipo drive-in, em programação dupla, onde o espectador pagava uma entrada para assistir a dois filmes.

“Abrindo Horizontes” fez parte desse tipo de pacote. Estrelado pelo ator cowboy Sterling Hayden, o filme de baixo orçamento se dava ao luxo de surgir nas telas em cores (technicolor), um luxo para filmes de western B da época como esse. Sterling Hayden era um ator bem limitado, ainda mais nesse ano em que trabalhou nesse filme, pois não passava de um aspirante ao estrelado. Nunca o achei bom ator, Ficava bem abaixo até mesmo de outros atores do gênero. De um jeito ou outro, conseguiria estrelar com êxito um ano depois o clássico “Johnny Guitar” onde interpretava justamente o próprio protagonista chamado Johnny “Guitar” Logan. Esse seria o grande filme de sua carreira. Também seria o único que ganharia o status de cult movie.

Nesse “Abrindo os Horizontes” ele interpreta um oficial do exército americano que se disfarça de engenheiro para ajudar a companhia ferroviária que está construindo uma linha entre o Kansas e o Pacífico. Por essa razão o filme tem o título original de “Kansas Pacific”, justamente o nome da ferrovia em questão. A construção era inevitavelmente alvo de ataques por parte de sulistas que viam a neutralidade do Kansas como um afronta aos interesses dos estados americanos confederados. De ataque em ataque, eles foram minando os trabalhos pois ninguém mais desejava trabalhar na ferrovia com medo de ser morto em algum atentado.

Assim o Capitão Nelson (Hayden) é enviado para a região para dar proteção e segurança aos trabalhadores. O filme é pequeno, quase um média metragem (meros 72 minutos de duração) e se parece demais com um outro filme de Randolph Scott chamado “Devastando Caminhos” de 1949. Plágio? Não diria que chegaria a tanto, apenas um “reciclagem” de ideias por parte da Allied. De qualquer modo, por ser tão curto e com enredo tão redondinho, passa longe de aborrecer alguém. No fundo é uma boa oportunidade de conhecer um típico faroeste da Aliied Artists. E pensar que a juventude da década de 1950 ia para os cinemas drive-in naquela época para namorar e acompanhar faroestes desse tipo.

Abrindo Horizontes (Kansas Pacific, Estados Unidos, 1953) Direção: Ray Nazarro / Roteiro: Daniel B. Ullman / Elenco: Sterling Hayden, Eve Miller, Burton MacLane, Harry Shannon / Sinopse: Capitão do exército americano é enviado para o Kansas para ajudar na proteção dos trabalhadores que estão construindo uma importante ferrovia. Os trabalhos são alvos de vários ataques promovidos por confederados que desejam a guerra entre norte e sul.

Pablo Aluísio.