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domingo, 21 de setembro de 2014

O Álamo

Título no Brasil: O Álamo
Título Original: The Alamo
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Wayne
Roteiro: James Edward Grant
Elenco: John Wayne, Richard Widmark, Laurence Harvey, Frankie Avalon

Sinopse:
Durante o ano de 1836 cresce o sentimento de separação do Texas do México. A intenção dos revolucionários é transformar o isolado estado em uma República independente. Para destruir o foco rebelde o governo mexicano envia um formidável exército de repressão comandado pelo general Santa Anna. Para resistir a invasão se insurge um pequeno mas valente grupo de homens no Álamo. Formado por soldados de carreira, voluntários e americanos do Tennessee liderados pelo coronel Davy Crockett (John Wayne) eles resolvem ficar no local para enfrentar bravamente o inimigo. Filme indicado aos Oscars de Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Música e Melhor Ator Coadjuvante (Chill Wills). Filme vencedor do Oscar de Melhor Som. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Sonora Original (Dimitri Tiomkin).

Comentários:
Ao longo da carreira John Wayne dirigiu oficialmente apenas dois filmes, esse "O Álamo" e "Os Boinas Verdes" em 1968. De maneira não creditada ainda participou como co-diretor de "Rota Sangrenta" de 1955, "Os Comancheros" de 1961 (quando o diretor Michael Curtiz ficou doente demais para finalizar o filme) e por fim "Jake Grandão" de 1971. Em todas essas produções Wayne não fez feio como cineasta, muito pelo contrário, sempre pareceu tomar todas as decisões corretas. De todos os que assinou a direção nenhum foi tão pessoal quanto esse ousado faroeste de 1960. A intenção era recriar em cores épicas o famoso combate pela luta do forte Álamo (na verdade uma missão abandonada) no Texas. O evento histórico até hoje é celebrado no estado da rosa amarela justamente por ter sido um exemplo da bravura e orgulho do homem texano, que se recusou a se render mesmo diante de um poderoso exército mexicano que estava ali para garantir que o Texas continuasse a ser parte do México. No total o Álamo contava com apenas 185 homens que lutaram de forma corajosa contra mais de sete mil soldados sob comando do generalíssimo Santa Anna. Vale a pena ressaltar a coragem de John Wayne em algumas decisões que tomou ao rodar essa produção. A primeira delas foi o comprometimento com a história, evitando se render a meras concessões comerciais. Isso fez com que Wayne rodasse um filme longo, com duas horas e quarenta minutos de duração. 

Como bem sabemos filmes longos demais vendem menos ingressos pois ganham menos sessões de cinema durante o dia. Isso porém não depõe contra o resultado final, pois o filme jamais se torna pesado ou cansativo de assistir. O importante é que Wayne quis contar sua história da forma correta, sem perder nenhum detalhe histórico importante. A boa notícia é que seu objetivo foi alcançado. No desenrolar da trama também podemos notar que o cineasta John Wayne trouxe para a película muita coisa que aprendeu ao trabalhar ao lado de grandes diretores em sua carreira. A influência mais notável vem de John Ford. Wayne tenta recriar na tela pequenas nuances e detalhes que eram muito presentes na obra de Ford. Obviamente não consegue o mesmo impacto, até por falta de maior experiência atrás das câmeras, mas se sai muito bem. Assim "The Alamo" é uma prova que se quisesse, John Wayne poderia ter tido também uma bela carreira como diretor. Infelizmente o ator achava que dirigir trazia muita pressão, responsabilidades e riscos e por isso preferiu seguir trabalhando apenas como ator, atuando em seus bons e velhos faroestes. Uma pena, se tivesse seguido certamente teríamos por aí algumas pequenas jóias cinematográficas como esse "O Álamo".

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Almas Desesperadas

Esse foi um filme feito pela atriz Marilyn Monroe antes dela se tornar uma das maiores estrelas da história de Hollywood. Na época Marilyn era apenas uma garota bonita com um certo potencial. Uma starlet. E o mais interessante de tudo é que ela se saiu muito bem como atriz, sem apelar tanto para seu Sex Appeal. Claro, sua beleza e sensualidade natural sempre iriam chamar a atenção, mas esse não foi o foco do filme em si. A trama é engenhosa. Um casal deixa sua pequena filha aos cuidados da sobrinha do ascensorista do hotel onde estão hospedados. O problema é que a nova babá, chamada Nell Forbes (Marilyn Monroe), sofre de graves problemas psicológicos e mentais. A aproximação de um outro hóspede, Jed Towers (Richard Widmark), na vida de Nell só piora ainda mais a situação. Com isso a situação que já era delicada, se torna explosiva e altamente perigosa.

"Almas Desesperadas" foi o primeiro filme em que Marilyn Monroe realmente se destacou, surgindo com um papel importante. Até aquele momento ela se resumia a fazer papéis pequenos, sem grande importância. A maioria deles apenas aproveitando de sua beleza. Tudo muda aqui. Marilyn Monroe está em praticamente todas as cenas de um roteiro que se passa quase em tempo real, todo em uma só noite, dentro de um quarto de hotel. Muitos biógrafos e críticos afirmam que o papel da babysitter mentalmente perturbada era muito forte para uma Marilyn Monroe ainda tão jovem e inexperiente. De fato, não deve ter sido nada fácil interpretar um personagem assim com apenas 26 anos de idade, mas sinceramente discordo dos que criticam a atuação da atriz nesse filme. Achei sua atuação muito digna e correta. Marilyn, em nenhum momento, cai no exagero ou na caricatura. Para uma jovem estrela, sem muita experiência dramática, devo dizer que ela se saiu extremamente bem. O filme só funcionaria se Marilyn atuasse de forma satisfatória - e ela fez isso, com muita garra e sensibilidade, tenham certeza.

E como poderíamos definir esse filme? "Almas Desesperadas" é, em essência, um drama com toques de suspense e tensão. Quase cinema noir. A estrutura narrativa inclusive lembra uma peça de teatro. Os personagens estão concentrados em um ambiente fechado, dentro de uma situação limite. Poderia ter ficado pesado e chato, mas não, o filme se desenvolve muito bem em seus curtos 76 minutos. Richard Widmark segue a trilha da boa atuação de Marilyn Monroe e desfila elegância e charme durante as cenas. Aliás seu figurino chama bem a atenção pois revela a moda masculina na primeira metade dos anos 1950 com ternos enormes, folgadões, que alguns anos depois viriam a virar moda novamente. E ele era certamente o ator ideal para atuar nesse tipo de papel. Geralmente interpretava personagens que eram anti-heróis ou vilões assumidos. Nunca foi um ator de papéis de sujeitos bonzinhos ao longo de toda a sua carreira.

Para uma produção B da Fox, achei tudo de bom gosto. O hotel onde se passa a estória foi bem recriado e os demais figurinos são bonitos. E por falar em beleza, Marilyn estava linda, maravilhosa na época. Ainda com o frescor da juventude ela fotografou muito bem nas cenas. Com cabelos mais escuros que o normal, os fãs da atriz foram presenteados com vários closes de seu rosto inesquecível. Mesmo fazendo papel de maluquinha sua sensualidade acabou explodindo em cada tomada. Não foi à toa que ela se tornou um dos grandes símbolos sexuais do século XX. Embora seu papel não fosse essencialmente sensual, ela o tornava assim naturalmente. A Fox inclusive investiu bem nisso, a começar pelo poster do filme explorando a sensualidade de Marilyn de forma bem ostensiva e descarada. Em conclusão podemos afirmar que "Almas Desesperadas" não decepciona. É um registro histórico da ascensão de um dos maiores mitos da história do cinema! Só isso já o torna obrigatório.

Almas Desesperadas (Don't Bother to Knock, Estados Unidos, 1953) Direção: Roy Ward Baker / Roteiro: Daniel Taradash baseado na novela de Charlotte Armstrong / Elenco: Richard Widmark, Marilyn Monroe, Anne Bancroft, Donna Corcoran, Jeanne Cagney / Sinopse: Casal que vai a um jantar de gala contrata jovem babá chamada Nell Forbes (Marilyn Monroe) para cuidar de sua filhinha. A babá é sobrinha do ascensorista do hotel e desde que seu namorado morreu na guerra sofre de crises mentais. E esse se torna o grande problema daquela noite.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de abril de 2007

Capitães do Mar

Apesar do título e de grande parte de sua história se passar em alto mar, esse filme é mais centrado na relação de um avô com seu neto, do que propriamente ser um filme de aventura. O capitão Bering Joy (interpretado pelo ótimo ator Lionel Barrymore) é um velho lobo do mar. Ele é bisneto de marinheiros, então a tradição do mar em sua família é algo que vem de gerações. Comandando um navio baleeiro ele viaja até o Atlântico Sul em busca de baleias, cujo produto mais precioso era justamente seu óleo, algo que deu origem a uma verdadeira indústria no século XVIII. No navio viajam ao seu lado seu pequeno neto, apenas um garotinho (interpretado por Dean Stockwell quando tinha apenas 10 anos de idade!) e um jovem imediato, com formação universitária, interpretado pelo sempre competente Richard Widmark.

Claro que no meio do oceano o velho capitão vai enfrentar diversos desafios, inclusive uma perigosa batida contra um iceberg, porém nem isso o impede de tentar formar o cárater de seu jovem neto. O menino está na tripulação e o seu avô quer acima de tudo lhe ensinar os segredos dos sete mares. Outro ponto interessante do roteiro vem do choque de gerações que surge entre o velho capitão e seu imediato no comando. Enquanto o veterano acredita em seus escolhas baseadas na velha escola, o novo auxiliar pretende aplicar o que aprendeu na universidade e isso significava ter uma visão mais baseada na ciência. Enfim, um belo filme, muito bem produzido e centrando força no desenvolvimento de todos os personagens, todos bem humanos e bem escritos nesse caprichado roteiro.

Capitães do Mar (Down to the Sea in Ships, Estados Unidos, 1949) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: John Lee Mahin / Elenco: Richard Widmark, Lionel Barrymore, Dean Stockwell / Sinopse: Um velho capitão, seu neto e um jovem imediato, partem em um navio para o Oceano com o objetivo de caçar baleias. E nessa jornada aprendem não apenas sobre a arte da navegação, mas também sobre relações humanas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

William Holden - Alvarez Kelly

Tenente Kelly (1966) - O ator William Holden já estava bem abatido por seus problemas com alcoolismo quando entrou no set de filmagens de "Tenente Kelly", faroeste lançado em 1966. Mesmo assim ainda continuava a ser um excelente ator, que cumpria suas obrigações com o estúdio. No filme ele interpreta um comerciante que vende provisões e bens para o exército da União durante a guerra civil e que acaba caindo nas mãos dos confederados - o exército sulista, a favor da manutenção da escravidão.

O vilão é justamente um oficial confederado, interpretado pelo também ótimo Richard Widmark. Seu objetivo é acabar com a dita retaguarda de abastecimento dos "casacos azuis", ou seja, os nortistas, o exército de Lincoln. O filme tem ótimas cenas e um clímax realmente muito bom. O diretor Edward Dmytryk era um cineasta veterano, muito competente nesse tipo de produção. Um western de primeira linha, realizado já em uma fase de crepúsculo do gênero, uma vez que as bilheterias cada vez mais modestas começavam a afastar os grandes estúdios de cinema desse tipo de faroeste.

Tenente Kelly
(Alvarez Kelly, Estados Unidos, 1966)
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: Franklin Coen
Elenco: William Holden, Richard Widmark, Janice Rule

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Spencer Tracy - Broken Lance (1954)

Nesse fim de semana eu conferi mais um clássico do western americano. O filme se chama "Broken Lance" (no Brasil o filme recebeu o título de "Lança Partida"). A estória se passa no Arizona, no século XIX. Nessas terras desertas e hostis o velho patriarca Matt Devereaux (Spencer Tracy) construiu um império baseado na criação de gado em sua fazenda. Matt é da velha escola, um homem duro, austero, que não admite qualquer tipo de ameaça ao seu poder absoluto. O símbolo máximo de uma sociedade completamente patriarcal.

Ele tem quatro filhos, todos devidamente achatados pela personalidade dominante do pai. Entre eles se destacam o jovem mestiço Joe (Robert Wagner), o caçula do clã, e Ben (Richard Widmark), o mais velho dentre eles, um homem que não consegue abrir seus próprios caminhos na vida por causa de seu pai opressivo e dominador. O enredo segue uma linha mais tradicional dos antigos faroestes, mas tem uma inesperada reviravolta (de natureza jurídica) que o transforma quase em um filme de tribunal. Uma mineradora da região está jogando cobre nas águas dos rios que cortam a fazenda dos Devereauxs. Algumas cabeças do rebanho morrem envenenadas pelo metal pesado e o velho Matt parte para dar o troco nos mineradores. Isso claro com revólver em punho, como era costume naqueles tempos pioneiros.

O diretor Edward Dmytryk joga então luzes sobre esse enredo (cujo roteiro foi premiado com o Oscar) de forma muito talentosa, mas quem rouba o filme todo para si é o excelente elenco. A começar pelo veterano Spencer Tracy. Católico devoto, ele teve uma vida sentimental ao mesmo tempo muito discreta e comentada em Hollywood. Acontece que Tracy era muito próximo de Katherine Hepburn, a grande diva do cinema americano, recordista na premiação do Oscar. Essa aproximação sempre gerou boatos de que eles mantiveram um caso amoroso escondido por anos e anos a fio. Muitas biografias afirmam que eles se amavam muito, mas que nunca puderam se casar pelo fato de que Tracy já era casado e não poderia se divorciar da esposa, por causa da precariedade de sua saúde (ela passou anos em coma).

Essa pelo menos foi a versão que durou muito tempo, até a morte do casal. Recentemente um livro foi publicado nos Estados Unidos dando uma outra visão dos fatos. Para esse autor (que inegavelmente faz a linha mais sensacionalista), Spencer Tracy e Katherine Hepburn não tinham um verdadeiro caso de amor, mas apenas fingiam que tinham. Por quê? Porque ambos seriam gays! Sinceramente, não acredito muito nisso. E nem é por causa da Katherine, que era uma mulher cosmopolita e aberta a todo tipo de experiência sexual e emotiva, mas sim por causa de Spencer Tracy. Pensar que esse homem ultra conservador e religioso, sempre ligado aos valores mais tradicionais, pudesse ser gay é algo completamente fora da realidade de sua biografia e história. De qualquer forma se formos deixar as picuinhas de lado e nos concentrar apenas em seus bons filmes deixo aqui a dica desse faroeste clássico "Lança Partida", uma prova de que nas telas o velho Spencer Tracy ainda conseguia impressionar, mesmo com a idade já bem avançada.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de maio de 2006

Punidos Pelo Proprio Sangue

Richard Widmark foi um astro do cinema em sua época. Um astro diferente, pois não raro interpretava anti-heróis. Esse faroeste foi um dos sucessos comerciais de sua carreira, onde foi dirigido pelo mestre John Sturges, com roteiro baseado na novela de western escrita por  Frank Gruber. Era comum esse tipo de adaptação pois a literatura de faroeste era uma das mais populares, vendendo milhares de livros todos os anos. O gênero não existia apenas no cinema, mas em novelas, livros, contos publicados em jornais de grande circulação, etc. E qual é a história contada nesse filme de western? Jim Slater (Richard Widmark) é um cowboy em busca de suas origens. Há muitos anos tenta encontrar seu pai mas em vão. Até que seguindo pistas ele chega numa velha cidade do oeste americano. Lá descobre que seu pai foi morto numa emboscada apache nas montanhas rochosas. Embora o relato seja digno de acreditar, Slater resolve ir mais a fundo e sai em busca de testemunhas do que aconteceu. Além disso há rumores que seu pai carregava uma bela quantia em ouro que havia descoberto na mina em que trabalhava. Teria sido morto mesmo por Apaches ou a cobiça dos homens brancos da região falou mais alto?

O excelente cineasta John Sturges não assinava bobagens. E quando o tema era o velho oeste a coisa ficava muito mais séria. Aqui temos um faroeste com um roteiro extremamente bem escrito e ótimas atuações. Ele se empenhou bastante na realização desse filme, dando inclusive retoques no roteiro. Queria reforçar o aspecto de mistério de seu enredo. Infelizmente o título nacional entrega a solução do mistério que ronda toda a trama, mas nada podemos fazer sobre isso - pelo visto não é de hoje que temos títulos nacionais equivocados não é mesmo?

Pois bem, o enredo se passa no Arizona em 1870 e isso significa cidadezinhas empoeiradas no meio do deserto hostil. Richard Widmark passa o tempo todo com um figuro marrom (me lembrou até do famoso pioneiro Daniel Boone) e cai de amores pela mocinha Donna Reed (jovem e bonita, de cabelos curtos). O ator interpreta um verdadeiro personagem dúbio, ora agindo como mocinho, ora como vilão. No geral é um bom faroeste, movimentado, com perseguições de diligências, tiroteios em saloons e brigas no meio da areia do deserto. A fotografia foi valorizada, pois a região onde tudo foi filmado era bem bonita, com longas encostas montanhosas. Enfim, para matar saudades de Richard Widmark e seu estilo durão, com personagens que oscilavam entre o bem e o mal.

Punidos Pelo Proprio Sangue (Backlash, Estados Unidos, 1956) Estúdio: Universal International Pictures / Direção:  John Sturges / Roteiro: Frank Gruber, Borden Chase / Elenco: Richard Widmark, Donna Reed, William Campbell / Sinopse: Durante o velho oeste americano um homem desconhecido chega em uma pequena cidade do interior em busca de respostas, sobre a morte de seu pai. Ele quer saber tudo o que aconteceu para se vingar do assassino cuja identidade terá que descobrir.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de março de 2006

Céu Amarelo

Baseado num conto de W.R Burnett, o western, "Céu Amarelo" (Yellow Sky,1948) conta a história de James Stretch Dawson (Gregory Peck) e seu bando de assaltantes. A quadrilha, após assaltar o banco da pequena cidade de Rameyville, foge, tendo em seu encalço vários soldados da união. Para fugir do pequeno exército, Stretch e seus capangas desviam a rota e resolvem atravessar a imensidão do deserto na região do Vale da Morte. Depois de vários dias de travessia pelo deserto com sol abrasador, o bando está em frangalhos. O calor inclemente, além da sede e da fome, devastam pouco a pouco Stretch, seus comparsas e os cavalos. Quando ninguém mais acreditava, a quadrilha trôpega e moribunda, chega a uma cidade fantasma chamada Yellow Sky. Na busca desesperada por água o bando encontra uma mulher que os recebem armada com um rifle. Seu nome: Mike (Anne Baxter). Mike mora na pequena cidade com seu avô (James Barton) e juntos guardam um segredo a sete chaves: uma mina de ouro. A beleza e o charme de Mike passam a chamar a atenção do bando, mas especialmente de dois deles: Stretch (Gregory Peck) e Dude (Richard Widmark). Passado alguns dias o bando descobre que Mike e seu avô escondem uma mina de ouro e passam a pressioná-los para que indiquem a posição. O velho, já doente, informa ao bando que na mina existem 50.000 dólares em ouro e que topa fazer a divisão entre todos.

O maior problema é que Stretch está cada dia mais apaixonado por Mike, fazendo brotar em Dude sentimentos de ciúme, ódio e vingança. Dude então reúne o bando para juntos roubarem a mina, traindo não só Stretch mas também Mike e seu avô. Quando descobre a traição do resto do bando, Stretch se une a Mike e seu avô e juntos irão enfrentar o resto do bando pela posse de todo o ouro. Entrincheirados na casa de Mike para se protegerem dos bandidos que agora tem Dude como líder, a batalha pelo ouro e também pelo coração de Mike, inicia-se com uma ferrenha troca de tiros que culminará num final sensacional, inesperado e digno dos grandes clássicos.

Céu Amarelo é um dos maiores western feitos até hoje. Seu revestimento estético projeta na tela uma aura e um charme que só os eternos clássicos do western possuem. Além disso, o longa é ancorado por excelentes performances de Gregory Peck, Richard Widmarck e Anne Baxter. A fotografia em preto e branco de Joseph MacDonald é um espetáculo à parte, principalmente na cena da travessia do deserto onde ele explora as tomadas com um excesso quase letal de claridade. Palmas também para mais um show de direção do grande William A.Wellman que também já havia dirigido o inesquecível "Beau Geste" em 1939.

Céu Amarelo (Yellow Sky, Estados Unidos, 1948) Direção: William A. Wellman / Roteiro: Lamar Trotti, W.R. Burnett / Elenco: Gregory Peck, Anne Baxter, Richard Widmark / Sinopse: Grupo de assaltantes chegam numa pequena cidade perdida do velho oeste e descobrem que no local há uma rica mina de ouro. Agora terão que lutar para colocar as mãos na fortuna do local.

Telmo Vilela Jr.

segunda-feira, 27 de março de 2006

Unidos Pelo Próprio Sangue

Revelado através das lentes do grande diretor John Sturges, o longa "Unidos Pelo Próprio Sangue" (Backlash,1956) conta o drama de Jim Slater (Richard Widmark), um pistoleiro errante que chega ao Vale do Gila - um local no meio do deserto repleto de ouro e vigiado de forma implacável pelos apaches - com o intuito de descobrir onde estaria enterrado seu pai que tempos atrás chegou ao local, com mais cinco parceiros, para resgatar 60 mil dólares em ouro. O grupo no entanto foi surpreendido e massacrado por vários apaches. Em sua busca, Slater acredita que um sexto homem sobreviveu ao massacre e fugiu com todo o ouro. A busca desse sexto homem vira uma obsessão para Slater que na companhia de uma misteriosa mulher de nome Karyl Orton (Donna Reed) passa por cidades como: Tucson, El Paso, Silver City, até finalmente chegar em Sierra Blanca onde o casal se vê no meio de uma guerra entre dois poderosos fazendeiros: Major Carson (Roy Roberts) e Jim Bonniwell (John McIntire).

Em Sierra Blanca, todos os segredos que atormentavam o pistoleiro se revelam e Slater encontra todas as respostas para as suas eternas dúvidas. Além disso, fica frente a frente com o seu maior inimigo, em um dos finais mais surpreendentes da história dos filmes de faroeste. Além de uma bela fotografia, vale destacar o excelente roteiro diferenciado e muito interessante, assinado por Borden Chase o mesmo roteirista que oito anos antes, assinara o roteiro de outra pérola do western: Rio Vermelho (1948), com os lendários John Wayne e Montgomery Clift.

Unidos Pelo Próprio Sangue / Punidos Pelo Próprio Sangue (Backlash, EUA, 1956) Direção: John Sturges / Roteiro: Borden Chase baseado no romance de  Frank Gruber / Elenco: Richard Widmark, Donna Reed, William Campbell / Sinopse: Pistoleiro errante chega em um distante vale em busca de respostas com o objetivo de descobrir o paradeiro do ouro que seu pai teria enterrado na região.

Telmo Vilela Jr.