terça-feira, 20 de outubro de 2020

O Massacre dos Pistoleiros

Mais um filme de western que explora o famoso duelo no O.K. Curral em Tombstone. Essa é certamente uma das histórias mais exploradas no cinema sobre o velho oeste. Só para se ter uma ideia, estima-se que já foram feitos mais de 50 filmes sobre o xerife de Tombstone, Wyatt Earp e seu amigo, o dentista, pistoleiro e jogador de cartas inveterado Doc Holliday. Geralmente em quase todos os faroestes o personagem central, como não poderia deixar de ser, era Earp, mas aqui nessa produção da década de 1970 temos uma novidade pois o filme enfoca em primeiro plano a figura de Doc Holliday e seu romance com Katie Elder, uma prostituta que o amava, apesar de todos os seus problemas. Isso fica bem claro logo nas primeiras cenas quando Doc literalmente “ganha” a companhia da jovem em um jogo de pôquer! Depois disso ela não larga mais de seu pé. Como vivia de cidade em cidade, atrás de jogos e um clima mais ameno para sua tuberculose, acaba chegando em Tombstone, uma cidade isolada do Arizona. Para sua surpresa o homem da lei no local é justamente o seu velho amigo Earp. O reencontro de velhos amigos acaba sendo uma das melhores cenas do filme, que aliás apresenta um roteiro que procura ser fiel aos acontecimentos históricos reais.

A partir daí não convém mais contar nada, embora todo fã de western saiba muito bem o que vai acontecer, culminando tudo no famoso tiroteio contra os irmãos Clanton em um pequeno curral conhecido apenas como OK. O duelo real inclusive durou poucos minutos, foi uma troca de balas cara a cara, face a face, onde um pouco de sorte também contou a favor dos sobreviventes. O que impressiona até hoje foi o sangue frio desses homens que duelaram sem medo da morte. Eram outros tempos, outra mentalidade que imperava nesses pioneiros do velho oeste americano. O tom desse filme é de pura sobriedade. Achei inclusive o filme bem seco, com um tom realista, duro, como convém a uma produção dos anos 70. Doc Holliday, na pele do bom ator Stacy Keach, é uma figura até mesmo um pouco sombria, quase uma sombra do homem que poderia ter se tornado se não tivesse contraído tuberculose, uma doença terrível na época, sem cura, praticamente um atestado de morte iminente.

Muitos historiadores inclusive atribuem a isso a grande valentia e frieza que Doc demonstrava em momentos cruciais, afinal de contas ele não temia pela morte já que ela poderia acontecer a qualquer momento. Praticamente não tinha instinto de preservação. No O.K. Curral isso ficou bem nítido pois Doc estava bem no centro do fogo cruzado, mas não recuou nem um passo sequer do confronto. Era um ótimo pistoleiro e por isso virou uma lenda do oeste americano. Por fim, um último ponto importante: o roteiro de “O Massacre dos Pistoleiros” valoriza bastante a presença de Kate, aqui interpretada por uma jovem e bonita Faye Dunaway. Se você tem especial interesse nela e em sua carreira, o filme vai parecer uma ótima escolha.

O Massacre dos Pistoleiros (Doc, Estados Unidos, 1971) Direção: Frank Perry / Roteiro: Pete Hamill / Elenco: Stacy Keach, Faye Dunaway, Harris Yulin / Sinopse: Doc Holliday (Stacy Keach) vaga pelo velho oeste em busca de torneios de pôquer, mulheres, desafios e dinheiro, não necessariamente nessa ordem. Ao chegar em Tombstone encontra seu velho amigo, o xerife Wyatt Earp (Harris Yulin). Juntos enfrentarão a terrível gangue dos Clantons.

Pablo Aluísio.

6 comentários:

  1. Cinema Clássico - Western
    O Massacre dos Pistoleiros
    Pablo Aluísio.

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  2. Stacy Keach: havia uma serie de detetives da década de '70 com ele que apesar de ter um tipo fortão, "armario", é meio estrábico e na serie ele fazia um galã improvável que deixava todas as mulheres da dita série apaixonadas e acabavam na cama dele. Só na fantasia mesmo.

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  3. O Stacy Keach ainda está vivo, atualmente com 79 anos de idade!
    Você lembra o nome dessa série que citou? Fiquei curioso.

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