A primeira coisa que notei quando esse faroeste começou, foi o fato dele ter sido produzido pela companhia Blumhouse Productions. Essa empresa é especializada na produção de filmes de terror. Pelo visto estão ampliando o leque de gêneros, apostando agora no bom e velho western. Bom saber disso. Pois bem, "No Vale da Violência" tem várias referências dos filmes clássicos, principalmente aos das décadas de 1960 e 1970. O roteiro aposta novamente na figura do estranho sem nome (alguém aí lembrou de Clint Eastwood?), aquele sujeito sem passado e sem nome que chega numa cidadezinha do velho oeste. Acompanhado apenas pelo seu cão, o forasteiro interpretado por Ethan Hawke chega nesse lugar desolado. A maioria da população foi embora após o fim do carimbo de prata e tudo o que ficou para trás se resume em uma cidadela decadente e abandonada. Após entrar no saloon o desconhecido acaba topando por mero acaso com o valentão da cidade, um homem violento chamado Gilly (James Ransone). Ele é filho do xerife e se acha o rei do gatilho, mas no fundo não passa mesmo de um imbecil. Ao provocar o recém chegado forasteiro acontece o que todos já esperavam, ele leva uma tremenda surra na rua principal da cidade.
O xerife do lugar, pai do sujeito que apanha até dizer chega, é interpretado por John Travolta. Com perna de pau (pois ele perdeu a sua durante a guerra civil), o velho e cansado homem da lei é até um sujeito polido. Ele logo descobre que o cavaleiro desconhecido provavelmente seja um militar do exército americano por causa de seu rifle e outros instrumentos que carrega em sua sela de cavalo. Por isso evita maiores confusões. Assim o personagem de Ethan Hawke simplesmente aceita a sugestão de ir embora da cidade, sem problemas. Tudo estaria acertado se o filho do xerife (sempre agindo como um perfeito estúpido) não fosse atrás do pistoleiro no meio do deserto, dando origem a um verdadeiro banho de sangue na cidade. "No Vale da Violência" é um bom filme de western. Há elementos em seu roteiro que certamente vão agradar aos fãs do estilo. Minha única crítica mais consistente a esse filme vem da escolha do protagonista. O ator Ethan Hawke não me pareceu muito adequado a esse papel. Ele tem um estilo de interpretação mais fragilizado, mais sutil, ele próprio não tem o aspecto físico que um pistoleiro como esse exige. Melhor se sai Travolta, com seu xerife durão, mas justo. No final a diversão se torna garantida, principalmente quando todos resolvem acertar suas contas pelas ruas daquele lugar esquecido por Deus. Está bem recomendado se você gosta de filmes de faroeste.
No Vale da Violência (In a Valley of Violence, Estados Unidos, 2016) Direção: Ti West / Roteiro: Ti West / Elenco: Ethan Hawke, John Travolta, Taissa Farmiga, James Ransone / Sinopse: Um forasteiro chega numa velha cidade do oeste americano e acaba entrando em atrito com o filho do xerife, dando origem a uma rixa sanguinária e brutal.
Pablo Aluísio.
Cine Western
ResponderExcluirNo Vale da Violência
Pablo Aluísio.
Você havia postado hoje uma resenha de um western com o Matt Damon e eu postei um comentário em que dizia que o Jonh Travolta, e alguns outros, é uma dos atores que basta eu ver seu nome em um filme.para querer assitir, enquanto o Matt Damon, não.
ResponderExcluirEu cometi um erro. Já havia postado esse texto do filme do Matt Damon antes. Era uma postagem repetida! Agora o erro foi corrigido.
ResponderExcluirSo pra constar, o comentário era esse:
Excluir"Eu gostei muito do Matt Damon na franquia Bourne e nao vejo o menor sentido na sequencia sem ele, mas ele não é, pra mim, o tipo de ator que quando o vejo como protagonista de um filme me de vontade de assitir, como sempre acontece quando é o Sean Connery, o Harrison Ford, ou mesmo o Jonh Travolta, etc. Acho que é alguma coisa na cara, ou no jeito, do Damon que não me agrada."
Muito bom Serge.
ResponderExcluirO mote desse No Vale da Violencia se parece muito com o do primeiro John Wick.
ResponderExcluirHá semelhanças. Isso me lembra uma tese de historiadores de arte que defende o seguinte: Existem apenas sete enredos ou histórias desde que o homem começou a usar a escrita, a literatura. Todos os livros, todos os filmes, todas as poesias, já feitas são apenas versões dessas sete histórias originais. É algo a se pensar.
ResponderExcluirGostei dessa. Tens razão. Assim como as 7 notas e os 5 semi-tons da escala musical, faz com que toda musica, uma hora, ou outra, seja um plágio.
Excluir