Nas telas o ator Cary Grant foi um dos galãs mais famosos e queridos pelo público na era de ouro do cinema clássico americano. Seu estilo mais sofisticado, elegante, em parte fruto de suas origens britânicas, se revelou perfeito para grandes diretores da época. Ao lado de sua imagem pública também surgiu uma série de curiosidades que foram surgindo ao longo dos anos, muitas delas reveladas por biografias que foram fundo em pesquisas minuciosas, entrevistando pessoas de sua intimidade, familiares e ex-namoradas.
Um dos casos de sua vida privada que mais chamaram atenção em Hollywood foi sua amizade muito próxima com o também ator Randolph Scott, ídolo do western americano. No começo da carreira, jovens e ainda aspirantes ao estrelado, Grant e Scott, que já eram muito amigos desde os primeiros tempos na capital do cinema, resolveram morar juntos numa bela mansão na cidade. A justificativa foi que seria mais barato dividir o aluguel de uma casa entre eles. Como eram solteiros também poderiam curtir melhor sua juventude, promovendo festas e eventos com amigos da indústria cinematográfica. Até aí tudo bem. O problema é que o estúdio resolveu que seria bom para ambos participarem de uma sessão de fotos juntos em sua casa, mostrando momentos mais íntimos e privados de seu cotidiano. Seria uma forma de promover os jovens atores. O tiro porém saiu pela culatra. Algumas fotos ficaram, digamos, sugestivas demais. Assim que foram publicadas logo surgiu o boato malicioso e totalmente maldoso que na verdade Grant e Scott eram gays... e amantes!
Até hoje o boato persiste e nunca foi devidamente esclarecido. O filho de Randolph Scott publicou uma biografia do pai onde tratou do assunto. Para ele seu pai era apenas um grande amigo de Grant. Ele teria ficado muito magoado com as fofocas, mas jamais deixou de ser amigo de Grant por essa razão. Quando Cary morreu, Scott não se importou com os fuxicos e expressou toda a sua dor pela perda do colega em seu funeral. O fato é que tirando esse suposto relacionamento gay nada mais parecia justificar que eles eram mesmo homossexuais. Ambos se casaram, tiveram filhos e casos amorosos duradouros com mulheres. Mesmo assim para alguns textos e matérias na net tudo é tratado como absoluta verdade - o que é um erro ético para quem escreve. Deve-se sempre saber as versões de todas as partes envolvidas antes de se tirar conclusões apressadas.
Se a relação homossexual entre Grant e Scott até hoje é motivo de controvérsias, outros dois aspectos de sua personalidade parecem realmente ter sido confirmados pelos seus biógrafos. O primeiro é que Cary Grant era um pão duro quase obsessivo. Essa característica de sua personalidade foi confirmada por todos que viveram com o ator. Ele tinha pavor em gastar dinheiro e sua sovinice ficou conhecida. Mesmo ganhando muito dinheiro com os filmes, vivendo em belas mansões, Grant controlava cada centavo gasto em sua vida pessoal e familiar. Ele só se comprava uma meia nova ou um sapato quando os mais velhos estavam completamente imprestáveis. Vira e mexe surgia no camarim com suas meias furadas e seus sapatos surrados.
Outro problema de sua vida particular era ligado à bebida e cigarros. Cary Grant foi bom de copo. Era conhecido por beber até cair nas festas do estúdio. Como a bebida era de graça o ator aproveitava ao máximo (não escrevi que ele era pão duro?). Já com drogas pesadas Grant teve uma experiência perigosa nos anos 60. Na época a LSD foi vista como uma droga experimental, que ampliava o poder da mente. Grant caiu nessa história e começou a usar LSD com regularidade, sempre com supervisão médica. O problema é que estudos posteriores provaram que era de fato um alucinógeno perigoso e assim Grant passou por maus bocados para se livrar do vício. Um pequeno deslize na biografia de um ator que também ficou bem conhecido por seu profissionalismo em todos os filmes em que trabalhou.
O maior problema de Grant porém era o cigarro. Ele foi um fumante inveterado. Na época fumar fazia parte do charme de ser um galã de cinema. Não havia um estigma ruim em cima do ato de fumar, pelo contrário, era esperado que astros como ele fumassem não apenas nas festas, como também nos filmes. Certa vez confidenciou para um amigo próximo de Hollywood: "Acho que vou gastar todo o meu dinheiro com cigarros! Não é possível, estou sempre comprando uma nova cartela de cigarros!". Ele fumava tanto que seus dedos ficaram amarelados por causa da nicotina. De uma forma ou outra esse vício de fumar de forma compulsiva contribuiu para os problemas de sua saúde. Ao morrer aos 82 anos de idade, em 1986, ele já havia sido diagnosticado com um câncer de pulmão.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirPablo Aluísio.
Eu já vi muitos filmes de ação com o Cary Grant, e apesar do seu bom porte físico e do rosto quadrado, eu não consigo ver muita masculinidade nele, principalmente em Ladrão de Casaca, em que a cara de enjoado que ele faz quando está próximo à deusa Grace Kelly, e os seus movimentos "felinos" nas cenas de ação, é um troço muito suspeito.
ResponderExcluirE Pablo, esse titulo do seu post "O Outro Lado de Cary Grant" não ajuda em nada eu mudar minha opinião. kkkkk
Sim, pode dar origem a esse tipo de interpretação, mas sejamos mais amplos, se refere mesmo ao lado que todo astro faz questão de esconder do grande público. Maneirismos e vícios particulares...
ResponderExcluirO que eu sempre ouvi falar de Grant é que ele teve duas paixões na vida ,Randolph Scott e Sophia Loren.
ResponderExcluirPois é Jobson, um rumor pode durar mesmo décadas e décadas...
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