sexta-feira, 17 de junho de 2022

A Revolta dos Apaches

Título no Brasil: A Revolta dos Apaches
Título Original: The Last Outpost
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Lewis R. Foster
Roteiro: David Lang, Daniel Mainwaring
Elenco: Ronald Reagan, Rhonda Fleming, Bruce Bennett

Sinopse:
Dois irmãos, o Coronel Jeb Britton (Bruce Bennett) e o Capitão Vance Britten (Ronald Reagan), que nunca se deram muito bem e até lutaram em lados opostos durante a guerra civil americana, precisam deixar todas as diferença de lado para repelir e combater um ataque de índios contra as tropas da cavalaria de que fazem parte. Filme inspirado em fatos reais, registrados em cartas escritas pelo Capitão Vance Britten.

Comentários:
Um bom filme de western enfocando novamente eventos ocorridos durante as chamadas guerras indígenas, que foram muito frequentes na história do velho oeste americano. A presença e ocupação do homem branco em terras tradicionalmente ocupadas por nações nativas criavam focos de tensão e conflito que se alastraram por décadas durante os séculos XVIII e XIX. É uma produção bem realizada, tipicamente dos anos 50 e que traz como atrativo extra o fato de ter sido estrelada pelo futuro presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan. Ele nunca foi um astro de primeira grandeza em Hollywood, temos que admitir, mas era um talentoso político nos bastidores, a ponto de se tornar presidente do sindicato dos atores e depois presidente da própria Academia, função que lhe abriu as portas para a política convencional, onde se tornaria governador da Califórnia e depois Presidente do país durante os anos 80. Rever um personagem histórico dessa magnitude matando Apaches rebeldes em filmes de bangue-bangue certamente não tem preço. Assista, conheça o Reagan ator e se divirta com as ironias da história.

Pablo Aluísio.

Os Violentos Vão Para O Inferno

Título no Brasil: Os Violentos Vão Para O Inferno
Título Original: Il mercenario
Ano de Produção: 1968
País: Itália, Espanha
Estúdio: Produzioni Europee Associati (PEA)
Direção: Sergio Corbucci
Roteiro: Giorgio Arlorio, Adriano Bolzoni
Elenco: Franco Nero, Jack Palance, Tony Musante

Sinopse:
Na fronteira entre Texas e México domina um poder corrupto e opressor, principalmente em relação aos mexicanos, tratados como cidadãos de segunda classe, sem quaisquer direitos. Diante dessa situação um líder revolucionário, saído do meio da classe mineradora, Paco (Tony Musante), resolve contratar um mercenário europeu violento, Sergei (Franco Nero). Para combater o levante popular um pistoleiro assassino também é contratado, o cruel Curly (Jack Palance).

Comentários:
Sergio Corbucci foi um dos mais importantes e influentes cineastas do auge do chamado Western Spaghetti. Aqui está aquele que é considerado um de seus melhores filmes. Os destaques começam logo no elenco, ótimo por sinal, liderado pelos carismáticos Franco Nero (o eterno Django) e Jack Palance (dando um tempo em Hollywood para trabalhar no cinema europeu). O roteiro é clássico, com dois personagens centrais que passam o enredo todo se provocando para finalmente acertarem contas em um duelo ao velho estilo. No meio de tudo há o contexto histórico da revolução mexicana, muito bem retratada e mostrada na película. Some-se a isso o estilo spaghetti, com todos os seus elementos mais importantes e característicos em cena e você terá uma diversão e tanto - um filme que apesar dos anos ainda não envelheceu.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de junho de 2022

O Mundo da Fantasia

Título no Brasil: O Mundo da Fantasia
Título Original: There's No Business Like Show Business
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Walter Lang
Roteiro: Phoebe Ephron, Henry Ephron
Elenco: Ethel Merman, Marilyn Monroe, Donald O'Connor, Dan Dailey, Johnnue Ray, Richard Eastham

Sinopse:
O filme conta a história de uma família de artistas, que vivem e se apresentam nas melhores peças musicais de seu tempo. E uma jovem aspirante à atriz também sonha em um dia se tornar uma grande estrela dos musicais da Broadway. Trilha sonora musical de Irving Berlin.

Comentários:
Eu fico surpreso ainda hoje ao perceber como esse ótimo "O Mundo da Fantasia" é pouco comentado, pouco conhecido. E até mesmo entre os fãs de Marilyn Monroe ele não é muito citado. Uma injustiça. Poucas vezes Marilyn esteve tão talentosa e brilhante em cena como nesse musical. É um filme com linda direção de arte, primorosos números musicais, onde a futura estrela loira pode esbanjar tudo aquilo que aprendeu em Hollywood. Ela dança, canta, encanta com seu talento para comédias musicais românticas. O filme inclusive pode ser encarado como um dos últimos suspiros da era de ouro dos musicais clássicos, pois já década de 1950 eles começaram a ser deixados para trás pelos grandes estúdios. Não alcançavam mais grandes bilheterias como nos tempos de Fred Astaire e Ginger Rogers. Então é isso. Um filme maravilhoso, cheio de plumas e paetês, além do carisma fenomenal de uma ainda jovem Marilyn Monroe, prestes a se tornar a maior estrela de cinema do mundo.

Pablo Aluísio.

Romeu e Julieta

Esse filme, como todos sabemos, foi inspirado em uma das peças mais populares de William Shakespeare. Penso até que seja de fato sua obra mais conhecida realmente. O interessante dessa versão assinada pelo cineasta Franco Zeffirelli é que se optou por uma ambientação bem mais de acordo com o contexto histórico onde se passa mesmo o romance desses dois jovens, que pertencentes a famílias rivais, se unem contra todas as adversidades. Obviamente Shakespeare queria explorar em seu texto original a força do amor. Muitas outras opções foram bem escolhidas. Esse clima bem medieval, mostrando figurinos e cenários mais realistas, em tom sóbrio, traz uma veracidade completa ao filme. 

O interessante é que muitos anos depois o próprio Franco Zeffirelli iria declarar em uma entrevista que, embora tenha gostado do resultado do filme, errou um pouco ao optar por uma ambientação mais crua e até mesmo realista demais. Em sua opinião um texto tão romântico e lírico como "Romeu e Julieta" pedia um pouco mais de suavidade, mais cores, mais ameno. O filme, em sua visão tardia, havia ficado "cinza demais". De qualquer forma um filme, uma vez produzido e dirigido, ao ser finalizado ganha vida própria. Em meu ponto de vista esse filme é um dos melhores já feitos em cima do imortal texto escrito por William Shakespeare.

Romeu e Julieta (Romeo and Juliet, Inglaterra, Itália, 1968) Direção: Franco Zeffirelli / Roteiro: Franco Brusati, Masolino D'Amico, baseados na peça escrita por William Shakespeare / Elenco: Leonard Whiting, Olivia Hussey, John McEnery / Sinopse: Romeu e Julieta se apaixonam. O problema é que eles pertencem a duas famílias que se odeiam há gerações. Poderá esse amor resistir ao conflito envolvendo seus familiares há séculos? Filme premiado pelo Oscar nas categorias de melhor direção de fotografia (Pasqualino De Santis) e melhor figurino (Danilo Donati).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Guia de Episódios - Edição 5

Dexter é um personagem muito bom. Nessa temporada especial só produziram 10 episódios, o que acho pouco, já que a história em si daria muito pano para a manga. Tanto isso é verdade que apesar de estar no sétimo episódio desta temporada, ainda haveria muitos desdobramentos interessantes e trazer caso os roteiristas assim determinassem. Nesse episódio Dexter descobre que Kurt já tem ciência de seu passado. Assim ficamos com 2 psicopatas em lados opostos, com uma óbvia tensão cada vez mais crescente entre eles. 

Kurt aliás se safa das acusações, uma vez que encontraram seu DNA na caverna onde uma ossada humana foi descoberta. Ele alega que o verdadeiro assassino da jovem havia sido seu pai morto muitos anos antes. Dexter também tem problemas dentro de casa, seu filho tem demonstrado em várias ocasiones que carrega o mesmo problema do pai, ou seja, trata se de um jovem psicopata. E a série assim segue cada dia mais interessante, pena que vai acabar daqui 3 episódios.

Para alegria dos fãs de Star Wars, Obi-Wan Kenobi está de volta. Ele desenterra seu sabre de luz no meio do deserto, daquele planeta inóspito. Seu objetivo passa a ser recuperar a jovem Princesa Lea, que foi raptada por mercenários a mando do Império. Claro tudo foi orquestrado e planejado com o objetivo mesmo de atrair Obi-Wan Kenobi, pois assim ele sairia do esconderijo onde se encontrava. 

Nesse episódio há um momento interessante muito curioso para os fãs dessa saga, que começou no cinema e agora está tomando o mundo das séries. Acontece quando  Kenobi descobre que Anakin Skywalker está vivo, agora respondendo pelo nome de Darth Vader. Um vilão completamente entregue para o lado negro da força. O próprio Obi-Wan Kenobi  sente na pele, pois é uma derrota pessoal uma vez que ele treinou Anakin no passado. Algo que ele sente profundamente.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Crônicas de um Cinéfilo - Parte 5

Como essa é uma série de textos de lembranças eu vou aqui contar do dia em que fui impedido de entrar no cinema. O filme? "Império do Sol" de Steven Spielberg. Eu combinei de encontrar um amigo da minha escola para ver esse filme que eu não poderia perder de jeito nenhum. Afinal era Spielberg. Era os anos 80. Ele era o maior diretor daquele tempo. Qualquer filme com o nome de Steven Spielberg logo se tornava obrigatório para qualquer jovem cinéfilo como eu.

Então eu vi os horários e percebi que conseguiria ir para a aula de educação física do Marista e depois correr para pegar a sessão das quatro e meia da tarde. Só que meus planos deram errado quando o porteiro me impediu de entrar no cinema! A razão? Eu estava com roupa de educação física, de shorts e tênis. Aquele era o cinema Municipal. Apesar de decadente ainda havia uma política de vestimenta para entrar. Só que eu não sabia disso!

Voltei correndo para casa e vesti uma roupa melhor. Entrei no meio da sessão (uma coisa péssima, não recomendo). Peguei o filme pela metade, não entendi direito o que rolava na tela e o filme acabou se revelando ruim para mim - pelo menos até eu voltar a vê-lo, dessa vez na TV e de forma completa.

Outra vez eu fui expulso com meus amigos do cinema por causa de bagunça. Ora, eu era um jovem colegial, que vivia no meio de muitas risadas e diversões. Era um tempo maravilhoso que sinto falta. O filme era péssimo, um terror classe Z, acho que era "O Fantasma de Alcatraz" ou algo assim. Como era muito ruim a gente começou a zoar demais, além da conta. Acabamos no lado de fora do cinema. Lembranças divertidas de um tempo muito bom da minha vida.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de junho de 2022

Mães Paralelas

Janis (Penélope Cruz) fica grávida do seu namorado e na maternidade conhece uma jovem que também está prestes a ter um filho, chamada Ana (Milena Smit). Ela vai ser mãe solteira e por essa razão Janis resolve trocar telefones com ela, quem sabe para lhe ajudar em algum problema no futuro. Uma questão de solidariedade. Quando Janis retorna para a casa e mostra a sua filha para seu namorado, este não a reconhece. Diz para ela que aquela criança não é dele. Realmente a criança não se parece nem com o pai e nem com a mãe, se revelando muito étnica. Janis então decide fazer um teste de DNA e descobre surpresa que ela não é mãe daquela criança. Cria-se um problema incrível pois ela acredita que a criança foi trocada na maternidade pela filha de Ana. E agora como Janis vai resolver esse problema?

Esse é o novo filme de Pedro Almodóvar, diretor que andava meio sumido do cinema, mas que retornou em grande estilo, inclusive  com indicações ao Oscar de 2022. Quando o filme começou, eu fiquei um pouco surpreso por ser muito convencional, algo que surpreende ao se tratar de Pedro Almodóvar. Só que a realidade era outra, pois ele havia deixado as maiores surpresas para a segunda parte de sua história. O filme assim abre janelas para temas relevantes como a descoberta tardia da bissexualidade, o problema dos desaparecidos políticos na Espanha durante a ditadura e outras leituras subliminares que esse roteiro deixa no ar, na mente do espectador. Temos um bom filme sem dúvida, embora o tema da maternidade trocada não seja assim uma grande novidade, nem no mundo do cinema, nem mesmo no universo das telenovelas. Nesse aspecto Pedro Almodóvar quase fez uma novela cinematográfica, mais felizmente isso não aconteceu pois o filme tem suas surpresas.

Mães Paralelas (Madres paralelas, Espanha, 2021) Direção: Pedro Almodóvar / Roteiro: Pedro Almodóvar / Elenco: Penélope Cruz, Milena Smit, Israel Elejalde / Sinopse: Duas mães passam por uma situação delicada quando seus filhos são trocados na maternidade. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor música original e melhor atriz (Penélope Cruz).

Pablo Aluísio.