sexta-feira, 6 de abril de 2007

Simbad e a Princesa

Título no Brasil: Simbad e a Princesa
Título Original: The 7th Voyage of Sinbad
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Nathan Juran
Roteiro: Ken Kolb
Elenco: Kerwin Mathews, Kathryn Grant, Richard Eyer, Torin Thatcher, Alec Mango, Danny Green

Sinopse:
O filme conta a sétima viagem do marujo Simbad nos sete mares, em um universo repleto de magia, monstros e gigantes. A história começa quando uma linda princesa se torna vítima de um feitiço maligno de um bruxo. Caberá então ao bravo marinheiro Simbad (Kerwin Mathews) ir até uma ilha misteriosa para procurar por sua cura. Lá acaba encontrando uma série de monstros e criaturas que ele jamais sonhava existir. Filme indicado ao Hugo Awards.

Comentários:
Na década de 1950 o personagem do marinheiro Simbad, das mil e uma noites, virou sinônimo de aventura juvenil dentro da indústria de cinema dos Estados Unidos. Eram filmes com muita fantasia, monstros e magia. Esse "The 7th Voyage of Sinbad" é considerado um clássico do gênero. Em um tempo onde não existiam efeitos especiais mais elaborados, tudo era realizado de forma praticamente artesanal pelo mestre Ray Harryhausen. Nessa produção em particular, ele se utilizou de uma nova técnica chamada Dynamation, onde a animação era usada de forma muito sutil, praticamente parecendo uma cena real. O resultado é de fato excelente. Mesmo com a novidade, não abriu mão de seu estilo mais tradicional para dar vida a série de criaturas da mitologia como um Ciclope, um dragão medieval e um esqueleto guerreiro, armado de espadas afiadas. O resultado, além de muito nostálgico (os filmes de Simbad eram reprisados frequentemente na Sessão da Tarde durante os anos 70 e 80) ainda traz aquela diversão tão inocente e deliciosa de quando se é apenas um adolescente em busca de filmes de aventuras cheias de ação e fantasia.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

O Manto Sagrado

Clássico filme épico, passado nos tempos da Roma Antiga. Na história, o tribuno romano Marcellus Gallio (Richard Burton) acaba tendo um um atrito, em um leilão de escravos, com o futuro imperador Calígula (Jay Robinson). Como punição, ele é então enviado para a distante Judéia, onde começa a prestar serviço militar na cidade de Jerusalém, durante a Páscoa. Lá acaba tomando contato com o turbulento quadro político local, onde o povo judeu espera por um Messias que o libertará do poder do Império Romano. Ao lado de seu escravo Demetrius (Victor Mature), acaba participando da crucificação de um homem chamado Jesus que se diz filho de Deus. Após sua morte na cruz, ele ganha seu manto em um jogo de dados. O contato com a relíquia e a mensagem do Nazareno porém mudará completamente sua vida.

"O Manto Sagrado" pode ser analisado sobre três pontos de vista diferentes. Você pode assistir sob um aspecto religioso, histórico ou cinematográfico. Sob o ponto de vista religioso é uma obra bem intencionada, que procura mostrar o surgimento do cristianismo logo nos primeiros meses após a morte de Jesus Cristo. A mensagem em si, de não violência, de renúncia, inclusive da vida, como vemos nos casos dos mártires que se recusam a negar Cristo em troca de não serem condenados à morte, são relevantes e pertinentes. A figura de Pedro surge também bem fiel aos escritos e tradições dos primeiros anos da nova fé. Assim olhando puramente a mensagem que o filme tenta passar ao seu público, não há o que criticar.

O fato porém é que nem só de boas intenções pode viver o cinema. Assim temos que analisar a produção também sob o ponto de vista da história e nesse aspecto não há como negar que o roteiro apresenta várias falhas. Só para citar um exemplo, temos uma cena em que o próprio Imperador Tibério recebe a notícia da morte de um suposto Messias em Jerusalém e fica bastante abalado com o fato. Chega ao ponto de fazer um pequeno discurso sobre o perigo da nova fé que poderia destruir os alicerces da sociedade romana como um todo! Ora, historiadores concordam que Tibério sequer tomou conhecimento da existência de Jesus, já que até sua morte o cristianismo ainda não tinha tomado as proporções que iriam atingir em épocas posteriores, como a de Nero. Na verdade, como se trata de um romance apenas inspirado em fatos históricos, temos que esperar por esse tipo de licença poética, onde personagens que realmente existiram surgem em cenas de pura ficção.

Finalmente, sob o ponto de vista puramente cinematográfico, não há do que reclamar. "O Manto Sagrado" é um típico épico feito em Hollywood dos anos 1950, com cenas grandiosas, impactantes, muito luxo no figurino e um texto sentimental, que não tem vergonha de ser piegas em certos momentos. Há uma clara tentativa do roteiro em agradar diversos públicos, pois ao lado do sentimento religioso temos também um pouco de romance e aventura. A ação surge principalmente na cena em que os homens de Marcellus Gallio tentam libertar Demetrius das masmorras do Império e na perseguição de cavalos logo após. Além disso temos também nuances do debate político que imperava naqueles tempos antigos. O mais importante porém é que essa produção é uma ótima forma de conhecer o tipo de entretenimento, com verniz religioso, que fazia sucesso nos cinemas dos anos 1950. O público adorava esse tipo de filme. O lançamento de cada produção desse estilo rendia ótimas bilheterias em todo o mundo.

O Manto Sagrado (The Robe, Estados Unidos, 1953) Estúdio: 20th Century-Fox / Direção: Henry Koster / Roteiro: Albert Maltz, Philip Dunne, baseados na obra de Lloyd C. Douglas / Elenco: Richard Burton, Jean Simmons, Victor Mature, Jay Robinson / Sinopse: Romano, enviado para uma distante província do império como punição, acaba vivenciando a crucificação, morte e ressurreição de um judeu conhecido como Jesus de Nazaré. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator (Richard Burton) e melhor direção de fotografia (Leon Shamroy). Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor figurino (Charles Le Maire, Emile Santiago) e melhor direção de arte (Lyle R. Wheeler, George W. Davis). Filme premiado pelo Globo de Ouro na categoria de melhor filme - drama.

Pablo Aluísio.

Dentro da Noite

Título no Brasil: Dentro da Noite
Título Original: They Drive By Night
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Raoul Walsh
Roteiro: Jerry Wald, Richard Macaulay
Elenco: George Raft, Ann Sheridan, Ida Lupino, Humphrey Bogart, Gale Page, Alan Hale

Sinopse:
Os atores George Raft, Humphrey Bogart e Alan Hale interpretam motoristas de caminhão que carregam frutas e legumes para supermercados da cidade. Enquanto Raft envolve-se com a mulher (Lupino) do patrão, Bogart e Hale envolvem-se numa trama perigosa.

Comentários:
Um show de interpretação de Ida Lupino... Nas décadas de 30, 40 e 50 Hollywood fazia esse tipo de filme aos borbotões. Nesse em especial e com o ótimo Raoul Walsh na direção, a história gira em torno da vida de um grupo de caminhoneiros, seus dramas, o perigo das estradas, as noites viradas sem dormir e suas dívidas com os caminhões e com as cargas. George Raft e Humphrey Bogart são dois irmãos caminhoneiros que trabalham para um patrão déspota e desonesto. Paralelamente os dois também lutam para acabar de pagar o caminhão em que trabalham. No entanto a virada na vida dos dois estava próxima. Raft, por acaso, reencontra um velho amigo caminhoneiro que se transformara num rico empresário. O problema é que a mulher do empresário (Lupino) foi seu grande amor no passado. E depois de reencontrar o seu ex-grande amor, Lupino não vai deixar escapa-lo, nem que para isso ela tenha que dar um fim em seu casamento de fachada. Nota 8

Telmo Vilela Jr.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Cuban Rebel Girls

Título no Brasil: Cuban Rebel Girls
Título Original: Cuban Rebel Girls
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Exploit Films
Direção: Barry Mahon
Roteiro: Errol Flynn
Elenco: Errol Flynn, Beverly Aadland, John McKay, Marie Edmund, Ben Ostrowsky, Reynerio Sanchez

Sinopse:
O famoso ator e astro de Hollywood Errol Flynn vai até Cuba como correspondente de guerra para cobrir os eventos da revolução cubana in loco. Com colaboração de Fidel Castro ele registra a luta do ditador comunista contra as forças corruptas de Fulgencio Batista.

Comentários:
Esse foi o último filme de Errol Flynn. Não dá para entender muito bem porque ele se envolveu em um projeto como esse. Nunca havia sido o foco de sua carreira filmes desse estilo, com teor político. Com claras simpatias ao guerrilheiro e revolucionário Fidel Castro, Flynn fez uma obra controversa! A proposta é tecnicamente ser uma produção que mescle aventura com documentário, mas o resultado é fraco, não conseguindo ser um bom filme em nenhum dos gêneros pelos quais tenta pertencer. Corroído pelo alcoolismo, o astro de Hollywood surge como uma sombra de si mesmo, nesse que é considerado o pior filme de sua longa filmografia. Sem dúvida uma despedida melancólica para um superstar do passado como ele. É um produção que pouca gente viu, que não chegou a ser lançado no Brasil na época. Bom, pelo resultado do que se vê na telas tudo o que podemos dizer é que nesse caso pelo menos as distribuidoras brasileiras tiveram razão, já que o filme não tinha mesmo potencial comercial. Enfim, esqueça esse deslize e procure conhecer apenas os grandes filmes da carreira de Flynn na Warner. Nas aventuras de sete mares ele foi imbatível. Nesse filme de teor político ele se perdeu completamente.

Pablo Aluísio.

Amar Foi Minha Ruína

Drama romântico ao velho estilo. Aqui temos uma trama trágica, embalada em uma espécie de novelão americano. Tudo começa quando em uma viagem de trem o escritor Richard Harland (Cornel Wilde) conhece a bonita e fina Ellen Berent (Gene Tierney). Curiosamente ela está lendo seu livro. Sem se identificar o autor acaba puxando conversa o que gera um flerte casual. Depois descobre que está indo passar o fim de semana no mesmo rancho para onde a bela mulher se dirige. O romance então se torna inevitável. O problema é que ela é noiva de um promotor público em ascensão (em ótima caracterização de Vincent Price, ator que se tornaria famoso por sua carreira em filmes de terror). Isso porém não impede o amor entre ambos que em pouco tempo decidem se casar! O casamento se mostra promissor. Eles realmente são apaixonados um pelo outro mas aos poucos a verdadeira personalidade de Ellen começa a se revelar. Ela é possessiva, obsessiva e muito perturbada. Logo imagina haver uma atração entre seu marido e sua irmã, embora de fato não haja nada entre os dois.

O pior acontece entre a bela amizade envolvendo Richard e seu irmão Danny (Darryl Hickman), um jovem deficiente físico que logo cai na antipatia de Ellen. Ela o vê como um obstáculo para a plena atenção que seu marido deve sempre lhe dar. Não demora muito e ela arma uma cilada terrível para o pobre cadeirante. Depois, tentando salvar o casamento, fica grávida, mas logo cria uma sinistra antipatia sobre seu próprio filho no ventre o que dará origem a uma decisão terrível. Os acontecimentos vão se sucedendo até o climax, brutal e desesperado. "Amar Foi Minha Ruína" não poupa o espectador. É de fato uma dramalhão pesado, com tintas escuras, que mostra o lado mais vil e perverso de certas pessoas. 

A personagem  Ellen é um símbolo disso. Mulher sem ética e qualquer valor humano, capaz das piores barbaridades para segurar um marido que já não a ama. A boa atuação da atriz Gene Tierney lhe valeu uma indicação ao Oscar. Apesar disso e da tensão constante em cada cena o filme é muito recomendado para quem deseja conhecer o cinema romântico americano da década de 1940. Outro ponto que conta muito a favor dessa adaptação é seu inegável valor nostálgico e vintage. Roupas, carros, costumes, cenários (grande parte das cenas foi rodada em um belo lago afastado) dá aquele sabor maravilhoso de nostalgia, mesmo que seja de uma época não vivida. Assim fica a indicação desse "Amar Foi Minha Ruína", um daqueles filmes antigos que não tinham vergonha de seu melodrama indisfarçável.

Amar Foi Minha Ruína (Leave Her to Heaven, Estados Unidos, 1945) Direção: John M. Stahl / Roteiro: Jo Swerling, baseado na obra de Ben Ames Williams / Elenco: Gene Tierney, Cornel Wilde, Jeanne Crain, Vincent Price / Sinopse: O filme narra o romance, o casamento e o desfecho trágico de um amor obsessivo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Boêmio Encantador

Título no Brasil: Boêmio Encantador
Título Original: Holiday
Ano de Produção: 1938
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: George Cukor
Roteiro: Donald Ogden Stewart, Sidney Buchman
Elenco: Katharine Hepburn, Cary Grant, Doris Nolan, Lew Ayres, Edward Everett Horton, Henry Kolker

Sinopse:
Rapaz se apaixona por uma garota rica. Ela corresponde aos seus galanteios, mas ele teme ser rejeitada pela sua família milionária. Para superar essa situação delicada, ele decide elaborar um plano para ser executado durante um feriado muito especial. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de arte (Stephen Goosson e Lionel Banks).

Comentários:
Comédia romântica sofisticada da década de 1930 em que se destacam o elenco e a direção sempre muito elegante do mestre George Cukor. O casal formado pelos sempre ótimos Katharine Hepburn e Cary Grant esbanja charme e elegância em cena. Muito jovens ainda, eles são o destaque dessa romântica produção. O roteiro tem uma certa ingenuidade, própria da época. Isso porém não é problema, mas um charme nostálgico a mais. Na verdade ele se apoia em um tipo de inocência social que hoje em dia soa até esquisito e sem muito nexo. Mesmo assim o espectador deve ter em mente que está assistindo a um filme que foi produzido há mais de 80 anos e por isso deve tentar se adequar ao contexto histórico social em que ele foi realizado. Por falar nisso um dos problemas que o cinéfilo terá que enfrentar é a má qualidade das cópias que sobreviveram ao desafio do tempo. Algumas versões foram restauradas, porém problemas ainda persistem. O diretor Martin Scorsese trabalhou com sua equipe na restauração de filmes antigos e esse "Holiday" foi um deles. O resultado melhorou muito a qualidade da imagem e do som, mas obviamente por ser tão antigo há um limite para esse tipo de melhoria. Assim se você se interessa pela história do cinema não deixe de ver "Boêmio Encantador", nem que seja para apenas conhecer os trejeitos sociais daqueles tempos ou ver dois mitos do cinema ainda jovens e esbanjando sedução e charme em cena, tudo embalado por um fino humor dos anos 1930.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de abril de 2007

Um Tiro na Noite

Título no Brasil: Um Tiro na Noite
Título Original: Blow Out
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Brian De Palma
Elenco: John Travolta, Nancy Allen, John Lithgow, Deborah Everton, Dennis Franz, John McMartin

Sinopse:
O filme "Um Tiro na Noite" conta a história de Jack (Travolta), um operador de som que durante uma noite acaba gravando, de forma acidental, o som de um tiro dado poucos segundos antes de um carro cair de uma ponte. Seria a prova de que se trataria na verdade de um assassinato e não de um simples acidente de carro. Com uma prova tão importante em mãos ele passa então a sofrer risco de vida, pois se torna alvo dos verdadeiros assassinos.

Comentários:
O filme traz um Brian De Palma em grande forma. Poderia ir além e dizer até mesmo que a trama do filme era tão boa que poderia dar origem a uma produção de suspense dirigido pelo mestre Alfred Hitchcock. Pena que isso foi impossível na época, pois o veterano diretor inglês já estava morto quando esse filme foi realizado. Ficou a tarefa então para De Palma, já naquela época comparado ao mestre do suspense, sendo apontado como seu legítimo sucessor. Em sua fase mais criativa, isso poderia ser até justificado, com um pouco de boa vontade. O roteiro usa poucos segundos, quando um som de tiro é gravado na madrugada, por mero acidente, para desenvolver toda a sua história. O protagonista, interpretado por um Travolta tentando se dissociar de seus rebolados em filmes como "Os Embalos de Sábado à Noite", é apenas o sujeito errado no lugar errado. E ele terá que pagar caro por isso, pois pessoas importantes querem destruir sua gravação, que se tornou a prova mais importante desse crime. Em seu lançamento original "Blow Out" foi bastante elogiado pela crítica, mas o público não soube valorizar o bom filme que estava em cartaz, fazendo com que a bilheteria fosse decepcionante. Só alguns anos depois quando o filme foi novamente exibido na TV e lançado em VHS é que finalmente se tornou mais popular entre os cinéfilos. Antes tarde do que nunca.

Pablo Aluísio.

Peter Pan

Título no Brasil: Peter Pan
Título Original: Peter Pan
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson, Hamilton Luske
Roteiro: Ted Sear, Erdman Penner, Bill Peet
Elenco: Bobby Driscoll, Kathryn Beaumont, Hans Conried, Bill Thompson, Heather Angel, Candy Candido

Sinopse:
Baseado na peça teatral escrita por J.M. Barrie em 1901, a animação "Peter Pan" conta a história do menino que se recusava a crescer. Ao lado de Wendy e seus dois pequenos irmãos eles partem para a Terra do Nunca onde vivem grandes aventuras e desafios, enfrentando o vilão Capitão Gancho. Filme indicado no Cannes Film Festival na categoria Grand Prize of the Festival.

Comentários:
Essa animação da era de ouro dos estúdios de Walt Disney foi seguramente a mais complicada de se produzir. A ideia de realizar o filme surgiu na mente de Disney ainda na década de 1940. Ele contratou os diretores, roteiristas, animadores e tudo estava pronto para ser produzido quando os Estados Unidos entraram na II Guerra Mundial. Isso fez com que os trabalhos fossem interrompidos por anos! Só no começo da década de 1950 é que Disney voltou ao velho projeto de Peter Pan. E aí começaram novos problemas. Ele não conseguia gostar de nenhum roteiro. Demitiu o diretor da animação, contratou outro e os problemas continuaram. No total Peter Pan teve 4 diretores ao longo de sua produção e um monte de roteiristas. O resultado de tanto trabalho e dor de cabeça para Disney foi realmente uma obra de arte. Não há arestas a se ver no resultado final pois a genialidade de Disney deixou tudo bem perfeito. Até hoje a animação segue sendo imbatível, vencendo de goleada de todas as versões que vieram depois dela, inclusive das versões com atores reais. Temos aqui a versão definitiva de Peter Pan para o cinema. Nada superou essa animação que pode ser considerada facilmente uma das cinco melhores da história dos estúdios Disney. Simplesmente irretocável.

Pablo Aluísio.