sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Juntos Pelo Acaso

Título no Brasil: Juntos Pelo Acaso
Título Original: Life as We Know It
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Village Roadshow Pictures
Direção: Greg Berlanti
Roteiro: Ian Deitchman, Kristin Rusk Robinson
Elenco: Katherine Heigl, Josh Duhamel, Josh Lucas

Sinopse:
Holly Berenson (Katherine Heigl) e Eric Messer (Josh Duhamel) resolvem participar de um encontro às escuras arranjado por seus amigos, Peter e Allison que são casados​​. Nada dá certo e o encontro se transforma em um desastre. Depois que o casal sofre um acidente fatal, eles descobrem que foram nomeados como os guardiões para a filha pequena de Peter e Allison, Sophie. Afinal a garotinha é afilhada de ambos. A partir daí eles tentarão da melhor forma possível honrar os desejos de seus amigos falecidos. Mas criar uma criança definitivamente não será nada fácil. 

Comentários:
Nada mais do que uma comédia romântica que tenta transformar a atriz Katherine Heigl em estrela de primeira grandeza. Como se sabe ela foi revelada na série Grey's Anatomy e depois que largou a TV tenta se estabelecer no mundo do cinema, uma transição que nem sempre dá certo. Por enquanto tudo o que ela tem feito é uma sucessão de fitas como essa, que não estão emplacando muito bem. Também pudera, essa coisa de casal formado por duas pessoas que inicialmente não simpatizam e que depois, com a convivência, vão se afeiçoando, até se descobrirem apaixonadas, é bem saturada. Já se fazia filmes assim na década de 1930. Assim certamente você não vai encontrar absolutamente nada de novo nessa produção. De bom mesmo apenas alguns poucos momentos divertidos e engraçados que mostram que a rotina doméstica destrói mesmo qualquer sentimento mais romântico entre um casal. Enfim, para ver, consumir e jogar fora. É um autêntico cinema fast food com cerejas.

Pablo Aluísio.

Across the Universe

Título no Brasil: Across the Universe
Título Original: Across the Universe
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Revolution Studios, Gross Entertainment
Direção: Julie Taymor
Roteiro: Dick Clement, Ian La Frenais
Elenco: Evan Rachel Wood, Jim Sturgess, Joe Anderson

Sinopse:
Across The Universe é uma história de amor que se passa na década de 1960 em meio aos anos turbulentos de protestos contra a guerra do Vietnã, a luta pela liberdade de expressão e os movimentos pelos direitos civis, tudo embalado sob a magia da música dos Beatles. Ao mesmo tempo ousado, lunático e altamente teatral, a história se move a partir de jovens estudantes que vão descobrindo a vida e amores em uma época que marcou para sempre a cultura e a política em nosso mundo.

Comentários:
Não há como negar que era uma boa ideia. Fazer um musical com as músicas dos Beatles. As letras serviriam de base para a construção de um roteiro mostrando os anseios da juventude perdida em meio a enormes transformações sociais, políticas e culturais. O próprio Paul McCartney foi convidado para a Premiere em Londres e ao final da exibição bateu palmas para o resultado (não se sabe se foi o Paul, o homem de negócios ou Paul, o músico e artista que fez isso!). Não foi uma produção barata, custou mais de 70 milhões de dólares (um orçamento mais do que generoso para musicais) e fez relativo sucesso em seu lançamento. Por mais que eu adore as canções dos Beatles não consegui ficar satisfeito com esse filme. Achei o enredo disperso, para não dizer confuso. Na realidade não há exatamente uma história passando pela tela mas meras desculpas para que as canções do grupo inglês sejam usadas em cenas esporádicas, soltas. Muitos dos momentos inclusive são bem gratuitos. As adaptações musicais também se mostraram problemáticas, há boas ideias e outras nem tanto. No saldo geral o que salva tudo mesmo é a trilha sonora. Se fossem canções menos marcantes o musical certamente seria um abacaxi. Melhor ouvir o velho vinil empoeirado dos Beatles do que perder muito tempo com isso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A Gaiola das Loucas

Título no Brasil: A Gaiola das Loucas
Título Original: The Birdcage
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Jean Poiret, Francis Veber
Elenco: Robin Williams, Nathan Lane, Gene Hackman, Dianne Wiest

Sinopse:
Armand (Robin Williams) e Albert (Nathan Lane) formam um casal gay na ensolarada e badalada Miami. Eles também são donos da boate GLS The Birdcage, onde Albert se apresenta com seu famoso número de diva transformista. A tranquilidade dos pombinhos acaba quando o filho de Armand resolve se casar com a filha de um político conservador, quadradão e religioso, o senador republicano Kevin Keeley (Gene Hackman). O auge da situação delicada acontece quando Armand é avisado que receberá o senador para um jantar em sua própria casa, quando as famílias deverão finalmente se conhecer. E agora? O que fazer com Albert e o clube "Gaiola das Loucas"?

Comentários:
Via de regra detesto remakes. Mas nesse aqui tenho que dar o braço a torcer. O filme original é de 1978, uma produção francesa chamada "La Cage Aux Folles" estrelada por Ugo Tognazzi. Pois bem o filme francês já está muito datado e sendo sincero não consegue ser tão divertido como essa refilmagem americana. O segredo dessa nova versão é seu elenco, simplesmente maravilhoso. Robin Williams como Armand é sem dúvida um grande achado mas quem rouba a cena mesmo é Nathan Lane e Gene Hackman. Lane está fenomenal. Sua cena imitando os passos de John Wayne para parecer um autêntico macho viril são de rolar de rir. Pior é quando tenta se passar por uma matrona de fina classe, também tão conservadora quanto o senador. E por falar nele é sempre algo muito gratificante ver um ator como Gene Hackman, que se notabilizou por personagens sérios em dramas pesados, se dando tão bem em uma comédia como essa. Até Dianne Wiest fazendo uma esposa reprimida agrada. Em suma, esse tive o prazer de ver no cinema, na época nem dava nada pelo filme mas foi uma grata surpresa. Divertido e muito engraçado. Alguém espera algo mais de uma comédia do que isso? Claro que não! Se ainda não viu corra para conferir.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Bosch

Título no Brasil: Bosch
Título Original: Bosch
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Amazon Originals Drama
Direção: Jim McKay
Roteiro: Série criada por Michael Connelly
Elenco: Titus Welliver, Jamie Hector, Amy Aquino

Sinopse:
Harry Bosch (Titus Welliver) é um tira veterano trabalhando no departamento de homicídios da cidade de Los Angeles que após perseguir um latino no meio da noite, com muita chuva, acaba se confundindo com um movimento do sujeito e o mata à queima roupa. Denunciado, precisa responder um processo criminal que irá determinar seu futuro. Nesse ínterim recebe um novo caso para investigar, a descoberta de ossos humanos numa das colinas de Hollywood. Ao que tudo indica há sinais de que as vítimas são na verdade crianças de apenas 10 anos. Quem seria o verdadeiro assassino?

Comentários:
Nova série policial que está estreando nos Estados Unidos. Alguns seriados você consegue perceber logo de cara que serão bem promissores. Até o momento só assisti o episódio piloto de "Bosch" mas já gostei de praticamente tudo o que vi. Bom enredo, texto bem escrito e atuações bem desenvolvidas. O personagem Bosch é um achado. Durão, sempre com um cigarro acesso na boca (imaginem isso nos tempos politicamente corretos em que vivemos!) e tentando levar em frente sua carreira policial, mesmo com a constante ameaça de ser condenado por ter matado um homem numa noite escura, chuvosa, onde ele interpretou erroneamente um gesto da vítima que parecia estar sacando uma arma. Ao reagir atirou duas vezes, algo que pode custar seu distintivo e suas credenciais. A trama das ossadas de crianças encontradas em uma mata também é por demais interessante - muito provavelmente teremos algum serial killer surgindo nos próximos episódios. Enfim, apostarei em "Bosch" e vou continuar acompanhando. Espero que seja bem sucedida.

Pablo Aluísio.

O Preço de Um Resgate

Título no Brasil: O Preço de Um Resgate
Título Original: Ransom
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Ron Howard
Roteiro: Cyril Hume, Richard Maibaum
Elenco: Mel Gibson, Gary Sinise, Rene Russo

Sinopse:
Tom Mullen (Mel Gibson) é um sujeito bem sucedido no mundo dos negócios. Milionário, dono de uma grande empresa de aviação, ele tem uma vida dos sonhos. Sua tranquilidade porém é abalada com a notícia do sequestro de seu filho. Os criminosos exigem dois milhões de dólares pela vida do garoto. Desesperado, Mullen tenta ajuda das autoridades mas depois resolve agir pela sua própria maneira.

Comentários:
Quando estrelou essa fita Mel Gibson estava no topo do mundo em Hollywood. "Coração Valente", seu filme anterior, foi um êxito sem precedentes, se tornando sucesso tanto de público como de crítica. Os cachês milionários estavam na ordem do dia e ele resolveu que queria mudar um pouco os rumos dos personagens que interpretava. Assinou um polpudo contrato com a Touchstone (braço adulto do império Disney) e estrelou esse filme que tenta mesclar drama com ação em doses exatas. Conforme o próprio Gibson explicou em entrevistas durante o lançamento dessa produção ele procurava por um roteiro que unisse aspectos de sua vida pessoal (o ator é pai de sete filhos) com sua imagem mais conhecida nas telas de cinema (o herói de ação ao estilo do detetive Martin Riggs de Máquina Mortífera). O resultado está aí, Gibson é um paizão que resolve partir para a porrada quando sequestram seu filhinho. Vale destacar ainda o elenco de apoio, com Gibson dividindo a tela com Rene Russo mais uma vez e Gary Sinise, um ótimo ator, infelizmente sempre subestimado. Para quem sente saudades do velho estilo de Mel Gibson essa fita dos anos 90 cai muito bem.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O Senhor das Armas

Título no Brasil: O Senhor das Armas
Título Original: Lord of War
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos, França, Alemanha
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: Andrew Niccol
Roteiro: Andrew Niccol 
Elenco: Nicolas Cage, Ethan Hawke, Jared Leto

Sinopse: 
Yuri Orlov (Nicolas Cage) é um vendedor... mas não um vendedor comum. O que ele comercializa com seus clientes é um produto muito valorizado, de grande valor, mas igualmente letal. Orlov é um vendedor de armas pesadas, armamento de ponta, de alta tecnologia, usado para grandes conflitos. Ele transita no submundo da venda ilegal de armas. Onde os países não podem vender por questões éticas ou legais lá está Orlov, negociando com ditadores sanguinários, criminosos internacionais e grandes cartéis de drogas. Para desempenhar tal atividade ele também precisa de proteção e segurança e as tem, provenientes de grandes corporações e políticos poderosos, afinal ele é o Senhor das Armas.

Comentários:
Excelente filme. "O Senhor das Armas" é muito bem realizado, tem roteiro que não deixa pontas soltas e um ótimo argumento que traz uma boa dose de realidade sobre o mundo em que vivemos. Tudo se resume no poder da indústria bélica americana. Afinal o complexo militar dos Estados Unidos simplesmente não pode parar. Além do mercado oficial de venda de armas há todo um submundo negro onde milhões são comercializados, pois a produção tem que ser escoada, não importa de qual maneira. O personagem de Nicolas Cage transita nesse ambiente. Ele vende armamento pesado em regiões do mundo onde esse tipo de transação seria completamente ilegal. Sua posição lhe garante todos os tipos de privilégios e garantias, inclusive de políticos poderosos em altos cargos, afinal não se trata de migalhas mas de milhões de dólares. O que importa é achar um meio de vender a produção bélica, pois os negócios não podem parar! Essa é apenas uma das reflexões que o filme levanta. Basta lembrar do atual conflito da Síria para entender como tudo acontece! Afinal o governo americano não pode vender armas dentro daquela guerra civil pois algo desse tipo seria proibido pela ONU. É justamente em ambientes assim que o personagem de Cage entra. Se alguém precisa de armamento pesado e não pode comprar pelos meios oficiais, então Orlov resolverá a questão. Aliás é bom que se diga, esse foi o último grande filme estrelado por Nicolas Cage! Um ator que havia se notabilizado no começo de sua carreira estrelando filmes realmente muito bons mas que ultimamente tem surgido em produções sem a menor relevância para o mundo do cinema. Como realmente aprecio seu trabalho espero que ele reencontre, o mais breve possível, o caminho dos bons filmes.

Pablo Aluísio.

Alexandre

Título no Brasil: Alexandre
Título Original: Alexander
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Oliver Stone
Roteiro: Oliver Stone, Christopher Kyle
Elenco: Colin Farrell, Anthony Hopkins, Angelina Jolie, Val Kilmer, Jared Leto, Jonathan Rhys Meyers, Rosario Dawson

Sinopse: 
Adaptação para as telas de cinema da história de Alexandre, o Grande (356 a.C - 323 a.C), líder da Macedônia que conquistou vastas terras ao longo de seu reinado. Conquistador nato, Alexandre III destruiu impérios rivais, matou reis e se tornou senhor de povos tão diferentes como os gregos, babilônicos e persas. Ao fundar cidades em lugares distantes de seu longo império acabou criando a fusão da cultura ocidental com a oriental, dando origem ao chamado período Helênico da civilização mundial.

Comentários:
Esse filme é um alienígena na filmografia de Oliver Stone. Ele sempre procurou dirigir filmes com maior teor político e social e esse Alexandre fugia justamente disso. O personagem da história é mítico, conseguiu conquistar quase todo o mundo conhecido em sua época, só cessando as conquistas perto da Índia, quando suas tropas exaustas praticamente se rebelaram para voltar para a Macedônia. Em vida Alexandre era um autêntico "grego" de sua época: adorador das artes, guerreiro, irascível em sua busca por terras e poder. Também como todo bom adepto daquela cultura tinha sua longa lista de relacionamentos, inclusive com homens, o que curiosamente chocou alguns quando o filme chegou nos cinemas. Isso porém é um erro de percepção. O homossexualismo naquela cultura de Alexandre era algo normal, típico da cultura clássica grego romana. A maioria dos imperadores romanos também eram homossexuais e tinham amantes masculinos. Os casos amorosos entre homens eram públicos e notórios. Apenas com a chegada do Cristianismo é que relacionamentos gays se tornaram escandalosos sob o ponto de vista moral e religioso.

Outra crítica que muito se fez a esse filme foi a escolha do elenco. Colin Farrel não convence como esse mito da história. De mito grego ele não tem nada. O ator não consegue perder seu jeito de "beberrão de pub" nem quando interpreta um personagem tão forte como esse. Assim a coisa toda ficou com um ar de falso, fake. Angelina Jolie também não consegue tornar verossímil seu papel. A mulher que interpreta era uma matriarca forte na vida real, mas no filme Angelina parece a amante de seu filho. Além disso a Angelina Jolie não tinha idade suficiente para interpretar a mãe de Alexandre. Mais um exemplo de que a pressão dos agentes de grandes atores pode sim arruinar qualquer projeto cinematográfico - basta apenas impor a escalação no elenco! O roteiro também se perde bastante já que a história de Alexandre é longa e detalhada, mal cabendo em um filme normal, mesmo que tenha uma extensa duração. Seria ideal se tivessem feito uma minissérie. Recentemente saiu Spartacus, um exemplo de uma boa história bem desenvolvida, quem sabe um dia não levem também a biografia de Alexandre para o mesmo formato televisivo. Assim Oliver Stone se deu mal no fim das contas, pois o filme não foi o sucesso esperado e ele teve que se retirar do cinema épico. Fica para a próxima então.

Pablo Aluísio.

A Casa de Cera

Título no Brasil: A Casa de Cera
Título Original: House of Wax
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, Dark Castle
Direção: Jaume Collet-Serra
Roteiro: Charles Belden, Chad Hayes
Elenco: Chad Michael Murray, Paris Hilton, Elisha Cuthbert

Sinopse: 
Um grupo de adolescentes descobre um antigo e sinistro museu de cera onde as estátuas parecem ter uma incrível veracidade e semelhança com pessoas reais. O que não sabem é que estão prestes a cair em uma armadilha sombria e mortal.

Comentários:
Remake de um filme dos anos 1950 chamado "Museu de Cera", dirigido por André De Toth (conhecido diretor de vários filmes de faroeste com Randolph Scott) e estrelado por Vincent Price e Frank Lovejoy. Como se trata de uma refilmagem já ficamos desconfiados. A verdade é que dificilmente algum remake é realmente bom. Para complicar ainda mais se trata de uma produção com o selo da produtora Dark Castle. Já tive chance de falar da Dark Castle aqui em outro texto (acho que no do filme "Navio Fantasma"). Essa produtora nunca fez nada que me impressionasse. Seus filmes são fortemente apoiados em efeitos digitais mas se esquecem completamente de trabalhar melhor nos roteiros. O que era charmoso no antigo filme de Price aqui se torna apenas sensacionalista, exagerado. Na época do lançamento a fita contou com uma promoção extra pois trazia em seu elenco a Paris Hilton. Ela foi a primeira celebridade do mundo que virou celebridade sem nenhuma razão. É a celebridade pela celebridade. Antigamente para ser uma celebridade a pessoa tinha que ser ator, atriz, escritor, cantor, etc, ou seja, ter algum talento na vida. Paris se tornou celebridade por nada. Sim, ela é herdeira do império Hilton mas e daí? Puro marketing pessoal que vende vento. O pior é que as pessoas compram vento, ora vejam só... Mas deixemos isso de lado. Para não dizer que nada se salva temos aqui pelo menos a presença da linda Elisha Cuthbert. Assim se nada lhe agradar pelo menos terá a beleza dela para ver ao longo de uma fita que realmente não traz nada de novo para o subgênero "terror-com-adolescentes-gritando".

Pablo Aluísio.