quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
O Despertar do Desejo
Título Original: Afterglow
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: Alan Rudolph
Roteiro: Alan Rudolph
Elenco: Nick Nolte, Julie Christie, Lara Flynn Boyle, Jonny Lee Miller
Sinopse:
O filme mostra a história de dois casais infelizes. O primeiro é formado por um vazio e ambicioso homem de negócios, Jeffrey Byron (Jonny Lee Miller), e sua esposa sexualmente frustrada Marianne (Lara Flynn Boyle). O segundo com o profissional da construção civil Lucky Mann (Nick Nolte) e uma atriz fracassada de filmes B chamada Phyllis (Julie Christie). Quando Lucky é contratado para trabalhar no apartamento de Jefrey logo surge uma atração entre ele a esposa do seu contratante.
Comentários:
Casamentos infelizes geralmente rendem bons dramas, ainda mais porque a destruição de relacionamentos que deveriam durar para sempre sempre despertam a atenção do público. Esse "O Despertar do Desejo" é um drama cult dos anos 90 que explora justamente esse tipo de situação. Embora tenha sido indicado a vários prêmios pelos festivais mundo afora o grande destaque desse filme é realmente seu elenco. A começar pela presença sempre interessante de Julie Christie, uma musa do cinema clássico em sua era de ouro. Afinal é impossível esquecer Julie em seu maior papel, o da linda russa Lara em "Doutor Jivago", personagem que a marcou para sempre. Aqui ela já estava bem mais velha, porém o talento continuava intacto, tanto que acabou sendo agraciada com uma indicação ao Oscar justamente por interpretar essa atriz infeliz na profissão e no casamento. Essa foi a terceira vez que Julie Christie foi indicada ao Oscar, tendo sido premiada em 1965 com o filme "Darling - A Que Amou Demais", seguida das indicações em "Onde os Homens São Homens" em 1971 e "Longe Dela" em 2006. Julie sozinha, com seu imenso talento dramático, já vale o filme inteiro. Por isso não deixe de conferir esse grande momento de sua carreira.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
A Autópsia
Logo nos primeiros procedimentos de autópsia eles descobrem que ela não tem qualquer marca de violência externa em seu corpo, porém quando abrem o cadáver descobrem algo interessante, pois seus órgãos internos foram mutilados e destruídos - mas como isso seria possível sem qualquer sinal de corte, ferimento ou dilaceração? Do ponto de vista científico pouca coisa faz sentido! O que eles não sabem é que Jane Doe sequer pertence ao nosso tempo. Bem, falar demais poderia estragar as surpresas do roteiro, então quanto menos se explicar o enredo, melhor. Eu gostei desse filme. É bem sabido que filmes de terror andam sem muita originalidade e criatividade. O gênero de uma maneira em geral anda saturado. Esse "The Autopsy of Jane Doe" possui algumas situações que fogem do lugar comum, do puro clichê. O espectador mais atento, por exemplo, vai logo perceber que tudo o que se vê na tela pode ser apenas um aspecto subjetivo da visão dos protagonistas, o que lança um véu de fumaça sobre os reais acontecimentos. Achei isso um aspecto bastante positivo do roteiro. Além disso há uma tendência a valorizar bastante o suspense, algo que gera pontos a favor do filme. Assim pela criatividade, pela originalidade de se tentar algo novo o filme certamente vale a pena. Basta captar todas as mensagens subliminares de seu roteiro sui generis.
A Autópsia (The Autopsy of Jane Doe, Estados Unidos, 2016) Direção: André Øvredal / Roteiro: Ian B. Goldberg, Richard Naing / Elenco: Emile Hirsch, Brian Cox, Olwen Catherine Kelly, Ophelia Lovibond / Sinopse: O cadáver de uma jovem sem identificação chega ao necrotério para se submeter a uma autópsia. Inicialmente os sinais encontrados não fazem muito sentido do ponto de vista científico. O pior porém está apenas por acontecer, quando eventos sinistros e sombrios começam a se manifestar naquele lugar lúgubre.
Pablo Aluísio.
A Maldição de Quicksilver
Título Original: Quicksilver Highway
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox Television
Direção: Mick Garris
Roteiro: Clive Barker, Stephen King
Elenco: Christopher Lloyd, Matt Frewer, Raphael Sbarge
Sinopse:
Baseado na obra “Pesadelos e Paisagens Noturnas” de Stephen King, esse filme traz duas pequenas estórias. Aaron Quicksilver é um sujeito misterioso que vaga pelas estradas empoeiradas do interior dos Estados Unidos contando velhas estórias de terror para quem encontra pela frente. Em uma delas ele relembra a insensatez de um homem que havia perdido sua mão em um acidente. Na outra os apuros enfrentados por um senhor que havia adquirido uma dentadura amaldiçoada.
Comentários:
Produção feita para a TV americana que foi lançada no mercado de VHS no Brasil. O roteiro foi escrito por dois gênios do universo de terror. O escritor de livros de sucesso Stephen King escreveu o roteiro de "Chattery Teeth" e Clive Barker de "The Body Politic". De certa maneira o filme se apoia na velha fórmula de explorar pequenos contos de terror ligados entre si por um tipo de instrumento narrativo que vai ligando todas as narrativas. É interessante que assim que foi lançado o filme foi muito elogiado pela crítica dos Estados Unidos, a ponto de ser indicado ao Oscar da TV americana, o Primetime Emmy Awards. Na verdade o roteiro original quase foi adaptado para o cinema, mas o estúdio Fox, no último momento resolveu cortar custos para lançar na TV mesmo. Parte do elenco ficou, como o ótimo ator Christopher Lloyd (o Dr. Emmett Brown da série "Back to the Future"). Em termos de suspense e medo não vá esperando por algo muito assustador. A opção dos realizadores foi mesmo produzir um produto pop para consumo médio. Nada muito fora dos padrões, embora o filme seja inegavelmente bom e divertido. Faz muitos anos que vi sendo exibido pela última vez. Pode ser uma boa opção para a saturada programação dos canais a cabo. Deixo assim a dica.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 3 de janeiro de 2017
Calígula - 1400 Dias de Terror
Título Original: Caligula: 1400 Days of Terror
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: NorthSouth Productions
Direção: Bruce Kennedy
Roteiro: Bruce Kennedy
Elenco: Darius Arya, Corey Brennan, Lowell Byers
Sinopse:
Com a morte de seu tio avô, o Imperador Tibério, o jovem Caio Júlio César Augusto Germânico, conhecido como Calígula (botinhas) se torna o novo Imperador do vasto e poderoso Império Romano. No começo de seu governo, com apenas 24 anos de idade, o novo líder romano se mostra um bom político, amado pelo povo e respeitado pelo Senado. Após sofrer uma doença misteriosa e sobreviver a ela, o Imperador começa a mostrar sinais de desequilíbrio mental, agindo como um louco sádico e cruel.
Comentários:
Muito bom esse documentário com mais ou menos 90 minutos de duração que se propõe a contar a história do sanguinário e tirano Calígula. Ele esteve no poder por apenas 1400 dias, mas seu reinado foi tão terrível que mesmo após 2000 mil anos de sua morte, seu nome ainda segue sendo sinônimo de loucura e violência. O roteiro do filme tenta em termos explicar o que teria deixado o jovem imperador tão insano. Entre as explicações podem ser citadas as origens violentas de sua biografia. Toda a sua família foi assassinada pelo Imperador Tibério, que tinha laços de parentesco com o garoto Caio Júlio. Acontece que naqueles tempos antigos era considerado até normal as diversas mortes entre parentes, tudo com o objetivo de se alcançar o poder absoluto. Por fatores inexplicáveis até hoje Calígula ganhou as graças do velho imperador Tibério que o levou para morar em seu palácio isolado. Lá, ainda bem jovem, testemunhou todos os tipos de barbaridades e violência. Alguns historiadores afirmam inclusive que ele foi vítima da pedofilia de Tibério, se tornando um dos seus "peixinhos" (a forma como o decrépito líder romano se referia aos garotos que ele abusava sexualmente). De qualquer forma ao subir ao poder com a morte de Tibério, o novo Imperador se mostrou mais violento, sádico e insano que o seu antecessor. O documentário explora as ruínas do antigo império, mostra estátuas antigas de Calígula e conta com a fala de experientes professores e especialistas na história da Roma antiga. Tudo muito bem feito e realizado. Aconselho a quem queira saber mais sobre esse tirano alucinado e assassino.
Pablo Aluísio.
Morte Anunciada
Título Original: Postmortem
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Imperial Entertainment
Direção: Albert Pyun
Roteiro: John Lowry Lamb, Robert McDonnell
Elenco: Charlie Sheen, Michael Halsey, Ivana Milicevic
Sinopse:
James McGregor (Charlie Sheen) está farto de sua terra natal, a cinzenta e chuvosa Escócia. Ele planeja ir embora para os Estados Unidos para começar uma nova vida, mas acaba sendo surpreendido ao ser acusado da morte de um sujeito que ele definitivamente não conhece. Para os policiais porém McGregor tem algo a esconder pois um dia antes do assassinato ele recebeu um fax incriminador em seu escritório. Agora ele terá que provar que é inocente de todas as acusações.
Comentários:
Enquanto entrava e saia da cadeia por causa de sua vida louca, o ator Charlie Sheen ia atuando em qualquer produção que surgisse pela frente. Ele estava muito endividado por causa das drogas, das prostitutas e das custas judiciais, envolvendo advogados extremamente caros que se esforçavam para deixar seu cliente fora das grades. Um dos filmes que atuou nessa época caótica foi esse "Postmortem". Por causa de questões fiscais o filme foi todo filmado na Escócia, o que não foi mal para Sheen, pois assim ele não corria o risco de ser preso bem no meio das filmagens. O filme em geral é bem mais ou menos. A produção não é das melhores e o diretor Albert Pyun (especialista em filmes de baixo orçamento, sem muita relevância) precisou confiar no roteiro. Sheen não parece muito animado em cena. Na verdade seu tédio fica claro desde a primeira cena, mas no final das contas isso até que não é tão mal já que acabou combinando perfeitamente com o inferno astral de seu personagem. É a tal coisa, um filme que foi lançado apenas em VHS no Brasil, sendo esquecido rapidamente. Nesse caso o esquecimento foi até justificável, já que o filme é realmente descartável.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2017
O Quarto dos Esquecidos
Procurando por respostas Dana começa a descobrir o passado daquela velha casa. Ela pertenceu a um juiz da cidade, um homem cruel e frio, que tinha um segredo a esconder. Sua filha nasceu com problemas de deficiência e ele a escondeu do mundo, por pura vergonha e canalhice. Aos poucos Dana vai ligando o passado com as assombrações que vão surgindo pelo meio do caminho. Não será algo fácil a se superar uma vez que ela própria também tem seus traumas pessoais, que vão se entrelaçando com o desespero que parece reinar naquele lugar. De maneira em geral "O Quarto dos Essquecidos" se mostra bem eficiente, embora apresente alguns problemas. Os produtores afirmam que a história do filme foi baseada em fatos reais e isso obviamente aumenta o interesse. Porém notei uma certa pressa em se contar tudo. Como o filme foi lançado nas salas de cinema, dentro do circuito mais comercial para consumo rápido, essa narrativa mais pop, digamos assim, prejudicou um pouco o suspense que poderia ter sido melhor explorado. As situações vão surgindo na tela de forma muito rápida, sem tempo para desenvolver com mais calma as cenas. Com isso o filme perde um pouco em termos de clima. De qualquer forma, mesmo com esse pequeno problema de pressa, ainda há um bom roteiro a se mostrar. Acabei gostando do filme, muito embora deva confessar que ele soa muitas vezes em grandes novidades. Como diversão mais pop porém funciona perfeitamente.
O Quarto dos Esquecidos (The Disappointments Room, Estados Unidos, 2016) Direção: D.J. Caruso / Roteiro: D.J. Caruso, Wentworth Miller / Elenco: Kate Beckinsale, Mel Raido, Lucas Till / Sinopse: Jovem família passa a ser assombrada por espíritos perturbados após se mudar para um velho casarão do interior. O lugar no passado foi residência de um cruel magistrado e palco de um crime sangrento e desumano.
Pablo Aluísio.
Crime em Palmetto
Título Original: Palmetto
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Volker Schlöndorff
Roteiro: James Hadley Chase, E. Max Frye
Elenco: Woody Harrelson, Elisabeth Shue, Gina Gershon
Sinopse:
Na ensolarada Flórida, a fútil e ambiciosa Rhea Malroux (Elisabeth Shue) faz um pacto criminoso com o jornalista Harry Barber (Woody Harrelson). Ele deve simular um sequestro envolvendo ela, para tirar dinheiro de seu marido, um milionário que ela sinceramente detesta. Barber, que acabou de sair da prisão, acaba aceitando a proposta, mal sabendo ele na mortífera armadilha em que está se envolvendo.
Comentários:
A atriz Elisabeth Shue interrompeu uma promissora carreira no cinema para se formar na prestigiada universidade de Harvard nos Estados Unidos. Após a conclusão de seu curso ela tentou várias vezes retomar seu trabalho como atriz e esse thriller policial chamado "Palmetto" foi uma das tentativas. O filme não teve grande bilheteria e no Brasil só foi lançado em vídeo, mesmo assim há coisas interessantes nessa produção. A primeira delas é a forma em que o roteiro tenta reviver os antigos filmes noir dos anos 40. Claro que sob uma perspectiva histórica não há comparações, porém essa personagem interpretada por Shue traz todos os elementos que fizeram a fama das famosas mulheres fatais dos filmes antigos clássicos. Em essência ela é uma víbora que se aproveita da fragilidade dos que estão ao redor para manipula-los ao seu bel prazer. Uma psicótica que tenta dar um grande golpe em seu marido, ao mesmo tempo em que destrói a vida do jornalista que a ajuda nessa empreitada criminal. Outro ponto a favor é a atuação do ator Woody Harrelson. Sempre gostei de seu estilo. Seu jeito redneck de ser é uma marca característica que sempre funciona. Então deixamos a dica desse bom policial que explora o lado mais sórdido dos seres humanos. Afinal todo cuidado é pouco.
Pablo Aluísio.
domingo, 1 de janeiro de 2017
Passageiros - Curiosidades
1. O filme está em cartaz em todo o Brasil. A produção foi realizada com orçamento generoso, de 110 milhões de dólares, mas não tem se saído muito bem nas bilheterias americanas.
2. O filme também anda colecionando críticas ruins. Muitos criticaram a opção nada ética ou honesta do personagem principal que tira uma jovem passageira da hibernação apenas para satisfazer seus caprichos e desejos, a condenando a nunca mais chegar em seu destino final.
3. O roteiro foi escrito em 2007, mas só conseguiu aprovação de um estúdio quase uma década depois. Embora a trama seja bem original, alguns produtores temiam uma reação negativa por causa do ato do personagem principal.
4. Andy Garcia foi um dos primeiros atores a serem contratados. Ele ficou completamente surpreso depois ao receber o script e perceber que não tinha nenhum diálogo em cena, ficando apenas pouco mais de um minuto na tela. Quase recusou sua participação ao saber disso, mas como já havia assinado o contrato cumpriu sua obrigação.
5. A atriz Jennifer Lawrence recebeu 20 milhões de dólares por seu trabalho no filme. Já o ator Chris Pratt levou 12 milhões por sua atuação. Depois da conclusão do filme a atriz explicou que exigiu um cachê maior para acabar com o estigma de que em Hollywood as mulheres recebem cachês bem menores do que os homens.
6. A personagem de Jennifer Lawrence se chama "Aurora" por causa da personagem de "A Bela Adormecida". O roteiro aliás está cheio de pequenas referências pop como essa.
7. O diretor do filme explicou que as cenas de bar foram completamente inspiradas no clássico "O Iluminado" de Stanley Kubrick. Inclusive o figurino do barman é exatamente o mesmo.
8. O filme seria inicialmente estrelado por Keanu Reeves. Ele cogitou realmente estrelar a produção mas depois desistiu. Para a revista Variety o ator caiu fora por achar que seria criticado por causa do personagem "politicamente incorreto" que teria que fazer.
9. O roteiro traz várias referências ao clássico da ficção "2001: A Space Odyssey". Parte da ideia inclusive partiu logo após o roteirista Jon Spaihts assistir ao clássico imortal de Stanley Kubrick.
10. Laurence Fishburne foi escalado para o filme por causa do papel de capitão de uma nave espacial que desempenhou em "O Enigma do Horizonte". O nome do personagem inclusive é o mesmo.
Pablo Aluísio.
Passageiros
E Jim fica nessa situação desesperadora por um longo ano de viagem - vivendo praticamente sozinho na grande nave, sem ter nenhum ser humano para conversar ou conviver. Apenas o robô barman Arthur (Michael Sheen) traz uma falsa impressão que ele realmente não está sozinho nessa longa viagem que para ele não terá fim e nem um destino. Então Jim toma uma decisão moralmente condenável, mas compreensível, ao despertar uma jovem escritora de sua hibernação. Obviamente ele jamais poderia fazer isso, mas acaba tomando a decisão, trazendo Aurora Lane (Jennifer Lawrence) para seu convívio. Muito bem, se eu fosse definir esse filme de maneira bem simples diria que se trata mesmo de um "Romance Espacial". Achou estranho? Pois é, o roteiro soa assim realmente. Claro que um casal sozinho em uma nave enorme iria se relacionar mais cedo ou mais tarde e assim começa a parte romântica do filme que não é de todo mal, pelo contrário, acaba se revelando a melhor coisa dessa ficção. Eles sabem que estão condenados a viver até o fim de seus dias dentro dos corredores daquele nave espacial e acabam se apaixonando. Acabei gostando do filme, confesso. A fita tem colecionado críticas negativas, mas como passo longe de ser um desses críticos ranzinzas, terminei curtindo a proposta do roteiro. Claro que contou pontos a favor disso o fato de ter um lado romântico à prova de tudo. O namoro dos personagens acabou fazendo com que eu ficasse cativado pelo filme. Até Oscar Wilde gostaria, tenho certeza. O romantismo é meio bobo mesmo, mas não existe nada melhor, pode ter certeza. Deixe o emocional falar mais alto e se divirta!
Passageiros (Passengers, Estados Unidos, 2016) Direção: Morten Tyldum / Roteiro: Jon Spaihts / Elenco: Jennifer Lawrence, Chris Pratt, Michael Sheen, Andy Garcia / Sinopse: Dois passageiros de uma viagem espacial acabam sendo despertados antes da hora de suas câmaras de hibernação, o que acaba selando seus destinos para sempre.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
Rogue One: Uma História Star Wars
Sua filha é Jyn Erso (interpretada pela atriz Felicity Jones, de "Inferno", "A Teoria de Tudo" e "O Espetacular Homem-Aranha 2"). Separada do pai na infância, ela acaba sendo criada por um rebelde radical, Saw Gerrera (Forest Whitaker, uma das melhores coisas do filme). Quando seu pai envia um piloto do Império para entregar valiosas informações para os rebeldes, Jyn se torna peça chave em um momento crucial na luta entre a Aliança Rebelde e as forças do Imperador. E assim se desenvolve "Rogue One", com uma boa trama, nada infantil (ainda bem que não existem palhaçadas pelo meio do caminho do tipo Jar Jar Binks). Tudo é levado em ritmo de ação e aventura, porém sustentada por uma boa estória. Alguns personagens clássicos da saga original surgem no filme, o que é natural, já que o enredo de "Rogue One" se passa pouco antes do primeiro filme da série. Entre eles o mais celebrado pelos fãs é justamente Darth Vader. Sua participação é pequena, isso é verdade, mas ele tem boas cenas no roteiro. Além disso os roteiristas capricharam em sua primeira aparição em cena, criando todo um clima, que se revelou mais do que acertado. Um fato curioso aconteceu com outro personagem clássico, Grand Moff Tarkin. No filme de 1977 ele foi interpretado pelo ator Peter Cushing. Ele seria um dos personagens centrais de "Rogue One", mas como colocar esse comandante do império de volta às telas, no novo filme, se o Peter Cushing havia falecido em 1994? A solução foi criar o personagem de forma totalmente digital. A tecnologia trouxe a solução. O resultado impressiona. Então é isso, entre erros e acertos dentro dos filmes com a marca "Star Wars" esse aqui é certamente um dos acertos. Que a Disney traga mais filmes todos os anos, os fãs agradecem.
Rogue One: Uma História Star Wars (Rogue One, Estados Unidos, 2016) Direção: Gareth Edwards / Roteiro: Chris Weitz, Tony Gilroy / Elenco: Felicity Jones, Mads Mikkelsen, Forest Whitaker, Diego Luna, James Earl Jones, Peter Cushing, Carrie Fisher / Sinopse: O pai de Jyn Erso (Felicity Jones), um engenheiro do Império, resolve vazar informações para a Aliança Rebelde através de um piloto desertor. Assim Jyn se torna peça central para se chegar nessas valiosas informações sobre uma incrível máquina de destruição imperial chamada de Estrela da Morte.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
Tobruk
Título no Brasil: Tobruk
Título Original: Tobruk
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Arthur Hiller
Roteiro: Leo Gordon
Elenco: Rock Hudson, George Peppard, Nigel Green, Guy Stockwell, Jack Watson, Norman Rossington
Sinopse:
O enredo do filme se passa durante a Segunda Guerra Mundial. Após ser libertado das mãos dos inimigos, o major canadense Donald Craig (Rock Hudson) é levado para o norte da África. Ele deverá participar de uma missão extremamente arriscada. Ao lado de um grupo de judeus alemães disfarçados de soldados nazistas ele é enviado para um comboio que deverá entrar em território ocupado pelas tropas de Hitler com o objetivo de destruir um grande depósito de combustíveis em Tobruk usado pelos tanques do III Reich. A intenção é destruir o poder de combate dessas armas do exército alemão enquanto os aliados se preparam para invadir a região. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Howard A. Anderson e Albert Whitlock).
Comentários:
Durante a II Guerra Mundial um dos cenários mais disputados entre nazistas e aliados foi a região de Tobruk, localizada no norte da África, considerada naquela ocasião como um importante ponto estratégico. Foi justamente nesse campo que se destacou a presença do Afrika Korps, um grupo especializado do exército alemão treinado para a luta no deserto. O general Erwin Rommel foi uma das figuras centrais desse campo de batalha. O roteiro desse filme assim mistura fatos de ficção com história real e se sai muito bem em seu resultado final. Os personagens do filme são pura ficção enquanto o cenário mostrado em cena realmente existiu, inclusive os imensos campos de depósito de combustível para os tanques da Alemanha Nazista localizados no porto de Trobuk. O curioso é que o grupo do qual faz parte o personagem do ator Rock Hudson se utiliza de uma artimanha que na época era considerado um grave crime de guerra, punido com execução sumária, ou seja, se disfarçar com roupas e uniformes do inimigo para entrar em seus territórios com o objetivo de se promover atos de sabotagem. Assim o que vemos basicamente é esse grupo de militares ingleses (e de judeus alemães disfarçados de nazistas) entrando dentro das linhas inimigas para mandar tudo pelos ares.
As cenas finais em que isso acontece inclusive trouxeram a única indicação do filme ao Oscar, já que são extremamente bem realizadas, com intenso uso de efeitos especiais de pirotecnia e explosões. O personagem de Rock Hudson surge menos heroico do que o habitual. Em determinados momentos ele chega inclusive a ser bem cético e mordaz sobre o êxito da missão. Sua presença porém é vital para o sucesso do grupo pois é um dos únicos que conhece bem a região para onde todos vão. De qualquer forma há duas boas cenas com ele, a primeira quando precisa desarmar minas colocadas pelo Afrika Korps nas areias do deserto e a segunda quando, com um lança-chamas em mãos, ataca um bunker de canhões do III Reich na costa de Tobruk. Seu superior na missão é um Coronel inglês propositalmente muito parecido com o general Bernard Montgomery (comandante das forças armadas britânicas durante a II Guerra). Obviamente o roteiro quis fazer uma associação entre o personagem de ficção e o famoso militar da história. Assim o que temos aqui é mais um bom filme de guerra da década de 1960. O enfoque é mais centrado na ação e na tensão do êxito da arriscada missão do que em questões mais dramáticas ou históricas. Sob esse ponto de vista o filme se sai muito bem em seus objetivos. Enfim, é certamente um bom item para se ter em sua coleção de filmes clássicos de guerra.
Pablo Aluísio.
A Fantástica Fábrica de Chocolate
Título Original: Willy Wonka & the Chocolate Factory
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Mel Stuart
Roteiro: Roald Dahl
Elenco: Gene Wilder, Jack Albertson, Peter Ostrum, Roy Kinnear, Julie Dawn Cole, Denise Nickerson
Sinopse:
O misterioso e recluso Willy Wonka (Wilder), o dono da maior fábrica de chocolate do país, resolve fazer uma promoção especial. Ele coloca vários convites em suas barras de chocolate. Aqueles que os encontrarem farão uma visita em sua fábrica, um lugar mágico, com rios de chocolate e florestas de doces. É o sonho de cada criança. Assim que chegam no mercado os chocolates são disputados por todas as crianças do país. O pobre garoto Charlie (Peter Ostrum) só tem dinheiro para comprar uma única barra... Seu sonho é visitar a fábrica de Wonka ao lado de seu avô. Para sua surpresa ela acaba descobrindo a força dos sonhos de cada um. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora adaptada e música. Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Gene Wilder).
Comentários:
Esqueça a esquizofrênica e chata versão de Tim Burton. Em termos de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" o melhor filme é justamente esse, o clássico da década de 1970. É a tal coisa, se você foi jovem ou adolescente nos anos 70 ou 80 certamente assistiu a alguma das inúmeras reprises desse filme na Sessão da Tarde. O filme foi um dos campeões de exibição naquela época. Isso acabou criando uma geração de fãs da fábula de Willy Wonka e do pobre garoto Charlie. Para realizar a produção o estúdio Warner recriou a fábrica, com bem elaborados cenários. O roteiro mostrava um bando de garotos que eram recebidos por Wonka em sua fábrica para o que supostamente seria um passeio pelas instalações. No fundo o industrial estava mesmo procurando por um sucessor pois já estava ficando velho e não tinha a quem deixar toda aquela sua fortuna. O interessante da estória criada por Roald Dahl em seu livro infantil (o autor iria também escrever o roteiro do filme) era que ele trazia uma sutil crítica à revolução industrial, mostrando de um lado o rico Wonka e do outro a miséria absoluta da família de Charlie, com todos vivendo em um pequeno quartinho escuro e úmido na periferia da cidade. No mais o filme se destacava mesmo pelas cores, pela imaginação sem freios e é claro pela direção de arte (que injustamente não foi indicada ao Oscar). Ao invés disso o lado musical do filme foi lembrado pela academia, inclusive com as boas interpretações de Wilder, cantando belas canções como "Pure Imagination". Com experiência nos palcos da Broadway em Nova Iorque ele não fez feio soltando sua voz. Enfim, "Willy Wonka & the Chocolate Factory" é sem dúvida uma das fábulas cinematográficas mais ternas, belas e nostálgicas do cinema americano dos anos 70. No meio de um realismo que invadia todos os filmes da época, esse aqui resolveu apostar na fantasia e na imaginação, colhendo ótimos frutos com essa opção.
Pablo Aluísio.
domingo, 25 de dezembro de 2016
O Tigre dos Mares
Título Original: Submarine Command
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Farrow
Roteiro: Jonathan Latimer
Elenco: William Holden, Nancy Olson, William Bendix, Arthur Franz, Peggy Webber, Jack Gregson
Sinopse:
II Guerra Mundial. O Tenente Comandante Ken White (William Holden) é enviado para servir no USS Tiger Shark, um submarino da frota americana no Pacífico. Durante uma manobra ele comete um pequeno erro tático que acaba custando a vida do Capitão da embarcação. Isso cria um estigma ruim em sua carreira e ele é designado para um serviço burocrático após o fim da guerra. Sempre marcado pelo que aconteceu White chega a cogitar até mesmo a baixa na Marinha, até que a Guerra da Coreia explode e ele é novamente nomeado comandante do mesmo submarino, tendo finalmente a chance de se redimir de seus erros no passado.
Comentários:
Mais um filme de guerra sobre submarinos. A primeira coisa que chama a atenção é que o roteiro procura ser o mais fiel possível ao cotidiano de uma embarcação como essa. Filmado dentro de um submarino real temos uma ideia de como tudo era realmente apertado, com espaço mínimo, tendo a tripulação que se esgueirar para se locomover entre os ambientes. O enredo é de certa forma bem básico. O protagonista, interpretado por William Holden, precisa lidar com uma infame marca de ter errado durante uma batalha naval, o que acabou levando seu próprio capitão à morte. Assim tudo se desenvolve durante sua tentativa de redenção perante seus companheiros de farda. A duração é limitada (o filme não tem sequer 90 minutos de duração), o que traz uma certa agilidade ao desenrolar da trama. Em termos técnicos o filme é bem realizado, mas apresenta um grave problema durante os vinte minutos finais. Na costa da Coreia o submarino é enviado para uma missão especial, onde seus homens precisam destruir duas estações de comunicações do inimigo. A ação se passa durante a noite e a fotografia fica tão excessivamente escura que o espectador acaba ficando sem ver praticamente nada do que acontece na tela. A fotografia em preto e branco sempre mantém um charme a mais, porém aqui erraram a mão completamente, deixando todo mundo literalmente às escuras. Mesmo com esse defeito ainda há muito o que gostar nesse filme. "O Tigre dos Mares" pode até passar longe de ser um dos melhores filmes sobre submarinos durante a II Guerra Mundial, mas com certeza é um dos mais interessantes pelo realismo que procura sempre mostrar.
Pablo Aluísio.
O Mocinho Encrenqueiro
Título Original: The Errand Boy
Ano de Produção: 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Jerry Lewis
Roteiro: Jerry Lewis, Bill Richmond
Elenco: Jerry Lewis, Brian Donlevy, Howard McNear, Kathleen Freeman, Renée Taylor, Fritz Feld
Sinopse:
O estúdio Paramutual Pictures a cada dia perde mais dinheiro. Para o presidente da companhia o problema é que os gastos estão fora de controle. Apenas uma pessoa comum, que trabalhe em todas os setores do estúdio, conseguirá descobrir onde está exatamente o problema. Assim eles escolhem o office boy Morty S. Tashman (Lewis) para espionar os empregados, embora nem ele saiba o que está fazendo. Começa assim uma série de situações engraçadas envolvendo Morty em todos os lugares do estúdio.
Comentários:
Aqui Jerry Lewis usa um estúdio de cinema (a própria Paramount Pictures onde o filme foi produzido) como cenário para explorar uma série de gags visuais cômicas. O resultado é divertido, embora a produção apresente alguns problemas. O primeiro deles, e o mais sentido, é a falta de Dean Martin no elenco. Por essa época a bem sucedida parceria entre eles já havia sido rompida. Atuando solo, as situações já não são tão engraçadas como no passado. Além disso o sempre presente risco da saturação surge em determinados momentos - afinal de contas na maioria das cenas temos apenas Jerry Lewis e suas palhaçadas em cena. Provavelmente por essa razão também Lewis (que também assina a produção e o roteiro) tenha optado por realizar um filme rápido, ágil, com pouco mais de 80 minutos. Há realmente momentos bem bolados, como a cena em que Lewis fica preso em um elevador com uma multidão ou então quando, usando a trilha sonora musical, faz um "discurso" inflamado contra seus subordinados inexistentes, tal como se fosse o todo poderoso dono do estúdio. No geral a impressão que o filme me passa é que tudo se trata de uma grande homenagem, bem sincera aliás, de Jerry Lewis ao mundo do cinema. Explorando os bastidores, ridicularizando alguns de seus dogmas, ele conseguiu realmente realizar um filme bem divertido, excelente entretenimento, mas longe de ser uma obra memorável de sua filmografia.
Pablo Aluísio.
sábado, 24 de dezembro de 2016
Mister Roberts
Título no Brasil: Mister Roberts
Título Original: Mister Roberts
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Ford, Mervyn LeRoy
Roteiro: Frank S. Nugent, Joshua Logan
Elenco: Henry Fonda, Jack Lemmon, James Cagney, William Powell, Nick Adams, Betsy Palmer
Sinopse:
Segunda Guerra Mundial. Pacífico Sul. O Tenente 'Doug' Roberts (Fonda) serve em um velho cargueiro da Marinha americana. Ele a cada dia se sente mais frustrado pois sua embarcação não está relacionada diretamente a entrar em combate, se limitando a suprir as mercadorias das tropas aliadas naquela região. Com apenas 62 homens a bordo eles precisam aguentar as manias e ataques de maluquice de seu comandante, o capitão Morton (Cagney) que não parece disposto a facilitar a vida de ninguém. O que mais deseja Doug é ir embora do navio, para ser transferido para um destróier da armada, mas isso, como ele logo descobrirá, não será nada fácil. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Som. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Jack Lemmon).
Comentários:
Baseado numa peça de grande sucesso da Broadway, "Mister Roberts" é uma simpática comédia ambientada na Segunda Guerra dirigida pelo mestre John Ford. É interessante que Ford pouco se aventurou nesse estilo, mas o apelo de levar a famosa e bem sucedida peça teatral falou mais alto e ele aceitou o convite da Warner para dirigir o filme. Inicialmente a produção seria estrelada por Marlon Brando (como Mister Roberts) e Spencer Tracy (como o médico a bordo, Doc), mas por motivos variados eles não foram contratados. O destino tem suas próprias razões e isso foi muito bom, uma vez que a dupla Fonda / Powell funcionou muito bem. Henry Fonda inclusive havia estrelado a peça da Broadway e seria naturalmente, mais do que qualquer outro ator, o nome ideal para a adaptação cinematográfica. Já Lemmon acabou levando o único Oscar do filme, numa interpretação muito divertida do desastrado segundo tenente Frank Thurlowe Pulver, oficial da lavanderia de roupas e da moral da tripulação (imaginem que mistura esquisita!). O roteiro foi escrito por dois diretores, Frank S. Nugent e Joshua Logan, e tem realmente um timing excelente.
O tenente Roberts (Fonda) passa o tempo todo em uma guerra surda e não declarada para com o esquisito e carreirista capitão do barco, Morton (Cagney) que é um sujeitinho cheios de manias, como a de cultivar uma palmeira no convés do navio, sem que ninguém pudesse nem ao menos tocá-la. Como o filme é baseado numa peça teatral alguns aspectos de palco acabaram passando para a tela, como por exemplo, o desenrolar de toda a estória acontecendo em praticamente apenas um ambiente (o próprio cargueiro decadente chamado de "banheira" por todos os tripulantes). É lá que tudo se desenvolve. Curiosamente Fonda interpreta o bom oficial, amigo de todos, um colega de farda que é acima de tudo um apoio contra os desmandos do capitão, de quem ninguém gosta de verdade. O final, quando o tenente Roberts finalmente consegue sua tão sonhada transferência da embarcação para um navio poderoso da esquadra e o seu destino que o aguarda, é um dos mais tocantes que já vi. Uma lição irônica e ao mesmo tempo realista da vida e da luta que aguardavam todos aqueles militares no maior e mais sangrento conflito armado de todos os tempos.
Pablo Aluísio.