Esse filme resgata a figura do roteirista americano Dalton Trumbo. O roteiro, baseado na biografia escrita por Bruce Cook, tenta desvendar a trajetória desse escritor que acabou virando um símbolo da paranoia da perseguição do Macartismo durante as décadas de 1940 e 1950 nos Estados Unidos. Trumbo foi um dos mais talentosos roteiristas de Hollywood em sua fase de ouro, mas acabou vendo sua carreira ruir após ser acusado de ser comunista (o que era verdade, já que ele era membro do Partido Comunista daquele país). A questão é que depois disso e de ter se recusado a responder as perguntas do Congresso ele foi preso por desacato, ficando alguns anos na prisão.
Após voltar para a liberdade viu todas as portas dos grandes estúdios fechadas para ele. Sem emprego, estigmatizado e perseguido politicamente, Trumbo precisou fazer o que era preciso para sobreviver, escrevendo seus roteiros com pseudônimos, trabalhando para pequenos estúdios especializados em filmes ruins, fazendo o que estava à mão para sobreviver. Um dos aspectos mais interessantes que o cinéfilo vai encontrar nesse filme é a presença de grandes astros do passado que passaram pela vida de Trumbo. Estão lá o conservador John Wayne, o delator Edward G. Robinson e o corajoso Kirk Douglas, que resolveu enfrentar a todos, contratando Trumbo para trabalhar no grande épico "Spartacus". Sob esse ponto de vista o filme é uma delícia para os que gostam de cinema clássico, pois vemos os bastidores daquela época de uma forma ímpar.
Pelo que vemos no filme, Dalton Trumbo era um daqueles comunistas românticos (e bastante inocentes) que lutavam por uma ideologia sem saber muito bem o que ela significava. Enquanto tentava angariar simpatizantes para sua causa nos Estados Unidos, ele parecia ignorar os genocídios que Stálin promovia na União Soviética. Era de certa maneira um ingênuo e pagou um preço caro por isso. O filme não entra muito a fundo sobre esse ponto, sobre a essência do pensamento de Trumbo sobre a esquerda mundial e suas ditaduras sanguinárias, porém dá pistas importantes quando, por exemplo, ele reencontra o ator Edward G. Robinson e confessa que eles não tinham qualquer ligação com movimentos comunistas no exterior, provando que eram apenas boas pessoas ingênuas iludidas por uma ideologia realmente danosa.
Já sobre o filme em si não podemos deixar de elogiar o grande (e essa expressão não está sendo usada em vão) Bryan Cranston. Recentemente assisti um filme em que ele interpretava o presidente americano Lyndon Johnson e escrevi que Bryan havia conseguido desaparecer em seu personagem, algo que apenas os grandes atores conseguem fazer. O mesmo se repete aqui. Provavelmente Bryan Cranston seja um dos grandes atores de sua geração, pena que só veio se revelar ao grande público com a série "Breaking Bad". Não faz mal, mesmo tardiamente ele tem se revelado um maravilhoso ator. Então é isso. "Trumbo - Lista Negra" é de fato um ótimo filme, valorizado pela lição histórica que passa. Um retorno a um passado realmente sombrio da história americana. Certamente merece ser visto.
Trumbo - Lista Negra (Trumbo, Estados Unidos, 2015) Direção: Jay Roach / Roteiro: John McNamara, baseado no livro escrito por Bruce Cook / Elenco: Bryan Cranston, Diane Lane, Helen Mirren, Elle Fanning, Michael Stuhlbarg / Sinopse: Durante os anos 1940 o roteirista de Hollywood Dalton Trumbo é acusado de ser um comunista. Preso, perseguido e impedido de trabalhar novamente ele faz de tudo para sobreviver em um clima de profunda paranoia política. Filme baseado em fatos reais. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Bryan Cranston).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
À Beira Mar
Um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas foi o fim do casamento entre Brad Pitt e Angelina Jolie. Como era de se esperar em casos assim, de divórcio, sobraram farpas e acusações para todos os lados, fora a imensa briga nos tribunais que está por vir. Todo fim de casamento passa por algo parecido, algumas vezes de forma mais amena, em outras de maneira mais violenta, mas quase nunca pacífica. Pois bem, se você estiver em busca de respostas sobre as razões que levaram ao fim da união entre eles uma boa dica é assistir a esse último filme que fizeram juntos.
"By the Sea" é um drama depressivo que se passa em uma pequena vila à beira mar na costa da França. Brad Pitt interpreta um escritor americano em crise de criatividade chamado Roland. Há muito tempo ele não escreve nada de bom. Sem ideias e paralisado pela falta de inspiração, ele resolve ir com sua esposa Vanessa (Jolie) para esse lugar bucólico, tentando assim escrever finalmente seu novo romance.
Eles se hospedam em um hotel e Roland começa as tentativas para escrever seu livro. O problema é que o casal também está em crise. O casamento de longos anos já não é mais o mesmo. Ao invés da felicidade de estarem juntos, tudo o que sobrou foi o aborrecimento de ter que aturar um ao outro. Algo que vai se tornando cada vez mais penoso com o passar do tempo. Para piorar o que já por si só era bem ruim, no quarto ao lado está hospedado um jovem casal recém casado em plena lua de mel. O contraste entre a felicidade deles e a infelicidade do casal veterano começa a tornar tudo ainda mais insuportável. Para sufocar suas mágoas o escritor de Brad Pitt se esconde na bebida. Já sua esposa descobre que há um buraco na parede de seu quarto que lhe dá a oportunidade de bisbilhotar o casalzinho ao lado. Assim ela começa a ter crises de voyeurismo, vendo a felicidade alheia que já não encontra mais em seu matrimônio praticamente falido.
Esse filme que foi escrito e dirigido pela própria Angelina Jolie é claramente inspirado no cinema europeu da década de 1960. O problema é que existe uma clara diferença entre um filme original feito na Europa e uma mera imitação. Jolie tenta demonstrar, por exemplo, uma certa sofisticação, mas no final só consegue ser apenas bem chata. Ela confundiu classe genuína com ser pedante (que são duas coisas bem diferentes). Sua personagem também não acrescenta muito e Jolie está particularmente ruim em cena. A longa duração (desnecessária) também fará muita gente abandonar o filme pelo meio, até porque se formos pensar bem o roteiro muitas vezes se apresenta bem vazio e sem profundidade.
À Beira Mar (By the Sea, Estados Unidos, França, Malta 2015) Direção: Angelina Jolie / Roteiro: Angelina Jolie / Elenco: Brad Pitt, Angelina Jolie, Mélanie Laurent, Melvil Poupaud, Niels Arestrup / Sinopse: Casal americano em crise viaja para a costa da França. O marido quer escrever seu novo livro e a esposa tenta superar o abismo conjugal em que vive. Eles se hospedam em um hotel e descobrem que o casal do quarto ao lado está curtindo sua lua de mel, em plena felicidade e romantismo. A situação (que leva a comparação entre a infelicidade própria e a felicidade alheia) começa a incomodar ao veterano casal, agravando ainda mais sua crise de relacionamento.
Pablo Aluísio.
"By the Sea" é um drama depressivo que se passa em uma pequena vila à beira mar na costa da França. Brad Pitt interpreta um escritor americano em crise de criatividade chamado Roland. Há muito tempo ele não escreve nada de bom. Sem ideias e paralisado pela falta de inspiração, ele resolve ir com sua esposa Vanessa (Jolie) para esse lugar bucólico, tentando assim escrever finalmente seu novo romance.
Eles se hospedam em um hotel e Roland começa as tentativas para escrever seu livro. O problema é que o casal também está em crise. O casamento de longos anos já não é mais o mesmo. Ao invés da felicidade de estarem juntos, tudo o que sobrou foi o aborrecimento de ter que aturar um ao outro. Algo que vai se tornando cada vez mais penoso com o passar do tempo. Para piorar o que já por si só era bem ruim, no quarto ao lado está hospedado um jovem casal recém casado em plena lua de mel. O contraste entre a felicidade deles e a infelicidade do casal veterano começa a tornar tudo ainda mais insuportável. Para sufocar suas mágoas o escritor de Brad Pitt se esconde na bebida. Já sua esposa descobre que há um buraco na parede de seu quarto que lhe dá a oportunidade de bisbilhotar o casalzinho ao lado. Assim ela começa a ter crises de voyeurismo, vendo a felicidade alheia que já não encontra mais em seu matrimônio praticamente falido.
Esse filme que foi escrito e dirigido pela própria Angelina Jolie é claramente inspirado no cinema europeu da década de 1960. O problema é que existe uma clara diferença entre um filme original feito na Europa e uma mera imitação. Jolie tenta demonstrar, por exemplo, uma certa sofisticação, mas no final só consegue ser apenas bem chata. Ela confundiu classe genuína com ser pedante (que são duas coisas bem diferentes). Sua personagem também não acrescenta muito e Jolie está particularmente ruim em cena. A longa duração (desnecessária) também fará muita gente abandonar o filme pelo meio, até porque se formos pensar bem o roteiro muitas vezes se apresenta bem vazio e sem profundidade.
À Beira Mar (By the Sea, Estados Unidos, França, Malta 2015) Direção: Angelina Jolie / Roteiro: Angelina Jolie / Elenco: Brad Pitt, Angelina Jolie, Mélanie Laurent, Melvil Poupaud, Niels Arestrup / Sinopse: Casal americano em crise viaja para a costa da França. O marido quer escrever seu novo livro e a esposa tenta superar o abismo conjugal em que vive. Eles se hospedam em um hotel e descobrem que o casal do quarto ao lado está curtindo sua lua de mel, em plena felicidade e romantismo. A situação (que leva a comparação entre a infelicidade própria e a felicidade alheia) começa a incomodar ao veterano casal, agravando ainda mais sua crise de relacionamento.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Esquadrão Suicida
Foi extremamente badalado esse novo filme da DC Comics. Como bem sabemos a DC tem sido bastante criticada por errar em inúmeras adaptações de quadrinhos para o cinema. Para muitos a Marvel tem se saído muito melhor nesse aspecto. Há certamente um fundo de verdade nisso, porém pela galeria de personagens que possui não há como a DC voltar atrás. Só resta tentar, muitas vezes na base da tentativa e erro. Esse "Esquadrão Suicida" aposta em vários personagens menos conhecidos, todos se unindo para formar uma espécie de grupo de criminosos em prol de boas causas. Faz sentido? Não muito, mas esse não é o principal problema desse filme. O que faz falta aqui é justamente um bom roteiro. De todas as adaptações da DC Comics para o cinema esse é certamente um dos filmes que apresentaram o pior roteiro. O enredo é básico, mal elaborado e sem novidades. Clichês pulam por todos os lados e com isso o filme como um todo naufraga. Outro ponto fraquíssimo vem dos vilões. Nada interessantes. Nem a presença do Coringa salva o filme nesse aspecto. Interpretado por Jared Leto ele só consegue ser muito sem graça e completamente irrelevante para a estória. Uma decepção completa.
Outro fator que me decepcionou bastante foi a produção. Para um filme milionário como esse é simplesmente surpreendente que a produção deixe a desejar. A direção de arte não é das melhores, os cenários são derivativos, já vistos em centenas de outros filmes antes e os efeitos especiais não são isentos de críticas. Em alguns momentos chega a ser constrangedor. No final das contas uma das poucas coisas boas desse filme vem em seu elenco. A melhor presença vem com a atriz Margot Robbie. Ela conseguiu sobreviver às críticas e a Warner anunciou que fará em breve um filme solo com a Arlequina. A garota, pelo visto, se deu realmente bem. Will Smith também ajuda a passar o tempo. O seu personagem, um assassino profissional, é um dos poucos que possuem alguma profundidade. O resto do Esquadrão Suicida é formado apenas por coadjuvantes sem maior expressão. Assim, apesar do filme ter sido relativamente bem em termos de bilheteria, penso que a DC e a Warner investirá mais naqueles personagens que mostraram alguma viabilidade futura. O resto será deixado de lado, no volumoso lixo de adaptações mal sucedidas da DC para o cinema.
Esquadrão Suicida (Suicide Squad, Estados Unidos, 2016) Direção: David Ayer / Roteiro: David Ayer / Elenco: Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie Jared Leto / Sinopse: Em uma ousada ideia o serviço de inteligência do governo americano resolve formar um esquadrão formado apenas por criminosos perigosos. Eles terão que realizar as missões mais perigosas, justamente àquelas que o governo não quer participar ou se envolver oficialmente. O serviço sujo enfim, será realizado pelo grupo sempre que for necessário.
Pablo Aluísio.
Outro fator que me decepcionou bastante foi a produção. Para um filme milionário como esse é simplesmente surpreendente que a produção deixe a desejar. A direção de arte não é das melhores, os cenários são derivativos, já vistos em centenas de outros filmes antes e os efeitos especiais não são isentos de críticas. Em alguns momentos chega a ser constrangedor. No final das contas uma das poucas coisas boas desse filme vem em seu elenco. A melhor presença vem com a atriz Margot Robbie. Ela conseguiu sobreviver às críticas e a Warner anunciou que fará em breve um filme solo com a Arlequina. A garota, pelo visto, se deu realmente bem. Will Smith também ajuda a passar o tempo. O seu personagem, um assassino profissional, é um dos poucos que possuem alguma profundidade. O resto do Esquadrão Suicida é formado apenas por coadjuvantes sem maior expressão. Assim, apesar do filme ter sido relativamente bem em termos de bilheteria, penso que a DC e a Warner investirá mais naqueles personagens que mostraram alguma viabilidade futura. O resto será deixado de lado, no volumoso lixo de adaptações mal sucedidas da DC para o cinema.
Esquadrão Suicida (Suicide Squad, Estados Unidos, 2016) Direção: David Ayer / Roteiro: David Ayer / Elenco: Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie Jared Leto / Sinopse: Em uma ousada ideia o serviço de inteligência do governo americano resolve formar um esquadrão formado apenas por criminosos perigosos. Eles terão que realizar as missões mais perigosas, justamente àquelas que o governo não quer participar ou se envolver oficialmente. O serviço sujo enfim, será realizado pelo grupo sempre que for necessário.
Pablo Aluísio.
D-Tox
Stallone foi o Rei dos anos 80 no cinema. Vários de seus filmes nessa década estão entre os mais assistidos. Um sucesso de bilheteria atrás do outro. O tempo porém passou e Stallone foi colecionando filmes com bilheterias fracas, alguns fracassos também. Os anos 90 já não foram tão bem sucedidos. Alguns de seus filmes nem era mais lançados nos cinemas no Brasil, algo impossível de se imaginar dez anos antes. Esse filme aqui foi outra tentativa de recuperar a estrela do passado. Não deu muito certo. Ao custo de 55 milhões de dólares conseguiu faturar algo em torno de 32 milhões, deixando prejuízo para o estúdio. Quem diria que Stallone iria chegar numa situação dessas? Pois é, nenhuma carreira surfa a onda do sucesso para sempre.
Apesar de seu fraco resultado comercial até que gostei do filme. Há a estória de um agente do FBI que fica traumatizado pelo brutal crime de um serial killer que acaba testemunhando. Para se recuperar ele se interna numa clínica de reabilitação (sim, o personagem também tem problemas com alcoolismo) e aí começa todo o terror de antes. Filmes com psicopatas, costumo dizer, geralmente são bons. Principalmente quando o roteiro explora seu "método" de matança. Esse roteiro aqui não é tão bem escrito nesse aspecto, mas consegue manter o interesse. Ajuda também a própria presença de Stallone, um astro de inegável carisma. Enfim, "D-Tox" é um filme menor na filmografia de Sly, mas não menos interessante do que outros que ele estrelou nessa mesma fase de sua carreira.
D-Tox (D-Tox, Estados Unidos, 1999) Direção: Jim Gillespie / Roteiro: Howard Swindle, Ron L. Brinkerhoff / Elenco: Sylvester Stallone, Charles S. Dutton, Polly Walker / Sinopse: Jake Malloy (Sylvester Stallone) é um agente do FBI em processo de recuperação numa clínica que precisa enfrentar mais uma vez a ameaça de um psicopata, um assassino em série que tem um desejo de vingança contra ele de algo ocorrido no passado.
Pablo Aluísio.
Apesar de seu fraco resultado comercial até que gostei do filme. Há a estória de um agente do FBI que fica traumatizado pelo brutal crime de um serial killer que acaba testemunhando. Para se recuperar ele se interna numa clínica de reabilitação (sim, o personagem também tem problemas com alcoolismo) e aí começa todo o terror de antes. Filmes com psicopatas, costumo dizer, geralmente são bons. Principalmente quando o roteiro explora seu "método" de matança. Esse roteiro aqui não é tão bem escrito nesse aspecto, mas consegue manter o interesse. Ajuda também a própria presença de Stallone, um astro de inegável carisma. Enfim, "D-Tox" é um filme menor na filmografia de Sly, mas não menos interessante do que outros que ele estrelou nessa mesma fase de sua carreira.
D-Tox (D-Tox, Estados Unidos, 1999) Direção: Jim Gillespie / Roteiro: Howard Swindle, Ron L. Brinkerhoff / Elenco: Sylvester Stallone, Charles S. Dutton, Polly Walker / Sinopse: Jake Malloy (Sylvester Stallone) é um agente do FBI em processo de recuperação numa clínica que precisa enfrentar mais uma vez a ameaça de um psicopata, um assassino em série que tem um desejo de vingança contra ele de algo ocorrido no passado.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 20 de setembro de 2016
Mutação
Título no Brasil: Mutação
Título Original: Mimic
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Donald A. Wollheim, Matthew Robbins
Elenco: Mira Sorvino, F. Murray Abraham, Jeremy Northam, Alexander Goodwin, Josh Brolin, Charles S. Dutton
Sinopse:
Para deter o avanço de uma epidemia um grupo de cientistas promovem mutações em insetos dentro do laboratório, tudo com o propósito de se testar novas vacinas. Anos depois algumas espécies fogem para a natureza e lá sofrem novas mutações. Assim verdadeiros monstros começam a se desenvolver nos esgotos e subterrâneos de Nova Iorque, causando pânico naqueles que os encontram na escuridão das profundezas. Filme vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Maquiagem. Também indicado na categoria de Melhor Filme de Terror.
Comentários:
Esse filme tive a oportunidade de assistir no cinema, inclusive em uma tradicional sala de minha cidade que hoje em dia já não existe mais (ela foi fechada como centenas de outras salas do mesmo tipo depois que os cinemas migraram para os complexos de shopping center). Deixando esse aspecto nostálgico de lado o que temos aqui é uma nova roupagem para aqueles antigos filmes de insetos gigantes dos anos 50. Esse foi um dos primeiros filmes da carreira do diretor Guillermo del Toro. Na época de seu lançamento ele era praticamente desconhecido do grande público com poucos e inexpressivos títulos em sua filmografia. De qualquer forma diante dos desafios ele até que não se saiu tão mal como era esperado. Na verdade essa produção é uma adaptação de um curta-metragem que procurava resgatar o espírito dos antigos filmes de horror. Com a possibilidade trazida pelos avanços tecnológicos, principalmente no tocante a efeitos digitais, a produção realmente prometia bastante. O problema é que a fotografia ficou extremamente escura, o que prejudicou o resultado final. Quando os tais insetos mutantes gigantes surgem na tela o fazem apenas nas sombras. Quase não se consegue ver as criaturas por essa razão. Em termos de elenco temos duas surpresas. A primeira é a presença da oscarizada Mira Sorvino. Ela definitivamente não convence muito em seu papel. Outra surpresa é a presença do prestigiado F. Murray Abraham! Até hoje me pergunto o que um ator tão conceituado foi fazer em um filme sobre baratas gigantes!!! Enfim, assista se ainda não viu. Não é um grande filme, mas até que se torna uma boa diversão se você não for exigente demais.
Pablo Aluísio.
Título Original: Mimic
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Donald A. Wollheim, Matthew Robbins
Elenco: Mira Sorvino, F. Murray Abraham, Jeremy Northam, Alexander Goodwin, Josh Brolin, Charles S. Dutton
Sinopse:
Para deter o avanço de uma epidemia um grupo de cientistas promovem mutações em insetos dentro do laboratório, tudo com o propósito de se testar novas vacinas. Anos depois algumas espécies fogem para a natureza e lá sofrem novas mutações. Assim verdadeiros monstros começam a se desenvolver nos esgotos e subterrâneos de Nova Iorque, causando pânico naqueles que os encontram na escuridão das profundezas. Filme vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Maquiagem. Também indicado na categoria de Melhor Filme de Terror.
Comentários:
Esse filme tive a oportunidade de assistir no cinema, inclusive em uma tradicional sala de minha cidade que hoje em dia já não existe mais (ela foi fechada como centenas de outras salas do mesmo tipo depois que os cinemas migraram para os complexos de shopping center). Deixando esse aspecto nostálgico de lado o que temos aqui é uma nova roupagem para aqueles antigos filmes de insetos gigantes dos anos 50. Esse foi um dos primeiros filmes da carreira do diretor Guillermo del Toro. Na época de seu lançamento ele era praticamente desconhecido do grande público com poucos e inexpressivos títulos em sua filmografia. De qualquer forma diante dos desafios ele até que não se saiu tão mal como era esperado. Na verdade essa produção é uma adaptação de um curta-metragem que procurava resgatar o espírito dos antigos filmes de horror. Com a possibilidade trazida pelos avanços tecnológicos, principalmente no tocante a efeitos digitais, a produção realmente prometia bastante. O problema é que a fotografia ficou extremamente escura, o que prejudicou o resultado final. Quando os tais insetos mutantes gigantes surgem na tela o fazem apenas nas sombras. Quase não se consegue ver as criaturas por essa razão. Em termos de elenco temos duas surpresas. A primeira é a presença da oscarizada Mira Sorvino. Ela definitivamente não convence muito em seu papel. Outra surpresa é a presença do prestigiado F. Murray Abraham! Até hoje me pergunto o que um ator tão conceituado foi fazer em um filme sobre baratas gigantes!!! Enfim, assista se ainda não viu. Não é um grande filme, mas até que se torna uma boa diversão se você não for exigente demais.
Pablo Aluísio.
Sexta-Feira 13 - Parte 7
Título no Brasil: Sexta-Feira 13 Parte 7 - A Matança Continua
Título Original: Friday the 13th Part VII The New Blood
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Carl Buechler
Roteiro: Daryl Haney, Manuel Fidello
Elenco: Jennifer Banko, John Otrin, Susan Blu
Sinopse:
O psicopata Jason Voorhees (Kane Hodder) retorna à ativa por causa dos poderes psíquicos de uma jovem com uma incrível capacidade sobrenatural. Agora, livre daquilo que o impedia de matar, Jason está de volta ao parque abandonado de Crystal Lake para novas mortes de jovens desavisados que andam pela região. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Lançamento em DVD / Blu-Ray.
Comentários:
O que fazer de novo após seis filmes onde Jason sofreu todos os tipos de tentativas de morte? Ele foi baleado, esfaqueado, afogado, esganado e enforcado! Acha pouco? Depois do filme 6 muitos pensavam que Jason finalmente iria se despedir de suas matanças nas telas, mas estavam todos enganados! A solução para ressuscitar Jason foi usar o personagem de um jovem com poderes especiais, algo tão incrível que seria capaz até mesmo de trazer de volta o velho e doente Jason, agora... pasmem... revitalizado em sua sede de mortes em série. Eu confesso que até gosto desse filme, isso porque os roteiristas procuraram sair da mesmice. Se não foram tão criativos como se esperava pelo menos fizeram algo um pouquinho mais diferente do habitual. O diretor John Carl Buechler era especializado em efeitos especiais e dirigiu poucos filmes, nenhum deles digno de nota.
Pablo Aluísio.
Título Original: Friday the 13th Part VII The New Blood
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Carl Buechler
Roteiro: Daryl Haney, Manuel Fidello
Elenco: Jennifer Banko, John Otrin, Susan Blu
Sinopse:
O psicopata Jason Voorhees (Kane Hodder) retorna à ativa por causa dos poderes psíquicos de uma jovem com uma incrível capacidade sobrenatural. Agora, livre daquilo que o impedia de matar, Jason está de volta ao parque abandonado de Crystal Lake para novas mortes de jovens desavisados que andam pela região. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Lançamento em DVD / Blu-Ray.
Comentários:
O que fazer de novo após seis filmes onde Jason sofreu todos os tipos de tentativas de morte? Ele foi baleado, esfaqueado, afogado, esganado e enforcado! Acha pouco? Depois do filme 6 muitos pensavam que Jason finalmente iria se despedir de suas matanças nas telas, mas estavam todos enganados! A solução para ressuscitar Jason foi usar o personagem de um jovem com poderes especiais, algo tão incrível que seria capaz até mesmo de trazer de volta o velho e doente Jason, agora... pasmem... revitalizado em sua sede de mortes em série. Eu confesso que até gosto desse filme, isso porque os roteiristas procuraram sair da mesmice. Se não foram tão criativos como se esperava pelo menos fizeram algo um pouquinho mais diferente do habitual. O diretor John Carl Buechler era especializado em efeitos especiais e dirigiu poucos filmes, nenhum deles digno de nota.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
Life - Um Retrato de James Dean
Título no Brasil: Life - Um Retrato de James Dean
Título Original: Life
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Entertainment One
Direção: Anton Corbijn
Roteiro: Luke Davies
Elenco: Robert Pattinson, Dane DeHaan, Peter Lucas, Lauren Gallagher, Alessandra Mastronardi, Joel Edgerton
Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Durante os anos 1950 um jovem fotógrafo chamado Dennis Stock (Robert Pattinson) convence o ator rebelde James Dean (Dane DeHaan) a participar de um ensaio de fotos para ser vendido à famosa revista Life. Inicialmente relutante, James Dean concorda com a ideia e convence Stock a segui-lo em uma viagem de retorno que ele estaria fazendo para sua antiga cidade natal no meio oeste americano, em Fairmount, no estado de Indiana. Essa seria a última vez em sua vida que James Dean veria seu lar natal.
Comentários:
As fotos de James Dean que foram publicadas na revista Life nos anos 50 até hoje são consideradas as melhores já feitas do ator. Publicadas em vários livros, revistas e jornais ao longo dos anos se tornaram verdadeiros ícones do fotojornalismo moderno. Partindo delas escreveu-se o bom roteiro desse filme que procura recriar em detalhes os eventos que lhes deram origem. Como todos sabemos o ator James Dean morreu poucas semanas depois das fotos serem tiradas. Transformado postumamente em um dos maiores ícones cinematográficos de todos os tempos, tudo o que se dizia respeito a ele ganhou uma áurea de importância sem precedentes. O James Dean que encontramos nesse filme é um jovem ator prestes a se tornar um astro (na realidade quando morreu apenas um de seus filmes tinha realmente estreado nos cinemas americanos). O curioso é que quando essa nova produção foi anunciada muitos pensaram que Dean seria interpretado por Robert Pattinson, por causa das semelhanças que insistem dizer que existem entre ambos. Fugindo da polêmica e da comparação porém Pattinson preferiu interpretar o fotógrafo Dennis Stock que acabou entrando para a história justamente por causa das fotos que tirou. Em sentido geral é realmente um bom filme, muito agradável e até nostálgico, que recria um dos momentos mais curiosos da trajetória do mito e da lenda James Dean. Para cinéfilos em geral é realmente uma excelente pedida.
Pablo Aluísio.
Título Original: Life
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Entertainment One
Direção: Anton Corbijn
Roteiro: Luke Davies
Elenco: Robert Pattinson, Dane DeHaan, Peter Lucas, Lauren Gallagher, Alessandra Mastronardi, Joel Edgerton
Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Durante os anos 1950 um jovem fotógrafo chamado Dennis Stock (Robert Pattinson) convence o ator rebelde James Dean (Dane DeHaan) a participar de um ensaio de fotos para ser vendido à famosa revista Life. Inicialmente relutante, James Dean concorda com a ideia e convence Stock a segui-lo em uma viagem de retorno que ele estaria fazendo para sua antiga cidade natal no meio oeste americano, em Fairmount, no estado de Indiana. Essa seria a última vez em sua vida que James Dean veria seu lar natal.
Comentários:
As fotos de James Dean que foram publicadas na revista Life nos anos 50 até hoje são consideradas as melhores já feitas do ator. Publicadas em vários livros, revistas e jornais ao longo dos anos se tornaram verdadeiros ícones do fotojornalismo moderno. Partindo delas escreveu-se o bom roteiro desse filme que procura recriar em detalhes os eventos que lhes deram origem. Como todos sabemos o ator James Dean morreu poucas semanas depois das fotos serem tiradas. Transformado postumamente em um dos maiores ícones cinematográficos de todos os tempos, tudo o que se dizia respeito a ele ganhou uma áurea de importância sem precedentes. O James Dean que encontramos nesse filme é um jovem ator prestes a se tornar um astro (na realidade quando morreu apenas um de seus filmes tinha realmente estreado nos cinemas americanos). O curioso é que quando essa nova produção foi anunciada muitos pensaram que Dean seria interpretado por Robert Pattinson, por causa das semelhanças que insistem dizer que existem entre ambos. Fugindo da polêmica e da comparação porém Pattinson preferiu interpretar o fotógrafo Dennis Stock que acabou entrando para a história justamente por causa das fotos que tirou. Em sentido geral é realmente um bom filme, muito agradável e até nostálgico, que recria um dos momentos mais curiosos da trajetória do mito e da lenda James Dean. Para cinéfilos em geral é realmente uma excelente pedida.
Pablo Aluísio.
Se Encontrar Sartana, Reze Pela Sua Morte
Título no Brasil: Se Encontrar Sartana, Reze Pela Sua Morte
Título Original: Se incontri Sartana prega per la tua morte
Ano de Produção: 1968
País: Itália, França, Alemanha
Estúdio: Paris Etolie Films, Parnass Film
Direção: Gianfranco Parolini (Frank Kramer)
Roteiro: Luigi De Santis, Fabio Piccioni
Elenco: Gianni Garko, William Berger, Sydney Chaplin, Klaus Kinski, Gianni Rizzo, Carlo Tamberlani
Sinopse:
Várias diligências começam a sofrer ataques e roubos por parte de bandoleiros foras-da-lei. Conforme a violência aumenta muitos passageiros são mortos, inclusive crianças, mulheres e idosos. O dinheiro roubado acaba sendo escondido em lugares hostis e desertos no meio do nada. Depois de mais um violento assalto o pistoleiro errante Sartana (Gianni Garko) resolve ajudar algumas vítimas, mandando fogo e chumbo quente contra os criminosos. Visto como alguém a ser eliminado pelos bandidos, Sartana começa um verdeiro jogo de vida e morte nas areias do deserto. Apenas os mais fortes sobreviverão.
Comentários:
Conforme o Western Spaghetti ia ficando cada vez mais popular, ano após ano, os estúdios italianos começaram a receber investimento de capital estrangeiro. Era algo natural de acontecer. Sempre que havia possibilidade de retorno em termos de lucros, os investidores se faziam presentes. Veja o caso dessa nova produção sobre Sartana. O filme, embora filmado e produzido na Itália, contou com investimento de produtores franceses e alemães. Isso era muito bom para a indústria de cinema italiana pois mais investimentos significavam acima de tudo mais dinheiro, que se traduziam em melhores produções. Nesse filme, por exemplo, já temos melhores cenários, figurinos, atores, etc. Tudo fruto desse investimento estrangeiro. O diretor romano Gianfranco Parolini adotou o pseudônimo de Frank Kramer para assinar a direção. Esse foi um dos cineastas mais bem sucedidos do Spaghetti, tendo dirigido vários filmes com outro pistoleiro famoso da época, o Sabata (como por exemplo, "Sabata, o Homem que Veio para Matar", "Sabata Adeus" e "Sabata Vem para Vingar", sempre assinando seus filmes como Frank Kramer e trabalhando ao lado do ator americano Lee Van Cleef). Aqui, com Sartana, ele rodou um filme muito interessante, bem na média do que estava sendo lançado nos cinemas europeus. Interpretando Sartana temos o italiano Gianni Garko. Esse ator acabou se destacando justamente pela regularidade com que viria a interpretar Sartana. Foram tantos filmes como o personagem (como "Sartana, o Matador", "Sartana Mata para não Morrer", "Fujam, Sartana Chegou!" e "Eu Sou Sartana") que ele acabou ficando associado para sempre com o pistoleiro vingador. O curioso é que quando não estava matando bandidos e vilões em filmes de velho oeste ele conseguia ainda atuar em alguns pequenos clássicos em outros países como o excelente "Waterloo", provando que era acima de tudo um ator bem carismático e eclético.
Pablo Aluísio.
Título Original: Se incontri Sartana prega per la tua morte
Ano de Produção: 1968
País: Itália, França, Alemanha
Estúdio: Paris Etolie Films, Parnass Film
Direção: Gianfranco Parolini (Frank Kramer)
Roteiro: Luigi De Santis, Fabio Piccioni
Elenco: Gianni Garko, William Berger, Sydney Chaplin, Klaus Kinski, Gianni Rizzo, Carlo Tamberlani
Sinopse:
Várias diligências começam a sofrer ataques e roubos por parte de bandoleiros foras-da-lei. Conforme a violência aumenta muitos passageiros são mortos, inclusive crianças, mulheres e idosos. O dinheiro roubado acaba sendo escondido em lugares hostis e desertos no meio do nada. Depois de mais um violento assalto o pistoleiro errante Sartana (Gianni Garko) resolve ajudar algumas vítimas, mandando fogo e chumbo quente contra os criminosos. Visto como alguém a ser eliminado pelos bandidos, Sartana começa um verdeiro jogo de vida e morte nas areias do deserto. Apenas os mais fortes sobreviverão.
Comentários:
Conforme o Western Spaghetti ia ficando cada vez mais popular, ano após ano, os estúdios italianos começaram a receber investimento de capital estrangeiro. Era algo natural de acontecer. Sempre que havia possibilidade de retorno em termos de lucros, os investidores se faziam presentes. Veja o caso dessa nova produção sobre Sartana. O filme, embora filmado e produzido na Itália, contou com investimento de produtores franceses e alemães. Isso era muito bom para a indústria de cinema italiana pois mais investimentos significavam acima de tudo mais dinheiro, que se traduziam em melhores produções. Nesse filme, por exemplo, já temos melhores cenários, figurinos, atores, etc. Tudo fruto desse investimento estrangeiro. O diretor romano Gianfranco Parolini adotou o pseudônimo de Frank Kramer para assinar a direção. Esse foi um dos cineastas mais bem sucedidos do Spaghetti, tendo dirigido vários filmes com outro pistoleiro famoso da época, o Sabata (como por exemplo, "Sabata, o Homem que Veio para Matar", "Sabata Adeus" e "Sabata Vem para Vingar", sempre assinando seus filmes como Frank Kramer e trabalhando ao lado do ator americano Lee Van Cleef). Aqui, com Sartana, ele rodou um filme muito interessante, bem na média do que estava sendo lançado nos cinemas europeus. Interpretando Sartana temos o italiano Gianni Garko. Esse ator acabou se destacando justamente pela regularidade com que viria a interpretar Sartana. Foram tantos filmes como o personagem (como "Sartana, o Matador", "Sartana Mata para não Morrer", "Fujam, Sartana Chegou!" e "Eu Sou Sartana") que ele acabou ficando associado para sempre com o pistoleiro vingador. O curioso é que quando não estava matando bandidos e vilões em filmes de velho oeste ele conseguia ainda atuar em alguns pequenos clássicos em outros países como o excelente "Waterloo", provando que era acima de tudo um ator bem carismático e eclético.
Pablo Aluísio.
domingo, 18 de setembro de 2016
Últimos Dias no Deserto
O Evangelho nos revela que Jesus foi para o deserto e por lá ficou, jejuando e orando por quarenta dias e quarenta noites, sendo tentado pelo diabo. O trecho é um dos mais conhecidos do Evangelho Segundo Mateus. Jesus, antes de realmente começar sua missão, teve que passar por esse teste de fé em uma das regiões mais hostis do planeta. Não há muitos detalhes nas escrituras, apenas é dito que após muitas tentações Jesus finalmente venceu o tentador, o diabo. Nada muito além disso nos é revelado pela Bíblia. Pois foi com base nesse trecho bíblico que o diretor e roteirista colombiano Rodrigo García escreveu o roteiro e o argumento de seu filme. Ele desenvolveu uma estória de ficção para mostrar o que teria supostamente acontecido com Jesus durante esse período decisivo de sua vida.
Assim quando o filme começa já encontramos Jesus caminhando pelo meio do deserto. Ele tem fome, sede e sofre com o calor escaldante do lugar. Isso porém não parece abalar em nada sua fé. Ao seu lado porém parece existir uma série de figuras sinistras, criaturas das trevas, que tentam fazer o filho de Deus renegar sua missão e sua crença em Deus. Há uma cena inicial muito interessante em que Jesus encontra uma velha senhora embaixo de um rochedo. Ela parece exausta e faminta. Jesus então se aproxima e lhe oferece um pouco de água, até perceber que aquela imagem apenas escondia a verdadeira face do mal, da serpente.
Por falar no mal, Jesus parece sempre estar acompanhado por Satã (que também é interpretado pelo ator Ewan McGregor). O anjo caído não perde tempo e está sempre sussurrando mentiras no ouvido de Jesus, tentando enganá-lo a todo custo, para que Ele deixe de acreditar em sua missão. O Jesus mostrado nesse filme é muito humano. Ele tem dúvidas, fraquezas e chega a se questionar como pregaria ao povo de Deus quando sua hora chegasse. Com o diabo tem interessantes diálogos, alguns com problemas teológicos bem claros, mas que nunca deixam de ser interessantes. Em um dos momentos mais curiosos, Jesus pergunta ao diabo como seria a face de Deus! Mais do que isso, ele pergunta se Deus teria uma face...
O centro da trama porém passa por uma família que Jesus casualmente encontra no deserto. A mãe está morrendo, o pai tem problemas de relacionamento com o filho (que deseja ir embora para Jerusalém) e Jesus, chamado de "Homem Santo" pelo personagem interpretado pelo excelente ator Ciarán Hinds, tenta ajudar a todos eles de alguma forma. Um aspecto que também gostei além da exploração do homem Jesus, foi a forma como o roteiro procurou mostrar Jesus de Nazaré. Ele é introspectivo, calmo, pensativo e com uma fé inabalável. O único ponto que me deixou um pouco decepcionado foi que o roteiro não explorou a tentação final do diabo em relação às todas as riquezas da Terra, que seriam dadas a Jesus caso ele o adorasse. Teria sido um clímax perfeito para o filme, mas infelizmente isso não acontece. De qualquer forma eu ainda recomendo essa película. Sim, ela toma várias liberdades sobre essa fase da vida de Jesus, mas nunca perde o respeito por esse que certamente foi o personagem histórico mais importante de todos os tempos.
Últimos Dias no Deserto (Last Days in the Desert, Estados Unidos, 2015) Direção: Rodrigo García / Roteiro: Rodrigo García / Elenco: Ewan McGregor, Ciarán Hinds, Tye Sheridan, Ayelet Zurer, Susan Gray / Sinopse: Antes de iniciar sua missão, Jesus (McGregor) decide ir para o deserto com a intenção de jejuar e orar. Lá começa a ser tentado pelo diabo. Também encontra uma família que vive das rochas e pedras da região, cuja mãe está morrendo. Filme premiado pelo Sundance Film Festival.
Pablo Aluísio.
Assim quando o filme começa já encontramos Jesus caminhando pelo meio do deserto. Ele tem fome, sede e sofre com o calor escaldante do lugar. Isso porém não parece abalar em nada sua fé. Ao seu lado porém parece existir uma série de figuras sinistras, criaturas das trevas, que tentam fazer o filho de Deus renegar sua missão e sua crença em Deus. Há uma cena inicial muito interessante em que Jesus encontra uma velha senhora embaixo de um rochedo. Ela parece exausta e faminta. Jesus então se aproxima e lhe oferece um pouco de água, até perceber que aquela imagem apenas escondia a verdadeira face do mal, da serpente.
Por falar no mal, Jesus parece sempre estar acompanhado por Satã (que também é interpretado pelo ator Ewan McGregor). O anjo caído não perde tempo e está sempre sussurrando mentiras no ouvido de Jesus, tentando enganá-lo a todo custo, para que Ele deixe de acreditar em sua missão. O Jesus mostrado nesse filme é muito humano. Ele tem dúvidas, fraquezas e chega a se questionar como pregaria ao povo de Deus quando sua hora chegasse. Com o diabo tem interessantes diálogos, alguns com problemas teológicos bem claros, mas que nunca deixam de ser interessantes. Em um dos momentos mais curiosos, Jesus pergunta ao diabo como seria a face de Deus! Mais do que isso, ele pergunta se Deus teria uma face...
O centro da trama porém passa por uma família que Jesus casualmente encontra no deserto. A mãe está morrendo, o pai tem problemas de relacionamento com o filho (que deseja ir embora para Jerusalém) e Jesus, chamado de "Homem Santo" pelo personagem interpretado pelo excelente ator Ciarán Hinds, tenta ajudar a todos eles de alguma forma. Um aspecto que também gostei além da exploração do homem Jesus, foi a forma como o roteiro procurou mostrar Jesus de Nazaré. Ele é introspectivo, calmo, pensativo e com uma fé inabalável. O único ponto que me deixou um pouco decepcionado foi que o roteiro não explorou a tentação final do diabo em relação às todas as riquezas da Terra, que seriam dadas a Jesus caso ele o adorasse. Teria sido um clímax perfeito para o filme, mas infelizmente isso não acontece. De qualquer forma eu ainda recomendo essa película. Sim, ela toma várias liberdades sobre essa fase da vida de Jesus, mas nunca perde o respeito por esse que certamente foi o personagem histórico mais importante de todos os tempos.
Últimos Dias no Deserto (Last Days in the Desert, Estados Unidos, 2015) Direção: Rodrigo García / Roteiro: Rodrigo García / Elenco: Ewan McGregor, Ciarán Hinds, Tye Sheridan, Ayelet Zurer, Susan Gray / Sinopse: Antes de iniciar sua missão, Jesus (McGregor) decide ir para o deserto com a intenção de jejuar e orar. Lá começa a ser tentado pelo diabo. Também encontra uma família que vive das rochas e pedras da região, cuja mãe está morrendo. Filme premiado pelo Sundance Film Festival.
Pablo Aluísio.
Joe, o Pistoleiro Implacável
Título no Brasil: Joe, o Pistoleiro Implacável
Título Original: Navajo Joe
Ano de Produção: 1966
País: Itália, Espanha
Estúdio: Dino de Laurentiis Cinematografica
Direção: Sergio Corbucci
Roteiro: Ugo Pirro, Piero Regnoli
Elenco: Burt Reynolds, Aldo Sambrell, Nicoletta Machiavelli, Fernando Rey, Tanya Lopert
Sinopse:
Após um brutal massacre envolvendo todos os seus familiares e amigos de sua tribo, o nativo conhecido apenas como Navajo Joe (Burt Reynolds) resolve partir para uma vingança sangrenta, procurando todos os responsáveis pelas mortes de todas aquelas mulheres, idosos e crianças inocentes. Seu sede de justiça e vingança não tardará a ser saciada.
Comentários:
Um western spaghetti estrelado pelo ator Burt Reynolds? Pois é, no mínimo curioso. Outro aspecto que chama a atenção é que o filme foi dirigido pelo mestre Sergio Corbucci, considerado um dos cineastas mais talentosos dessa fase do cinema europeu. Esse aliás foi seu segundo filme a ser rodado depois do grande sucesso de "Django" um ano antes. Ele vinha da realização de outro sucesso chamado "Ringo e Sua Pistola de Ouro", estrelado por Mark Damon e por essa razão havia uma certa expectativa nessa produção. "Navajo Joe" tem uma produção bem melhor do que a dos filmes anteriores. Isso porque Sergio Corbucci assinou com os estúdios pertencentes ao mega produtor Dino de Laurentiis. Todos os cinéfilos bem sabem que Dino podia ter muitos defeitos, mas realizar filmes pobres certamente não era um deles. Laurentiis, já por essa época, tinha fama de não economizar nos custos de suas produções e isso se faz sentir bem em "Navajo Joe". Um exemplo disso vem inclusive da própria contratação do astro americano Burt Reynolds, que na época era considerado um futuro e potencial superstar do cinema americano - algo que se confirmaria na década seguinte, durante os anos 70. Então basicamente é isso. Um filme italiano de faroeste, todo rodado nos desertos da Espanha, estrelado por um ator americano e dirigido por um verdadeiro artesão do spaghetti western. São boas qualificações que por si só já justificam assistir ao filme. Boa diversão.
Pablo Aluísio.
Título Original: Navajo Joe
Ano de Produção: 1966
País: Itália, Espanha
Estúdio: Dino de Laurentiis Cinematografica
Direção: Sergio Corbucci
Roteiro: Ugo Pirro, Piero Regnoli
Elenco: Burt Reynolds, Aldo Sambrell, Nicoletta Machiavelli, Fernando Rey, Tanya Lopert
Sinopse:
Após um brutal massacre envolvendo todos os seus familiares e amigos de sua tribo, o nativo conhecido apenas como Navajo Joe (Burt Reynolds) resolve partir para uma vingança sangrenta, procurando todos os responsáveis pelas mortes de todas aquelas mulheres, idosos e crianças inocentes. Seu sede de justiça e vingança não tardará a ser saciada.
Comentários:
Um western spaghetti estrelado pelo ator Burt Reynolds? Pois é, no mínimo curioso. Outro aspecto que chama a atenção é que o filme foi dirigido pelo mestre Sergio Corbucci, considerado um dos cineastas mais talentosos dessa fase do cinema europeu. Esse aliás foi seu segundo filme a ser rodado depois do grande sucesso de "Django" um ano antes. Ele vinha da realização de outro sucesso chamado "Ringo e Sua Pistola de Ouro", estrelado por Mark Damon e por essa razão havia uma certa expectativa nessa produção. "Navajo Joe" tem uma produção bem melhor do que a dos filmes anteriores. Isso porque Sergio Corbucci assinou com os estúdios pertencentes ao mega produtor Dino de Laurentiis. Todos os cinéfilos bem sabem que Dino podia ter muitos defeitos, mas realizar filmes pobres certamente não era um deles. Laurentiis, já por essa época, tinha fama de não economizar nos custos de suas produções e isso se faz sentir bem em "Navajo Joe". Um exemplo disso vem inclusive da própria contratação do astro americano Burt Reynolds, que na época era considerado um futuro e potencial superstar do cinema americano - algo que se confirmaria na década seguinte, durante os anos 70. Então basicamente é isso. Um filme italiano de faroeste, todo rodado nos desertos da Espanha, estrelado por um ator americano e dirigido por um verdadeiro artesão do spaghetti western. São boas qualificações que por si só já justificam assistir ao filme. Boa diversão.
Pablo Aluísio.
sábado, 17 de setembro de 2016
Um Estado de Liberdade
É muito triste (e ao mesmo tempo revelador e educativo) assistir a um filme como esse. Isso porque você se dá conta que o racismo e a escravidão eram realidades oficialmente reconhecidas pelo Estado até bem pouco tempo atrás (em termos históricos o fim da escravidão aconteceu praticamente ontem!). O roteiro é baseado em uma história real, o que agrava ainda mais essa situação. O enredo reconstrói a vida de Newton Knight (Matthew McConaughey). Durante a Guerra Civil americana ele se alistou para lutar ao lado dos Confederados. No campo de batalha começou a atuar como parte do corpo médico da unidade onde estava alistado. Sua função era trazer os feridos até as tendas dos médicos - onde a carnificina imperava por falta de recursos humanos e de materiais.
Depois da morte de seu sobrinho - que era apenas um garoto que infortunadamente fora atingido por fogo inimigo dos ianques - ele finalmente decide ir embora. Pega o corpo do garoto e segue o caminho de volta para a fazenda de sua família. Um ato de deserção punido com enforcamento. Depois de tudo isso, para não ser preso e sofrer a pena capital, Knight resolve fugir para os pântanos da região, onde acaba encontrando escravos fugitivos, se tornando amigo de todos eles, abraçando então a causa da libertação dos negros no sul dos Estados Unidos. O filme assim vai se desenvolvendo a partir dessa pequena comunidade de foragidos que, vivendo nos pântanos do sul, começa a se levantar contra as leis de submissão e de conteúdo racial do próprio Estado Confederado de que faziam parte.
"Free State of Jones" causou polêmica nos estados americanos do sul durante o seu lançamento. Isso porque o protagonista do filme, Newton Knight, foi um desertor do exército confederado. Além disso ousou se apaixonar e ter filhos com uma escrava negra, algo que até hoje causa perplexidade em certos setores sulistas (sim, o racismo assumido, essa chaga, não parece ter desaparecido em certos rincões daquele país). Um dos aspectos históricos mais absurdos que o filme revela é que havia leis até bem pouco tempo atrás que proibiam o casamento entre brancos e negros no sul. É justamente sobre isso que se desenvolve a segunda linha narrativa do filme. Enquanto a primeira conta a vida de Knight nos pântanos do sul, a segunda mostra um de seus descendentes lutando em um tribunal do Mississippi para se casar com uma mulher branca (a justiça entendeu que ele era na realidade um mestiço com sangue negro nas veias e que por essa razão jamais poderia desposar uma mulher sulista branca!).
Certamente é um bom filme. Porém apresenta alguns problemas em seu corte final. Embora a história seja importante e historicamente complexa (o filme explora vários anos na vida de Knight), a versão final que chegou aos cinemas americanos se revelou muito longa - chegando em alguns momentos a se tornar um pouco cansativa. Penso que um corte mais enxuto só traria melhoras ao filme. De resto tudo surge de primeira qualidade. A reconstituição de época é perfeita, a direção é segura e focada e todo o elenco está maravilhosamente bem. Até mesmo Matthew McConaughey me surpreendeu por ter deixado de lado alguns de seus cacoetes mais irritantes. Então é isso. O que temos aqui é uma bela história de um homem que estava muitos anos à frente de seu tempo. Embora fosse branco sentiu na pele todo o racismo da sociedade confederada do Sul, que chegou ao ponto de ir para uma das guerras mais sangrentas da história simplesmente para defender o direito de um homem ter outro homem como seu bem particular. A escravidão seria abolida, mas as marcas que ela deixou ainda hoje ressoam, infelizmente. Veja o filme e entenda melhor todo esse processo histórico que ainda não chegou ao seu término.
Um Estado de Liberdade (Free State of Jones, Estados Unidos, 2016) Direção: Gary Ross / Roteiro: Leonard Hartman, Gary Ross / Elenco: Matthew McConaughey, Gugu Mbatha-Raw, Mahershala Ali / Sinopse: O filme narra a história de um soldado do exército confederado durante a Guerra Civil americana que certo dia resolve abandonar o campo de batalha. Caçado como desertor ele foge para os pântanos do sul, onde acaba conhecendo escravos fugitivos de seus donos. Lá cria uma sentimento de irmandade com eles, lutando ao lado daqueles homens em busca de uma verdadeira liberdade.
Pablo Aluísio.
Depois da morte de seu sobrinho - que era apenas um garoto que infortunadamente fora atingido por fogo inimigo dos ianques - ele finalmente decide ir embora. Pega o corpo do garoto e segue o caminho de volta para a fazenda de sua família. Um ato de deserção punido com enforcamento. Depois de tudo isso, para não ser preso e sofrer a pena capital, Knight resolve fugir para os pântanos da região, onde acaba encontrando escravos fugitivos, se tornando amigo de todos eles, abraçando então a causa da libertação dos negros no sul dos Estados Unidos. O filme assim vai se desenvolvendo a partir dessa pequena comunidade de foragidos que, vivendo nos pântanos do sul, começa a se levantar contra as leis de submissão e de conteúdo racial do próprio Estado Confederado de que faziam parte.
"Free State of Jones" causou polêmica nos estados americanos do sul durante o seu lançamento. Isso porque o protagonista do filme, Newton Knight, foi um desertor do exército confederado. Além disso ousou se apaixonar e ter filhos com uma escrava negra, algo que até hoje causa perplexidade em certos setores sulistas (sim, o racismo assumido, essa chaga, não parece ter desaparecido em certos rincões daquele país). Um dos aspectos históricos mais absurdos que o filme revela é que havia leis até bem pouco tempo atrás que proibiam o casamento entre brancos e negros no sul. É justamente sobre isso que se desenvolve a segunda linha narrativa do filme. Enquanto a primeira conta a vida de Knight nos pântanos do sul, a segunda mostra um de seus descendentes lutando em um tribunal do Mississippi para se casar com uma mulher branca (a justiça entendeu que ele era na realidade um mestiço com sangue negro nas veias e que por essa razão jamais poderia desposar uma mulher sulista branca!).
Certamente é um bom filme. Porém apresenta alguns problemas em seu corte final. Embora a história seja importante e historicamente complexa (o filme explora vários anos na vida de Knight), a versão final que chegou aos cinemas americanos se revelou muito longa - chegando em alguns momentos a se tornar um pouco cansativa. Penso que um corte mais enxuto só traria melhoras ao filme. De resto tudo surge de primeira qualidade. A reconstituição de época é perfeita, a direção é segura e focada e todo o elenco está maravilhosamente bem. Até mesmo Matthew McConaughey me surpreendeu por ter deixado de lado alguns de seus cacoetes mais irritantes. Então é isso. O que temos aqui é uma bela história de um homem que estava muitos anos à frente de seu tempo. Embora fosse branco sentiu na pele todo o racismo da sociedade confederada do Sul, que chegou ao ponto de ir para uma das guerras mais sangrentas da história simplesmente para defender o direito de um homem ter outro homem como seu bem particular. A escravidão seria abolida, mas as marcas que ela deixou ainda hoje ressoam, infelizmente. Veja o filme e entenda melhor todo esse processo histórico que ainda não chegou ao seu término.
Um Estado de Liberdade (Free State of Jones, Estados Unidos, 2016) Direção: Gary Ross / Roteiro: Leonard Hartman, Gary Ross / Elenco: Matthew McConaughey, Gugu Mbatha-Raw, Mahershala Ali / Sinopse: O filme narra a história de um soldado do exército confederado durante a Guerra Civil americana que certo dia resolve abandonar o campo de batalha. Caçado como desertor ele foge para os pântanos do sul, onde acaba conhecendo escravos fugitivos de seus donos. Lá cria uma sentimento de irmandade com eles, lutando ao lado daqueles homens em busca de uma verdadeira liberdade.
Pablo Aluísio.
Carnage Park
Título no Brasil: Carnage Park
Título Original: Carnage Park
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Diablo Entertainment
Direção: Mickey Keating
Roteiro: Mickey Keating
Elenco: Ashley Bell, Pat Healy, Alan Ruck, James Landry Hébert, Michael Villar, Bob Bancroft
Sinopse:
Após um roubo a banco, dois criminosos tentam fugir à toda velocidade pelas estradas empoeiradas de um deserto da Califórnia. Um deles, alvejado durante a fuga, logo morre no banco de trás do carro. O outro precisa então se livrar de seu corpo o mais rapidamente possível. Com a ajuda de uma refém (que estava no porta-malas) ele dirige até uma propriedade remota, onde deixa seu parceiro do crime. O que o criminoso não sabe é que o lugar pertence a um sujeito psicopata, que pensa estar em um verdadeiro campo de batalha. Agora ele irá caçar o bandido, ao mesmo tempo em que leva sua refém para o verdadeiro inferno na Terra.
Comentários:
Temos aqui um novo thriller de terror que se destaca não pelo roteiro (pois é dos mais simples), nem pela produção em si (que é até modesta) e muito menos pelo elenco (a maioria dos atores é esforçado, mas desconhecido). O destaque de "Carnage Park" vem da forma como o jovem diretor Mickey Keating conta sua estória sangrenta. Ele se utiliza de vários tipos de linguagem cinematográfica ao longo do filme. Além de uma fotografia saturada temos uma edição ágil, rápida, que não perde tempo com bobagens ou sutilezas desnecessárias. Obviamente se trata de um filme violento, com cenas inclusive bem ao estilo gore, não recomendado para os mais sensíveis, mas isso definitivamente é o de menos. Mesmo em pequenos detalhes acabamos descobrindo que esse diretor sabe bem muito o que está fazendo com sua câmera. A trilha sonora, por exemplo, é composta por músicas e diálogos fora de rotação, como se estivéssemos ouvindo um velho vinil sendo tocado em uma vitrola quebrada! O elenco é bom, embora nenhum dos atores seja mais conhecido. O único nome que vai despertar alguma lembrança no público em geral é a do ator Alan Ruck (para quem não se lembra ele foi o amigo esquisito de Matthew Broderick no clássico juvenil "Curtindo a Vida Adoidado"). Bem diferente nos dias atuais, ele interpreta um xerife que precisa descobrir o que está acontecendo de errado na propriedade de seu irmão, o alucinado Wyatt Moss (Pat Healy). A trama também explora um tipo que anda bem mais comum nos dias de hoje, principalmente nos Estados Unidos, a do psicopata com delírios de militar que da noite para o dia se arma até os dentes e começa a fazer de outros seres humanos seus alvos ambulantes. Sim, é algo bem trágico, mas infelizmente cada vez mais comum. Nesse ponto o diretor Mickey também acertou seu próprio alvo, colocando em destaque a loucura bélica que reina dentro da doentia sociedade americana. Salve-se quem puder.
Pablo Aluísio.
Título Original: Carnage Park
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Diablo Entertainment
Direção: Mickey Keating
Roteiro: Mickey Keating
Elenco: Ashley Bell, Pat Healy, Alan Ruck, James Landry Hébert, Michael Villar, Bob Bancroft
Sinopse:
Após um roubo a banco, dois criminosos tentam fugir à toda velocidade pelas estradas empoeiradas de um deserto da Califórnia. Um deles, alvejado durante a fuga, logo morre no banco de trás do carro. O outro precisa então se livrar de seu corpo o mais rapidamente possível. Com a ajuda de uma refém (que estava no porta-malas) ele dirige até uma propriedade remota, onde deixa seu parceiro do crime. O que o criminoso não sabe é que o lugar pertence a um sujeito psicopata, que pensa estar em um verdadeiro campo de batalha. Agora ele irá caçar o bandido, ao mesmo tempo em que leva sua refém para o verdadeiro inferno na Terra.
Comentários:
Temos aqui um novo thriller de terror que se destaca não pelo roteiro (pois é dos mais simples), nem pela produção em si (que é até modesta) e muito menos pelo elenco (a maioria dos atores é esforçado, mas desconhecido). O destaque de "Carnage Park" vem da forma como o jovem diretor Mickey Keating conta sua estória sangrenta. Ele se utiliza de vários tipos de linguagem cinematográfica ao longo do filme. Além de uma fotografia saturada temos uma edição ágil, rápida, que não perde tempo com bobagens ou sutilezas desnecessárias. Obviamente se trata de um filme violento, com cenas inclusive bem ao estilo gore, não recomendado para os mais sensíveis, mas isso definitivamente é o de menos. Mesmo em pequenos detalhes acabamos descobrindo que esse diretor sabe bem muito o que está fazendo com sua câmera. A trilha sonora, por exemplo, é composta por músicas e diálogos fora de rotação, como se estivéssemos ouvindo um velho vinil sendo tocado em uma vitrola quebrada! O elenco é bom, embora nenhum dos atores seja mais conhecido. O único nome que vai despertar alguma lembrança no público em geral é a do ator Alan Ruck (para quem não se lembra ele foi o amigo esquisito de Matthew Broderick no clássico juvenil "Curtindo a Vida Adoidado"). Bem diferente nos dias atuais, ele interpreta um xerife que precisa descobrir o que está acontecendo de errado na propriedade de seu irmão, o alucinado Wyatt Moss (Pat Healy). A trama também explora um tipo que anda bem mais comum nos dias de hoje, principalmente nos Estados Unidos, a do psicopata com delírios de militar que da noite para o dia se arma até os dentes e começa a fazer de outros seres humanos seus alvos ambulantes. Sim, é algo bem trágico, mas infelizmente cada vez mais comum. Nesse ponto o diretor Mickey também acertou seu próprio alvo, colocando em destaque a loucura bélica que reina dentro da doentia sociedade americana. Salve-se quem puder.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
O Mestre das Ilusões
Título no Brasil: O Mestre das Ilusões
Título Original: Lord of Illusions
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Clive Barker
Roteiro: Clive Barker
Elenco: Scott Bakula, Kevin J. O'Connor, Joseph Latimore, Sheila Tousey, Susan Traylor, Ashley Tesoro
Sinopse:
O detetive particular Harry D'Amour (Scott Bakula) é contratado para descobrir o que estaria por trás das inúmeras tentativas de assassinato de um famoso mágico da cidade, Phillip Swann (Kevin J. O'Connor). Seguindo as pistas deixadas pela esposa do ilusionista, o investigador acaba descobrindo uma ligação com o passado de uma seita de adoradores de Satã. No meio de seu caminho surgem tentativas de realização de um sacrifício humano. Para Harry agora o mais importante é descobrir a verdadeira identidade de todos os membros daquela sociedade satanista. Filme vencedor do Fangoria Chainsaw Awards na categoria de Melhor Trilha Sonora e do International Horror Guild na categoria de Melhor Filme de Suspense.
Comentários:
Pouca gente vai se lembrar desse filme. A principal referência obviamente vem do fato de ter sido dirigido por Clive Barker. O cineasta inglês (nascido em Liverpool, a mesma cidade natal dos Beatles) tinha se consagrado por causa do clássico de horror "Hellraiser - Renascido do Inferno". Depois de ter sido bastante elogiado pela crítica - e prestigiado pelo público mais antenado com filmes de terror - ele então lançou seu segundo filme, o mal sucedido "Raça das Trevas". Assim esse terceiro filme, "Lord of Illusions" vinha justamente para provar que ele tinha ainda potencial para o sucesso de bilheteria. Não foi bem como era esperado. Esse filme foi lançado em poucas salas de cinema nos Estados Unidos e Inglaterra e no Brasil foi lançado diretamente em vídeo (ainda nos tempos do mercado de fitas VHS). Na época em que o assisti pela primeira vez (por volta de janeiro de 1998) o filme realmente não me impressionou muito. De certa maneira foi um pouco decepcionante por causa justamente de "Hellraiser". Depois daquele filme sempre que o nome de Clive Barker surgia nos créditos ficava aquela expectativa maior, aquela sensação de que se iria assistir a algo fora do comum, surpreendente e inovador. Pois bem, "O Mestre das Ilusões" passa longe disso. Mesmo assim é um bom filme, bem feito, com uma ideia que se não chega a lhe deixar o espectador de queixo caído pelo menos tenta ser um pouco mais original. No geral o filme fica apenas na média do que era realizado em meados dos anos 90. Bem longe da genialidade de "Hellraiser" conseguiu pelo menos chamar alguma atenção por causa do nome de seu diretor, naqueles tempos considerado um verdadeiro mestre do gênero, um autor cult do horror moderno.
Pablo Aluísio.
Título Original: Lord of Illusions
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Clive Barker
Roteiro: Clive Barker
Elenco: Scott Bakula, Kevin J. O'Connor, Joseph Latimore, Sheila Tousey, Susan Traylor, Ashley Tesoro
Sinopse:
O detetive particular Harry D'Amour (Scott Bakula) é contratado para descobrir o que estaria por trás das inúmeras tentativas de assassinato de um famoso mágico da cidade, Phillip Swann (Kevin J. O'Connor). Seguindo as pistas deixadas pela esposa do ilusionista, o investigador acaba descobrindo uma ligação com o passado de uma seita de adoradores de Satã. No meio de seu caminho surgem tentativas de realização de um sacrifício humano. Para Harry agora o mais importante é descobrir a verdadeira identidade de todos os membros daquela sociedade satanista. Filme vencedor do Fangoria Chainsaw Awards na categoria de Melhor Trilha Sonora e do International Horror Guild na categoria de Melhor Filme de Suspense.
Comentários:
Pouca gente vai se lembrar desse filme. A principal referência obviamente vem do fato de ter sido dirigido por Clive Barker. O cineasta inglês (nascido em Liverpool, a mesma cidade natal dos Beatles) tinha se consagrado por causa do clássico de horror "Hellraiser - Renascido do Inferno". Depois de ter sido bastante elogiado pela crítica - e prestigiado pelo público mais antenado com filmes de terror - ele então lançou seu segundo filme, o mal sucedido "Raça das Trevas". Assim esse terceiro filme, "Lord of Illusions" vinha justamente para provar que ele tinha ainda potencial para o sucesso de bilheteria. Não foi bem como era esperado. Esse filme foi lançado em poucas salas de cinema nos Estados Unidos e Inglaterra e no Brasil foi lançado diretamente em vídeo (ainda nos tempos do mercado de fitas VHS). Na época em que o assisti pela primeira vez (por volta de janeiro de 1998) o filme realmente não me impressionou muito. De certa maneira foi um pouco decepcionante por causa justamente de "Hellraiser". Depois daquele filme sempre que o nome de Clive Barker surgia nos créditos ficava aquela expectativa maior, aquela sensação de que se iria assistir a algo fora do comum, surpreendente e inovador. Pois bem, "O Mestre das Ilusões" passa longe disso. Mesmo assim é um bom filme, bem feito, com uma ideia que se não chega a lhe deixar o espectador de queixo caído pelo menos tenta ser um pouco mais original. No geral o filme fica apenas na média do que era realizado em meados dos anos 90. Bem longe da genialidade de "Hellraiser" conseguiu pelo menos chamar alguma atenção por causa do nome de seu diretor, naqueles tempos considerado um verdadeiro mestre do gênero, um autor cult do horror moderno.
Pablo Aluísio.
Velocidade Máxima 2
Título no Brasil: Velocidade Máxima 2
Título Original: Speed 2 - Cruise Control
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Studios
Direção: Jan de Bont
Roteiro: Graham Yost, Jan de Bont
Elenco: Sandra Bullock, Jason Patric, Willem Dafoe, Brian McCardie, Temuera Morrison, Christine Firkins, Colleen Camp
Sinopse:
Annie (Sandra Bullock) e Alex Shaw (Jason Patric) resolvem fazer um cruzeiro no Caribe. Ela ainda está se recuperando pelo que passou recentemente em Los Angeles, quando quase morreu em um ônibus desenfreado (no primeiro filme). Ele é um agente da SWAT que apenas quer curtir suas férias ao lado de sua namorada Annie. O que eles não poderiam imaginar é que o transatlântico em que estão viajando iria virar alvo do terrorista cibernético John Geiger (Willem Dafoe). Agora todos vão lutar para sobreviver a um desastre iminente!
Comentários:
O primeiro filme "Velocidade Máxima" foi certamente um dos melhores filmes de ação dos anos 90. Com roteiro bem escrito, se apoiando única e exclusivamente em apenas uma situação (a do ônibus sem freios), o filme foi um sucesso de público e crítica. Claro que uma sequência não tardaria. Infelizmente o que era original e bem bolado no filme original não voltou a se repetir. Esse "Speed 2: Cruise Control" é uma das piores continuações da história do cinema americano - sem exagero algum! Talvez prevendo o fiasco o ator Keanu Reeves resolveu cair fora da sequência. Anos depois ele mesmo explicaria em uma entrevista que ao ler o roteiro desse segundo filme viu claramente que não daria certo. O enredo se passava todo em um grande navio de cruzeiro e a pergunta que ele mesmo se fez foi básica: onde estaria a tal velocidade nesse tipo de situação? Acertou em cheio. Esse péssimo ponto de partida seria a principal causa do desastre dessa produção. Com roteiro ruim, mas boa produção (cheia de efeitos digitais inovadores), o filme afundou nas bilheterias (com total merecimento é bom frisar). Sandra Bullock nunca esteve tão ruim (e olha que pelas bombas que fez na carreira isso não era algo fácil de atingir). Jason Patric tentou compensar a ausência de Reeves, mas foi em vão. Até mesmo o ótimo ator Willem Dafoe saiu chamuscado de ter participado de um abacaxi desses! Enfim, fracasso completo de crítica e público, o filme hoje só serve para nos lembrar que muitas vezes a ganância dos estúdios vai um pouco longe demais.
Pablo Aluísio.
Título Original: Speed 2 - Cruise Control
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Studios
Direção: Jan de Bont
Roteiro: Graham Yost, Jan de Bont
Elenco: Sandra Bullock, Jason Patric, Willem Dafoe, Brian McCardie, Temuera Morrison, Christine Firkins, Colleen Camp
Sinopse:
Annie (Sandra Bullock) e Alex Shaw (Jason Patric) resolvem fazer um cruzeiro no Caribe. Ela ainda está se recuperando pelo que passou recentemente em Los Angeles, quando quase morreu em um ônibus desenfreado (no primeiro filme). Ele é um agente da SWAT que apenas quer curtir suas férias ao lado de sua namorada Annie. O que eles não poderiam imaginar é que o transatlântico em que estão viajando iria virar alvo do terrorista cibernético John Geiger (Willem Dafoe). Agora todos vão lutar para sobreviver a um desastre iminente!
Comentários:
O primeiro filme "Velocidade Máxima" foi certamente um dos melhores filmes de ação dos anos 90. Com roteiro bem escrito, se apoiando única e exclusivamente em apenas uma situação (a do ônibus sem freios), o filme foi um sucesso de público e crítica. Claro que uma sequência não tardaria. Infelizmente o que era original e bem bolado no filme original não voltou a se repetir. Esse "Speed 2: Cruise Control" é uma das piores continuações da história do cinema americano - sem exagero algum! Talvez prevendo o fiasco o ator Keanu Reeves resolveu cair fora da sequência. Anos depois ele mesmo explicaria em uma entrevista que ao ler o roteiro desse segundo filme viu claramente que não daria certo. O enredo se passava todo em um grande navio de cruzeiro e a pergunta que ele mesmo se fez foi básica: onde estaria a tal velocidade nesse tipo de situação? Acertou em cheio. Esse péssimo ponto de partida seria a principal causa do desastre dessa produção. Com roteiro ruim, mas boa produção (cheia de efeitos digitais inovadores), o filme afundou nas bilheterias (com total merecimento é bom frisar). Sandra Bullock nunca esteve tão ruim (e olha que pelas bombas que fez na carreira isso não era algo fácil de atingir). Jason Patric tentou compensar a ausência de Reeves, mas foi em vão. Até mesmo o ótimo ator Willem Dafoe saiu chamuscado de ter participado de um abacaxi desses! Enfim, fracasso completo de crítica e público, o filme hoje só serve para nos lembrar que muitas vezes a ganância dos estúdios vai um pouco longe demais.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Outono de Paixões
Título no Brasil: Outono de Paixões
Título Original: August
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Anthony Hopkins
Roteiro: Julian Mitchell
Elenco: Anthony Hopkins, Leslie Phillips, Kate Burton, Gawn Grainger, Rhian Morgan, Rhian Morgan, Rhoda Lewis
Sinopse:
O filme é uma adaptação da peça teatral Tio Vânia, baseado na obra de Anton Tchecov. A estória se passa em uma bucólica pequena vila na costa do país de Gales. Ieuan Davies (Anthony Hopkins) é um velho professor que no outono de sua vida redescobre o amor e o prazer nas pequenas coisas da vida. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme - Drama (em língua inglesa).
Comentários:
Ao longo de sua bem sucedida carreira como ator, Anthony Hopkins só se aventurou três vezes na direção. A primeira foi no pequeno e alternativo "Dylan Thomas: Return Journey", um filme independente pouco conhecido pelo público em geral. A segunda incursão do ator na direção porém foi bem mais pretensiosa. Esse "August" é uma adaptação da peça teatral do dramaturgo Anton Chekhov. Como se trata de uma adaptação teatral o público já sabe mais ou menos de antemão o que encontrará pela frente: um texto essencialmente indicado para quem aprecia bons diálogos (especialmente declamados) e boas atuações, tudo em ambientações que muitas vezes nos lembram do teatro. Hopkins realizou uma obra discreta, elegante e refinada, que apresenta excelente fotografia - valorizada pela beleza natural do País de Gales - onde o ator e diretor nasceu. Em termos de enredo o argumento desenvolve uma temática bem introspectiva, valorizando as crises existenciais decorrente da passagem do tempo. Um bela filme, daqueles que trazem tomadas de cena que mais parecem pinturas renascentistas. Da carreira na direção de Anthony Hopkins esse é certamente seu filme mais bem acabado, mais bem elaborado, mais bem escrito. Um belo retrato da velhice e dos sentimentos que afloram nessa fase de nossas vidas.
Pablo Aluísio.
Título Original: August
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Anthony Hopkins
Roteiro: Julian Mitchell
Elenco: Anthony Hopkins, Leslie Phillips, Kate Burton, Gawn Grainger, Rhian Morgan, Rhian Morgan, Rhoda Lewis
Sinopse:
O filme é uma adaptação da peça teatral Tio Vânia, baseado na obra de Anton Tchecov. A estória se passa em uma bucólica pequena vila na costa do país de Gales. Ieuan Davies (Anthony Hopkins) é um velho professor que no outono de sua vida redescobre o amor e o prazer nas pequenas coisas da vida. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme - Drama (em língua inglesa).
Comentários:
Ao longo de sua bem sucedida carreira como ator, Anthony Hopkins só se aventurou três vezes na direção. A primeira foi no pequeno e alternativo "Dylan Thomas: Return Journey", um filme independente pouco conhecido pelo público em geral. A segunda incursão do ator na direção porém foi bem mais pretensiosa. Esse "August" é uma adaptação da peça teatral do dramaturgo Anton Chekhov. Como se trata de uma adaptação teatral o público já sabe mais ou menos de antemão o que encontrará pela frente: um texto essencialmente indicado para quem aprecia bons diálogos (especialmente declamados) e boas atuações, tudo em ambientações que muitas vezes nos lembram do teatro. Hopkins realizou uma obra discreta, elegante e refinada, que apresenta excelente fotografia - valorizada pela beleza natural do País de Gales - onde o ator e diretor nasceu. Em termos de enredo o argumento desenvolve uma temática bem introspectiva, valorizando as crises existenciais decorrente da passagem do tempo. Um bela filme, daqueles que trazem tomadas de cena que mais parecem pinturas renascentistas. Da carreira na direção de Anthony Hopkins esse é certamente seu filme mais bem acabado, mais bem elaborado, mais bem escrito. Um belo retrato da velhice e dos sentimentos que afloram nessa fase de nossas vidas.
Pablo Aluísio.
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