domingo, 26 de abril de 2015

Sexta-Feira 13

Ontem foi Sexta-Feira 13, então me lembrei desse primeiro filme de terror de uma longa franquia, com filmes que iam do interessante ao ruim, das boas ideias ao patético. Esse primeiro filme faz parte de uma onda que varreu o cinema americano a partir dos anos 70. Antes disso os filmes no máximo investiam em cenas com mais suspense, onde a violência nunca era explícita, mas apenas sugerida. Depois os filmes de terror foram ficando mais ousados, mostrando cenas de sangue e tripas, como foi dito na época. E segundo essa tendência de violência mais explícita surgiram filmes como esse "Sexta-Feira 13".

O curioso é que nesse primeiro filme o personagem do Jason iria ser bem coadjuvante na história. Ele, no máximo, surgia como uma sombra, uma lenda que aterrorizava jovens ao lado do fogueiras no meio da noite. Estava longe de aparecer como o assassino de facão na mão e máscara de hockey na cabeça. É um filme bem mais soft do que os que viriam depois. É um bom filme? Diria que para a época estava muito bem localizado. Hoje em dia provavelmente os fãs de terror vão achar tudo um tanto datado. Afinal de contas o tempo não perdoa, nem a saga do Jason sobrevive ao passar dos anos. 

Sexta-Feira 13 (Friday the 13th, Estados Unidos, 1980) Direção: Sean S. Cunningham / Roteiro: Victor Miller, Ron Kurz / Elenco: Betsy Palmer, Adrienne King, Kevin Bacon, Jeannine Taylor / Sinopse: Um campo de verão vira palco de mortes e desespero anos depois que havia sido fechado justamente por causa de uma tragédia ocorrida em seu interior.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de abril de 2015

Cherry 2000

Esse filme é claramente uma imitação mais pobre e sem orçamento de "Blade Runner". Em um futuro próximo (no caso do roteiro, o ano de 2017), os solitários terão a oportunidade de comprar companheiras, robôs na verdade, para se relacionarem. O modelo mais cobiçado é justamente o de Cherry 2000. Só que algo sai errado e essas bonecas robóticas se vingam dos seres humanos, causando caos e destruição. Deu para perceber bem o tamanho da bomba? Pois é, ainda assim o filme conseguiu ser lançado nos cinemas brasileiros na época! E olha que a crítica obviamente caiu matando em cima dos absurdos do roteiro e da precária produção.

Claro que a questão das replicantes é imitado de Blade Runner. Só que o que era sofisticado e noir no filme de Ridley Scott, aqui vira puro kitsch. Há uma tentativa também de usurpar cenas de Rambo. Como se vê é uma geléia geral de falta de ideias próprias e originalidade. A única coisa que se salva no final é a presença da própria Melanie Griffith. Jovem e bonita, nem a peruca laranja conseguiu destruir seu apelo sexual na tela. Nos anos 80 ela era uma beldade e tanto!

Cherry 2000 (Estados Unidos, 1987) Direção: Steve De Jarnatt / Roteiro: Lloyd Fonvielle, Michael Almereyda / Elenco: Melanie Griffith, David Andrews, Pamela Gidley / Sinopse: Em 2017, um empresário de sucesso viaja aos confins da terra para descobrir que a mulher perfeita está sempre debaixo de seu nariz. Ele contrata um rastreador renegado para encontrar uma duplicata exata de sua esposa andróide.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

RoboCop: O Policial do Futuro

Esse filme tive oportunidade de assistir no cinema. Ainda adolescente acabei assistindo a um dos maiores clássicos dos filmes de ação dos anos 80. O interessante é que jamais ouvira falar nesse personagem. Porém as críticas que vinham lá de fora eram as melhores possíveis. Não era apenas um filme de um policial construído com restos de um tira baleado e máquina de última geração. Havia muito mais, inclusive um fundo emocional muito bem escrito no roteiro. O lado humano do Robocop começava a lembrar de sua vida passada, quando era apenas o policial Murphy. E nem toda a tecnologia do mundo podia superar as emoções humanas.

Outro aspecto digno de nota é que o filme também foi considerado bem violento para a época. Realmente havia cenas fortes, como aquela do criminoso literalmente derretendo após cair um produto químico em seu corpo. Porém é bom frisar que tudo estava encaixado em um contexto muito bem construído, em um mundo onde as grandes corporações começavam a tomar conta, inclusive das forças policiais. Enfim, grande filme dos anos 80. Um dos melhores dessa safra.

RoboCop: O Policial do Futuro (Robocop, Estados Unidos, ) Direção: Paul Verhoeven / Roteiro:  Edward Neumeier, Michael Miner / Elenco: Peter Weller, Nancy Allen, Dan O'Herlihy / Sinopse: Em um futuro próximo o departamento de polícia de Detroit e uma empresa multinacional poderosa criam um novo tipo de policial, metade homem, metade máquina, para combater os criminosos da cidade.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Top Gun: Ases Indomáveis

Assisti no cinema. Pois é, na década de 1980 eu já era um cinéfilo, que ia toda semana para o cinema. Eu me lembro inclusive que na semana que esse filme chegou nas telas, outro filme do Chuck Norris chamado "Código do Silêncio" também estreou para bater de frente com Top Gun. Claro que não teve a menor chance. Outra coisa interessante é que eu não sabia direito quem era o Tom Cruise quando vi o filme pela primeira vez. Eu o conhecia, mas superficialmente mesmo. Ele não era um Big Star. Foi justamente esse filme que fez a transformação dele de jovem ator em potencial para grande astro do cinema americano. Depois do grande sucesso de bilheteria ele se tornou um dos dez mais mais bem pagos de Hollywood (posição aliás que nunca mais deixou na carreira, sempre frequentando esse ranking).

E verdade seja dita, "Top Gun: Ases Indomáveis" é um belo de um filme. Resistiu bem à passagem do tempo e até hoje pode ser assistido sem problemas. O roteiro é bem legal, cinema pop por excelência e tem boas cenas de combate aéreo. Inclusive esse foi um fato curioso porque o filme foi produzido em um tempo em que os Estados Unidos estava em paz, sem nenhum conflito internacional. A Guerra do Vietnã havia acabado e tudo mais. Então inventaram um "incidente internacional" com a URSS, para criar um certo clima. Forçado, claro, mas ainda assim funcional para o filme. Enfim, "Top Gun" é seguramente Top 10 dos anos 80.

Top Gun: Ases Indomáveis (Top Gun, Estados Unidos, 1986) Direção:Tony Scott / Roteiro: Jack Epps Jr, Ehud Yonay / Elenco: Tom Cruise, Kelly McGillis, Val Kilmer, Meg Ryan, Tim Robbins / Sinopse: O filme conta a história de Maverick (Cruise), um arrojado e ousado piloto de caça da USAF. E agora, além de enfrentar problemas disciplinares com seus superiores, ele terá que também enfrentar seu primeiro grande desafio pilotando um avião de guerra F-15.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Adeus, Lenin!

Em 1989 o bloco comunista liderado pela União Soviética (URSS) ruiu. E o velho muro de Berlim, símbolo máximo daqueles tempos sombrios de guerra fria, também veio abaixo. Agora imagine uma senhora em coma, socialista de carteirinha, que voltasse para sua vida normal. Antes dela descobrir tudo, seu filho decide esconder as mudanças da mãe, afinal ela ainda está com saúde bem frágil. E aí surgem as dúvidas, como dar essa notícia e ela? Como explicar que o socialismo, que ela tanto ama, já não existe mais em sua nação?

A história do filme se passa no ano de 1990, ou seja, um ano após o fim do bloco oriental socialista. A mãe do protagonista do filme amava a Alemanha Oriental e quando ela acorda do coma, esse país já não mais existe. A Alemanha é unificada, Alemanha Ocidental e Oriental deixam de existir. Um filme bem interessante mostrando o ponto de vista de uma parcela da população daquelas nações. No geral eu recomendo ainda mais para quem gosta de história e quer entender melhor as transformações pelas quais passaram os países do Leste europeu durante aquela fase de transição política.

Adeus, Lenin! (Good Bye Lenin!, Alemanha, 2003) Direção: Wolfgang Becker / Roteiro: Bernd Lichtenberg, Wolfgang Becker / Elenco: Daniel Brühl, Katrin Saß, Chulpan Khamatova / Sinopse: Um jovem tenta proteger sua mãe socialista depois que ela sai de coma. Sua amada Alemanha Oriental já não existe mais!

Pablo Aluísio.

Dias de Trovão

Tom Cruise namorava a maravilhosa Nicole Kidman quando fez esse filme. Era o casal sensação de Hollywood nos anos 90. Ele, o ator mais bem pago da indústria cinematográfica americana. Ela, a jovem australiana que havia virado a grande estrela estrangeira de sua idade. E o filme? Era basicamente uma versão sobre duas rodas de outro sucesso do Cruise, o filme "Ases Indomáveis". Eu me lembro que a critica não gostou muito. Choveram críticas sobre a suposta superficialidade do roteiro. Mas quer saber de uma coisa? Eu acho que era um exagero. O filme era uma típica produção de verão. Diversão pura - e nesse quesito funcionava bem.

O diretor Tony Scott era um craque nesse tipo de filme. É muito lamentável que depois de tantos sucessos no cinema ele tenha se suicidado. Que triste! De qualquer maneira fica o registro desse filme dos anos 90 que, se minha memória não me trai, vi no cinema, nas saudosas sessões de cinema que eu era habituado a assistir naquela época. Saudades de um tempo em que ir ao cinema não era perigo de vida! De uma forma ou outra deixo a dica para quem ninguém viu. Detalhe para os carros velozes e os figurinos chamativos, principalmente dos pilotos em suas máquinas.

Dias de Trovão (Days of Thunder, Estados Unidos, 1990) Direção: Tony Scott / Roteiro: Robert Towne, Tom Cruise / Elenco: Tom Cruise, Nicole Kidman, Robert Duvall / Sinopse: O astro internacional de cinema Tom Cruise interpreta o jovem, competitivo e ambicioso piloto de corridas que não vê limites para seus planos de se tornar um grande campeão das pistas ao mesmo tempo em que tenta conquistar uma linda mulher que pode ser o amor de sua vida!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Quem Não Cola Não Sai da Escola

Que título nacional ruim hein? Mais uma pérola de nossos queridos tradutores nacionais. E pensar que o filme em inglês originalmente se denomina " Cheats". Só isso, será que era tão complicado traduzir uma palavrinha em inglês assim? Pelo Amor de Deus! Mas vamos ao filme em si, sem maiores delongas... Do que se trata? O enredo acompanha a vida de um pequeno grupo de amigos, estudantes do ensino médio (nos Estados Unidos essa fase da vida escolar é chamada de High School).

Pois bem, eles estão chegando no último ano do colegial. Agora é hora de pensar em entrar em uma universidade, mas a diretora da escola está pensando em se vingar deles, após anos e anos de gracinhas e espertezas desses carinhas muito folgados. Eu sempre costumo dizer que os melhores anos do cinema nesse tipo de filme foram os anos 80. Se tivesse sido filmado naquela época quem sabe teríamos uma pequena obra prima em mãos. Como isso não aconteceu, claro, temos apenas um filme legalzinho que até funciona como um passatempo ligeiro. Não espere por nada muito além disso.

Quem Não Cola Não Sai da Escola (Cheats, Estados Unidos, 2002) Direção: Andrew Gurland / Roteiro: Andrew Gurland / Elenco: Frevor Fehrman, Matthew Lawrence, Elden Henson / Sinopse: Grupo de alunos espertinhos do ensino médio passam por apuros no seu último ano de colegial.

Pablo Aluísio.

A Primeira Transa de Jonathan

Nos anos 80 surgiram alguns filmes adolescentes mais picantes, com cenas mais ousadas, embora os roteiros continuassem a seguir aquela fórmula sobre os dramas de ser um jovem, tais como conquistar a garota dos sonhos, passar nos testes da escola, ser popular entre os amigos e, como não poderia deixar de ser, ter as primeiras experiências sexuais. Esse "A Primeira Transa de Jonathan" faz parte dessa leva de filmes. Esse eu não assisti no cinema e nem em vídeo VHS. Só vim a conhecer o filme mesmo pela TV, onde foi exibido pela Rede Globo. Foi através desse canal aberto que pela primeira vez assisti ao filme, ainda nos anos 80.

A história é sobre um adolescente que vive nos anos 50. Ele não tem jeito com as mulheres e acaba conhecendo um cara mais velho, motoqueiro, que tem mais sucesso com as garotas. E esse acaba transformando o desastrado Jonathan em seu aprendiz. O filme hoje em dia ganha um certo sabor de nostalgia porque foi um dos primeiros a trazer a atriz Kelly Preston, falecido recentemente. Linda e jovem no filme, ela interpretava uma estudante que obviamente era inspirada em Marilyn Monroe. Tinha até ousadas cenas de nudez para a época. Os jovens que viram o filme nos anos 80 obviamente não reclamaram.

A Primeira Transa de Jonathan (Mischief, Estados Unidos, 1985) Direção: Mel Damski / Roteiro:  Noel Black / Elenco: Doug McKeon, Kelly Preston, Catherine Mary Stewart / Sinopse: Na década de 1950 um jovem sem jeito para as mulheres tenta conquistar a garota de seus sonhos com a ajuda de um amigo mais velho.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Sem Medo de Viver

Max Klein (Jeff Bridges) é um arquiteto que muda completamente sua visão de vida após salvar várias pessoas de um trágico acidente de avião. A partir dessa experiência ele muda sua forma de entender sua própria existência e seus objetivos pessoais, tratando e olhando de outro modo seus relacionamentos, inclusive familiares. Temos aqui um bom drama existencial, sobre um homem que passa a ter um outro olhar sobre sua própria existência. O ritmo é bem lento e o roteiro procura trazer uma profundidade maior em seu conteúdo, tentando levar o espectador a uma reflexão interior.

O resultado é apenas parcialmente bem sucedido em suas pretensões. Aliás talvez o maior problema do filme seja sua própria pretensão, maior do que a própria qualidade da fita em si. Mesmo assim acabou agradando, levantando boas indicações em importantes festivais de cinema pelo mundo afora.

Sem Medo de Viver (Fearless, Estados Unidos, 1993) Direção: Peter Weir / Roteiro: Rafael Yglesias / Elenco: Jeff Bridges, Isabella Rossellini, Rosie Perez / Sinopse: Drama sobre um homem em um momento crucial de sua existência. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Rosie Perez). Também indicado ao Globo de Ouro na mesma categoria.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de abril de 2015

Cliente Morto Não Paga

A ideia central até que é bem bolada: pegar dezenas de cenas avulsas de filmes clássicos e depois tentar inserir imagens do ator e comediante Steve Martin interagindo com elas. Uma paródia ao estilo do cinema noir dos anos 40. No começo o espectador se diverte com a imaginação e a originalidade, mas conforme a trama vai avançando você começa a perceber que nada mais faz muito sentido, até cair no vazio completo. Nesse ponto o filme perde o pique e se torna logo enfadonho e cansativo.

O diretor Carl Reiner pode até ser parabenizado pelo que criou, mas a verdade é que o clima de anarquia que ele depois imprimiu ao filme deu a sensação de desleixo e bagunça. Steve Martin teve que contracenar com o nada, dentro de um estúdio, até porque essa é uma fita onde a edição é tudo - da primeira à última cena. Talvez nos dias de hoje, com o avanço da tecnologia, as coisas funcionassem melhor. Já no começo da década de 80 tudo ficou apenas restrito nas boas intenções de seus realizadores e nada mais.

Cliente Morto Não Paga (Dead Men Don't Wear Plaid, Estados Unidos, 1982) Direção: Carl Reiner / Roteiro: Carl Reiner, George Gipe / Elenco: Steve Martin, Rachel Ward, Alan Ladd, entre outros grandes nomes da era de ouro do cinema americano. / Sinopse: Um filme curioso, mesclando cenas de filmes antigos com atores da atualidade, interpretando detetives do passdo.

Pablo Aluísio.

Oscar

Não se sabe até hoje a razão, mas o fato é que no começo dos anos 90 Stallone colocou na cabeça que era um sujeito engraçado. Tentando mudar radicalmente de imagem ele resolveu estrelar duas comédias que ajudaram a sedimentar uma época bem ruim para o ator em termos de bilheteria e sucesso comercial. Ambos os filmes fracassaram (de forma justa, aliás) e mostraram de forma definitiva que não, Stallone realmente não tinha talento para filmes de humor. Nesse "Oscar" ainda temos uma boa produção, luxuosa até, fruto da confiança que os produtores ainda colocavam em seu nome por causa da sucessão de sucessos que emplacou nos anos 80.

Depois do fracasso comercial a estrela de Stallone começou a perder seu brilho. Para piorar, como se não bastassem as péssimas críticas e a bilheteria decepcionante, Stallone ainda teve que arcar com as vexatórias indicações ao Framboesa de Ouro nas categorias de Pior Ator (Stallone, pagando por seu ego cego), Pior Atriz Coadjuvente (sim, ela mesma, Marisa Tomei, saindo direto do prêmio máximo da academia para o vexame completo) e Pior Diretor (que pena, John Landis, pelo conjunto da obra nem merecia algo assim). Dessa maneira fica a recomendação: não assista ao filme, você não vai achar graça nenhuma e certamente ficará com a sensação de perder seu tempo.

Oscar - Minha Filha Quer Casar (Oscar, Estados Unidos, 1991) Direção: John Landis / Roteiro: Claude Magnier, Michael Barrie / Elenco: Sylvester Stallone, Ornella Muti, Don Ameche, Maria Tomei / Sinopse: Comédia estrelada pelo herói de filmes de ação Sylvester Stallone.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de abril de 2015

Terra das Sombras

C. S. Lewis (1898 - 1963) entrou para a história como autor dos consagrados livros da série "The Chronicles of Narnia". Professor universitário, escritor, romancista, poeta, crítico literário, ensaísta, Lewis é um dos nomes mais celebrados da literatura britânica. Esse filme se propõe a contar parte de sua biografia, de seu conturbado romance com a poetisa americana Joy Gresham (interpretada pelo boa atriz Debra Winger). Eram pessoas refinadas, cultas e intelectuais que se completavam, mas que tinham que superar diversas barreiras para serem felizes. O roteiro enfoca um momento particularmente complicado de suas vidas quando Joy recebeu o diagnóstico que estava com câncer. Para piorar Lewis enfrentava problemas para conseguir a cidadania americana, o que lhe garantiria dar apoio completo à sua amada nesse momento crucial de sua vida.

Quem interpreta o famoso escritor é o ator Anthony Hopkins, que como sempre está muito lúcido e muito bem em seu papel. Ele traz um humanismo grandioso ao personagem que dá vida. Richard Attenborough, um mestre em filmes como esse, trata tudo com fina melancolia e muita sensibilidade, o que transforma o filme em um drama triste, mas ao mesmo tempo realmente tocante. Uma excelente obra cinematográfica, sem retoques.

Terra das Sombras (Shadowlands, Inglaterra, 1993) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: William Nicholson / Elenco: Anthony Hopkins, Debra Winger, Julian Fellowes. / Sinopse O drama de um homem mais velho que vê sua esposa sucumbindo para uma grave doença terminal. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Debra Winger) e Melhor Roteiro Adaptado (William Nicholson). Filme vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Filme Britânico e Melhor Ator (Anthony Hopkins).

Pablo Aluísio.

Diên Biên Phú

Um drama passado no Vietnã, antes da intervenção americana naquele país. Na estória acompanhamos um jornalista americano que é enviado para aquela região como correspondente de guerra para informar aos leitores de seu país o que se passava lá. Havia uma guerra aberta entre os colonialistas franceses e o povo do Vietnã que lutava por sua independência. O foco história é justamente realizado em cima da terrível batalha de Diên Biên Phú, quando os franceses foram finalmente derrotados, abrindo campo assim para a desastrosa entrada dos Estados Unidos na região, que daria origem no futuro ao sangrento conflito da Guerra do Vietnã, onde milhares de pessoas perderiam suas vidas.

O roteiro desse filme é muito bom porque procura mostrar os eventos que deram origem a um dos mais desastrosos conflitos militares da história americana. O momento em que o ovo da serpente foi plantado naquele solo. Curiosamente a sensação é a de que os americanos não tinham a menor ideia do que se passava e pelo visto continuaram a não ter depois, quando a guerra finalmente eclodiu. Pior para os milhares de jovens americanos que foram enviados para aquelas selvas tropicais, sem nem ao menos saberem porque realmente estavam lá, morrendo e lutando por suas vidas. Filme indicado ao César Awards na categoria de Melhor Música (Georges Delerue).

Diên Biên Phú - A Última Batalha da Indochina (Diên Biên Phú, França, 1992) Direção: Pierre Schoendoerffer / Roteiro: Pierre Schoendoerffer / Elenco: Donald Pleasence, Patrick Catalifo, Jean-François Balmer / Sinopse: Um outro olhar sobre uma guerra travada no fim do mundo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

O Enigma das Cartas

Esse é aquele tipo de filme que você provavelmente assistiu em sua vida, mas passados tantos anos já esqueceu! Novamente uma fita que vale pelo seu elenco. Acredite, Kathleen Turner foi uma das mulheres mais sensuais de Hollywood. Ok, o tempo não foi tão gentil com essa diva, mas naquela época ela realmente era de arrasar. Muito de sua carreira se deveu justamente ao seu Sex appeal. que era um pouco diferenciado das outras atrizes loiras dos anos 80. Na verdade ela sempre foi um pouco mais velha que suas concorrentes, mas conseguia fazer frente até mesmo a beldades bem mais jovens como Sharon Stone. A sensualidade não parece ter mesmo idade! Ao seu lado temos novamente o operário padrão de Hollywood, Tommy Lee Jones, que na época era considerado apenas um coadjuvante competente, pronto para encarar qualquer tipo de produção.

O enredo gira em torno de uma mãe, Ruth Matthews (Kathleen Turner), que precisa lidar sozinha com os problemas de autismo da filha, após a morte de seu marido. Ela tenta se comunicar com a jovem garota se utilizando do próprio universo muito particular de ser da menina, que costuma construir grandes castelos de cartas em seu quarto. Como se sabe as pessoas que sofrem de autismo acabam tendo grande dificuldade de interagir socialmente com as pessoas ao seu redor, sendo que muitos autistas acabam vivendo em um mundo muito particular, onde nem mesmo os próprios membros da família conseguem entrar. Em suma, um bom drama, especialmente indicado para quem tem algum membro da família passando por esse problema.

O Enigma das Cartas (House of Cards, Estados Unidos, 1993) Direção: Michael Lessac / Roteiro: Michael Lessac, Robert Litz / Elenco: Kathleen Turner, Tommy Lee Jones, Asha Menina / Sinopse: Thriller com fortes personagens femininos. Filme vencedor do WorldFest Houston na categoria de Melhor Atriz (Kathleen Turner).

Pablo Aluísio. 

Os Puxa-Sacos

Como sempre o título nacional é de amargar. Tudo bem, é uma comédia até bobinha, talvez nem merecesse qualquer resenha, mas de uma forma ou outra vale pelo menos a menção pelo elenco. O filme é estrelado pelo ator Michael J. Fox. Bom, se você foi cinéfilo na década de 80 sabe muito bem quem ele é, o adolescente que viajava no tempo na franquia inesquecível "De Volta Para o Futuro". Além disso ele por muitos anos participou de uma sitcom muito divertida e popular (até mesmo no Brasil) chamada "Caras e Caretas" que era exibida no final das tardes na Rede Globo naquela saudosa década.

Michael J. Fox é sempre uma atração a mais, porém o que vale mesmo a pena aqui é rever o veterano e ídolo da era de ouro do cinema americano Kirk Douglas em uma de suas últimas participações na tela grande. Douglas (que ainda está vivo, quase chegando aos 100 anos de idade que completará no ano que vem) é um daqueles mitos da história do cinema que vale qualquer sacrifício, até mesmo o de gastar algum dinheiro com uma comédia descartável como essa. Por causa da sua idade avançada ele não aparece muito no filme, mas quando surge mostra que ainda é um dos mais carismáticos astros que já passaram por Hollywood. Então, diante disso, esqueça o péssimo título nacional e arrisque conhecer. O Kirk vale o esforço.

Os Puxa-Sacos (Greedy, Estados Unidos, 1994) Direção: Jonathan Lynn / Roteiro: Lowell Ganz, Babaloo Mandel / Elenco: Michael J. Fox, Kirk Douglas, Nancy Travis / Sinopse: Comédia estrelada pelo carismático ator Michael J. Fox e o veterano da era de ouro do cinema, Kirk Douglas.  

Pablo Aluísio.