quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

O Gato Preto

Título no Brasil: O Gato Preto
Título Original: The Black Cat
Ano de Lançamento: 1934
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Edgar G. Ulmer
Roteiro: Peter Ruric
Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, David Manners

Sinopse:
Durante uma viagem de trem pela Hungria, um jovem casal de americanos conhece um estranho senhor. Após descerem na estação todos sofrem um série acidente de carro. São então levados para uma estranha mansão onde vive um ex-militar, agora atormentado por suas próprias obsessões. Baseado na obra de Edgar Allan Poe.

Comentários:
O tão aguardado encontro entre Drácula e o monstro de Frankenstein! Bom, mais ou menos isso, pois esse filme trouxe pela primeira vez os  atores desses grandes personagens clássicos atuando no mesmo filme de terror. Foi justamente isso que publicidade desse filme bem explorou na época de seu lançamento, na hoje distante década de 1930. Boris Karlof e Bela Lugosi finalmente iriam se enfrentar nas telas. A garotada adorou a ideia e o filme fez bastante sucesso nos cinemas. E isso não deixa de ser algo bem estranho nesse filme bem esquisito. Supostamente (prestem bem atenção nessa palavra) esse filme seria baseado na obra de Edgar Allan Poe. Normal, outras adaptações viriam nos anos seguintes. Só que achei a história bem bizarra de fato. Um estranho homem, veterano de guerra, que mora em uma mansão de alta tecnologia, erguida justamente na montanha onde no passado havia se travado uma grande batalha. Ali ele viveria em sua própria loucura, cercado dos corpos de lindas mulheres embalsamadas, com seus vestidos brancos, preservadas para sempre em suas retomas de vidro. É ou não é um tanto esquisito? O filme é curtinho, tem pouco mais de 60 minutos de duração e, acredite, ele ainda funciona! Eu achei bem interessante e fui acompanhando com interesse os acontecimentos que, obviamente, terminam numa grande luta entre os famosos atores dos filmes de terror daqueles tempos. Certamente foi um frenesi entre os fãs dos anos 1930. Mesmo com o Poe se revirando em sua tumba!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Matar por Dever

Título no Brasil: Matar por Dever
Título Original: Seven Ways from Sundown
Ano de Lançamento: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Harry Keller
Roteiro: Clair Huffaker
Elenco: Audie Murphy, Barry Sullivan, Venetia Stevenson

Sinopse:
Seven Jones (Audie Murphy) é um jovem Texas Ranger que é designado para caçar no deserto um bandido há muito procurado. Só que o criminoso conhecido como Jim Flood (Barry Sullivan) não é um tipo comum. Com roupas elegantes, personalidade carismática e muita lábia, ele coleciona amizades e problemas com a lei por todas as pequenas cidades do velho oeste por onde passa. 

Comentários:
Um aspecto curioso sobre Audie Murphy é que ele nunca perdeu aquela imagem jovial. Mesmo quando já tinha passado da idade certa para certos personagens ele ainda conseguia convencer na pele de um "garoto", geralmente tipos inexperientes e ainda novatos em seu serviço. É o caso desse faroeste onde ele interpreta esse jovem Texas Ranger. Ninguém o leva muito à sério, mas como alguém precisa fazer o serviço da lei ele logo é designado para ir prender um bandido bom de conversa, tipo galã, que sempre tem uma lábia interessante para passar a perna no primeiro que cruzar seu caminho. E depois de pegar o bandido procurado vivo ou morto, o próprio Ranger começa a simpatizar com seu prisioneiro, que se coloca na posição de seu amigo e tudo mais. Só que baixar a guarda nesses casos costuma ser um erro fatal. Gostei bastante desse Western. Embora eu tenha, ao longo da vida, assistido muitos filmes do sempre bom Audie Murphy, esse filme aqui havia passado em branco. Recentemente finalmente o assisti e gostei bastante do que vi. Está recomendado. 

Pablo Aluísio.

Suprema Decisão

Título no Brasil: Suprema Decisão
Título Original: The Virginian
Ano de Produção: 1946
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Stuart Gilmore
Roteiro: Frances Goodrich, Albert Hackett
Elenco: Joel McCrea, Barbara Britton, Brian Donlevy, Sonny Tufts

Sinopse:
Molly Wood (Barbara Britton) é uma jovem professora de uma tradicional família de Vermont que vai até uma pequena cidade do oeste para ensinar crianças da região. Lá acaba se apaixonando pelo cowboy conhecido apenas como "o virginiano" (Joel McCrea), um homem honesto e trabalhador que luta contra o roubo de gado nas fazendas locais.

Comentários:
Um western romântico muito bem realizado na década de 1940. Na realidade o filme não pode ser considerado um faroeste tão tradicional já que o foco do roteiro se concentra muitas vezes mais no romance da professorinha com o cowboy do que propriamente nos temas mais clássicos do gênero. Obviamente há uma subtrama envolvendo roubo de gado na região - o que leva o protagonista interpretado por Joel McCrea a tomar uma decisão terrível em relação a um velho amigo que está envolvido no roubo - e como se sabe no velho oeste os ladrões de gado eram sumariamente executados, enforcados na árvore mais próxima. Barbara Britton que interpreta a mocinha era uma jovem linda, que em muitos aspectos me lembrou Marilyn Monroe no começo da carreira, quando ainda não havia pintado seu cabelo de loiro. Sua carreira no cinema nunca decolou, mas ela fez muito sucesso na TV americana nos anos 1960 participando de inúmeras séries. Em suma, para os fãs de Joel McCrea a película se mostrará bem interessante pois aqui ele está em um momento atípico em sua carreira, interpretando um cowboy romântico e dado a namoricos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Conclave

Título no Brasil: Conclave 
Título Original: Conclave
Ano de Lançamento: 2024
País: Reino Unido, Estados Unidos
Estúdio: FilmNation Entertainment
Direção: Edward Berger
Roteiro: Peter Straughan, Robert Harris
Elenco: Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Lithgow, Isabella Rossellini, Sergio Castellitto, Carlos Diehz

Sinopse:
O Papa, já bastante idoso, é encontrado morto em seu quarto no Vaticano. Após seu funeral começa uma intensa movimentação política entre os cardeais da Cúria da Igreja Católica. As alas conservadoras e progressistas entram uma verdadeira guerra política para fazer seu sucessor ao trono de Pedro. Filme indicado a 9 categorias no Oscar. 

Comentários:
De maneira em geral eu gostei do filme. Para falar a verdade gostei muito dos dois terços iniciais, mas devo dizer que o final derrapa! Eu achei tudo muito bem construído, em termos de trama, inclusive o jogo político brutal entre os cardeais. Cada um tentando passar a rasteira no outro, embora todos jurem de pés juntos que o escolhido para ser o novo Papa o será por obra do espírito santo! Claro, balela pura! Até aí tudo bem. Porém o desfecho da história não me agradou. É forçado demais! Aquilo jamais aconteceria no mundo real, por mais corrompida que estivesse a cúria romana, que bem sabemos não é formada por santos! Além disso a questão toda que nos leva à velha lenda da Papisa Joana não me pareceu algo para ser levado à sério! É isso, o final de todos os acontecimentos não é sério, isso em um filme que é um drama, que deveria ser levado numa certa sobriedade e seriedade. Do jeito que ficou pareceu que tudo foi feito apenas para chocar o espectador, para surpreender. Um plot twist fora do lugar. Como velho cinéfilo que sou, tudo me pareceu como um velho truque de cartas de antigos parques de diversão. Só engana os bobos e os novatos! Então é isso, um bom filme certamente, que infelizmente, no final, se rendeu ao sensacionalismo barato, ao mundo das teorias da conspirações, das mais rasteiras que existem. Uma pena que tenha terminado dessa maneira!

Pablo Aluísio.

Incubus

Título no Brasil: Incubus
Título Original: Incubus
Ano de Lançamento: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Daystar Productions
Direção: Leslie Stevens
Roteiro: Leslie Stevens
Elenco: William Shatner, Allyson Ames, Eloise Hardt

Sinopse:
Em uma região remota e isolada, um militar passa a sofrer assédio espiritual de estranhas criaturas, seres sobrenaturais. São demônios que se disfarçam de belas mulheres para capturar a alma de homens que caem em suas armadilhas. 

Comentários:
Um filme bem estranho, esquisito, fora dos padrões. Fica claro desde o começo que ele procura seguir os passos de clássicos como "O Sétimo Selo", mas sem muito sucesso. A declamação dos diálogos em meu ponto de vista ficou excessivamente teatral. Assim também as falas ficam superficiais quando transportadas para a linguagem do cinema. Por falar nisso, o grande atrativo segue sendo a presença do ator William Shatner. Ele iria se notabilizar por interpretar o Capitão Kirk na série original e depois em uma série de bons filmes para o cinema. Muito jovem, ainda tentando se encontrar, ele interpreta esse militar que acaba sendo atacado por um grupo de demônios do tipo Incubus. Seres das trevas que se disfarçam de belas mulheres para capturar a alma de suas vítimas. Bom, já deu para perceber que o espectador vai ter que comprar essa ideia para apreciar o filme. No meu caso particular vi tudo como uma boa peça teatral encenada ao ar livre, toda com diálogos em Esperanto, que tinha pretensões na época de se tornar o idioma universal. Nada muito além disso. 

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Presidente dos Estados Unidos Ulysses Grant

Presidente dos Estados Unidos Ulysses Grant
Ele era considerado um aluno medíocre na Academia Militar de West Point. Desde jovem sempre enfrentou problemas com o alcoolismo, mas aos trancos e barrancos se formou, se tornando assim oficial do exército dos Estados Unidos. Seu primeiro posto foi o de tenente. O que mudou seu destino para sempre foi o advento da guerra civil dos Estados Unidos. Conforme o conflito avançava, ele ia subindo na carreira militar. A cada nova vitória, ganhava um posto militar de maior hierarquia. Em pouco tempos se tornou General! 

O Presidente Lincoln gostava dele. Grant cumpria as ordens e enfrentava de frente o exército confederado. Ao contrário de outros Generais da União que ficavam sempre receosos de perder alguma batalha e manchar suas reputações, Grant ia em frente, sem medo. Certa vez o Secretário de Defesa criticou Lincoln diretamente por estar dando cada vez mais poder para Grant. Lincoln não aceitou essas críticas, dizendo: "Eu sei que ele tem problemas com bebidas, mas esse homem luta! Ele luta! E vence as batalhas que precisamos que ele vença! Ele é bem melhor do que a maioria dos Generais da União!". Lincoln, muito pragmático, sabia que precisava de resultados concretos no front de guerra. Grant era o homem certo para isso. Ele não ficava adiando suas operações militares por meses e meses como certos medalhões do exército. Ele ia em frente, enfrentando a Confederação sem medo da derrota! 

O curioso é que Grant continuou bebendo como nunca durante a Guerra Civil. Não raro já estava bêbado ao meio-dia! Mesmo assim ia para o combate de peito aberto. Talvez o alcoolismo tenha lhe dado a coragem suficiente para enfrentar grandes desafios. E isso também colaborou para se tornar mais próximo de seus soldados. Eles também bebiam muito antes, durante e depois de uma grande batalha! 

Vitória após vitória nas batalhas, veio finalmente a vitória definitiva na guerra, depois de cinco longos anos de luta violenta onde milhares de americanos perderam suas vidas! A consagração de Grant como militar veio numa tarde quente quando ele recebeu diretamente das mãos do próprio general inimigo a rendição dos exércitos da Confederação. O velho General Lee era uma verdadeira lenda e o fato de Grant ter recebido sua rendição em mãos o transformou também em lenda! O povo do Sul chorou como nunca esse dia! O grande Lee, considerado invencível, admitia sua derrota e da Confederação dos estados sulistas. Era o fim da guerra civil. 

Com essa fama, Grant tentou uma carreira na política e se tornou muito bem sucedido, se elegendo presidente dos Estados Unidos após alguns anos. O povo dos Estados Unidos ainda chorava a morte de Lincoln e parecia sensato eleger o maior General da União para ocupar o posto do presidente assassinado. Grant não foi um chefe do poder executivo federal muito brilhante. O problema com as bebidas se acentuou durante seu mandato, mas em seu favor podemos também dizer que se não foi um grande presidente, tampouco fez besteira ou cometeu grandes erros na Casa Branca. Foi um presidente regular, até moderado e no final das contas cumpriu sua missão constitucional. Trouxe estabilidade política para uma nação que ainda não havia se curado as feridas da guerra. Para um homem que havia sido considerado como um medíocre na Academia Militar, Grant até que se deu muito bem em sua carreira tanto como militar, como político. 

Pablo Aluísio. 

Presidente dos Estados Unidos Franklin Pierce

Ele foi o 14º Presidente dos Estados Unidos. Foi presidente entre os anos de 1853 a 1857. Não foi um período feliz para os Estados Unidos. A questão envolvendo a escravidão parecia ser algo sem solução. Os estados do Norte queriam o fim da escravidão, mas os estados do Sul, que tinham sua economia fortemente embasada na escravidão, não aceitavam libertar a mão de obra dos escravos. Os trabalhadores que viviam e morriam nas grandes plantações de algodão eram todos escravizados. Os fazendeiros iriam lutar até o fim para manter essa situação.

Fraco de temperamento, o presidente Pierce não apenas deixou de resolver esse problema, como também o piorou, elaborando leis fracas que eram baseadas apenas na sua indecisão. Nortistas e Sulistas ficaram insatisfeitos com o presidente e sua popularidade despencou. Seu maior problema foi não ter tomado um lado, ficando sempre em cima do muro, sem decidir nada. Para muitos ele plantou as raízes da futura guerra civl que iria assolar os Estados Unidos em poucos anos.

Na questão pessoal sua situação era ainda mais complicada. Seu filho de 11 anos morreu em um terrível acidente de trem. Sua esposa, a primeira-dama Jane Appleton, não conseguiu superar o trauma da perda de seu único filho, ainda mais sendo ele uma criança. Ela se isolou em seu quarto na Casa Branca e entrou em profunda depressão. Na época se dizia que ela estava tendo crises de "melancolia" que era o termo usado para definir depressão. 

Desesperada, mandou chamar um médium para entrar em contato com a alma do filho falecido. De uma forma ou outra começou a dizer ao marido que estava conseguindo ver o garoto pelos corredores da Casa Branca, embora não conseguisse se comunicar com ele. Esse garotinho acabou se tornando um dos fantasmas mais famosos da residência dos presidentes americanos. Muitos deles, nos anos seguintes, confessariam que realmente viram um garoto com roupas antigas correndo pelos cômodos da famosa mansão presidencial. 

Mesmo com as experiências espirituais ela não conseguiu se recuperar. Morreu jovem e precocemente. Pior para o marido que também não conseguiu a reeleição. Inconformado e entregue ao alcoolismo, nunca mais superou a perda da mulher e do jovem filho, também morrendo relativamente jovem. Uma triste história de uma família que conseguiu chegar ao mais alto cargo político dos Estados Unidos, mas que uma vez lá só encontrou a infelicidade e a depressão. 

Pablo Aluísio. 

Louis XVI

Louis XVI
Ele não nasceu para ser Rei da França. Estava longe da linha de sucessão, mas seu futuro iria ser diferente. Apenas por circunstâncias do destino acabou herdando a coroa de seu avô, o Rei Louis XV. Na verdade Louis XVI havia sido um menino gordinho e um tanto apagado que brincava nos jardins do Palácio de Versalhes. Ninguém da alta nobreza prestava muita atenção nele. Era apenas mais um dos vários príncipes que corriam pelos corredores do Palácio. Não gostava do mundo da política e era muito interessado em montar relógios e engenhocas. Seu lugar preferido no Palácio era a sala de consertos dos relógios reais. Lá ele ficava horas e horas ao lado do mecânico-chefe que consertava essas peças antigas e valiosas. Ele adorava esses artefatos de tecnologia da época.

Aos 14 anos descobriu duas coisas que o deixaram muito triste. Primeiro, que seria o herdeiro do trono da França. Segundo, que teria que se casar imediatamente. A escolhida foi a arquiduquesa da Áustria, Maria Antonieta. Ela tinha luz própria, muito carisma e era louca por moda. Ele, um sujeito tímido e sem qualquer personalidade, aceitou o casamento que não foi feliz. Na verdade ele não tinha opção. A coroa escolhia com quem ele iria se casar. Sua opinião não tinha nenhum valor nesse processo. Os primeiros anos de casamento foram desastrosos. Não conseguia ter relações sexuais com a esposa pois tinha fimose e era muito tímido. Enquanto era apenas um príncipe conseguiu fugir do interesse do povo, mas quando se tornou Rei houve muitos problemas pois sua esposa, agora Rainha, não conseguia gerar um herdeiro para a coroa. 

Louis XVI também negligenciou os assuntos do Estado francês. Não se envolvia nos assuntos políticos, preferindo passar seus dias na sala de consertos de relógios de Versalhes. Com isso a França entrou em grave crise econômica e social que iria dar origem à Revolução Francesa. Não existiria vácuo de poder, já que o Rei não se posicionava sobre nada, os revolucionários tomariam o seu poder. O povo da França foi criando uma grande revolta contra a família real, principalmente por causa dos gastos excessivos de Maria Antonieta com moda e glamour em geral. Ela usava um vestido luxuoso por dia e criou penteados extravagantes, conhecidos como estilo Poof! Era o auge da frivolidade na corte francesa. Enquanto a Rainha esbanjava uma vida de muitos luxos palacianos, o povo morria de fome fora dos portões do Palácio de Versalhes. A crise econômica e social era enorme na vida real das pessoas comuns. A combinação desses fatores foi explosiva por todo o Reino!

Foi uma Revolução das mais sanguinárias. A Nobreza e o Clero da França foram condenados e guilhotinados em praça pública. Nem o Rei e a Rainha escaparam desse trágico destino. O Rei subiu ao cadafalso da guilhotina em 21 de janeiro de 1793. Na Praça da Concórdia, em Paris, ele foi executado diante de uma multidão, ora aos pulos de alegria, ora assustada com o que estava presenciando. Nunca um Rei da França havia sido executado em toda a história! Era algo inédito e de certa forma bem assustador. O Antigo Regime vinha abaixo com a cabeça do último monarca da poderosa dinastia Bourbon que havia reinado na França por mais de mil anos! Era o fim de uma era! 

Pablo Aluísio. 

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Júlio César

Júlio César
Júlio César não foi um imperador de Roma. Um erro muito comum entre pessoas que não possuem muitos conhecimentos de História antiga é afirmar que Júlio César foi o primeiro imperador de Roma. Um erro compreensível até. Afinal todos os imperadores de Roma também eram conhecidos como Césares! De fato a morte de Júlio César significou o fim de uma era em Roma. A era da República Romana. Ele subiu dentro das instituições da República para depois destruir o sistema por dentro. 

Júlio César na realidade foi um político oportunista e populista. Ele manipulava as massas contra as instituições republicanas. No fundo queria o poder absoluto, máximo, sem ter que responder a ninguém por eles. Queria de fato ser o Imperador, o primeiro Imperador. Morreu tentando, mas era tão admirado e querido pelo povo romano que sua morte destruiu todas as colunas que sustentavam a República. 

E não se engane, trocar a República pelo Sistema Imperial não foi uma decisão política sábia. Muito pelo contrário. Para bem entender isso basta lembrar dos imperadores loucos e sádicos que surgiram depois. Nomes como Nero e Calígula até hoje causam terror. Foram homens com poderes absolutos. Dementes que usaram esse poder sem freio para matar e liquidar qualquer um que fosse contra seus domínios. 

A República tinha mecanismos para deter esses senhores da morte. O Império não! Desse modo a mudança promovida por Júlio César também significou a morte de centenas de milhares de pessoas ao longo dos séculos, fossem eles romanos ou não! Atrás de sua história, Júlio César deixou um oceano de sangue humano. Ele plantou a semente da tirania em Roma. E o povo, hipnotizado, não entendeu que estava na verdade cavando seu próprio túmulo. Foi o fim de uma era de racionalismo político, sendo trocado pela violência e pelas atrocidades do Império Romano contra os demais povos antigos. 

Pablo Aluísio. 

A Dinastia Quéops

A Dinastia Quéops
Bem poderia ser uma peça de Shakespeare. Só que na verdade foi uma história de sangue e morte dentro de uma das famílias mais poderosas do mundo antigo. Quando o poderoso Faraó Quéops morreu, ele deixou uma dinastia marcada pela violência e traição em busca do poder absoluto. Quéops sempre será lembrado pela história pois ele foi o faraó que construiu a grande pirâmide de Gizé, a maior e mais famosa pirâmide do Egito Antigo. Essa, ao lado das demais, foi considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo e é a única que ainda está de pé, mesmo após milênios de sua construção. 

Quando Quéops foi finalmente sepultado em sua grande pirâmide, de onde, segundo sua religião, ele iria ressuscitar do mundo dos mortos, abriu-se a questão de sua sucessão real. Seu filho mais velho, Cauabe, deveria ser o novo faraó. Só que ele jamais iria usar a dupla coroa do alto e do baixo Egito. Acabou sendo assassinado, em circunstâncias misteriosas. Ele, segundo algumas fontes. teve sua garganta cortada, no meio da noite, por guardas palacianos. Estava se preparando para ser o novo Faraó, mas não havia entendido que dentro de seu próprio palácio havia assassinos escondidos nas sombras.  

O principal suspeito obviamente era seu irmão, Jedefré, também conhecido como Ratoises. Era claramente um usurpador do trono real, um criminoso que teria matado seu próprio irmão para se tornar o novo faraó. Não deu muito certo. A classe de sacerdotes e os militares não gostavam dele, sabiam que ele era um assassino. Em seu curto reinado esse Faraó de transição ainda conseguiria erguer sua própria pirâmide, bem menor do que a de seu pai. Posteriormente, quando Roma transformou o Egito em sua província, essa pirâmide seria destruída pelos romanos que usaram suas pedras para construir fortes para o seu exército. Roma, em geral, era muito mais pragmática. Não conseguia entender monumentos como as pirâmides, que para eles não passavam de obras inúteis, sem finalidade para o povo em geral. 

Ratoises foi morto dentro de um templo do Deus Amon. Ele levou uma grande paulada na cabeça enquanto andava no meio das grandes colunas do templo. A história se repetia. Ele foi assassinado a mando de seu irmão mais jovem, Quéfren. Esse iria ser o construtor da segunda maior pirâmide de Gizé, ficando atrás apenas da grande pirâmide de seu pai. Era seis metros menor, uma atitude de respeito para com o grande Quéops. Essa história poderia ser apenas a crônica de uma família imperial nos tempos antigos. Só que o tempo iria provar que não seria exceção. Em regimes de monarquias e tiranias, de fato o que imperou ao longo dos milênios foi a traição e a conspiração contra membros das próprias famílias reais, não raro se tornando elas mesmas palcos de grandes crimes e assassinatos. 

Pablo Aluísio.