É um caso de filme do tipo "ame ou odeie". Não há como negar: "Donnie Darko" é muito louco e talvez justamente por essa razão tenha virado um cult movie absoluto nos últimos anos. O cinema americano sempre abraçou temas estranhos e bizarros em seu circuito mais independente e esse tipo de roteiro só tem aumentado o número de fãs, principalmente porque o espectador mais jovem está sempre em busca de algo diferente, que não seja tão lugar comum como os filmes comerciais que saem em ritmo industrial de Hollywood todos os anos. Na busca por algo novo, que traga algum aspecto mais substancial, é que se encontra pequenas obras primas como essa. Dessa maneira não espere por clichês bobinhos e nem uma trama de fácil digestão - aliás não espere por nada muito normal ou previsível. Nada é convencional em "Donnie Darko". Tudo é bem fora do comum. Esse inclusive é o maior mérito dessa produção.
O enredo, em linhas gerais, conta a história do adolescente Donnie Darko (Jake Gyllenhaal), um sujeito mais esquisito do que os demais jovens de sua idade, que nessa fase da vida, como bem sabemos, já costumam ser estranhos naturalmente. Pois bem, além de ter pensamentos insanos e psicóticos, Donnie ainda é acompanhado por onde vai por uma alucinação bem freak, um coelho gigante monstruoso que lhe dá dicas e inspirações nada fofinhas. Esse filme, como não poderia deixar de ser, passou longe de ser um sucesso de bilheteria, porém por outro lado abriu as portas para um ainda desconhecido Jake Gyllenhaal que depois de interpretar Darko viu sua carreira deslanchar nos anos seguintes. Ele virou o protótipo do ator descolado e cool, ideal para projetos mais ousados. Pelo visto o papel que desempenhou, apesar de ser bem fora do comum, só lhe fez muito bem em sua trajetória artística. E aí já encarou esse filme? Se não, deixo a dica para uma sessão estranha, bem estranha...
Donnie Darko (Donnie Darko, Estados Unidos, 2001) Direção: Richard Kelly / Roteiro: Richard Kelly / Elenco: Jake Gyllenhaal, Jena Malone, Mary McDonnell / Sinopse: O mundo é um lugar esquisito, mas não tão esquisito como a mente do jovem Donnie Darko (Jake Gyllenhaal). Filme indicado ao prêmio Independent Spirit Awards e ao Sundance Film Festival.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 26 de outubro de 2021
O Pagamento Final
Provavelmente tenha sido o último grande filme da carreira de Brian De Palma. Contando com um excelente roteiro e um elenco em estado de graça, ele acabou realizando um dos melhores filmes de gangsters do cinema americano. A trama mostra um velho criminoso que, de volta às ruas após cumprir uma pesada pena, procura por um recomeço em sua vida. Obviamente que em termos de interpretação todas as atenções se fixam no grande trabalho de atuação de Al Pacino. Carlito, seu personagem, é uma espécie de anti-herói trágico que acabou sendo tragado pelas armadilhas do destino. Não deixa de ser um patife, mas com nuances até mesmo mais românticas. Embora Pacino esteja excepcionalmente bem temos que reconhecer que o grande destaque mesmo do elenco é o ator Sean Penn. Quase irreconhecível, com forte maquiagem, careca e usando figurino dos anos 70, ele praticamente desaparece dentro de seu personagem, um advogado corrupto com problemas de dependência química.
O personagem de Penn também é um viciado em drogas sem controle, cheirando uma carreira de cocaína atrás da outra, completamente alucinado. Pode-se dizer que ele é o responsável por alguns dos melhores momentos de todo o filme. De Palma desfila elegância e bom gosto em cada tomada, o que me fez lembrar do grande diretor que ele foi no começo de sua carreira. Pena que ao lado do enorme talento também haja uma irregularidade absurda em sua obra, pois De Palma conseguia ir do genial ao medíocre com grande facilidade, numa verdadeira montanha russa artística. Em relação a esse filme porém não há o que se preocupar, pois certamente é uma de suas melhores obras primas. Um excelente filme que tive o privilégio de assistir no cinema, em seu lançamento original.
O Pagamento Final (Carlito's Way, Estados Unidos, 1993) Direção: Brian De Palma / Roteiro: David Koepp, baseado na novela escrita por Edwin Torres / Elenco: Al Pacino, Sean Penn, Penelope Ann Miller, John Leguizamo, Viggo Mortensen / Sinopse: O filme conta a história de um mafioso que após cumprir pena por longos anos tenta um recomeço em sua vida. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante - Drama (Sean Penn) e Melhor Atriz Coadjuvante - Drama (Penelope Ann Miller).
Pablo Aluísio.
O personagem de Penn também é um viciado em drogas sem controle, cheirando uma carreira de cocaína atrás da outra, completamente alucinado. Pode-se dizer que ele é o responsável por alguns dos melhores momentos de todo o filme. De Palma desfila elegância e bom gosto em cada tomada, o que me fez lembrar do grande diretor que ele foi no começo de sua carreira. Pena que ao lado do enorme talento também haja uma irregularidade absurda em sua obra, pois De Palma conseguia ir do genial ao medíocre com grande facilidade, numa verdadeira montanha russa artística. Em relação a esse filme porém não há o que se preocupar, pois certamente é uma de suas melhores obras primas. Um excelente filme que tive o privilégio de assistir no cinema, em seu lançamento original.
O Pagamento Final (Carlito's Way, Estados Unidos, 1993) Direção: Brian De Palma / Roteiro: David Koepp, baseado na novela escrita por Edwin Torres / Elenco: Al Pacino, Sean Penn, Penelope Ann Miller, John Leguizamo, Viggo Mortensen / Sinopse: O filme conta a história de um mafioso que após cumprir pena por longos anos tenta um recomeço em sua vida. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante - Drama (Sean Penn) e Melhor Atriz Coadjuvante - Drama (Penelope Ann Miller).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
O Alfaiate do Panamá
O problema de interpretar um personagem tão famoso como James Bond é que você acaba ficando prisioneiro dele. É o que aconteceu com Roger Moore e de certa maneira com Pierce Brosnan também. O roteiro desse filme não tem nada a ver com Bond, na verdade foi inspirado em um best-seller escrito por John le Carré, mas mesmo assim todos fizeram a associação com o famoso agente secreto justamente por causa da presença do ator no elenco. Uma pena já que o filme tem identidade própria e pode ser considerado um bom suspense de espionagem. Além disso foi dirigido por John Boorman, cineasta de obras requintadas e sofisticadas como "Esperança e Glória", "Muito Além de Rangum" e "Amargo Pesadelo".
O enredo, como convém a toda história criada por John le Carré, se passa no mundo da espionagem e das conspirações internacionais. Andrew 'Andy' Osnard (Pierce Brosnan) é um agente inglês que é enviado ao Panamá para descobrir a extensa e complexa rede de corrupção que se forma após o famoso canal ser devolvido ao país da América Central. Nesse processo ele acaba também revelando algo maior, envolvendo figurões do governo e de organismos internacionais. Considero, como já escrevi, um bom filme, muito embora os fãs do livro tenham reclamado e muito da adaptação. Subtramas foram omitidas e sequências inteiras desapareceram, algo que temos que convir é até normal de acontecer já que cinema e literatura definitivamente são expressões culturais bem diferentes. Mesmo assim é um bom programa para o fim de noite.
O Alfaiate do Panamá (The Tailor of Panama, Estados Unidos, 2001) Direção: John Boorman / Roteiro: Andrew Davies, baseado no livro escrito por John le Carré / Elenco: Pierce Brosnan, Geoffrey Rush, Jamie Lee Curtis, Daniel Radcliffe / Sinopse: Um alfaiate trabalhando no Panamá acaba se tornando um agente, um espião para a Inglaterra na região. Filme indicado ao Berlin International Film Festival.
Pablo Aluísio.
O enredo, como convém a toda história criada por John le Carré, se passa no mundo da espionagem e das conspirações internacionais. Andrew 'Andy' Osnard (Pierce Brosnan) é um agente inglês que é enviado ao Panamá para descobrir a extensa e complexa rede de corrupção que se forma após o famoso canal ser devolvido ao país da América Central. Nesse processo ele acaba também revelando algo maior, envolvendo figurões do governo e de organismos internacionais. Considero, como já escrevi, um bom filme, muito embora os fãs do livro tenham reclamado e muito da adaptação. Subtramas foram omitidas e sequências inteiras desapareceram, algo que temos que convir é até normal de acontecer já que cinema e literatura definitivamente são expressões culturais bem diferentes. Mesmo assim é um bom programa para o fim de noite.
O Alfaiate do Panamá (The Tailor of Panama, Estados Unidos, 2001) Direção: John Boorman / Roteiro: Andrew Davies, baseado no livro escrito por John le Carré / Elenco: Pierce Brosnan, Geoffrey Rush, Jamie Lee Curtis, Daniel Radcliffe / Sinopse: Um alfaiate trabalhando no Panamá acaba se tornando um agente, um espião para a Inglaterra na região. Filme indicado ao Berlin International Film Festival.
Pablo Aluísio.
Com 007 Viva e Deixe Morrer
Depois que Sean Connery resolveu abandonar de uma vez por todas o personagem do agente secreto James Bond a pergunta mais frequente passou a ser se outro ator conseguiria levar adiante a franquia. Após a saída de Connery houve uma tentativa com o modelo George Lazenby, mas definitivamente o público não gostou (embora o filme estrelado por ele fosse, em si, muito bom). Então eis que em 1973 a MGM apresentou finalmente o nome do novo James Bond, Roger Moore! Para quem conhecia os bastidores da série seu nome não foi exatamente uma novidade. A verdade é que Moore quase foi escolhido no lugar de Sean Connery no passado, mas o carisma do ator escocês falou mais alto. Agora com Connery fora do caminho começaria uma nova era nas aventuras do agente secreto mais famoso da história do cinema. Esse "Live and Let Die" porém não ficou conhecido apenas por ter sido a estreia de Roger Moore.
Dois outros fatos contaram positivamente em seu favor. O primeiro foi a trilha sonora escrita e composta por Paul McCartney. Verdade seja dita, a canção tema é uma das melhores (isso se não for a melhor) de toda a filmografia Bond. Paul conseguiu como poucos capturar a essência do personagem, transformando sua canção em um hit e em um sucesso também de crítica (a ponto de ter sido indicada ao Oscar e ao Grammy). Inclusive até hoje Paul a usa em seu repertório fixo, se tornando um dos pontos altos de seus concertos mundo afora. Outro ponto que chama bastante a atenção do espectador é que nesse filme já surge o humor acentuado em primeiro plano, algo que seria a marca registrada dos filmes com Roger Moore. Claro que por ser uma estréia as coisas ainda andaram um pouco dentro da normalidade, algo que nos filmes seguintes se tornaria um pouco mais exagerado. De qualquer maneira gosto bastante desse filme e acredito que foi um dos mais felizes e bem sucedidos de todos os filmes da série. Com Roger Moore os filmes ganhariam uma nova etapa, retornando o personagem ao topo das bilheterias, para alegria dos fãs de James Bond em todo o mundo.
Com 007 Viva e Deixe Morrer (Live and Let Die, Inglaterra, 1973) Direção: Guy Hamilton / Roteiro: Tom Mankiewicz / Elenco: Roger Moore, Yaphet Kotto, Jane Seymour / Sinopse: O agente secreto James Bond, codinome 007, precisa enfrentar um violento e infame barão internacional das drogas. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor música original ("Live and Let Die" de Paul McCartney e Linda McCartney).
Pablo Aluísio.
Dois outros fatos contaram positivamente em seu favor. O primeiro foi a trilha sonora escrita e composta por Paul McCartney. Verdade seja dita, a canção tema é uma das melhores (isso se não for a melhor) de toda a filmografia Bond. Paul conseguiu como poucos capturar a essência do personagem, transformando sua canção em um hit e em um sucesso também de crítica (a ponto de ter sido indicada ao Oscar e ao Grammy). Inclusive até hoje Paul a usa em seu repertório fixo, se tornando um dos pontos altos de seus concertos mundo afora. Outro ponto que chama bastante a atenção do espectador é que nesse filme já surge o humor acentuado em primeiro plano, algo que seria a marca registrada dos filmes com Roger Moore. Claro que por ser uma estréia as coisas ainda andaram um pouco dentro da normalidade, algo que nos filmes seguintes se tornaria um pouco mais exagerado. De qualquer maneira gosto bastante desse filme e acredito que foi um dos mais felizes e bem sucedidos de todos os filmes da série. Com Roger Moore os filmes ganhariam uma nova etapa, retornando o personagem ao topo das bilheterias, para alegria dos fãs de James Bond em todo o mundo.
Com 007 Viva e Deixe Morrer (Live and Let Die, Inglaterra, 1973) Direção: Guy Hamilton / Roteiro: Tom Mankiewicz / Elenco: Roger Moore, Yaphet Kotto, Jane Seymour / Sinopse: O agente secreto James Bond, codinome 007, precisa enfrentar um violento e infame barão internacional das drogas. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor música original ("Live and Let Die" de Paul McCartney e Linda McCartney).
Pablo Aluísio.
Autor em Família
Al Pacino já estava consagrado em razão das obras primas que havia estrelado na década de 1970 quando resolveu embarcar nesse pequeno projeto. O renomado cineasta Arthur Hiller convidou Pacino para participar dessa adaptação de uma peça teatral para o cinema. Praticamente uma narrativa autobiográfica escrita pelo autor Israel Horovitz, o roteiro explorava os anseios, as lutas e angústias de um escritor de peças de teatro que precisa conciliar uma vida familiar praticamente caótica com o seu trabalho. Um dos aspectos mais interessantes é que o filme desenvolvia muito bem a questão da nova estrutura familiar que estava surgindo no começo da década de 1980. Com o aumento de divórcios surgiam famílias mescladas, com filhos de casamentos anteriores, todos convivendo juntos em uma mesma estrutura familiar.
Assim aquele que tentava uma nova vida tinha que aprender também a conviver com os filhos da nova esposa, que geralmente vinha de outro casamento acabado. Uma infinidade de padrastos e madrastas em uma realidade nova dentro da sociedade pois até pouco tempo atrás as pessoas não se divorciavam, preferindo viver em casamento infelizes e destruídos até o fim de suas vidas. Com a aprovação de leis de divórcio em várias partes do mundo (inclusive no Brasil) as pessoas foram atrás de uma nova vida, reconstruindo aquilo que não havia dado certo com outros cônjuges. A proposta seria de realizar um drama com pitadas de humor, no que acertaram em cheio pois o filme até hoje surpreende pelo bom argumento e claro por apresentar mais uma atuação inspirada do mestre Al Pacino, sempre surpreendente.
Autor em Família (Author! Author!, Estados Unidos, 1982) Direção: Arthur Hiller / Roteiro: Israel Horovitz / Elenco: Al Pacino, Dyan Cannon, Tuesday Weld, Bob Dishy, Bob Elliott / Sinopse: As dificuldades de um escritor que também precisa lidar com problemas familiares dos mais diversos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Al Pacino).
Pablo Aluísio.
Assim aquele que tentava uma nova vida tinha que aprender também a conviver com os filhos da nova esposa, que geralmente vinha de outro casamento acabado. Uma infinidade de padrastos e madrastas em uma realidade nova dentro da sociedade pois até pouco tempo atrás as pessoas não se divorciavam, preferindo viver em casamento infelizes e destruídos até o fim de suas vidas. Com a aprovação de leis de divórcio em várias partes do mundo (inclusive no Brasil) as pessoas foram atrás de uma nova vida, reconstruindo aquilo que não havia dado certo com outros cônjuges. A proposta seria de realizar um drama com pitadas de humor, no que acertaram em cheio pois o filme até hoje surpreende pelo bom argumento e claro por apresentar mais uma atuação inspirada do mestre Al Pacino, sempre surpreendente.
Autor em Família (Author! Author!, Estados Unidos, 1982) Direção: Arthur Hiller / Roteiro: Israel Horovitz / Elenco: Al Pacino, Dyan Cannon, Tuesday Weld, Bob Dishy, Bob Elliott / Sinopse: As dificuldades de um escritor que também precisa lidar com problemas familiares dos mais diversos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Al Pacino).
Pablo Aluísio.
domingo, 24 de outubro de 2021
O Inglês que Subiu a Colina e Desceu a Montanha
Pouca gente se lembra desse filme. Embora faça muito tempo que o assisti, a boa lembrança segue presente. É um daqueles pequenos filmes despretensiosos que ganham muito justamente por causa da leveza de seu argumento, da boas intenções e da exploração do lugar comum, da banalidade do dia a dia de pessoas simples, ordinárias, que vivem no interior, longe dos grandes centros urbanos. O enredo mostra o cartógrafo Reginald Anson (Grant) indo até uma pequenina cidade no interior da Inglaterra. Ele é enviado ao lugar pelo instituto real de geografia para decidir se uma pequena elevação perto da cidadela é na verdade uma colina ou uma montanha. A decisão, que poderia parecer irrelevante para muitos, toma a cidade de assalto, já que o relevo da região é motivo de grande orgulho de todos os seus moradores.
Como se pode perceber é um argumento muito sutil, diria até mesmo excessivamente britânico, que fará pouco sentido para o público em geral, principalmente para o brasileiro que pouco estaria ligando se um morro fosse classificado de colina ou montanha. Mesmo assim o roteiro diverte bastante justamente por causa dessa singularidade narrativa. Anson começa a ser ora paparicado pelos moradores, ora hostilizado, dependendo do que ele vai decidindo de suas observações cartográficas. Com bonita direção de arte e reconstituição histórica de muito bom gosto visual, esse é um daqueles casos de filme que muitos esqueceram, menos aqueles que viram na época e gostaram da proposta diferente de seu roteiro. Além disso para os fãs do ator Hugh Grant não deixa de ser uma ótima oportunidade de conferir um de seus trabalhos mais subestimados.
O Inglês que Subiu a Colina e Desceu a Montanha (The Englishman Who Went Up a Hill But Came Down a Mountain, Inglaterra, 1995) Direção: Christopher Monger / Roteiro: Ifor David Monger, Christopher Monger / Elenco: Hugh Grant, Tara Fitzgerald, Colm Meaney / Sinopse: Um especialista em tomografia chega em uma pequena cidade do interior da Inglaterra para decifrar uma velha dúvida dos moradores. Filme vencedor do Moscow International Film Festival na categoria de Melhor Direção.
Pablo Aluísio
Como se pode perceber é um argumento muito sutil, diria até mesmo excessivamente britânico, que fará pouco sentido para o público em geral, principalmente para o brasileiro que pouco estaria ligando se um morro fosse classificado de colina ou montanha. Mesmo assim o roteiro diverte bastante justamente por causa dessa singularidade narrativa. Anson começa a ser ora paparicado pelos moradores, ora hostilizado, dependendo do que ele vai decidindo de suas observações cartográficas. Com bonita direção de arte e reconstituição histórica de muito bom gosto visual, esse é um daqueles casos de filme que muitos esqueceram, menos aqueles que viram na época e gostaram da proposta diferente de seu roteiro. Além disso para os fãs do ator Hugh Grant não deixa de ser uma ótima oportunidade de conferir um de seus trabalhos mais subestimados.
O Inglês que Subiu a Colina e Desceu a Montanha (The Englishman Who Went Up a Hill But Came Down a Mountain, Inglaterra, 1995) Direção: Christopher Monger / Roteiro: Ifor David Monger, Christopher Monger / Elenco: Hugh Grant, Tara Fitzgerald, Colm Meaney / Sinopse: Um especialista em tomografia chega em uma pequena cidade do interior da Inglaterra para decifrar uma velha dúvida dos moradores. Filme vencedor do Moscow International Film Festival na categoria de Melhor Direção.
Pablo Aluísio
Procurando Nemo
Título no Brasil: Procurando Nemo
Título Original: Finding Nemo
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Disney Pictures
Direção: Andrew Stanton, Lee Unkrich
Roteiro: Andrew Stanton
Elenco: Albert Brooks, Ellen DeGeneres, Alexander Gould
Sinopse:
Nemo vive nos oceanos. É um peixinho esperto mas curioso em relação ao mundo que desconhece. Após um tempo decide desafiar os conselhos de seu pai, saindo do lugar onde vive para conhecer os arredores, mas acaba caindo nas redes de mergulhadores. Depois de capturado acaba sendo levado para um aquário, onde vira um peixe de ornamentação. Desesperado o pai de Nemo, Martin, decide sair em uma grande aventura em busca de seu filho. Para isso contará com a ajuda muito especial de Dory, a confusa mas divertida amiga de viagem.
Comentários:
Um grande sucesso dos estúdios Disney, "Procurando Nemo" tem uma estorinha bem simples mas que cativou espectadores ao redor do mundo. Bem longe da acidez das produções solos da Pixar essa fita traz bem o espírito que sempre caracterizou as produções Disney. Personagens fofinhos, mensagem subliminar valorizando os valores familiares e um enredo que mostra os aspectos positivos de uma verdadeira amizade. O roteiro e direção são assinados por Andrew Stanton. Esse animador e cineasta é certamente um dos melhores do mundo da animação atualmente. O argumento do excelente "Wall-E" é dele, que criou todo aquele conceito fantástico, que acabou resultando numa das melhores animações dos últimos anos. Seu texto é conhecido pela sutileza. Stanton sempre usa estorinhas das mais simples para mostrar grandes valores pessoais e familiares. "Nemo" não é tão criativo quanto "Wall-E" mas mantém um nível de qualidade acima da crítica. Entre os atores dubladores vale destacar o trabalho da humorista e apresentadora Ellen DeGeneres no papel de Dory. Sua personagem acaba roubando o show, por causa de sua interpretação inspirada. No geral "Finding Nemo" é de fato um ótimo momento da Disney no cinema. Não vá perder.
Pablo Aluísio.
Título Original: Finding Nemo
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Disney Pictures
Direção: Andrew Stanton, Lee Unkrich
Roteiro: Andrew Stanton
Elenco: Albert Brooks, Ellen DeGeneres, Alexander Gould
Sinopse:
Nemo vive nos oceanos. É um peixinho esperto mas curioso em relação ao mundo que desconhece. Após um tempo decide desafiar os conselhos de seu pai, saindo do lugar onde vive para conhecer os arredores, mas acaba caindo nas redes de mergulhadores. Depois de capturado acaba sendo levado para um aquário, onde vira um peixe de ornamentação. Desesperado o pai de Nemo, Martin, decide sair em uma grande aventura em busca de seu filho. Para isso contará com a ajuda muito especial de Dory, a confusa mas divertida amiga de viagem.
Comentários:
Um grande sucesso dos estúdios Disney, "Procurando Nemo" tem uma estorinha bem simples mas que cativou espectadores ao redor do mundo. Bem longe da acidez das produções solos da Pixar essa fita traz bem o espírito que sempre caracterizou as produções Disney. Personagens fofinhos, mensagem subliminar valorizando os valores familiares e um enredo que mostra os aspectos positivos de uma verdadeira amizade. O roteiro e direção são assinados por Andrew Stanton. Esse animador e cineasta é certamente um dos melhores do mundo da animação atualmente. O argumento do excelente "Wall-E" é dele, que criou todo aquele conceito fantástico, que acabou resultando numa das melhores animações dos últimos anos. Seu texto é conhecido pela sutileza. Stanton sempre usa estorinhas das mais simples para mostrar grandes valores pessoais e familiares. "Nemo" não é tão criativo quanto "Wall-E" mas mantém um nível de qualidade acima da crítica. Entre os atores dubladores vale destacar o trabalho da humorista e apresentadora Ellen DeGeneres no papel de Dory. Sua personagem acaba roubando o show, por causa de sua interpretação inspirada. No geral "Finding Nemo" é de fato um ótimo momento da Disney no cinema. Não vá perder.
Pablo Aluísio.
sábado, 23 de outubro de 2021
Segredos do Coração
Esse é um remake do clássico romântico "Tarde Demais Para Esquecer". O enredo mostrando um casal se apaixonando em uma viagem de navio (embora ambos sejam comprometidos), para depois se encontrarem no alto do Empire State Building em Nova Iorque, atravessou gerações e continua encantando os corações adolescentes. Eu gosto muito do filme dos anos 1950 e até mesmo da versão original (já escrevi inclusive resenhas sobre ambos os filmes em meu blog de cinema clássico). Das versões que tive oportunidade de conhecer essa é certamente a mais fraca. Em meu ponto de vista o filme peca por ser frio demais, distante em demasia. Parece até um longo comercial de sabonete. Ora, vamos convir que um filme romântico tem que no mínimo ter um romantismo latente, à flor da pele. A paixão tem que estar presente em cada fotograma.
O curioso é que Warren Beatty e Annette Bening são casados na vida real e acabam falhando justamente sobre isso, pois ficamos com a impressão de que não parece haver afeto verdadeiro entre eles. Seria uma confirmação da velha máxima que afirma que o casamento é o meio mais eficaz para destruir o verdadeiro amor? Pode ser. De uma forma ou outra, mesmo a produção sendo em muitos aspectos falsa e pouco convincente, sempre teremos a presença luminosa da estrela Katharine Hepburn no elenco para salvar a película da insignificância completa. Essa foi uma grande dama da arte de representar. Ela era magistral e compensa qualquer tipo de esforço em acreditar que Beatty e Bening realmente se amem de verdade!
Segredos do Coração (Love Affair, Estados Unidos, 1994) Direção: Glenn Gordon Caron / Roteiro: Mildred Cram, Leo McCarey / Elenco: Warren Beatty, Annette Bening, Katharine Hepburn / Sinopse: O filme "Segredos do Coração" conta uma história de amor que precisa ultrapassar vários obstáculos para finalmente se concretizar.
Pablo Aluísio.
O curioso é que Warren Beatty e Annette Bening são casados na vida real e acabam falhando justamente sobre isso, pois ficamos com a impressão de que não parece haver afeto verdadeiro entre eles. Seria uma confirmação da velha máxima que afirma que o casamento é o meio mais eficaz para destruir o verdadeiro amor? Pode ser. De uma forma ou outra, mesmo a produção sendo em muitos aspectos falsa e pouco convincente, sempre teremos a presença luminosa da estrela Katharine Hepburn no elenco para salvar a película da insignificância completa. Essa foi uma grande dama da arte de representar. Ela era magistral e compensa qualquer tipo de esforço em acreditar que Beatty e Bening realmente se amem de verdade!
Segredos do Coração (Love Affair, Estados Unidos, 1994) Direção: Glenn Gordon Caron / Roteiro: Mildred Cram, Leo McCarey / Elenco: Warren Beatty, Annette Bening, Katharine Hepburn / Sinopse: O filme "Segredos do Coração" conta uma história de amor que precisa ultrapassar vários obstáculos para finalmente se concretizar.
Pablo Aluísio.
Só Você
Robert Downey Jr passou por momentos bem complicados em sua vida, decorrentes principalmente de seu sério problema com drogas. Em determinado momento nenhum estúdio mais queria investir em um filme estrelado por ele. Era arriscado, Robert Downey Jr vivia entrando e saindo da cadeia e quando não estava atrás das grades estava em processo de recuperação em alguma clínica de tratamento de viciados de Los Angeles. Vira e mexe virava notícia de capa em jornais sensacionalistas mostrando seus vexames públicos, como quando foi preso ao entrar numa casa que não era a dele, por ficar sem qualquer sentido de direção ou localização, por estar completamente drogado. A famíia que vivia na casa chamou os policiais e ele foi preso (mais uma vez!).
O agente do ator assim sofreu um bocado para arranjar trabalho para ele em Hollywood, nessa fase conturbada de sua vida. Em meados dos anos 90 ele se auto declarou "curado" de seu problema de dependência química. Assim, aos poucos, ele foi retomando a vida profissional. Essa comédia romântica foi um primeiro passo de volta à sobriedade na carreira. É um filme bonitinho, com bonita direção de arte, mas também descartável como uma caixa de bombons! Não alimenta e só engorda, mas até que é gostoso de ver. Afinal de contas pode-se esperar por tudo menos que o competente cineasta Norman Jewison faça uma bobagem completa com sua assinatura.
Só Você (Only You, Estados Unidos, 1994) Direção: Norman Jewison / Roteiro: Diane Drake / Elenco: Marisa Tomei, Robert Downey Jr, Bonnie Hunt / Sinopse: O filme conta a história do amor de um casal. Eles estão apaixonados, mas problemas sempre se colocam no caminho da felicidade.
Pablo Aluísio.
O agente do ator assim sofreu um bocado para arranjar trabalho para ele em Hollywood, nessa fase conturbada de sua vida. Em meados dos anos 90 ele se auto declarou "curado" de seu problema de dependência química. Assim, aos poucos, ele foi retomando a vida profissional. Essa comédia romântica foi um primeiro passo de volta à sobriedade na carreira. É um filme bonitinho, com bonita direção de arte, mas também descartável como uma caixa de bombons! Não alimenta e só engorda, mas até que é gostoso de ver. Afinal de contas pode-se esperar por tudo menos que o competente cineasta Norman Jewison faça uma bobagem completa com sua assinatura.
Só Você (Only You, Estados Unidos, 1994) Direção: Norman Jewison / Roteiro: Diane Drake / Elenco: Marisa Tomei, Robert Downey Jr, Bonnie Hunt / Sinopse: O filme conta a história do amor de um casal. Eles estão apaixonados, mas problemas sempre se colocam no caminho da felicidade.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
Crash - No Limite
Título no Brasil: Crash - No Limite
Título Original: Crash
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Paul Haggis
Roteiro: Paul Haggis, Bobby Moresco(s
Elenco: Don Cheadle, Matt Dillon, Sandra Bullock, Ryan Phillippe, Brendan Fraser, Karina Arroyave
Sinopse:
Diversos personagens, todos moradores da cidade de Los Angeles, passam pelos problemas da vida cotidiana. Nessa ampla galeria encontramos uma esposa com problemas no casamento, policiais que precisam lidar com a violência da cidade grande e o stress de uma vida sem limites. Filme premiado no Oscar nas categorias de melhor filme, roteiro original e edição.
Comentários:
Assisti no cinema, na época de seu lançamento original. Considero um bom filme, com a maioria das cenas rodadas pelas noites violentas e estafantes de Los Angeles. O roteiro vai mostrando a vida de todos os personagens, para que depois, de uma maneira ou outra, seus destinos se cruzem em uma das rodovias da cidade. O hype foi intenso quando esse filme chegou no Brasil. Os críticos se debruçaram em linhas e mais linhas de elogios exagerados. A expectativa ficou lá em cima, mas como quase sempre acontece, o filme não era tudo o que diziam dele. Não me interpretem mal, não considero um filme ruim, longe disso, só que exageraram um pouco na dose quando escreveram sobre ele. E definitivamente foi bom para a carreira de alguns atores, entre eles Matt Dillon, que ganhou uma surpreendente indicação ao Oscar e Sandra Bullock, que estava em busca de maior reconhecimento por seu talento de atriz. Então é isso. Bom filme, só não espere por algo grandioso.
Pablo Aluísio.
Título Original: Crash
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Paul Haggis
Roteiro: Paul Haggis, Bobby Moresco(s
Elenco: Don Cheadle, Matt Dillon, Sandra Bullock, Ryan Phillippe, Brendan Fraser, Karina Arroyave
Sinopse:
Diversos personagens, todos moradores da cidade de Los Angeles, passam pelos problemas da vida cotidiana. Nessa ampla galeria encontramos uma esposa com problemas no casamento, policiais que precisam lidar com a violência da cidade grande e o stress de uma vida sem limites. Filme premiado no Oscar nas categorias de melhor filme, roteiro original e edição.
Comentários:
Assisti no cinema, na época de seu lançamento original. Considero um bom filme, com a maioria das cenas rodadas pelas noites violentas e estafantes de Los Angeles. O roteiro vai mostrando a vida de todos os personagens, para que depois, de uma maneira ou outra, seus destinos se cruzem em uma das rodovias da cidade. O hype foi intenso quando esse filme chegou no Brasil. Os críticos se debruçaram em linhas e mais linhas de elogios exagerados. A expectativa ficou lá em cima, mas como quase sempre acontece, o filme não era tudo o que diziam dele. Não me interpretem mal, não considero um filme ruim, longe disso, só que exageraram um pouco na dose quando escreveram sobre ele. E definitivamente foi bom para a carreira de alguns atores, entre eles Matt Dillon, que ganhou uma surpreendente indicação ao Oscar e Sandra Bullock, que estava em busca de maior reconhecimento por seu talento de atriz. Então é isso. Bom filme, só não espere por algo grandioso.
Pablo Aluísio.
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